sexta-feira, julho 23, 2004

Esperas e Preconceitos

Eu adoro minhas primas. São realmente umas fofurosas aquelas duas: Layla e Nayara. Na ordem da mais velha pra caçula.

Primas

Layla é mais atirada
Nayara é mais espertinha
Nayara tem jogo de cintura
Layla é criativa
As duas são muito engraçadas
As duas às vezes
Conseguem ser muito chatas
O Júnior, cachorrinho, quem o diga.
A mãe, é minha tia legítima
O pai, tio emprestado
Amo as duas, demais
E aqui, deixo registrado.


Safe Creative #0801110373820




É De Manhã.
(Caetano Veloso)

É de manhã, é de madrugada,
É de manhã.
Não sei mais de nada,
É de manhã,
Vou ver meu amor.

É de manhã,
vou ver minha amada, é de manhã,
Flor da madrugada, é de manhã,
Vou ver minha flor.

Vou pela estrada
E cada estrela é uma flor,
Mas a flor amada
É mais que a madrugada
E foi por ela que o galo cocorocô.


Bom, vamos a mais uma edição.
  • O frio que me consome na minha casa me deixa em calafrios, mas pouco temo, porque a felicidade de estar junto da família me aquece muito mais.
  • Por um imprevisto, meu amor está vindo para o Rio, o que vai nos proporcionar mais um encontro! ;)
  • Amanhã temos um show à noite, da banda Publius, na Gafieira no Campo de Santana, Centro do Rio.
  • Domingo de manhã estarei indo para Manaus, a trabalho. ÊÊÊÊêêêêêêêêêêê!!! Primeira viagem a trabalho!
  • Tenho uma novidade que vai alegrar muito o coração da minha mãe! Um presentão para a maior mãe de todos os tempos!


Asco
Não sei o que dizer daquela cena. Ela entrou no ônibus com toda a sujeira em seu olhar e pele. E todo o desdém na face, como quem perdeu o tempo, como quem fora perdida pelas boas oportunidades, e não estava nem aí pra isso. As oportunidades que agarrou? As ruins. E os hábitos. Sua presença me incomodava com aquele saquinho de pipoca, e toda a ansiosa gula com que olhava esganosamente para o tal saquinho, que de tão pouca pipoca mal cabia em sua mão. Era um pouco gorda também. Uma tristeza que fugia de seu olhar eu notei quando ela sentou desrespeitosamente sobre a cobertura do motor do ônibus. Apoiou os cotovelos sobre os joelhos rosa-choque de naylon. Esvaziou a mente. Cuspiu no chão do ônibus. Ela cuspiu no chão do ônibus. E cuspiu de novo.
Fechei os olhos para evitá-la, mas sua presença estava entranhada nas proximidades. Uma sonolência me tomou e me levou para longe. Durante a maior parte da viagem, esqueci que ela estava ali.
Chegando próximo ao meu bairro, abro os olhos, e o que vejo? Ela cuspia novamente. E dali até mais perto da minha casa, ela cuspiu umas 20 vezes, sem exagero. E foram uns 15 minutos. Saltou dois pontos antes do meu bairro, pela porta da frente, sem pagar, sem dar explicações. Ninguém argumentou. Pelo que parecia, queriam-na longe dali, isso sim. Atravessou a rua e seguiu decidida em direção à favela, agora tomada pelo Terceiro Comando. Era suja, e se sujava.

A pior parte não foram os cuspes. Logo que entrou e sentou, rasgou o saquinho pra que ficasse mais raso e pegasse as pipocas mais facilmente. Rasgava pedacinhos de papel e jogava de lado, no chão, absolutamente despreocupada. Ela sujava o ambiente, e eu pedi perdão a Deus pelo julgamento que fazia da pobre alma. O pior erro fora o meu.


Safe Creative #0801110373837

Nenhum comentário: