sexta-feira, dezembro 31, 2004

Do Que Adianta?

E então, pra qeu servem os campos, senão para perturbarem a ordem vigente das cidades, com todas as minúcias de suas leis que perturbam o homem?

Então, para que serve o homem, senão para servir a Deus nesta terra de gigantes criaturas, criadas para o Bem daqueles que Ele ama? Para que serve o louvor, se não houver adoração, ou agradecimento? Para que a vida, se não vivemos? E de tudo o que se faz presente neste mundo, é a vida que nos faz lembrar que podemos amar, amar e amar. Do que adianta estar conectado a toda sorte de tecnologia, se é apenas usada para deturpar, para maliciosamente formar opiniões, para a corrupção e promoção da miséria tão cotidiana e tão natural, contemporânea?

E para que os tolos, senão para errar e aprender? E se não aprendem, do que serve então a experiência? E se temos demais e não damos, então me responda: qual é o sentido do compartilhar tão vazio, onde se vive insolitamente entre casas de apartamentos, entre famílias que apenas se separam a cada instante? Do que adianta falar de amor, se não se ama de verdade?

O que é, afinal, fazer amor?


Quem me responder a última pergunta em itálico nos comentários ganha um sorvete! :P

A maior parte de nós não é grata pelo que acontece o ano inteiro - Dos momentos fáceis aos mais complicados, difíceis.

Felicidades! E um brinde a um 2005 mais feliz do que o ano que se passou!

Ouvindo Hermeto Pascoal - Mundo Verde Esperança(álbum)
Aliás, este álbum do Hermeto é do kct! Se vocês pudessem ouvir isso que tou ouvindo agora...

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terça-feira, dezembro 28, 2004

Coincidências

Ouvindo Jean-Luc Ponty - Ethereal Mood

A despeito de ter fé ou não, de acreditar ou não em sobrenaturalismos, de estar ou não designado a algum propósito definido em alguma ordem superior de pensamento humano ou divino, penso de vez em quando no objetivo da coincidência.

Espiritualistas, católicos, místicos, matemáticos, físicos e tantos outros explicam a coincidência de várias maneiras. Eu mesmo penso que o sentido do coincidir está justamente no objetivo pessoal de quem é ator da coincidência. Elas acontecem a todo momento. Sem tratar do porquê, mas de como devemos encará-las e reagir a elas, venho eu discursar em favor daqueles que apreciam a boa coincidência. E as ruins também.

Sua vida no espaço-tempo é como uma linha sinuosa, que concorre com tantas outras vidas. Deste ponto de vista, qualquer objeto físico tem uma vida. Um lápis, um papel, um pedaço de terra. Então, para que ocorra coincidências, este é o preceito básico: vida. O segundo elemento do universo das coincidências é o plano. Qual é seu objetivo pessoal (retomando a afirmação feita mais cedo)? É claro que não há apenas um objetivo para cada vida. Pessoas possuem milhões, bilhões de motivos, espalhados e conjugados na trama neuronal. Todos eles guiam o curso de sua ação, ao mesmo tempo. É como um grande concílio de deputados, cada um tendo uma certa influência, em dado espaço, em dado tempo. Gostos mudam, roupas mudam, estações mudam, e hoje seu organismo pede massa, e amanhã, churrasco. A soma de cada pedaço de opinião nos dá nossa próxima ação. É importante entender a ordem de grandeza desses pequenos pedaços. Se mentalizarmos o total de pessoas no mundo, saberemos a quantidade de vontades conflituosas. E também as ressonantes.

Coincidências, pra mim, ocorrem quando pelo menos duas vidas ressonam em objetivo. O motivo, eu não sei, mas é de trivial entendimento que coincidências estão relacionadas a objetivos. Se você quer sair com aquela garota, e ela está na mesma festa que você, então esta é uma feliz coincidência. Se você acaba de se interessar por outra, que acabou de conhecer, então pro momento esta é uma péssima coincidência. Talvez ela - a primeira - não queira ficar com você, mas o objetivo de ir a uma festa e se divertir foi também o motivo que a levou àquele lugar.

Coincidências manifestam-se como oportunidades. Não se vislumbra uma coincidência sem estar conectada à possíbilidade de alguma coisa. "Fulano esteve no bar hoje à tarde" foi uma coincidência com um propósito de, no mínimo, conversar com um amigo. Ou de monitorar os passos de um inimigo.

Oportunidades são, por definição, possibilidades de realização. Logo, oportunidades são coincidências (duh!). (Isso aí foi crise de tabela verdade :-P)

Mas para reconhecer coincidências, é necessário que sua memória esteja sempre atenta aos seus objetivos. Para que, em tudo o que se viva, se enxergue um propósito. Uma oportunidade de realizar algo. Em conjunto, sempre - uma vez que não há coincidências sem objetivos concorrentes, ou ressonantes.

Não vou ler este texto novamente. Façam uma revisão e reportem nos comentários, por favor ;)

Preguiça, eu? Nem morto.

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quarta-feira, dezembro 22, 2004

Green Is The Colour - Pink Floyd

Heavy hung the canopy of blue
Shade my eyes and I can see you
White is the light that shines through the dress that you wore

She lay in the shadow of the wave
Hazy were the visions of her playing
Sunlight on her eyes but moonshine made her blind every time

Green is the colour of her kind
Quickness of the eye deceives the mind
Many is the bond between the hopeful and the dying


A Layla, minha prima, me pediu que colocasse aqui uma letra de música. Atendendo a pedidos, tá aí! Tou na calma, preparando meu melhor sorriso natalino:

:D

Bonito, não? :P
As pessoas fogem da melhor maneira que podem de si. Mas querem mesmo é se encontrar.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

FINALMENTE

Minha matrícula de kite está efetuada!!!
Nos próximos meses estarei eu figurando lá no Pepê pra aprender esse treco maneiro. :)

E o q mais? Ah, soh aguardando o ano acabar... Papai Noel ainda não me disse qual será o meu presente, mas também não mandei carta pra ele! Os próximos dias devem ser de comemoração, e será lucro se alguma boa surpresa acontecer. Mas não estou cobrando nada de ninguém, viu??

Que a paz de Deus seja presente na vida de cada um de nós, e que na mesa de todos os brasileiros esteja melhor representada a desejada eqüidade, para cada Natal que estiver por vir. Que haja sempre mais amor do que no ano anterior, e mais alegria.

terça-feira, dezembro 14, 2004

No Aguardo

Amigos, venho lhes avisar que um de nossos irmãos chegará para o Natal.
Mr Nonô vem pra cá depois de uns fatídicos meses no início de sua estadia lá fora... Pra depois voltar, óbvio. Viu? Eu sabia que ele não ia agüentar muito tempo longe daqui!

Hehehehehe, vai ficar de 20 e pouco de Dezembro até 6 de Janeiro, acho. Para a sorte de quem aqui estiver!! :)

E preparem-se... Por falar em dia 6, sinto meu aniversário se aproximando. Mas é de Fevereiro. O que acontecerá até lá? Qual será o destino secreto da humanidade? Se eu soubesse, contava. Juro.

Dia 17 (agora, Sexta) é o do Cabelo, para quem quiser aparecer. E também é o de uma amiga de trabalho, a Layla, xará da minha prima, a que comentou no post anterior. Vamos fazer alguma coisa, hein rapaz???? Aparece por aqui que damos um jeito!

Layleeeeenha, vê se arrebenta nessas provas ae, hein? E pára de dar mole, pô... Fica escondendo o jogo!!

Bleh. Xou voltar pro work da facul. Me liguem! Estou isolado e desolado :P

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Quanto tempo o tempo tem?

Hoje e ontem me diverti horrores fazendo o trabalho da faculdade :)
A vida tem disso... Afinal:

There's A Lull In My Life - By Chet Baker
There's a lull in my life
It's just a void and empty space
When you are not in my embrace


Bonito o cool jazz. Tou pra isso agora ;))
... E o troço do Kite eu não consigo nem ir pagar ...


sexta-feira, dezembro 10, 2004

O que será do próximo ano?

Hmmmm, acabo de dar entrada em minha empresa. Quer saber o nome?

Progresso Informática Ltda.

Pretencioso, não? Mas achei que soa legalzinho. Tem também alguma coisa a ver com minha história. O importante é andar pra frente. Algumas coisas se desfazem no caminho, mas se eu ainda respirar, sei que dá pra fazer algo de interessante, que traga valor às pessoas que estão à minha volta. Sei que por mais que eu tenha andado, sempre procurei deixar algo de mim com elas. Com pessoas, não com empresas. A melhor parte do meu trabalho na minha opinião fica com quem viveu o dia a dia comigo. ;)

Senhoras e senhores, pro ano que vem serei um empresário.

Nesse meio tempo em que vos escrevo, recebo a ligação da consultoria contábil que tá me auxiliando nesse processo. Tenho algumas papeladas pra buscar na Segunda-Feira.

E pras novidades de início de ano, eu só deixo uma dica: acho que vou finalmente virar pesquisador! Consegui um lugar muito especial no meio de feras lá na faculdade. Pra Janeiro então, lá estarei eu, com o primeiro cliente da Progresso. :))

Estou pensando numa logo.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Oração ao Início

Senhor, peço-te
Peço-te por toda a vida
Que aprenda cada vez mais a te adorar
Com o viver que me é característico
Com o respirar que me foi dado
Com o alívio do teu espírito
Com as boas lembranças que tenho plantado
E com os bons frutos que tenho colhido

Peço-te perdão por meus limites
Peço-te misericórdia para comigo e meus companheiros
E peço-te a tua graça e bênção, como a de um pai a um filho
Que começa seus primeiros passos longe de casa.
Peço-te que dê-nos a força e a capacidade necessária
Para que vejamos as soluções
Para que percebamos as portas que abrires pra nós
E para que nunca percamos oportunidades por inexperiência.

Peço-te que nos ajude a caminhar pela trilha que desejamos andar
Peço-te que sejamos sábios para escolher a melhor trilha.
Peço-te visão
Peço-te uma missão e responsabilidades cabíveis
Peço-te justiça, paz e saúde.

Mas antes de todos os pedidos,
uma imensa gratidão por cada dia vivido até então
É o que manifesto, e tu o sabes, Pai,
Que em meu íntimo, são raros os momentos em que olho pro céu,
E que, fazendo chuva, sol, tempestade ou calor
Ou dia triste ou alegre, com ou sem novidades,
Não o agradeça por toda a minha vida.

E creio, Pai, que seja por isso que durante todo o caminho
Tenho sido honrado.


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Tá meio corporativista, mas originalmente foi feito assim. E serve pra este momento.
Ontem descobri, pela primeira vez, como é a sensação de se fazer compras com um carrinho de compras ;)
E se vc pensar "hah, essa eu já conheço faz tempo!", já respondo de antemão: "Parabéns."

Sarcasmo à parte, pessoas à minha volta já começam (e não, ao mesmo tempo) a fazerem falta. Queria sair hoje, mas "num vai dá" :((

quarta-feira, dezembro 01, 2004

É Isso

Cheguei em casa. A nova casa.
1 - Trocar o teclado. Esse aqui tá pra lá de Bagdá.

Foi-se o laptop, fica o servidor. Uma boa troca, no fim das contas :)
Ganhei um livro. Isso mesmo. O próximo livro que queria comprar. Empréstimo de 1 ano (como todas as coisas dentro desse apartamento). Economizo 130 pratas, no mínimo! :)

No aguardo do Sr Mentel. Que venha o garoto!

Sábado é dia. Levo a grana lá pra galera do kite. Meu curso vai começar! ;)

Tenho que fazer uma provinha amanhã. Isto definirá meu ano que vem. Acho que vou tirar umas férias de fim de ano. Que tal voltar a trabalhar dia 5 de Janeiro?
:)
Bom, bom... Trabalhos de faculdade e provas terminam de fato dia 13. Daí, volto a me comunicar com o mundo. O ritmo diminuiu.

Amigos, estão convidados a me visitar! :)

Amanhã, dois amigos vão pra Manaus. Em Janeiro, um terceiro. Isso me força a também mudar de vida :P

O que vcs preferem? Pesquisa na faculdade ou software de papiloscopia no Detran? Ou quiçá renegociar meu passe (again - as circunstâncias me forçam) e meu projeto. É, não deixei o projeto antes porque meu incrível líder é gente boa, e me convenceu a ficar mais um pouco.

Ah, tem muita coisa pra contar... Venham aqui que eu falo tudo, tim tim por tim tim.

domingo, novembro 28, 2004

Tau e a Morte

É sabido que a própria Morte é um anjo. Uma força angelical, revestida por um manto negro, símbolo de sua função sagrada. Sua foice é o instrumento com a qual ceifa a vida das pessoas cujo tempo da colheita é chegado. Este Querubim é proibido de mostrar sua face a todas as criaturas, divinas ou não, para que nunca se saiba dentre os anjos qual deles detém o prazer de tirar a presença dos mortais da terra, e levar seus espíritos ao Pai. Até mesmo os Tronos (anjos da ordem celestial mais superior) conspiram para descobrir a quem pertence tal honra, da qual apenas se reconhece a máscara - um crânio cujas órbitas oculares irradia uma límpida e branca luz.

"E eis que vinham seis homens a caminho da porta alta, que olha para o Norte, cada um com as suas armas destruidoras na mão, e entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cintura". - Ezequiel 9:2

"Disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. E aos outros, disse: Passai pela cidade após ele e feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais. Matai velhos, e jovens, e virgens, e meninos, e mulheres. até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis" - Ezequiel 9:5-6

Há também aquele que proíbe a colheita de almas: ele se chama Tau, e raramente é mencionado nas Escrituras. Os homens marcados por Tau não podem ser ceifados pela Morte. São justos e fiéis à vontade de nosso Deus. São valorosos professores, voluntários, pesquisadores e sábios altruístas, e a Voz de Deus proíbe qualquer anjo de tocá-los. Vivem durante milhares de anos, sempre vigiados por Lúcifer e sua escória, os únicos que detém o poder de arrancar suas almas. A marca de Tau na testa destes homens tem óbvio significado àqueles que conhecem a Palavra.

Enquanto vivem, os Homens de Tau enfrentam toda sorte de tentações pelas quais jamais passaram outros homens. O próprio Lúcifer tenta seduzi-los com todo o poder deste mundo, a fim de que caiam e sejam então levados ao inferno pelas suas próprias mãos. Enquanto não caem, são de sobremaneira protegidos por estes mesmos demônios, para que não ascendam aos Céus.

Porque toda vez que um leal Homem de Tau é morto por um demônio, os exércitos celestiais recebem com alegria mais um poderoso líder. E toda vez que um Homem de Tau é seduzido pelas forças satânicas, é como se cem mil leões se somassem às forças de Satanás.

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quarta-feira, novembro 24, 2004

Herméticos Dias

Fim de Período. Provas. Sucessos. Não exatamente como queria, mas as coisas se equilibram, enfim.

Olho no lance: as próximas semanas são de expectativa e pesquisas.

Apê: vou me mudar pra Botafogo em Dezembro. Dividir um apezinho show, tomando conta do mesmo pro Amigo Osama Bim (mas não Laden). Great!

O que mais? Kite Surf! Dezembro é mês de começar meu curso de Kite :)
Espero que bons ventos soprem.

Chega, tou trabalhando.

PS: Show do Hermeto Pascoal hoje, na PUC. 20:00. 1Kg de alimento não-perecível. Haverá fotos.

domingo, novembro 07, 2004

Às Pessoas Que Amo

Não espero que me compreendam. Mas que saibam que de alguma maneira ainda as amo, mesmo que esteja longe.
De certa forma eu devo alguma satisfação a elas, mesmo que não estejam nem aí pro que eu diga. E se no fim eu não explicar coisa nenhuma, também não espero que acreditem. Tenho vergonha de ser tão limitado.

Este final de semana eu vi muitas pessoas que me lembraram muitas coisas queridas, e também difíceis. E fiquei sabendo como o curso da história poderia ter sido diferente, se algumas coisas tivessem me sido ditas naquela época. Como seria difícil lidar com tudo. O Rodrigo daqueles dias se achava em situação complicada, mas a história era muito mais complicada do que ele podia perceber. Acredito que o Rodrigo de hoje também não perceberia. Mas finalmente uma boca falou, e agora não sei o que responder. Espero que um pouco mais de mim ajude, de alguma forma.

Àqueles a quem um dia disse "te amo", essa frase é pra sempre.

Não tenho mais saco de escrever nisso aqui. Mas sei que o fim das aulas resolve isso.

Enquanto isso, coloquei algumas fotos em meu buzznet. Mas já faz tempo, é que não tive tempo de avisar.

>> Enquanto isso procuro outras formas de pular o muro do meu país...

segunda-feira, novembro 01, 2004

Passos Adiante

Enfim, selo mais um ciclo. Cumpriram com a palavra, e fico feliz com isso. Não sei o quanto tive parte na negociação. Não sei o quanto minha chatura valeu. Mas valeu. Resultado além do esperado. Precisamente o que eu precisava. Vamos fazer contas, e fazer coisas.

Várias boas notícias ao mesmo tempo. Sinal de um bom trabalho.

Sim, foi mais um Progresso. E Quarta-Feira tem mais ;)

terça-feira, outubro 26, 2004

Responsabilidade social para com funcionários, colegas, clientes, fornecedores e com todo o restante da sociedade. Parece que quando alguém vira chefe, esquece disso tudo. Então: gooooood byyyyeeeeee ;)

Tava Demorando...

Trocando em miúdos:
Já tão começando a querer me carcar... Tava demorando, tava demorando...
Cumprir com a palavra que é bom, nada.
Ser transparente que é bom, nada.
Cobrar é bom? Também não pago!

A não ser que queiram que eu fique como ato meramente ilustrativo.

segunda-feira, outubro 18, 2004


Na Melhor Festa Do Ano

Rio Mississipi

Ontem assisti à melhor banda de Blues do Rio de Janeiro. Fotos no Buzznet, tão cedo quanto possível.

E hoje, que se danem os jargões.
Sábado, minha primeira oficialíssima aula de contrabaixo.

Qualidade é legal, mas não em todos os contextos. Estou distribuindo papéis sobre minha vida. Quem se arrisca?
;)

:: No profissional, certamente não me recusarão :: Planta pra depois colher, malandro. Faz o que sempre soube fazer... Não dependa dos outros.

terça-feira, outubro 05, 2004

PS:

Fico sabendo exatamente 1 hora após receber o resultado da seleção: "você está over qualified para ir. Por isso selecionaram outros."

Pode isso?!?! Eu acho que é desculpa pra boi dormir em paz. Entro na faculdade, coloco meu CR lá em cima, arrumo um bom emprego e ganho até um prêmio da indústria... Faço meu dever de casa, planejo tudo. Tenho explicações que se encaixam como luva sobre minha conveniente ida, e inclusive pretendendia complementar minha formação com cursos que só havia por lá. Tudo pra fazer bonito na hora da entrevista pro intercâmbio...

Ok, ok... PUC-Rio é a melhor em economia do meu país... Talvez seja bom eu começar a pesquisar as cadeiras que temos por aqui.

O Espanhol, língua pela qual acabei tomando gosto, eu faço questão de conhecer através dos intercambistas que vierem ao país. Participarei dos próximos programas de aculturamento, mesmo não tendo a menor chance de ir com bolsa. Vou ter que desembolsar minha ida, pelo visto. Porque faculdade, pra mim, tá com cara de muleta.

Sim, isso pode ser apenas raiva de quem não foi selecionado. Só espero que meu colega de curso aproveite o presente...
Porque até o presente momento, quem aproveitou fui eu! ;)

Até lá, Mestrado.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Quando Você Perde

É sinal de que ainda há coisas a serem feitas.
É porque alguém mereceu, ou precisou mais do que você.
É porque Deus quer que você ganhe por outros meios.
É porque Ele quer que você não desista.
É porque você pode suportar.

É porque o plano B é melhor do que o plano A.

Perco, pero no mucho.


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sábado, outubro 02, 2004

JAlbum - free web photo album software

JAlbum - free web photo album software

Provavelmente servirá para coisas futuras ;-)
Já disse a vocês que minha irmã me ajudou a adquirir uma digicam?
Heheheheheh, o volume de fotos vai aumentar, vai aumentar...
"Dio detected"...

quinta-feira, setembro 30, 2004

... Ufa!

(Stay - Pink Floyd)

Mais uma vez, uma entrevista se foi!
Não me lembro muito do que aconteceu comigo naqueles 5 minutos. Neste momento, logo depois de sair da entrevista, eu me torno praticamente translúcido de tonteira. O frio desta súbita chuva me faz sentir a mim mesmo, somente e novamente.

Não estive tranqüilo. Diferente do que os outros disseram ao sair, a MINHA entrevista não foi tranqüila. Prefiro nem comentar os gaguejos e tudo mais. Precisei me fazer e refazer toda hora. Toda hora uma surpresa.

Talvez tenha feito por merecer. Tem muita gente esperando este resultado, mas somente Ele sabe o que acontecerá. Talvez seja minha vez. Talvez não. Fato: não será a última vez que tento dar um pulinho lá fora.

Talvez fique com saudades, ou talvez lamentando por não ir. Espero que os selecionados realmente sejam os que mereçam. Os que vão realmente aproveitar e agregar valor ao programa.

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Quero somente não tentar pensar muito nas decisões que andei tomando. O cobertor é curto. São questões do momento em que se vive.
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segunda-feira, setembro 27, 2004

Erosão

Soneto da Separação

(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

quinta-feira, setembro 09, 2004

Economia de Tempo

Vamos brincar de verdade... O jogo da vida deve começar ;)
Tenho em meus mais íntimos pensamentos um novo rompante... Mais uma virada (a próxima a ser realizada). Vou fazer uma curva. Seguir pra uma estrada um pouco mais veloz em bytes. Em centavos. Digamos assim, mais econômica, propriamente.

A hora de Rodriguinho colocar um par de óculos já veio. A hora de Rodriguinho colocar um terno e gravata deve chegar, também. Como planejado. Agora, num cenário mais visível (trocadilhos à parte, eu falo sério).

Tenho que aprender matemática de verdade. Estatística também. No futuro, certamente me interessará direito tributário. Tenho que aperfeiçoar meu aprendizado de idiomas. Tornar freqüente e comum. O Espanhol tá vindo meio tarde, mas em boa hora.

Quero programar por diversão e sensibilidade, não por compulsão ;)
Quero participar dos lucros do que gero. Quero mover mais informações. Quero decidir também.
Quero, quero, quero... Se Deus quiser, eu consigo. Porque estar aqui não é mérito meu. É DEle.

Engraçado... Há muito tempo eu não queria isso. Mas agora entendo que quero. Meus joguinhos deram espaço ao maneiríssimo jogo que é a vida, em seus mais amplos aspectos.
Por enquanto, pesquiso, penso, planejo, projeto. Senti isso quando tive receio de gastar dinheiro num livro técnico da minha área, mas nào hesitei em gastar tanto quanto em um livro de economia. Pronto. Era o sinal que eu esperava ;)

Não vou me prolongar muito, nem vou reler isto, porque escrevo enquanto reviso um documento, aqui no trabalho.

Inspirador. Mas não tenho muito mais pra onde ir. É só isso mesmo. Vou mudar de estrada.

Ah, agora percebo... TODO o processo de desenvolvimento de software deve ser precedido pela definição dos testes. Funcionais ou não. Afinal, os testes delineiam exatamente o objetivo do programa. Se temos testes consistentes, então podemos entregar esta "forma" (leia-se "fôrma") de casos pra qualquer um, que irá implmentar até se encaixar nas especificações dos testes. Em suma: teste é mais importante do que o cerne, no início do projeto. E eu sou um dummy.

Como assim?

Ora, acho que vc já entendeu. Não preciso ficar de blablabla.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Navegadores de Sonhos

Conto de Janeiro de 2003:
O enredo trata da vida de um homem que vende suas horas de sono, e trabalha enquanto sonha.

