sexta-feira, dezembro 05, 2008

Youtube Symphony Orchestra

A orquestra sinfônica de Londres compôs uma peça para a inusitada primeira orquestra colaborativa via web. Os músicos serão selecionados através do youtube para se apresentarem no Carnegie Hall, sacro-santo lugar onde a Bossa foi apresentada formalmente pela primeira vez aos Estados Unidos! :)

Aos meus colegas instrumentistas, desejo o melhor! Que vão para o Carnegie Hall!

Notas:
  1. A idéia geral é a seguinte: você faz o download da partitura, treina com a regência em um vídeo online, grava a sua performance e manda pra seleção. Se for escolhido, vai pro Carneggie Hall se apresentar, com tudo pago ;-)
  2. Serão permitidos instrumentos não convencionais a orquestras. Quando selecionar seu instrumento, se ele não estiver presente na lista, pode selecionar um equivalente, deixando selecionado um instrumento de função parecida, com a mesma região, aproximadamente. Há algumas sugestões em um documento que você pode baixar ao escolher "other" no instrumento (ao invés de piano, por exemplo), mas não se preocupe se o seu instrumento não estiver lá também, é só uma linha guia. A idéia é permitir a diversidade, já que é um projeto global.
  3. O link brasileiro não está funcionando perfeitamente. Tente o americano. Tem um monte de bandeiras em cima, cada uma com o link da língua específica.
  4. Tem várias lições em vídeos online pra aprender os movimentos, todos com instruções de professores integrantes da orquestra sinfônica de Londres, e vídeos com a regência do maestro, para treinar. As partituras para cada instrumento também estão disponíveis, devendo ser estudadas.

O link é esse aqui: Youtube Symphony Orchestra

Agora é mandar brasa! Practice, Practice and Practice it!

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Retroceder, Quando For Para Retroceder

Escrita no Sábado passado.

Hoje tirei um cochilo na casa da minha mãe. Caí feito um porco morto no sofá, só acordei horas depois. Mas, aleatoriamente, quando acordei, lembrei-me de um evento profissional interessante. Há mais de quatro anos.

Eu estava em um ritmo de trabalho bem puxado. Pensava em ter um pouco mais de tempo ocioso para me dedicar à faculdade, e queria me envolver com tecnologias diferentes. Isso me levou a querer me desligar da empresa onde estava. E anunciei: estou de saída.

Talvez tivesse vinte e dois anos. Houve um almoço, para me felicitar em minha nova jornada. Por um mês inteiro, trabalhei em uma segunda empresa, por apenas quatro horas diárias. Estava começando também a me ligar a um grupo de pesquisa na faculdade. Desde que estive numa multi-nacional, em 2000, sabia que o melhor a fazer na área de tecnologia era trabalhar em startups. Foi meu primeiro emprego, e de lá saí em seis meses. Em uma área emergente, numa startup, se bem escolhido o lugar, é provável que você faça carreira até se tornar um "peixe grande", já que as empresas pequenas tendem a crescer com uma mortalidade muito menor do que em áreas mais apertadas. Mas há de se esperar, como sempre. Além disso, os trabalhos são menos divididos. Todo mundo tem que fazer de tudo.

Ao fato: o almoço de despedida. Lá pelas tantas, fiz um pequeno discurso. Bobeira mesmo, mas há de se ter cara-de-pau para oratória, né? Levantei, houve silêncio. Umas dez pessoas me olhavam. Disse que havia gostado bastante de trabalhar com todos, e realmente o havia, mas que precisava ter um pouco mais de atenção com a minha vida acadêmica. E disse que os amava. E Deus viu que o discurso foi bom, porque houve uma comoção de alguns curtos segundos. Falar a verdade mais intensa é sempre comovente.

