quinta-feira, setembro 28, 2006

A Teia da Liberdade

Outro dia me passou pelas mãos um texto a respeito da conquista da liberdade. Era a história de uma mulher que desde criança fora criada com uma espécie de "redoma" projetada pelos pais, que a protegia dos perigos do mundo. E mesmo depois de casada, aquela redoma permanecia. Bom, acontece que um dia a mulher resolveu partir aquela película protetora, mas para sua surpresa, as suas paredes eram muito finas.

Era um exercício de faculdade, em que os alunos deviam terminar a história. Havia algumas coisas interessantes pra se observar naquele conto. Uma delas é termos a tendência, desde criança, a acharmos que não temos liberdade. Que nossos pais podem ser superprotetores, e mesmo chatos.

Analisemos a seguinte situação: o que queremos ao nos afastarmos dos nossos pais durante a adolescência, senão nos distingüirmos de tudo o que vimos até então? A liberdade vem sob a forma de "vontade de experimentar outro mundo". Fato curioso: muitas vezes, essa vontade de experimentar o "novo mundo" nos faz achar que nossos pais e tudo o que temos à nossa volta é antiquado demais. Nos deligamos de todos os "antiquados", e o que conseguimos? Uma outra trama de pessoas (amigos e amores) que também se importam conosco, e que cuidam de nós. Mas para formar e estabilizar essa segunda rede, temos que passar por várias situações um pouco estressantes - desconfiança, traição e por aí vai.

Meu ponto: essa segunda rede é exatamente igual à primeira quanto aos efeitos sobre nós. O que idiotamente chamamos de "liberdade" é uma outra teia de relacionamentos exercendo poder limitante sob alguns aspectos e potencializador sob outros. Não precisamos realmente nos desligar daqueles que nos amam desde criança. Precisamos entender que tipo de efeito potencializador podemos ter nessa rede. Que tipo de apoio pode vir daqueles que nos amam desde recém-nascidos? O melhor possível, quase que indubitavelmente.

A criação da segunda rede afetiva não pode ser desligada da primeira rede. Nossos amigos devem ser conhecidos por nossos pais o máximo possível, bem como nós conhecidos pelos pais de nossos amigos. E devemos, sobretudo, ouvir com muito carinho o que a primeira rede tem a nos falar sobre nossas ações para a formação da segunda. Isto tornará a nossa vida adulta mais confortável, e a rede se formará mais solidamente, sob a supervisão de pessoas bem mais experientes do que nós, em nossa infância e adolescência.

Há um equívoco em nossa definição de liberdade. Vou tentar enunciar alguma coisa que preste, a partir da minha própria análise:
Liberdade é explorar as possibilidades dentro da sua trama existencial, desenvolvendo-a - e não descartando esta trama.

A perspectiva de tempo explorada neste post foi a da minha infância. A linguagem, obviamente, não. É bom ter sempre essa visão de que há uma infinidade de possibilidades para nossas vidas, e pretendo continuar com ela até os cento e vinte anos. Mas não pretendo me afastar dos meus amigos e familiares. Já fiz isso, e o resultado foi uma solidão que não havia experimentado antes. Eu fui um pouco drástico: saí de casa pra morar longe dos meus pais e amigos de infância, conviver com um monte de pessoas novas no trabalho e na faculdade. Hoje, vejo que não precisava ter feito isso. Pudera eu ter ouvido falar dessas coisas quando tinha dez anos de idade. Agora, observo o quanto eu me envolvi comigo mesmo, somente, durante todo esse tempo. Vejo o quanto eu não sei me relacionar com as pessoas à minha volta. Isso tudo podia ter sido muito diferente.

O que me motivou a fazer isso, afinal? Pra mim, as pessoas "antigas" não me entendiam, ou não queriam muito ouvir minhas "viagens". Resolvi procurar outras pessoas, pra descobrir que elas também não me entendiam muito bem... Resolvi, então, viajar sozinho. Custei pra entender que eu precisava mesmo era refazer minha linguagem, para que pudesse transmitir meus pensamentos mais claramente. Agora, vou penar até recuperar um pouco do tempo perdido. Perdido, sob uns aspectos. Ganho, sob outros. No geral, podia ter sido bem melhor.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Manu - Tudo Bem

Vídeo amador de Felipe Benevides. Tudo Bem, de Lulu Santos, interpretada por Manu :-)

Na próxima Quarta, última apresentação, na Letras de Ipanema, às 21:30.