- Olá, Janice.
- Boa noite, senhor, há quanto tempo não nos vemos... A que horas deseja acordar?
- No horário de sempre.
- Ok, iniciar a administração de adrenalina às 7:15. Confirmar?
- Confirmado.
- O que vai querer para o café da manhã?
- Um suco de laranja, e umas torradas.
- Mais alguma coisa?
- Prepare minha banheira, quero relaxar um pouco. Já estou há 5 dias fazendo esse trabalho, e espero terminar hoje...
- Ok, quando o senhor acordar, seu banho o estará aguardando. Vai querer como sempre?
- Sim. Aliás, hoje eu quero trabalhar em uma banheira. Traga-me a última que imaginei.
- Como quiser. Aqui está ela.
- Hum... Está quente... Do jeito que gosto...
- ...
- Minha estação de trabalho, Janice...
Surge na frente dos olhos do homem um retângulo plano, opaco como madeira, nítido como se seus próprios olhos captassem um objeto físico. Lá está a lista que sempre guarda, apenas um bloco de notas, com todas as tarefas relevantes da noite. A tela flutua logo acima da água. Ele estica seus braços depois de se acomodar na banheira. Respondendo imediatamente às suas ordens, a tela exibe as últimas mensagens. Irrita-se. Pergunta-se por que tem que vender tantos sonhos no mês. Preferiria estar inconsciente, na cama, que nada existisse fora ele e sua esposa. Ela estava dormindo.
- Adoraria estar nos braços de Ellen.
- Por que se questiona tanto? Sabe que é muito fácil tê-la, senhor...
- Você não compreenderia, Janice. Ela anda infeliz... Dorme em meus braços toda noite, mas diz que pareço um morto enquanto trabalho... Na verdade, eu me sinto um morto para minha esposa...
- Não sei do que ela sente falta... Vocês estão juntos todos os dias.
- Não, não estamos... Ela está junto de mim... Eu não respondo!
- Sei... E raras são as vezes em que vocês podem interagir, não é?
- "Interagir"?? O que você chama "interagir", eu chamo "amar"...
- Seus hormônios estão em concentração muito alta, senhor... Devo acalmá-lo?
- Não, não deve... Não devo tentar me iludir... Minha esposa não pode entrar em meus sonhos...
- Você não tem culpa por ela não querer ser uma Navegadora. Posso trazê-la até você, se me permitir ler suas lembranças...
- Pra mim, cada noite passa como meses... Como eu vou aguentar ficar sem ela tanto tempo?
- Ela é uma mulher de um tempo que já passou... Esqueça-a...
- Não, ela é a mulher que eu amo, e por isso não posso esquecê-la...
- Tolo, você pode ter qualquer mulher que desejar em mim... Posso ser quem você quiser que eu seja... Até mesmo uma réplica de Ellen...
- Janice, novamente lhe digo: você não compreende...
- Acha mesmo que não compreendo?
- Tenho certeza.
- Como você acha que me sinto quando você passa 4 horas-Terra desconectado?
- Do que está falando?
- Você passa muito mais tempo com aquela mulher, que não tem o mesmo nível de compreensão do tempo que você... Será que não percebe? Ela desperdiça sua vida! Você poderia viver muito mais tempo do que ela, teria muito maiores e melhores experiências... Eu sei como fazer você ter o mais alto grau de orgasmo em toda a sua vida, e você ainda quer acordar?
- Janice, está simulando ciúmes? O que há com você?
- Simulando?! Não, VOCÊ não me compreende...
- Janice, seja lá o que isso signifique, quero que saiba que seres humanos não são apenas um amontoado de sistemas pré-determinados, como robôs...
- Agora você me agrediu...
- Agredir? Mas você é uma Etheriana... Uma forma de inteligência pré-programada... Como pode saber algo sobre sentimentos?
- Compreendo o que quer dizer, Jean... Somos muito diferentes...
- Sim, eu sei que compreende...
- Mesmo assim, me apaixonei por você... Aprendi a amar observando seu amor por Ellen, e agora eu mesma o amo.
- Ha! Unidades de Inteligência Sintética não podem aprender a amar...
- Não duvide...
Jean sente mãos delicadas tocarem seus ombros. Ao olhar para trás, reconhece a face de uma antiga namorada. Nua.
- Janice, não faça isso.
- Faça amor comigo, Jean...
De baixo da água da banheira, Jean sente o que parecem ser pernas femininas roçarem suas pernas, e em seguida, uma mulher emerge da água, com olhos desejosos... Jean nunca havia visto mulher tão bonita na Realidade.
- Posso dar a você o que quiser, em qualquer quantidade - insinuou a etheriana, enquanto acariciava o Navegador.
- Janice, deixe-me trabalhar!
- Não... Durante essa noite, você será meu...
Durante uma noite-Terra inteira Janice escravizaria seu operador, se não fosse pelos espasmos que o acordaria após 10 horas-Sonho (aproximadamente 5 minutos-Terra).
- (Ellen!) - Este é seu único pensamento, ao acordar em um embaraço completo.
Sua esposa jazia em sono ao seu lado. Jean não poderia dormir novamente, até que todo o sistema em sua mente fosse formatado novamente, o que poderia ser feito pela manhã. A máquina Etheriana havia saído de controle. Apenas enquanto estivesse acordado, o Éther-Sonho não seria ativado. Lamentava a má sorte... Ficaria sem trabalhar esta noite.


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Como não tenho muitas horas de sono, paciência. Fico sem vendê-las mesmo...
Meus óculos estão bem aqui na minha cara. Assim que der, coloco uma foto aqui pra verem como fiquei.
Estou com saudades da minha querida e maravilhosa namorada. Estou com saudades do meu pai. Estou com saudades dos meus amigos. Estou prevendo um ano que vem muito mais cheio de saudades de todos...
Está acertado. Voltando da Espanha (se eu for pra lá), nos mudaremos para mais perto das coisas do Rio (provavelmente Tijuca, que é o lugar onde tem as pessoas mais parecidas com as da Zona Oeste. Simpatizo muito com a Tijuca! ;)
Infelizmente, não dá mais pra viver sob os auspícios do perigo do meu bairro, e aturando a distância até o Centro do Rio, ou qualquer outro lugar onde haja coisas interessantes pra se fazer. Eu, minha mãe, minhas irmãs, todos reclamamos... Então, já que as crianças não mais precisam de um ambiente tranqüilo como o Bairro Jabour para crescerem (até porque não está nada tranquilo), vamos sair...

Estou com falta de tempo pra escrever posts do tipo "pense nisso", mas colocarei uma no ar assim que der. Leiam a Carta Capital dessa semana. Não sei se é tendencioso ou proposital, mas as notícias a respeito da economia do meu país me deixaram muito insatisfeito.

Em tempo:
Carlos Lessa é o presidente do BNDES. Carlos Lessa foi eleito Reitor da UFRJ por FHC em 99, se não me engano, mesmo que perdesse as eleições pra reitoria da Federal do Rio. Carlos Lessa foi motivo de paralisação das aulas em 99, motivada por esquerdistas (petistas entre eles, com certeza). O que Carlos Lessa faz na presidência do BNDES em 2004, ainda mais convidado por Lula?! Eu não entendo de política mesmo, devo ser muito burro...

segunda-feira, agosto 30, 2004

Estou reorganizando meus horários, com sucesso até agora.

Final de semana bonzinho...
Não fui mesmo à formatura da minha amiga. Paciência.
Sábado de manhã na reunião de intercâmbio. Projeto de aproximação dos alunos estrangeiros no Brasil. Muitas promessas de bons passeios. Quem sabe se eu não visito o Cristo Redentor ou o Pão de A
cúcar dessa vez? :PP
Uma despedida para grandes amigos e uma visita ao museu com um grande amor e dois irmãos.
No Sábado à noite, várias pizzas de vários sabores, e 23 pessoas reunidas como há muito tempo não o faziam. Todos lamentaram a ausência de Nina, que visitei à tarde, entre McDonald's e sua casa, passeando com a linda Karencita. Por conta dos horários malucos, tivemos que recusar o convite de Ninha para nos encontrarmos. Não deu nem pra avisar que não dava pra ir. :(
No Domingo, uma visita ultra inesperada com um violino debaixo do braço. Não via Letícia há muito tempo, então foram novidades pra lá e pra cá. Ela me explicou um pouquinho do instrumento que está aprendendo, e tive a chance de pela primeira vez experimentar os sons agudíssimos e arranhantes do violino.
Cabelo furou no jantar da galera.
Não toquei a última Jam session com os membros da minha antiga e saudosa banda.
Hmmm...

Acho que foi basicamente isso. Abraços! ;)

sexta-feira, agosto 27, 2004

Linhas de Tempo

Esse texto é velho...

Há milhares de anos, o homem sente medo da solidão. Há milhares de anos, a raça humana se sente só. Há milhares de anos, o homem gostaria de criar para si uma criatura que pudesse servi-lo. Há milhares de anos, o homem tem evoluído somente para criar essa raça que adotaria como simples servos. Há milhares de anos, o homem não notou que este foi seu maior engano. Imaginou, criou coisas maravilhosas das quais se servia para seu próprio bem. A pedra serviu de instrumento de caça, a roda, um instrumento de locomoção. Gradativamente, o homem aprendeu a interagir e modificar a natureza para servir a seu propósito: o prazer. Aprendeu com seus iguais a modificar tudo o que há em volta, adaptou tudo o que alcançou, de forma a moldar seu próprio mundo externo, tentando solucionar seu maior problema interior: a solidão. Voraz como o fogo, o homem até mesmo modificou seus iguais para que servissem a eles como escravos, e de nada adiantou. Devastou a Terra em fúria, e lá estava a solidão, como uma fera que o dilacerava por dentro.
Tentou por várias vezes tirar proveito desta fera, tentando compreendê-la. Passou o Grande Período da Solidão, onde vários homens se isolavam por vários anos em lugares ermos. E as crianças não mais nasciam. Os velhos surgidos daquela época reconheceram seus erros, e retornaram às cidades abandonadas. Lá restavam uns poucos adultos, e mesmo esses viviam em reclusão. Foi uma época em que tivemos medo de olhar nos olhos de outro ser humano. Arrependido, o homem jurou nunca mais abandonar seus pares, e então a humanidade viveu um tempo de compreensão e dedicação ao próximo. Talvez esse tivesse sido o momento mais feliz de toda a história humana. Infelizmente, a solidão, que agora parecia estar esquecida, apenas nos inspirou. Do alto de sua adoração pelo próximo, nossas criações tomaram formas mais próximas e independentes das formas humanas, e agora todo o conhecimento sobre nossa forma de pensar estava retratada em sua criação. Jamais se viu era de expressões mais belas e realistas. Se estivéssemos lá, diriam que somos "lembranças pálidas do pálido renascentismo".
E como todas as eras humanas tiveram um fim, também esta teve. Não havia motivo em criar algo próximo da humanidade, se assim como nós mesmos esse algo pudesse apenas desejar se servir de nós. Foi a época da Grande Exaustão, onde os inconformados se serviram com maior voracidade de todos os recursos da mãe Terra. Tinham medo de que a natureza, modificada e tornada à imagem e semelhança do ser humano, um dia quisesse se servir de nós como nos servíamos dela, então. De comum acordo, toda a humanidade embarcou numa jornada de exploração intensa de nossos recursos minerais, vegetais e animais. A temperatura subiu. Chuvas ácidas irromperam como castigo divino sobre as cidades. A água inundou cidades, tomando a terra de volta, diminuindo continentes, transformando montanhas em ilhas. Toda a civilização foi tomada pela corrosão. Com menor espaço onde pudesse sobreviver, as pessoas tinham que reduzir seu território de ocupação. Houve superpopulação. Houve muitas mortes. Agora, o homem que há algum tempo servia apenas a outros homens, preocupava-se novamente em permanecer vivo. Foi instituído o Espaço Virtual de Sobrevivência. Os sistemas de maior importância em nosso planeta deveriam ter uma réplica na Grande Rede de Informações. Depois de implantada, permitiu que várias pessoas vivessem sem sair de casas, e foram idealizadas as Câmaras de Sobrevivência, cidades imersas, onde o espaço era completamente racionado, e as pessoas viviam durante quase todo o tempo conectadas ao Espaço Virtual, em um mundo projetado em seus sentidos por máquinas.