Após uns quinze dias de saída, estava feliz com minha nova vida. De manhã, trabalho. À tarde, estudava ou ficava ocioso. E à noite, aula. Os ganhos eram poucos, era uma outra empresa começando, com umas cinco pessoas, ainda na incubadora. Enfim, garotos recém-saídos de um laboratório da PUC. E eu, um garoto estagiário que acabara de ser contratado. E nesses quinze dias de saída, recebi um telefonema. Era a administradora da empresa da qual tinha acabado de sair, que havia se tornado minha amiga. Ligara a mando de um cara que mais tarde me influenciaria absurdamente. Esse cara havia se tornado sócio da empresa. Eu saía, ele entrava. A primeira vez que nos vimos foi no meu almoço, quando fiz o mini-discurso, seguido da mini-comoção.

Eles queriam que eu desse um pequeno curso para um grupo de estagiários que entravam no meu lugar. Não me lembro muito bem a ordem temporal das coisas. Preparei o curso e ministrava-o aos Sábados, arrumando um trocado a mais pra sustentar meus gastos num quarto de família na Rua das Acássias, na Gávea. Após terminado o curso, conversei pessoalmente com o Alex, o novo sócio.

Ele me contou que planejava uma segunda versão de um programa que fiz, e que acompanharia todo o processo de perto. Que precisava de mim pra refazer a coisa toda, e me ofereceu o triplo do que ganhava. Ele é um cara que teve muito sucesso com a bolha da internet, era visionário, sabia lidar com pessoas, super carismático, de um humor enorme (fazendo inclusive várias ironias sobre si mesmo). Estava me oferecendo o triplo para que eu trabalhasse supervisionado de perto por ele. Pedi demissão da empresa na qual acabara de entrar, pois via que iria encarar muita aprendizagem e (por que não?) mais dinheiro no bolso.

O que mais me marcou naquela conversa foi ele me dizer que, após o almoço, conversava com o outro sócio, Sérgio, sobre a minha saída. A coisa foi mais ou menos assim, segundo o que ele me contava:

- Sérgio, você vai deixar esse cara sair assim? Sem uma contra-proposta? Nada?

Quando percebeu que seu parceiro não faria nada para manter um talento na empresa, empenhou-se pessoalmente em me trazer de volta. Muitas coisas aprendi com o Alex, e também com o Sérgio. Eram estilos praticamente opostos de liderança. O ponto realmente fraco do Sérgio era que nós víamos bons programadores escorrerem para fora da empresa, após um período realmente apertado de trabalho excessivo e produtividade altíssima. O ponto fraco do Alex eu ainda não sei.

Trabalhei com ele durante várias semanas, lado-a-lado. Foi surreal. E tivemos um projeto super bem sucedido, considerado mais tarde um dos três melhores do mundo na sua área. Valeu à pena ter voltado. De projeto pronto, resolvi retomar o projeto de trabalhar em outro lugar, desta vez pra encarar coisas diferentes. Aí é papo pra depois. Depois eu conto.

sábado, novembro 29, 2008

Autobiografia

Essas semanas estou numa onda de leituras biográficas. Li o Tim Maia e o Noites Tropicais, ambos do Nelson Motta, estou terminando o do André Midani (onde, descaradamente, ele desmente um dos eventos narrados pelo Nelson Motta no Noites Tropicais, quando supostamente o Tim Maia destruiu toda sua sala na presidência de uma gravadora no Brasil). E comecei a ler o do Tom Jobim, do Sérgio Cabral. No livro, Sérgio relata que Tom o chamava "meu biógrafo". E pensei: quem fará a biografia do Sérgio Cabral? E se todos tivessem um biógrafo atrás de si, quem seria o biógrafo dos biógrafos?

Não sou o Tom Jobim. Deixo registrado aqui que adoraria ter a importância de alguém que merece a companhia de um biógrafo pessoal. Sorte do Tom que o Sérgio Cabral não se foi antes dele (é premissa que o personagem tenha batido as botas para que o biógrafo faça seu trabalho por completo). Mais sorte ainda foi ser pesquisado "em vida", e por um amigo. Alguns não têm esta mesma sorte. O Sérgio assina a biografia do Ary Barroso. E quem disse que os dois viveram carne-e-osso como com o Tom Jobim?