Em Outubro, com João Roberto Kelly, no Gláucio Gil, em Copacabana.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Estrelas de Sexta

Surge luz do mar azul às cinco da manhã
Com céu claro para te encontrar
Bate a brisa no meu rosto, os passarinhos
Me contam segredos sobre o dia
Que está pra chegar

Desço a alameda lá da Gávea
Os ponteiros giram com a saudade a me apertar
Não demora muito e eu te vejo
Nas areias de ipanema com um sorriso
Só pra me encantar

Eu gosto tanto de você que preparei essa canção

O meu amor tem no sorriso um brilho
E o beijo que me faz
Sonhar o dia inteiro
Ele me leva pelo ar
Com aquele abraço firme
e com aquele olhar
Que me faz ver estrelas


Essa
foi feita em um dos nossos primeiros encontros
Ela tava lá, com aquele brilho no olhar,
E os abraços eram tão apertados
Que um moleque passou com os amigos e disse
"Se eu estivesse aqui com a minha mina
Seria como, na areia? só assim, ó"

Morremos de rir, e ao subir na pedra do arpoador
Ela ficou com um medo enorme de cair
Eu, o super-herói, segurei sua mão
Mas quase que não adiantou
Então, resolvemos descer

Beijamos, beijamos e beijamos
Debaixo daquele sol quente de Ipanema
eu me lembro dos detalhes e do telefonema
Que ela recebeu de seu pai
Querendo saber onde estava

Ela estava ali, comigo, numa sexta-feira pela manhã
Com os beijos que me fizeram sonhar o restante da tarde
Estávamos tão radiantes e tão felizes
Quanto o sol que veio nos saudar
Luminosos, como duas estrelas
E com todo o calor que as estrelas têm pra dar




Música que compus para o nosso segundo encotro :)
Colocarei o áudio aqui, em breve.

Relembrando: Quarta que vem é a última apresentação. Depois disso, quem não foi no Letras, "perdeu". Mas aí já vai rolar a de Outubro, né? Mais detalhes nos próximos dias :)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Números Interessantes

Olha só que legal... Estava eu a reparar a quantidade de visitas totais do blog. 11 mil visitas, quase. Daí, pelas minhas contas, percebi que:

1 - Em 2 anos de blog, temos 24 meses.
2 - Dividindo o número de visitas pelo número de dias, tenho pouco mais de 15 visitas por dia.
3 - Tenho um pouco menos de 2 anos de blog, portanto são quase 20 visitas por dia a esse lugarzinho.
4 - 20 visitas por dia... Sendo um blog, concluo que a maior parte dos visitantes seja recorrente. São pessoas que já conhecem e gostam - provavelmente você. Como não é um tipo de material encontrado em qualquer lugar, acho que o público que vem aqui é bem fiel mesmo.

Dessas 15 a 20 visitas diárias, pode ser que haja vários sites com robôs na internet que vasculham as páginas por aí - inclusive as minhas. então, vamos reduzir essa quantidade de visitas pra entre 5 e 10 pessoas REAIS por dia. Essas 5 a 10 pessoas reais entram no Progresso TODO DIA. Vamos supor a média de 7 pessoas. Eu, particularmente, o visito muito pouco, porque recebo os posts e comentários via e-mail.

Curiosidade: tenho uma amiga que conheceu o blog através de um amigo dela de Minas Gerais. Essa amiga indicou o meu blog pra um amigão meu, e depois ele nos apresentou. Quer dizer, se o mundo é pequeno, o mundo virtual consegue ser menor. E eu até hoje não tenho idéia de quem seja esse cara de Minas. Se você estiver lendo, muito obrigado pela propaganda positiva! ;D

Outro indício interessante: outro dia, postaram um comentário absurdo e abusivo, totalmente agressivo em um de meus textos. Sempre pensei que meus leitores fossem pessoas próximas. Essas pessoas próximas geralmente são polidas o suficiente para não fazerem comentários tão feiosos. Para haver pelo menos um mal educado que diretamente me ofendesse, o número de leitores não deve ser tão baixo assim. Era um tal de Pedro. Não sei se usou pseudônimo, mas também não me interessa saber, já apaguei o comentário. Esse cara me ajudou a saber que existem pessoas bem distantes de mim que se dão ao trabalho de ler os textos. Obrigado, Pedro. Ah, se você não gosta dos textos, faça uma crítica, e não uma ofensa. Ou, por favor, entre em contato direto comigo, de preferência de maneira que possamos falar um com o outro. Aí na página tem tudo: email, orkut e msn. É só adicionar. :)