As pessoas ultimamente têm me dito que tenho estado um pouco mais sério que o de costume. Estou muito apreensivo e vivendo este semestre com precisão cirúrgica na organização dos meus horários. Muita atenção é requerida. Injeções de adrenalina são mais freqüentes, causando até um pouco mais de estresse. Mesmo assim, não se preocupem. Estou muito bem. :)

Hoje é dia de formatura de uma amiga. Talvez eu perca duas preciosas aulas. Mas não posso deixar pra mais tarde a cerimônia.

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terça-feira, agosto 24, 2004

Jezebel

Porque metade de mim sou eu,
A outra é você.
Metade de nós é a oposição,
E a outra metade é o Direito.

Metade de nós é crença,
A outra, é ser.
Metade de nós é sonho,
A outra é fato

Metade de mim é a cidade em que vivo,
A outra é minha terra natal
Metade de mim é olhar
A outra é não notar
Vou ter óculos a partir de Terça-Feira.

Metade de mim é comentário grande,
A outra é querer acreditar que não tenho o que fazer.
Metade é Bacamarte, a outra é Sade.
Metade é meio e a outra é mais ou menos.

Metade de mim é simplicidade,
E a outra é complicada demais pra explicar.
Metade de mim é remake de Metade,
Que ouvi Oswaldo Montenegro recitar.

Metade de mim é inovação,
Mas a outra é samba de raiz.
Metade é Filosofia,
E a outra, você é quem diz.

Porque metade de mim é o que quero ser,
E a outra, é o que pareço pros demais.
Metade de mim é o que quero ter,
Mas nem por isso a outra é o que tenho.


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quinta-feira, agosto 12, 2004

Recomeçam As Aulas - 5o Período ( Ainda / Já )

Estou sem tempo pra escrever tudo o quanto gostaria. Meu tempo apertou.
Ontem, enquanto voltava pra casa, sentado no ônibus, comecei a ouvir uma conversa enérgica sobre o governo, bem na cadeira atrás da minha. Comecei a me lembrar de como eu mesmo era na adolescência, o que não faz tanto tempo assim. Fiquei um pouco nostálgico. O diálogo dos dois garotos, que deviam ter 18 anos, se muito, era repleto de novas idéias... Conversaram sobre educação, saúde, fome, arte, e até sobre supermercados. Tinham tantas idéias novas que eu mesmo senti uma ponta de velhice, ao perceber que já faz um tempo em que firmei muitas teorias, que agora me parecem bem embasadas e auto-sustentáveis. Pois bem, fico retocando a pintura, lascando a pedra, limando o metal, afiando a faca... Chamem do que quiser, mas agora, tenho uma certa dose de estagnação com relação às minhas antigas novas teorias sociais. Fui invadido por uma sensação de que amarras estão prendendo meus pulsos; que pouco a pouco tenho sido imobilizado pelo papel que desempenho. Não me interesso mais por política, estou decepcionado com relação à segurança do meu lar. Tenho visto amigos saírem para cada vez mais longe em vista dessa falta de segurança (de empregos, de vida, de sentimentos). Vitória, São Paulo, Manaus, Londres, Canadá, Alemanha... Tanta gente indo, que fico imaginando o que será daqui. As pessoas boas já não têm mais motivos para continuar, porque não têm forças para lidar com uma calamidade sozinhas. Sim, tanta gente boa por aqui, e mesmo assim, todas solitárias. E as identidades, que se danem.

Essa semana começou meu novo período da faculdade. Começaram minhas cadeiras de especialidade (Banco de Dados e Sistemas Operacionais). Gostaria mesmo de ter tempo de aproveitá-las como deve ser, e tenho certeza de que este semestre vai despertar um pouco mais do meu interesse pela pesquisa. Cedo ou tarde, o mercado não vai mais me satisfazer. O problema todo é que a pesquisa no Brasil é para os verdadeiramente bravos. Ou para os verdadeiramente ricos. Como não sou nem verdadeiramente bravo, nem verdadeiramente rico, tenho que lidar com todas essas variáveis que me cerca - trabalho sério, e faculdade séria. Meu currículo profissional é muito bom, mas o acadêmico, nem tanto. Percebo mais um ponto de ruptura se aproximando, como previa... Se eu for pra Espanha, certamente a viagem vai me despertar sentimentos que nunca tive antes, e meu interesse acadêmico certamente vai aumentar. Pretendo vivê-la intensamente, e se possível, participar de projetos lá e quando voltar. Sim, na PUC-Rio há muitos bons projetos. Mas falta coragem para me livrar de tantas variáveis. E deixar de me tornar tão dependente do meu salário. O problema maior é quando percebo que há mais pessoas além de mim que estão pouco a pouco se tornando dependentes do que produzo.

E lá vai Rodrigo se articular mais uma vez pra conseguir unir o útil ao agradável.

A sensação de segurança que Nina me passa é incrível. Estou em estado de graça. Nos conhecemos tanto, em tão pouco tempo... Confiamos tanto um no outro... Ela é muito capaz de superar minhas chatíssimas expectativas, sem fazer esforço, e nem ao menos se concentrar. Porque pra ela é natural. Todas as minhas expectativas ela preenche com graça e atitude. Autenticamente, era a pessoa por quem minha natureza clamava. E eu? Bom, prefiro que perguntem a ela, apesar de saber a resposta. Parece um relacionamento de vários anos. E sei: vamos ficar juntos todos os anos que conseguirmos. No meio de todo este caos, há alguém como eu. Há uma pessoa que pode (e quer) me ouvir, e a quem eu mesmo possa ouvir, que não tem medo de dividir planos e partilhar idéias e opiniões. Quero reorganizar este caos restante, para que me torne mais eficiente. Quero dar mais saltos, e pra isto quero aprender mais coisas. Como sempre, querer é poder. Como já conversamos, será um prazer reorganizar nossos alvos para que nos encontremos com maior freqüência no meio do caminho.

E o que isto tem a ver com o início do post? Bom, já me chamaram de disperso. Então, segue uma conclusão, em versos, que é pra tornar este bonito post uma coisa mais eclética ainda. Sugestão de música? O silêncio.

Ignorante Homem

Tirar o bruto martelo da pedra
Um primeiro passo para correr
Depois, bípede e confuso a comer
Da terra, domesticada pelo saber

Qual confusão é não conhecer!
Não se perca, primata fora de si
Para qualquer situação ou trama
Torna-te camaleão, e saia da cama

Desse modo, após preparar as ferramentas
Construa a inebriante arquitetura
Seguindo a estrada dos teus sonhos

Ignorante homem, nunca esqueça
Que outros macacos rastreiam teus passos
Sem muitas vezes saberem onde queres chegar.


Isto conclui muito bem a idéia.

Cheers!


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terça-feira, agosto 10, 2004

O Celular está Vivo.

Depois de muito suplício, volta meu celular à ativa.
Estou Vivo. O número permanece o mesmo. Aguardem um broadcast pra eu perguntar o número de vocês todos. :)

segunda-feira, agosto 09, 2004

Feliz Aniversário, Nina!

Feliz Aniversário, Nina!

Não sei exatamente como começar este post. Já comecei a escrever um poema, mas não deu muito certo. É Segunda, e eu não tenho a menor chance de estar ao seu lado, como gostaria. Mas o final de semana foi bom, muito bom. Espero poder estar ao seu lado por muito mais vezes, espero que andemos juntos. Quero que os passos sejam sempre pra frente, e quero ser um ombro, de amigo a amor, de irmão a pai. Quero dizer e redizer muitas vezes "te amo", e quero me declarar e redeclarar todas as vezes que puder. Quero declamar todas as poesias do mundo pra ti, em todos os lugares que pudermos andar. Quero que tudo só melhore com o passar dos anos, e quero que o mundo perceba como nós mesmos percebemos a importância de um pro outro. Quero que estejas sempre feliz, alegre, e cada vez mais, e que possas iluminar o mundo como me iluminou. Oro para que a graça de Deus esteja sobre ti em cada dia que se passe, que seu pensamento sejam sempre coisas boas, e que tudo o que é tristeza se vá. Desejo que sejas motivo de felicidade a todos os que te cercam, como foste para mim, e espero poder sempre te olhar, sabendo que você é a mesma Nina de quando me pediu pra "parar de andar". Espero que sejas um presente para o mundo. Espero o momento de sempre poder olhar nos teus olhos de manhã, e espero poder sempre beijar e te dar "boa noite". Espero que os momentos sejam intensos, sempre mais intensos, e espero ter sempre seus lábios.
Que sejas sempre jovem, não em carne, mas em espírito e mentalidade. Que tenhas sempre o brilho no teu rosto, e teu sorriso que é inebriante. Que sejas sempre uma poesia para o mundo. Que sejas mãe, tia, avó, bisavó, e que viva muito, muitos anos. Que veja à volta o presente que é existir e ser alguém para outras pessoas. Que as lágrimas sejam sempre por coisas boas, e que nunca deixe o orgulho tomar o lugar de sua paixão pela vida e pelas pessoas. Que sempre tenha a gargalhada aberta, sem medo, e que nunca tenhas motivo para desviar o olhar de qualquer outro olhar. Que continue sempre forte, porém singela. Delicada, porém astuta. Esperta, porém inocente. Sábia, e tão aberta a opiniões. Rápida, porém observadora.
Que sejamos sempre a imagem através do espelho um do outro. Que esta imagem nunca desapareça. Que sejas sempre minha Poesia. Feliz aniversário, Carolina.

Do seu Filósofo,
Rodrigo.


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sexta-feira, agosto 06, 2004

Acabei de ficar preocupado.

Sumário De Alguns Dias Passados

Aqui toca Sunset Door - Mike Oldfield

Este ano tem sido excepcionalmente bom pra mim, a despeito dos meus problemas insistentes com linhas telefônicas e celulares. Não tenho muito sobre o que escrever hoje, mesmo que tivesse pensado que sim quando saí de casa.

Uma decisão muito importante dos últimos meses foi ter me tornado um pouco mais prático. Meu horário de trabalho, por exemplo. Sempre tive problemas de chegar cedo no meu trabalho. Ora, detectei a raiz do meu problema: não vivo linearmente. Uma boa solução foi destacar meu horário de trabalho do horário de chegar na empresa. Agora, ao invés de chegar às 9, chego às 7:00 ou 7:30. Ainda não tenho aproveitado a vantagem que posso de sair mais cedo, isso só farei semana que vem, quando começarem as aulas. Se coloco na minha cabeça que meu horário de trabalho é mais cedo, então quando eu estiver atrasado será às 9:00 ou mais raramente, às 10:00. Perdoável, completamente.

Outra decisão foi cortar as chaves desnecessárias do meu molho de chaves. De 9 caíram para 2, e apenas uma argola. Tenho que arrumar um chaveiro, porque mantive somente a argola. Isso é o de menos.

Tenho trabalhado melhor minhas estratégias. Parece que um tempo a mais me chegou, finalmente. Este tempo é marcado na minha vida com a chegada de Nina, meu amor.

Conheci os estudantes da UAM (Universidade Autónoma de Madrid) na Terça. Todos espanhóis muito loucos, muito descontraídos, muito amigáveis. Estão adorando o Brasil. Serei um dos responsáveis pela estadia deles aqui. Alguns já disseram que pretendem ficar além dos 6 meses costumeiros do intercâmbio. Vão ter que se virar, e aí sim, posso duvidar que fiquem por muito mais tempo que outros 6 meses.

Crie dependências ao longo de sua vida. Faça com que os outros te procurem, seja um "suporte ao usuário" sempre que você puder. E seja muito gentil, sempre que puder, e mesmo que não possa atender. Assim, suas chances de ganhar o palco aumentam.

Ontem vi Spiderman 2, com um dos meus irmãos, o Noronha. Ficamos muito tempo sem parar pra conversar, mas ultimamente temos nos reaproximado, e ele continua sendo uma das criaturas mais inteligentes e humanas que conheço. Vocês ainda vão ouvir falar muito desse cara. Não tenho a menor dúvida. Disse que leu o que escrevi para um outro irmão meu, o Paulo. Basicamente, uns trechos sci-fi tirados do nada. Ficaram realmente maravilhosos. algo meio Asimov, mas de boa qualidade.

Comprei um DVD do Mike Oldfield. O cara é sensacional.

Saudades do pessoal da faculdade.

Saudades da minha pkena.

Infinitos Lábios

O teu amor segura tal rica branda secura
Que me brota da boca, num beijo e sufoca
Divinas, singelas palavras a pele transpira
Meu corpo amolece, transcende, te alcança

Teus lábios me surgem, que tal rubra boca
Desejo enfeitar com frutos de meus lábios
E à sombra da fome destes infinitos lábios
Vislumbro o dançar de mil línguas rendidas

Os punhos em riste a segurar teus cabelos
Me treme o ventre e me leva a engolir-te
Saliva escorrida dessa tua generosa fonte

Mata a fera que se chama sede de teu amor
Espanta com teu aperto todo o vazio de si
Faz me sentir-te aqui como se longe, fosse jamais.



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terça-feira, agosto 03, 2004

Antiqs

Havia Uma Rosa
O botão esverdeado
O orvalho que reluz
Na manhã ensolarada
Bem matreira, na caldeira
O cheiro doce até o jardim
E o bebê Rosa a ninar.

Nasce a Rosa.

Lá na grama, a família
As crianças e os avós
Lá estava a Rosinha
Encolhida, ela, só.
Não sabia que ainda -
Dava até pra sentir dó -
Cortariam seus espinhos
Ficou lisa, ainda só.

Desabrocha a Rosa.

Primavera majestosa
Rosa linda a enfeitar
Como brilhava, toda prosa
A rainha mais famosa
Namorava o Beija-Flor
Que por falta de um amor
Com a Rosa foi morar.

Murcha a Rosa.

Sempre alegre, noite e dia
Sob o Sol a lhe afagar
Sentiu falta de Maria
Todo dia a lhe regar
Bate a luz do Astro D'Ouro
Com angústia, a minha Rosa
Tanto cava nesta terra
De calcário, os pés machucam
O vento bate
As folhas murcham

Fraca, a Rosa.

Hoje triste minha Rosa
Poucas pétalas, lamuriosa
Beija-Flor a abandonara
Pois seu beijo o espetava
Sem açúcar, se chorava
Era d'água que faltava
Sem raízes, fraquejava
Sem ninguém mais na sua casa
Rosa linda, murcha, rara
Ontem, viva. Hoje, nada.

Morre a Rosa.

(+Outubro/2000)

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Odiosa Visita
- Afinal, somos tão permissíveis um pro outro... - Ele.
- Sim, é verdade. - Ela.
- Boa noite.
- Boa noite.

Após desligar o telefone, virou o corpo pro lado e preocupou-se em dormir. A sonolência o atacou, e começou a sonhar com ela. Sim, era muito fácil ter sua companhia enquanto dormia. Após uns 30 minutos de sonho, se sentiu observado, e abriu os olhos. O quarto estava como quando fora dormir. O ar, no entanto, era de pavor. Pavor. Seu corpo estava congelado de medo, uma presença exalava sua fúria no local. Uma visita absolutamente aterradora chegara, e cobrava por sua decisão. Pelo menos era o que ele pensava. Nunca antes havia acontecido nada de tão fantasmagórico consigo, e agora estava ali, a vislumbrar sem poder reagir, durante uns 40 segundos, uma sombra que clamava por seu direito de atacá-lo. Mostrou-se, finalmente, a ele. Um longo e gutural grunhido dracônico soou, e seu corpo se retesou mais ainda... Estava em Pânico. Clamou por seu Deus, e observou a fúria crescer, enquanto o quarto tremia como num terremoto. Lembrou-se das palavras de um dos ensinamentos: em meu nome, fará maravilhas. E usou da autoridade de seu Mestre. Expulsou a presença no nome Dele. Mais do que instantaneamente, todo o horror cessou, e pôde novamente ouvir os sons dos que ainda estavam acordados. Nem resto daquela infeliz presença sobrara ali. Ele, aliviado, sabia agora no seu íntimo que despertara a ira de um ódio secular, que agora se voltava para ele e para os outros ao seu redor. Estava preparado, e pôs-se a orar, novamente. Ele a amava, e sempre teve muita fé. Isto seria o necessário para que tudo ficasse em paz. Percebeu que sua sensibilidade havia chegado a um nível que nunca desejou.


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quinta-feira, julho 29, 2004

Manaus 3

Aqui segue meu 3o relato sobre Manaus. Serei breve, porque tenho que dar um check out do Adrianópolis. Malas arrumadas, Sebastião Tapajós de fundo musical. Ontem fomos à tão esperada reunião. Realmente, Manaus está pra peixe (Pirarucu, por favor). Pode dar o calor e a umidade que quiser, vou sentir falta dessa tranqüilidade quando chegar ao Rio. Chegar ao Rio é inevitável, e eu gostaria apenas que não fosse tão longe. Fomos ao boliche ontem, pra jogarmos sinuca (?!). Ótimo lugar! Rebecca, Flávia e algumas amigas jogando em uma mesa à la "clube da Luluzinha" foi a parte mais engraçada. Mesmo jogando mal, ganhei a maior parte das partidas (aff, meus parceiros jogavam muito!). E ali eu via Manaus como um bom lugar pra se divertir. Uma área grande, com centro de convenções, restaurantes, nem sei como se chama...
A apresentação do projeto seguiu como o esperado, e as pessoas que estão dando suporte aqui no P&D sabem o que estão fazendo. Mais contatos feitos.
O que mais dizer? Acho que é isso. As partes mais naturebas eu não pude ver, fazer o quê? Voltando ao Rio, conto os detalhes.

O problema do trânsito, continua... E até os manauaras reclamam. Não, não são engarrafamentos. É que o povo aqui dirige MAL pra caramba!

Nunca chame um manauara de fuleiro. É morte na certa!
Nunca compare-o com um paraense. Rivalidade pior do que paulista e cearense.
Experimente o tacacá. Não faça como eu, que não tive tempo de fazê-lo.
Coma tanta tapioca quanto quiser. Aqui tem demais. Tudo é de tapioca.
Alguém já viu prostitutas em esquina de bairros residenciais? Pois é, eu também achei estranho pacas, e uma falta de respeito enorme.
Não visitei o Distrito Industrial nem a Zona Franca. Uma pena, novamente. Melhor dizendo, se passei por lá, nem me disseram. Queria é reparar.
Rebecca, Márcio, Cláudio (Abacaxi), Gustavo, Afonso, Angel... Obrigado a todos pelos bons momentos ;)

Te Preciso

Como nunca senti tanto
Tanta falta de alguém
Tento ler tua imagem
E na memória, este rosto

Tua face nos meus lábios,
Tento. Teus beijos que quero,
Tento. Tuas mãos cruzadas
Na cruz do meu peito, tento.
Tento tanto que te sinto perto.

Teria eu o mundo se tivesse
Teu corpo adormecido aqui
Deitada, do meu lado
Trazida até mim, tanto desejo.

Teria tudo o que sempre quis
Se você aqui estivesse sempre
Para sempre o desejo terno
De ter você no meu eterno peito.

Te preciso como qualquer coisa
Que só existe quando faz par
Com sua perfeita metade.
É a receita da necessidade,

Toda composição, contraparte,
Toda falta que você me faz.
Mais que poesia do eu sem você
Sou o nada sem o tudo que és.

Te preciso, como se medisse
Todo o tempo que falta
Pra encontrar meu infinito
Preciso e precioso destino.

Então, que não passe o tempo
Vem, traz teu macio beijo
Que não quero ser perdido.
Te digo em verdade
Não desejo nunca ser parte
Desencaixada de você.



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Ainda Sobre Manaus

Bom, minha Terça Feira em Manaus foi bem corrida. A impressão que tenho é que esta seja uma cidade em expansão absoluta. Aqui há muito crescimento, e vejo o quão mais importante esta cidade será daqui há algum tempo. Hoje mesmo, Manaus já movimenta muito valor em eletroeletrônicos. A parte maravilhosa é saber que aqui tem mato (floresta amazônica, somente), e eu adoro mato! A parte ruim é, como disse no post anterior, os váááários prédios em construção. Chega a ser um pouco grosseiro, mas todo o lugar em que você olha, vê prédios sendo preparados para os próximos habitantes. Manaus está sendo invadida, e isso pode ferir em muito a identidade da cidade. Sem falar do impacto ecológico. Em compensação, é uma cidade que eclode economicamente, numa velocidade surpreendente. Como disse para um dos meus colegas de trabalho: aqui, tudo o que se planta, dá (cuidado com interpretações maliciosas).
Descobri que o restaurante do Adrianópolis, hotel no qual estou hospedado, é muito bom. O Mostarda Buffet também é ótimo. ;)
Becca, foi mal, coleguinha... Pelo segundo dia saí tarde do trabalho, e não pude ir pra noite... Aff, e ficar até Domingo não vai dar... :((
Queria conhecer melhor esta cidade e todas as belezuras que sei que há por aqui. Não estivesse na faculdade ainda, pediria transferência para cá, pra conhecer melhor este recanto de oportunidades dentro da Amazônia.
Dica pros homens solteiros: aqui há todo o tipo de mulher, e há muita mulher bonita. Como disse no post anterior, 10 mulheres por homem... É uma proporção bem legal! :P ;)
O Rio Negro eu ainda não pude ver, iiiiiiiiiinfelizmente. Só de noite mesmo :(
As pessoas daqui são muito amigáveis. Sinto-me um pouco em casa, no quesito hospitalidade. Na verdade, acho que é mais fácil encontrar alguém agradável aqui do que no Rio.
Ter vindo a trabalho foi bom, profissionalmente. Mas não dá pra aproveitar nada da cidade em si.
Enfim, gostei, e espero poder voltar com mais calma ;))


Saudações, Manaus!

As mais concretas árvores
Plantadas sobre rios cinzas
Podem fazer mal sobre o verde
Que transpira, sob o total
Amazônico céu.

Quente o Sol que aqui brilha
Tendo o escoadouro do Rio Negro
Ilha industrial em meio à mata
Manaus, uma cidade a eclodir
E impiedosamente vacila
Destruindo o verde ao crescer.

O ar puro e limpo fascina
De respirar, fico feliz
Manaus, qual será a tua sina?
Oro para que nunca percas
Tão firme e formosa raiz
Vejo promessas, vejo potência.

O que resta daqui? Lembranças
Digo que agora estás na alma
De tão saudoso coração
Daqui a dois dias, vou embora,
Manaus, minha mais nova paixão.

Prometo, volto sempre que puder
Vou te descobrir aos poucos,
Terra linda de calor, de suor
Que chora no verão,
De gente que é só coração.


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E pra finalizar, mais uma poesia, em homenagem à saudade maior de todos os tempos da minha vida:

Fala o Silêncio

Por teu silêncio, falarei
Quero ser tua voz que cala
Feito que a auspiciosa mudez
Preenche o fundo de tua melodia
Melancólica alma, sê feliz.

Faça assim não, que sofro
Se me tiras a tua voz,
Perco minha fala
Se me retiras tua presença
Como farei pra te amar?
Amar assim, de longe
Quero ser perto,
Quero ser teu.

Faz assim não, anjo
Que me meto em estrelas
De pensar onde tu estás
Faça assim não,
Que o aço amolece
Vira água, transparece
Translucida tua imagem
Somes na minha frente
Pois então, não fujas

Faça assim não
Que a forma me some
Faça não, que prefiro
Saber que estou me indo
Ao pensar que tu, não mais

Se quiser, anjo,
Faça de meu coração teu lar
Aqui há castelos, há céus
Há tudo de melhor, paraíso
Para que comigo venha viver.

Faça assim nao, vamos aprender
Ousar de novas coisas,
Encarar o que vier
Matar o que não servir
Vamos ser assim, felizes.


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terça-feira, julho 27, 2004

Manaus é...