Mais uma pista: às vezes eu esbarro com gente que diz que lê sempre o blog, mas que não comenta porque não se sente à vontade. São pessoas que me conhecem de vista, e até amigos que eu não esperava que lessem. Essas pessoas conhecem os posts, e às vezes lembram de histórias que eu mesmo esqueci que coloquei online.

Queridíssimo leitor, você, com certeza, não entra todo santo dia aqui, certo? Então, supondo que me visite uma vez a cada duas semanas (alguns mais, outros menos), são 7 pessoas diferentes a cada 14 dias. Em 14 dias, 7 pessoas diferentes por dia dão quase 100 pessoas.

100 leitores... Em se tratando de alguém que não cuida muito bem de seus textos, eu até que estou me saindo bem. Não esperava tanto interesse assim de vocês! :-)

Conclusão: eu acho que tenho que cuidar um pouco melhor das minhas historinhas e poesias. Porque vocês certamente não entram aqui pra ler posts repetidos, correto? Então, mil desculpas pela decepção que lhes causo toda vez que entram aqui e não vêem posts novos.

Vou me esforçar pra melhorar. Mais poesias, músicas, vídeos e histórias em menos tempo, beleza? Eu devo ter uma centena de poesias em cadernos espalhados por aí, pelo menos. Prometo resgatá-las.

Um grande abraço a todos. E por favor, deixem seu parecer aqui, sempre que quiserem, porque eu quero saber quem são vocês, e não adivinhar. ;)

De quanto em quanto tempo você costuma visitar o Progresso?

segunda-feira, setembro 18, 2006

Retoques Inúteis

Pode dizer até que eu não saiba trabalhar em equipe
Mas é isso: eu não nasci mesmo pra ser pau mandado
Não vim aqui pra agradar, nem pra desagradar
Muito menos pra ser rascunho da vontade dos outros

"Ajeita isso porque não ficou bom"
"Agora volta, porque também não ficou legal"

Se for por gosto, vai pro fosso, que eu tenho o meu
Se não tirarmos um ponto médio, eu tou fora
Se for propriedade minha, somente, não meta o bico
E se for só pra dizer que participou,
É melhor sorrir apenas, que eu dou até crédito de co-autor

Por orgulho, nem me chame, que eu vou rir
Não tenho vocação pra capacho




E Quarta Feira, dia 20, Manu no Letras de Ipanema, às 21:30. Espero vocês por lá!

domingo, setembro 10, 2006

Manu - De Tanto Amorrrrrrrr

Olha aqui o que acontece no show. Lembre-se: ainda há outras três quartas-feiras. Aproveite enquanto dura. Letras & Expressões de Ipanema, esquina da Visconde com a Vinícius, às 21hrs. :)

sábado, setembro 09, 2006

L'Au-Delà

Neste tesouro, descobri um mundo, muito bem encontrado
Que não tinha nem sabido da existência

Tudo isso numa flor que nasceu na Terra
Alguém que não é daqui,
Que não devia ter encarnado

Quiçá eu não a tenha achado, mas sim,
Talvez pelo princípio desconhecido da existência
Tenhamos nos tornado um do outro?
Quem sabe se, por ignorância sobre o que há em l'au-delà,
Pensamos que fosse o acaso?

Tanta ternura e sensibilidade não podem ser comportados
Por uma mulher tão simples em um corpo de carne e osso formado

Tanta alma, tanta luz e tanto ardor
Deixam esta mulher, no extremo da sensibilidade,
Em um estado de permanente calor

Seu beijo evoca o mais perfeito paraíso
Sua voz a mais divina adoração entoada

O que a trouxe aqui? Com qual fim?
Ainda não sei explicar, e penso que possa ter vindo por engano
Trazida no lugar de outrem que, de imperfeita, fosse d'antes destinada a mim



Sempre em tempo: Quarta-feira tem Manu, na Letras & Expressões, às 21:30 :)

Saudade, torrente de paixão...