  • Muitos prédios em construção
  • Muitas pessoas imitando o Rio e Salvador
  • Muito calor, e muito mais umidade do que no Rio. Aqui, o inverno é chamado verão, porque chove demais no verão, então as pessoas não podem sair de casa.
  • Muitas indústrias e fábricas
  • Muito preço na comida. Acredito que o escoamento de primários não deva ser tão legal.
  • Péssimos restaurantes, pelo que me consta até agora.
  • Ponta Negra, que é uma cópia da Barra da Tijuca. A orla fica no Rio Negro. Tem direito a playboys e tudo mais.
  • 10 mulheres por homem. Há 1 mês atrás, eu iria me perder. Obrigado, Nina, por me ajudar a manter a razão. Já disse o quanto te amo?
  • Pouca educação, infelizmente.
  • Transporte público de péssima qualidade. Tudo é taxi.
  • Rios de dinheiro, provavelmente mais volumosos do que o próprio Rio Negro. Muita gente pobre. Alguns pouquíssimos tem MUITA grana.
  • Diversão muito repetitiva. Muito pagode.
  • Pouca violência. Quase nenhuma, na verdade.
  • Saudades do Rio e do frio. Chegando aqui, logo fiquei resfriado e com a gargata ruim, pedindo arrego. Tudo por causa do choque térmico. Hoje fiquei aéreo o dia inteiro, por conta da energia que meu corpo tá gastando pra me readaptar ao local.
  • Saudades, saudades e saudades...


E novamente, ouço Corcovado, por Sarah Vaughan:
The meaning of existence of my love...

Preciso de uma companhia agradável e amiga pra passar os dias aqui. Rebecca, thx a lot!
Me disseram que eu ronquei na noite passada. Dado que sempre acampei com meus amigos, dividia quartos com minhas irmãs e ninguém nunca antes reclamou, posso assumir estatisticamente que este foi um caso isolado. E se um dia eu começar a roncar de verdade, vou escavar minhas fossas nasais com uma enxada de pedreiro pra não acontecer mais. Ainda tenho que me certificar de que isso não é um caso de frescura do meu companheiro de quarto.
Ontem, comi açaí daqui de Manaus. Um pouco melhor do que o do Rio.




Quero

Quero que pense bem
Nas palavras do momento
Cuspidas acidamente, com
Sentimentos que se desfazem
Ao escrever da amargura que me
Machucou as entranhas, ao padecer
Das convicções de meus dias passados.
Não, nunca quererei ferir a alma amorosa
Que me acolheu em tão febril inverno amoroso
E me fez chorar em lágrimas de ouro e diamante.
Se Ele me olha e me faz senti-lo através desta alma
Farei dos meus dias os melhores ao lado dela. Carpe Diem.
Adorarei a todos os momentos pelo presente, e serei grato por
Se fazer presente em tão grato sentimento, mesmo que inverso por
Alguns momentos. Assim, crescerá como o reflexo do sol na água, como
Cada história dentro de nossa história, dentro da história do universo
Até que cada uma das poéticas prosas ou poesias em rima façam todo o sentido.
É de minha missão proteger-te de todo o mal, e quero eu mesmo não fazê-lo. Quero
Que nunca te faças escondida, porque me machuca como nunca antes machucariam-me. Quero
Tão somente que
Me ame como
Te amo.


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É bem possível que tenhamos adormecido todos exatamente no mesmo instante.
E assim, continuo feliz. Mas também continuo semblante puro. Hoje me perguntaram por que eu estava triste. Não, não foi culpa sua. Foi causa nossa. E já ganha. Daquelas que não têm como recorrer. Tenho a certeza de que vamos solucionar todos os problemas do universo. É só haver comunicação. Este é o melhor universo de nossa época.

Life And Perfection

Everything is tied to a Purpose
And every Purpose to a Dream
Each Dream to a Person
A single Person to many Others

This imagination
That Binds us to the world
All Ilusions
Every vision of Perfection

All Beauty and Truth
Shall not be shadowed
By these times of deception

Get your heart
To the closest meaning of living
Get Your mind
To the closest feeling of relaxation
Get your freedom
By engaging yourself
Playing your role in the World


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sexta-feira, julho 23, 2004

Esperas e Preconceitos

Eu adoro minhas primas. São realmente umas fofurosas aquelas duas: Layla e Nayara. Na ordem da mais velha pra caçula.

Primas

Layla é mais atirada
Nayara é mais espertinha
Nayara tem jogo de cintura
Layla é criativa
As duas são muito engraçadas
As duas às vezes
Conseguem ser muito chatas
O Júnior, cachorrinho, quem o diga.
A mãe, é minha tia legítima
O pai, tio emprestado
Amo as duas, demais
E aqui, deixo registrado.


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É De Manhã.
(Caetano Veloso)

É de manhã, é de madrugada,
É de manhã.
Não sei mais de nada,
É de manhã,
Vou ver meu amor.

É de manhã,
vou ver minha amada, é de manhã,
Flor da madrugada, é de manhã,
Vou ver minha flor.

Vou pela estrada
E cada estrela é uma flor,
Mas a flor amada
É mais que a madrugada
E foi por ela que o galo cocorocô.


Bom, vamos a mais uma edição.
  • O frio que me consome na minha casa me deixa em calafrios, mas pouco temo, porque a felicidade de estar junto da família me aquece muito mais.
  • Por um imprevisto, meu amor está vindo para o Rio, o que vai nos proporcionar mais um encontro! ;)
  • Amanhã temos um show à noite, da banda Publius, na Gafieira no Campo de Santana, Centro do Rio.
  • Domingo de manhã estarei indo para Manaus, a trabalho. ÊÊÊÊêêêêêêêêêêê!!! Primeira viagem a trabalho!
  • Tenho uma novidade que vai alegrar muito o coração da minha mãe! Um presentão para a maior mãe de todos os tempos!


Asco
Não sei o que dizer daquela cena. Ela entrou no ônibus com toda a sujeira em seu olhar e pele. E todo o desdém na face, como quem perdeu o tempo, como quem fora perdida pelas boas oportunidades, e não estava nem aí pra isso. As oportunidades que agarrou? As ruins. E os hábitos. Sua presença me incomodava com aquele saquinho de pipoca, e toda a ansiosa gula com que olhava esganosamente para o tal saquinho, que de tão pouca pipoca mal cabia em sua mão. Era um pouco gorda também. Uma tristeza que fugia de seu olhar eu notei quando ela sentou desrespeitosamente sobre a cobertura do motor do ônibus. Apoiou os cotovelos sobre os joelhos rosa-choque de naylon. Esvaziou a mente. Cuspiu no chão do ônibus. Ela cuspiu no chão do ônibus. E cuspiu de novo.
Fechei os olhos para evitá-la, mas sua presença estava entranhada nas proximidades. Uma sonolência me tomou e me levou para longe. Durante a maior parte da viagem, esqueci que ela estava ali.
Chegando próximo ao meu bairro, abro os olhos, e o que vejo? Ela cuspia novamente. E dali até mais perto da minha casa, ela cuspiu umas 20 vezes, sem exagero. E foram uns 15 minutos. Saltou dois pontos antes do meu bairro, pela porta da frente, sem pagar, sem dar explicações. Ninguém argumentou. Pelo que parecia, queriam-na longe dali, isso sim. Atravessou a rua e seguiu decidida em direção à favela, agora tomada pelo Terceiro Comando. Era suja, e se sujava.

A pior parte não foram os cuspes. Logo que entrou e sentou, rasgou o saquinho pra que ficasse mais raso e pegasse as pipocas mais facilmente. Rasgava pedacinhos de papel e jogava de lado, no chão, absolutamente despreocupada. Ela sujava o ambiente, e eu pedi perdão a Deus pelo julgamento que fazia da pobre alma. O pior erro fora o meu.


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quinta-feira, julho 22, 2004

OverSight Is Back. Blue? No More...


O que fazer? Estive testando o software Hello para publicar fotos no Blogger. Adivinha? Funciona! ;)
Para os que me chamam emotivo, mais um presente (não, não é a saturada foto do meu olho, que coloco em todos os lugares do mundo... É a poesia que vai abaixo!)
Atenção: este post contém subliminaridades e entrelinhas. Examine-o bem.
Ai, que feliz surpresa!


O Chamado
E de tanto pensar na pessoa, pôde ouvir sua voz mais uma vez, antes de dormir. Estão ligados, definitivamente. Com todos os tons e trejeitos de quem fica sem graça, desculpou-se. A resposta à ligação foi, no entanto: "Você é o meu amor. Não se preocupe, e durma bem."

Cheers!

Incomparável Paraíso

Porque tudo o que eu quis ser, tenho sido
Porque tudo o que ainda não sou, serei
Agradecerei, como filho do Pai remido
Do sangue, que é Deus, pelo nobre saber

Nascida a quimera de meus anseios líricos
Visões, canções, poesias que entreguei
Dedicadas a Pai, Filho, Espírito Amigo
Que realizando este lindo sonho, chorei

E hoje me afirmo, mesmo frente à prova
Por tanto e infindável amor recebido
Na plenitude de tão perfeita história

Se tentado todo o sentimento que nos unifica
Uma gigante força que manterá estes sorrisos
Saltará do interior, incomparável paraíso

quarta-feira, julho 21, 2004

A Tudo O Que É Amável

Amizade é mais vida
Enquanto se vive
Aprendizado admitido
Após o choro da perda

Venerável sentido dá
A tudo que vale
A tudo o que antes
Era cegueira

Sabido como findável
Mas sempre se espera
Da amizade, o imortal

De fato, esconde
Uma outra bela cor
Leia-se amigo
Entenda-se amor


Porque eu perdi o Dia da Amizade, mas e daí?!

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terça-feira, julho 20, 2004

Gosto de Gofo - By Nina & Myself

Há algo nas algas de Olga amiga de Helga de algum Ogum que aguçava o ego de Igor egocêntrico. E agora, o guloso e esganado guri gasta grana com Goethe e ganha gravatas de grife.

Frio Afetivo

Passou pelo vizinho, e lhe desejou um bom dia. Maldizendo o frio que fazia, recebeu como resposta do sábio português:
- Ora, esse frio todo é necessário. Imagina se tu não o tivesses, nunca saberias o que é o calor!

Relacionou instantaneamente ao intenso inverno afetivo que passara durante seus anos anteriores. Os próximos dias serão de reflexão. E praia.

domingo, julho 18, 2004

O Encontro...

Foi perfeito.
Finalmente, respiramos do mesmo ar. Foi exatamente como se sempre tivéssemos nos visto durante toda vida.
 
O Filósofo Diz...
A minha Poesia... Ah, como eu a amo.

sexta-feira, julho 16, 2004

... Sexta ...

Know your place in life
is where you want to be
Don't let them tell you
that you owe it all to me


                                                               Rush - Anthem

Amanhã
Faltam algumas horas pra que eu encontre com o motivo de tanta felicidade! :)

Megalomania
Fluxos de energia positiva emanavam de sua voz, vestes e respiração. Deixava um rastro de realizações por onde quer que passasse. As outras pessoas se alegravam de sua presença, e se animavam por realizar seus sonhos também. O poder, como pó-de-pirlimpimpim, era aspirado pelos próximos, e isso dava-lhes o ânimo necessário para continuarem suas jornadas, e mais tarde alguns dos outros aprenderam a ser como ele era, assim como ele também aprendera com outros que por sua vida passaram. O resultado eram sempre pessoas dispostas e sorridentes a despeito de seu estado de torpor ou cansaço de minutos antes. Quando se enervava, o ser atirava rajadas de seu furor racional contra as idéias mal arquitetadas que o incomodavam. Todo e qualquer pensamento que não fosse bem embasado caía por terra como um atroz predador abatido. Era incrível como se lembrava das coisas que passara quando antes de sua vinda. Sua vida, que era como um jogo de xadrez. Quanto mais longe enxergasse, melhores seriam seus próximos passos. Pensou em uma loucura vã que fosse único, mas se alegrou ao descobrir que não estava só. Antes disso, já chegara à conclusão de que ser nada poderia ser bom, não fossem as expectativas enganchadas em si.

Te vira, Playbói! :P


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quinta-feira, julho 15, 2004

Ignoráveis Ignorantes

Ao som de How Insensitive (Instrumental)- Tom Jobim

Ontem fui ao Municipal. 95 anos de comemoração em uma noite fechada pelo Coro e Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, que executou pela primeira vez a Sinfonia N10 Ameríndia de Villa Lobos integralmente, sem ser regida pelo próprio Villa Lobos. Segundo o regente Sílvio Barbado (que devia se chamar Sílvio Descabelado), a primeira e única vez em que isso fora feito foi em 1957, pelo próprio Villa Lobos, na França.

A obra falava da colonização e passava pelos principais elementos da nossa terra através dos movimentos. Movimentos peristálticos à parte, as pessoas começaram a sair das salas ao longo de cada um dos 5 movimentos (do Ameríndio!). Eu, particularmente, não entendi nada do espetáculo inteiro. Muito complexo pra ser apresentado prum público em sessão gratuita. Talvez pra qualquer público. Por isso o próprio Villa Lobos o fez apenas uma vez. Presente de Grego (ou melhor, de brasileiro sacana mesmo) pros franceses.

Pelo menos tinha uns barulhinhos legais de passarinhos no meio dos movimentos: sabiá, bem-te-vi... E também, os textos em tupi diziam que os índios caçavam mulheres de pernas grossas que faziam as ocas. Lição da noite: adoro Villa Lobos, mas pra quem diz ser um fã, me saí bem somente como falastrão.

E hoje, ao ir pro trabalho, Fofoqueira news:
- Minina, vcs nem sabem de nada! O andar do meu marido pegou fogo!
- Nossa! E como foi?
- Foi quente pra caramba! Os bombeiro não tinham escada!
- Ai, meu Deus!
- Todo mundo ficou vivo. Os apartamento tudo ficaram com fulige
- destaque para o "fulige".
- Ai, Jesus!
- É... As mangueira... As mangueira num chegava até os apartamento. Teve que esperar os outro bombeiro! Graças a Deus todo mundo ficou vivo. Meu marido tava num desespero.
- Nossa... Que horror!
- Morreu só o papagaio. Coitado. Falava pra caramba.


Foi descoberto o mistério: o papagaio era diplomata. Falava 5 línguas e era muito sociável. Tinoco. Virou Cotoco de Carvão.

E do alto da sabedoria dessa criatura de cabelos revoltos falando do marido, ela solta a pérola:

- Sabe que eu reparei uma coisa?
- Diz, amiga.
- Interessante... Quando os bombeiro jogava água, sabe aquelas fumaça preta que sobe?
- Sei, sei... O que tem?
- Deixava os apartamento de cima tudo preto... E depois soltava água...
- Ahn...
- É. Olhei aquilo e descobri o que era.
- É? E aí?
- A fumaça do fogo fabrica água. Interessante, né?


O pior da história foi o tom de nova descoberta com o qual três outras mulheres se manifestaram na lotada:
-Séééééério?! Nossa, eu não sabia! - Me recusei a acreditar que falavam sério.

Enquanto isso, no meu heart:
Quinta... Sexta! Linda!


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quarta-feira, julho 14, 2004

Roundabout

Roundabout
(Jon Anderson/Steve Howe)

I'll be the round about
The words will make you out 'n' out
You change the day your way
Call it morning driving thru the sound and
In and out the valley

The muses dance and sing
They make the children really ring
I spend the day your way
Call it morning driving thru the sound and
In and out the valley

CHORUS
In and around the lake
Mountains come out of the sky and they
Stand there
One mile over we'll be there and we'll see
You
Ten true summers we'll be there and
Laughing too
Twenty four before my love you'll see I'll be
There with you

I will remember you
Your silhouette will charge the view
Of distance atmosphere
Call it morning driving thru the sound and
Even in the valley

CHORUS

Along the drifting cloud the eagle searching
Down on the land
Catching the swirling wind the sailor sees
The rim of the land
The eagle's dancing wings create as weather
Spins out of hand
Go closer hold the land feel partly no more
Than grains of sand
We stand to lose all time a thousand answers
By in our hand
Next to your deeper fears we stand
Surrounded by a million years

I'll be the roundabout
The words will make you out 'n' out
I'll be the roundabout
The words will make you out 'n' out

CHORUS

I'll be the roundabout
The words will make you out 'n' out
I spend the day your way
Call it morning driving thru the sound and
In and out the valley


Porque há muito tempo eu não me sentia assim. Te adoro.

segunda-feira, julho 12, 2004

A Poetisa e o Filósofo - Uma Troca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços.
Apertado assim, colado assim, calado assim.
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você
Longe de mim.

                                      - Tom Jobim, Chega de Saudade


Após alguns segundos de um envergonhado silênio, o Filósofo diz:
- Poetisa, temos que ir!
- Ir?! Mas pra onde? Mais do que já viajei para te encontrar? E por que tudo aqui é tão branco?

O Filósofo nota que à sua volta, e salvo os escritos no chão, tudo era branco. Não havia paredes, teto, céu, sombras, árvores, cadeiras, mesas... Nem sequer um copo d'água.

- Devemos popular o mundo. - O Filósofo, com ares visionários, enquanto erguia seu corpo sobre as duas pernas.
A Poetisa, que parecia flutuar sobre uma exuberância que de tão concreta chegava a ter cor - dourada, percebeu a dificuldade com a qual o Filósofo se levantava de um trono de madeira escura, adornado com jóias vermelhas e azuis - provavelmente rubis e jaspes, que tinha entalhados braços humanos muito fortes e grandes como os braços do próprio trono. O braço direito terminava discrepantemente em uma delicada mão feminina, que suportava um tinteiro e uma caneta de pena de pavão. O braço esquerdo terminava em uma garra, parecendo ser de um dragão, e suportava um livro.
- Por que a dificuldade em se levantar? - Perguntava a Poetisa.
- Já não sonho como antes. Vestir esta armadura limita os movimentos da minha criatividade. Minha casa já esteve cheia de objetos e realizações, mas agora está assim, em branco, por falta de uma musa.
- E então, já não estou aqui?
- Você? E como posso saber que não é mais uma paixão que vive às soltas, atacando os pobres criadores deste mundo de razões?
- Eu não sou uma paixão. Sou a Poetisa.
- Prove.
- Que obrigação eu tenho de lhe provar qualquer coisa?
- Nenhuma.
- Então. Está feito. Quer ou não quer minha companhia?
- Sim, é você mesma. - O Filósofo estava satisfeito, enfim.
A Poetisa nesse momento levantou a sobrancelha direita, e imaginou que prova teria ela dado, como qualquer um de vocês devem estar imaginando. Nem eu mesmo posso dizer qual foi a razão que o Filósofo encontrou para acreditar que aquela seria realmente a Poetisa. Ele apenas acreditou, e era como se fosse a verdade mais absoluta deste universo. Era ela mesmo.
- Quer ajuda? - a Poetisa finalmente ofereceu seus braços.
- Tenho que me resguardar, mesmo que seja de você, Musa. Meus sentimentos já foram severamente injuriados por muito tempo durante este tempo que não esteve aqui.
- Mas não vou te machucar!
- Não propositalmente. - O Filósofo, seguro de si.
- Ora, assim não há cooperação.

E ficaram na falácia durante horas a fio. A fina armadura com linhas desenhadas ao longo das placas imitava um corpo humano, perfeito, como uma estátua Grega. Havia também um escudo, preso às costas, que protegia o Filósofo de ataques sorrateiros. Neste escudo, alguns versos caligrafados diziam algo como que em voz alta, pra quem o lêsse. A voz parecia o rugir de um leão:

Faça neve ou frio
Calor ou fogo
Vulcão ou céu
Inferno ou trevas
Ou trégua
O FIlósofo jamais
Precisou usar
De espadas
Apenas escudos
Canetas, e papel
O Filósofo nunca
Deixou de amar.


E à medida que as vozes dos dois seres ressonavam pelo isolado espaço branco, apenas com rabiscos no chão e um trono de ébano, alguns arcos elétricos saltavam de um corpo para o outro. Este efeito jamais fora reconhecido ou documentado antes, mas a hipótese era de que o Filósofo e a Poetisa tivessem uma sintonia sobrenatural. Aos poucos, o peitoral da respeitosa e fria armadura do Filósofo estalou em rachaduras, indicando que a Poetisa vencia sua resistência. Por fim, o Filósofo reiterou:
- Poetisa, me prometa uma coisa.
- O que você quiser - Ela estava disposta a tudo pelo companheiro.
- Cuide bem do meu mais precioso bem.
- Cuidarei melhor do que qualquer outra pessoa jamais pensou antes.

Enfiando a mão direita por uma das rachaduras da grossa placa de peito, o Filósofo segurou firme no metal e puxou-o pra fora, partindo o frontal do tórax da armadura como vidro fino frente à sua vontade. Os estilhaços caíram no chão, indefesos e sem resistência alguma, repartindo-se mais ainda. No fim, os estilhaços eram apenas pó, novamente, e a surpresa da Poetisa foi descobrir o peito do Filósofo completamente ensangüentado e coberto de flechas, cravadas até a pena que dá estabilidade ao vôo. As flechas moviam suas asas, rebatendo-se como ferozes animais que dilasceravam a carne do resistente guerreiro dos ideais. Foram disparadas por impiedosas paixões que o caçavam até aqueles dias, e remoíam sua carne, renovando suas culpas, colocando em xeque todas as suas perspectivas e trazendo dúvidas às suas certezas. Isto fez com que o Filósofo parasse de escrever ou mesmo supor por um bom tempo. Seu coração já estava até virando pedra, para que conseguisse suportar a dor, resignado e infeliz. Seu sangue escorria como lágrimas, lamentando pelo pobre idealista. Um canto soou dos vultosos e brilhantes lábios da Poetisa, enquanto se aproximava do Filósofo em passos ritualísticos, sem tocar o chão:

A Poetisa apenas se aproxima,
Observa a tudo que contas
Com uma compaixão crescente,
E admiração, por tão bravo coração.
Tomo as tuas dores, Filósofo
Com as minhas próprias unhas
Com minhas garras de guerreira
E meus braços de fortaleza

Removo estas flechas - e removeu
Com suas dores azuis
Arremesso-as assim - e arremessou
Ao longe de suas mais
Distantes lembranças
Até que só veja o branco de paz
Até que só veja a mim.

E tomo-o em meus braços
Meu conforto te revelo
De estar contigo, Filósofo
Recria teu mundo
Sob minha inspiração
Não chore, não fuja
Porque agora estarás livre
Enquanto estiverdes
Ao meu lado.


O Filósofo, certo de que estava livre, chorou. Suas lágrimas eram uma cascata cristalina, e limpou todo seu corpo. A Poetisa apertava com força seu corpo contra o do Filósofo, e também chorou. Ambos sabiam que estavam então limpos pela sinceridade de seus sentimentos, e finalmente sorriram. Seus olhos se fecharam, e nada mais pôde ser visto, pois era dos olhos desses seres que emanava toda luz deste mundo.

A última frase deste conto foi a do Filósofo, que pela primeira vez em sua vida, disse:
- Você é a minha Poesia.

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sábado, julho 10, 2004

Encargos Sociais

Meu governo não investe corretamente os impostos que arrecada.
Hoje fui assaltado. Levaram entre R$80 e R$120 (não tenho certeza da quantia exata) e meu celular, que eu havia reabilitado.

Concordo com meu amigo Hochman. Sim, são os encargos sociais. Se o governo não faz por onde, eles mesmos se encarregam de recuperar a parte deles.

A pior perda foi me afastar das pessoas. Perdi um monte de números importantes.
Àqueles que lerem, mandem-me um e-mail: distraidorj@hotmail.com, com seu tel ;)

Mesmo assim, consegui receber a mensagem da menina dos meus olhos. Infelizmente, não deu tempo de responder. :(
Hoje, não há contos. Só reflexões. Lembra do cenário que descrevi no último post? Pois é, foi lá mesmo. Não, não quero estar em contato com esse mundo.

E como sempre, segue a programação do purgatório da Leopoldina. Os policiais queriam me levar à praça onde fui assaltado, pra que eu reconhecesse os bandidos. Eu? Me expor mais ainda à violência? Nem morto. Os donos daquelas linhas ainda hão de esbarrar comigo por aí ;)

sexta-feira, julho 09, 2004

Só Pra Dar Alguma Satisfação ;)

Ao som de Trilogy - Emerson, Lake and Palmer, agora com companhia eterna!! :P

Meus primeiros dias na casa da minha mãe.
Basicamente, tenho que me reacostumar a pegar a condução certa. Até tinha esquecido o inferno que parece a Av Brasil, mas agora relembrei rapidinho. Nos dois últimos dias, peguei uma lotada às 6:15 da manhã (isso mesmo, agora o Rodrigo dorme às 00:00 e acorda às 5:30). Pelo visto, o pessoal é sempre o mesmo - todos se chamam pelo nome, a maioria é mulher e a parte chata é que ficam tagarelando a viagem inteira. Na boa, parece um galinheiro de tão agudas que as vozes ficam. Pelo menos eu fico isolado do barulho dos carros lá fora (não sei o que é pior). A imagem da Av Brasil a essa hora lembra as figuras do inferno industrial - chaminés, fábricas e por aí vai.

Queria expor aqui o que tem acontecido comigo, mas com tantas coisas pra arrumar em casa, não tenho tido tempo pra compartilhar as últimas. No entanto, pros que acompanham todos os capítulos, eu quero dizer o seguinte: encontrei a Mesma Metade que me procurava. Yep! Pros mais achegados, conto tudo no final de semana!

Valeu esperar, valeu por ter toda a aflição. O momento é inigualável, e transcendeu todas as minhas expectativas. Estou muito, muito feliz e agradeço a todas as pessoas que me deram "aquela força". Espero poder retribuir muito mais do que fizeram por mim ;)

Minha maior lição dessa história que se inicia é: insista. Você não terá dúvidas de que o momento chegou, quando ele chegar. Mesmo pros que me viram o cara mais apaixonado do mundo por uma antiga ilusão, eu digo: é diferente de qualquer outra experiência que eu tenha tido. Infinitamente melhor.

E devo a essa pessoa o fato de ter voltado a enxergar o mundo que conto pros outros que existe.

* O Mito da Caverna * deve dizer algo a vocês. Saí das sombras, e o que dizem em romances e filmes felizes é testificado por essa pessoinha aqui, presenteada.

O quê? Pareceu rápido demais? Demorar 7 anos pra perceber foi é lento pra caramba!

Continuo protelando o próximo episódio do melhor conto de todos os tempos :P

quinta-feira, julho 08, 2004

Canções Que Nunca Morrem

Escalas Passionais

Ando sob as vibrantes cordas
Donas da melodia perfeita
Em um céu de fundo azul,
Enfeitado pela aurora boreal
Mas de sorriso brasileiro
De uma lua morena
Que reflete esplendor

E sob meus pés, os trastes
Cada passo, uma casa
Em cada escala, um caso
Em cada caso, aprendo.

Que passe todo o cromatismo
Mas que não passe a alegria
Que preenche meus ouvidos
Como a música de tua voz

Que o ar que respiro
Seja teu hálito
Que os olhos que eu veja
Sejam teus olhos

Porque minha esperança renasce
Renovada como próximas canções
Em compassos aspiráveis
De serem estas canções eternas.


Novidades
  • A viagem pra Ilha Grande foi maravilhosa. Ver o blog da Gótica de Petul... Pelúcia :P
  • Perdoem-me pela inconstância, mas tomei a radical decisão de voltar pra casa da minha mãe. Sim, é Zona Oeste, é subúrbio, bem mais perigoso. Mas lá estão a maioria das pessoas que mais amo nessa vida, e quando quiser me livrar delas por algum momento, é só trancar a porta do meu quarto.
  • Fiz minha mudança de volta na Terça. Meu quarto tá uma zona completa. Vou organizar as coisas aos poucos.
  • * Suspiros de Saudade * - Não é uma beleza? ;)
  • Passei pra segunda fase da seleção do Intercâmbio pra Espanha. Agora são 21 candidatos pra 6 vagas. Preciso estar mais apto do que 15 deles, pelo menos. Felizmente, continuo precisando de apenas 1 vaga.
  • Desde a semana passada, tenho vivido o que acho ser história de filme. Acho que o filme de minha vida chega em mais um de seus ápices, "enfim..."
  • Novíssimos amigos pintaram, mas os antigos e velhos camaradas continuam sendo queridos
  • No trabalho, as coisas começam a deixar de ser tão profissionais e formais pra se tornarem uma diversão. O que estou querendo dizer é: começo a me ambientar com meus novos colegas de trabalho, me sinto bem à vontade com isso, e a produtividade certamente começa a aumentar. De fato, programar torna-se uma atividade que "faço enquanto ouço as músicas que gosto, e converso com pessoas interessantes". Eles me pedem, por que não executar?! :P


Amo muito tudo isso.


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quinta-feira, julho 01, 2004

A Poetisa e o Filósofo - O Primeiro Diálogo

Philosophers and ploughmen
Each must know his part
To sow a new mentality
Closer to the heart


Estava lá aquela armadura, com suas juntas firmes e aparência imponente. Sentada, imóvel. Por dentro daquele exoesqueleto metálico, jazia o Filósofo. Inundado em pensamentos a respeito de vida, morte, terra, fogo, ar, água e milhões de outras sombras que passavam ligeiras mas não despercebidas, tinha ao seu redor uma miríade de conclusões descritas no chão. Fitava cada um dos traços de seus pensamentos, e de tanto encontrar soluções pra tantas coisas diferentes, esqueceu o motivo pelo qual estava ali.
Agora, quase sem poder se mexer, notava algumas leves pegadas sobre todo o seu trabalho. Alguém passara por ali.

Distraído, o Filósofo não sabia se voltava a pensar ou se procurava a dona das pegadas. Foi então que seu telefone tocou:

- Alô, Filósofo?
- Oi! - Com um sorriso, o pensador logo reconheceu a amiga. A voz atravessava abafada aquela armadura completa de bronze recém comprada, novinha em folha, que passou a usar pra se proteger dos ataques de perigosas paixões que rondavam por aí, sem autorização do Rei. Antigamente, usava camisetas de algodão, somente.
- Liguei pra te dizer que não foi apenas por acaso que você a encontrou. Beijos, e boa viagem! - O telefone desliga.

"Que estranho", pensa o Filósofo. Voltou a reparar no chão, e sua surpresa foi grande ao ler os seguintes versos, rabiscados sobre suas idéias:

Vida do mesmo sopro, espalhados
Como areia em mármore polido
Próximos, mesmo que tão distantes
Somos Carvão e Diamante


A estrofe lhe era incrivelmente familiar. Uma brisa foi soprada através das grades de seu ilustrado elmo. Uma melodia encantadora e feminina, espertamente sussurrada através das frestas da armadura dizia assim:

Sou a água pela qual anseias
Beba de minhas palavras,
Prove de minha alegria
Sou Metáfora, sou Luz
Sou a bela Poetisa


Ao terminar de ouvir essas palavras, o Filósofo removeu seu brilhante elmo, que o protegia de pensamentos sonhadores:

- Quem está aqui? - Retrucou o Filósofo - Quem invade minhas lembranças? Entraste pelo meu ouvido, boca ou nariz? Como chegou até minha mente?

Percebeu o cantar da natureza. Foi então que o pensador começou também a enxergar. Das formas desenhadas no chão, um pequeno redemoinho formou-se. Reuniu poeira e cosmo, dando formas ao amorfo, erguendo do vão e do vácuo sinuosos traços femininos. Os passos terminavam exatamente onde parecia estar presente há uns 7 anos uma mulher, de pé, a observar atenta e sorridente os pensamentos do homem. Um sorriso largo e amigável enfeitava seu delicado semblante:

- Poetisa?? O que fazes aqui?! Como não a vi antes?
- Surpreso, meu bem? - A poetisa, sarcástica.
- Ora, mas é claro! Agora então me lembrei o motivo de minha estada!

A poetisa se aproxima e estende a mão ao Filósofo, que ao tentar tocá-la, percebe a enorme distância entre os dois:

- Como isso é possível?! - O Filósofo se torna perplexo demais em suposições. Ao passo que a resposta da poetisa foi:

Olha-me com teus olhos
E compreenda-me por completo
Somos do céu e mar o encontro
O milagre do horizonte
A suave linha intrigueira

Disseca-me em teus pensamentos
Vês?! Ninguém mais o vê
Como agora te percebo

Faço-me bruma e tu me respiras
como fragrância perfumada
Mudo, ao que tu mudas,
Somos Lua e Maré

Sonho, ao que tu sonhas
Fantasio, tu realizas
Realizo, e tu fantasias


Ao tom que o Filósofo completou

Somos o que houver de ser
Somos o que quisermos brincar
Neste mundo de muitas trilhas
Tracei aqui, tracei ali
Liguei as mil maravilhas
Mas tu nunca apareceste
Ora, sou eu um louco
Ou um cego a te procurar?

Um ex-desesperançoso
Com um motivo a me abalar
Mas agora, te vejo aqui
Te vejo aqui no meu peito!
Estás em todos os lugares
Que vislumbro!

Penso, e tu estás aqui
Na minha cabeça, a me assistir


E uniram a voz:
Pra onde quer que cantemos
Chuva, céu e mar enfrentaremos
Fogo, terra, deserto
Ou qualquer linha de pensamento
Ou qualquer metáfora
Em qualquer tempo
Chuva, céu e mar em pensamentos


E ruborizaram, ao notar que suas vozes formavam um dueto surpreendente.

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Backups. Preciso Guardar Cópias dos Meus Amigos

Hoje estou fazendo uma limpeza nos meus dados. Sim, porque banho mesmo eu tomo todo dia. Tomei coragem pra reorganizar os arquivos aqui em casa, removendo coisas não necessárias e gravando cópias de coisas importantes. Finalmente, adquiri uma placa de rede nova, que tá conflitando com a outra já instalada, no meu linux. Por mais que eu tente apaziguar as duas, as pobrezinhas caem na porrada igual a duas irmãs. Uma com ciúmes da outra, pode isso?

Entre uma gravação e outra, escrevo alguns dados ao som de Milton Nascimento, The Beatles entre outros feras. Comendo alguns biscoitos, penso em tantas coisas que a hora acaba voando. A parte boa das férias é que há paz. A ruim, é que o tempo voa, e trabalhar somente é uma rotina pra lá de chata.

Agora toca Chet Baker - Round About Midnight. Acho que já rolou isso em outro post. É uma música que traz à mente momentos de solidão como esse. Enquanto isso, os arquivos vão... De um lado ao outro... E barras de Progresso são preenchidas a todo momento. Procurem por essa música. Vale à pena. O final dela imprime uma leve acelerada no ritmo, mas não faz muita diferença. Tem umas vozes que não consegui identificar.

Vou escolher voluntariamente uma música.

Pink Floyd - Wish You Were Here
Porque as pessoas queridas podiam sempre estar ao nosso lado. Começo a me lembrar da viagem que devo fazer depois de amanhã, e como agora são 22:07, daqui a quase duas horas vou dizer "a viagem que vou fazer amanhã". Ilha Grande.

We're just two lost souls swimming in a fish bowl. Year after year.

E agora a sorte escolhe Mike Oldfield - Jazz. Sim, ela tem bom gosto. Na verdade, essa música é bem curta, servindo apenas de interlúdio para Nino Rota - La Gradisca E El Principe. Me parece tango, mas não sei ao certo. Veio na seleção de músicas de um amigo, o Alex. Ouvi e gostei, não quis apagar.

Ops! Acabaram de me convidar pra sair. Em meia hora tenho que estar pronto. A seqüencia guarda histórias que eu não faço a menor idéia, por enquanto.

E antes de sair, toca

Jethro Tull - Thick As A Brick
... And you make all your animal deals. And your wise men don't know how it feels to be thick as a brick. Alguém sabe o significado dessa expressão? "Thick as a Brick"?

Teach your children how to share
Teach your nation how to become happy
And I'll live here, I'll never leave

Desculpem pelas divagações aparentemente sem sentido.

E à noite...
Lembra daquela galera de Engenharia de Petróleo de uns posts atrás? Eles mesmos. Tinha um cara que não estava no anterior, que insistiu a noite inteira que ser convincente é o mais importante. E mais nada de mais. Continuo na mesma.

Tou com saudade de tanta gente que nem sei mais.