Como não sou o Tom, e não tenho meu biógrafo, coube-me sacar a importância do Progresso, este singelo blog à moda antiga, à la Meu Querido Diário. Meus filhos - tomara que eu os tenha - terão coisas suficientes aqui pra fuxicar quando eu me for. Matar a saudade, e colher algumas inspirações - tomara que as queiram. Como já tenho a mulher da minha vida, que aniversaria HOJE, sinto-me também na obrigação de deixar registros vitalícios para que ela desfrute deles quando tiver saudades e eu tiver me ido desta vida. Decerto, encontrará várias respostas aos meus fenômenos psicológicos imediatamente, se assim reler uma coisa aqui, outra ali.

De repente isto aqui passa a significar alguma coisa para terceiros, nunca podemos esquecer que a vida é imprevisível. Vou registrar o Progresso como "Meu Biógrafo". Eu forneço as linhas da minha vida, e ele se lembra delas enquanto o Google viver. E personagens tão aleatórios e incógnitos como eu também podem fazer sua visita e perder um pouco de seu precioso tempo nessa coisa nostálgica que é a visita ao passado.

Tem vários baratos ao ler estas biografias. Primeiro, que elas me ensinam muito sobre o mercado musical, como as coisas acontecem, e quem são os personagens que os fazem acontecer. Hoje não é igual como há cinqüenta anos, mas ainda resta muita coisa em comum. Segundo, é fácil você se achar íntimo dos biografados. Terceiro, você encaixa as peças de um quebra-cabeças, que é o da MPB. Os mesmos personagens se repetem. Exemplo: aprendi que o Gilberto Gil é um cara super camarada, amado por todos, de uma inteligência social incrível e que se sacrificou por vários amigos. E ele não foi nenhum dos biografados que eu li.

Dessa forma, repenso aquela máxima de que "blog pessoal de cú é rola". Se você quer se deixar um pouco imortalizado, pelo menos pras pessoas que vêm, é bom ter um blog do tipo Meu Querido Diário.

Ces't tout.

sexta-feira, novembro 28, 2008

A Continuidade

Oitenta por cento das coisas
Que eu prometo ou planejo, não faço.

Das que faço,
Vinte por cento são responsáveis
Por oitenta por cento da minha satisfação.

Das que não faço
Vinte por cento seriam responsáveis
Por mais-que-dobrar minha felicidade.

Mas... Como escolher o que descartar?
Sujeito-me ao acaso, à intuição
E por vários momentos, à impulsividade

É a desigualdade das coisas que nos fazem bem:
Fazê-las leva tempo, e mesmo acreditando,
Nunca saberemos se de fato nós estávamos certos.

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terça-feira, novembro 25, 2008

O Pop Procura o Inusitado

A mídia aplaude o namoro pedófilo entre o marmanjo compositor Marcelo Camelo e a adolescente Mallu Magalhães, cujas composições in English, suas influências londrinas e suas visitas estrangeiras no myspace encantaram o descerebrado quarto poder brasileiro, que a enfiou goela abaixo do povo. E isso não despertou nenhum inquérito.

Mallu foi uma zebra da música brasileira. Um cisne negro. Tomara que traga algo de bom, que não seja uma modinha. Que eduque os ouvidos, de preferência. De maneira planejada ou não, Zé Ramalho já estava pra embarcar nas ondas do Bob Dylan.

O evento promoveu Camelo de uma forma que suas composições (seu principal negócio, e motivo pelo qual deveria tornar-se mais e mais famoso) não haviam conseguido nos últimos tempos.

Veja bem, não estou explicando ou induzindo nada. Estou apenas expondo as coisas. Não o acho um compositor ruim, até aprendi algumas coisas bem legais ouvindo músicas dele (alguns truques muito fodas, por sinal).

Torço pra que o próximo hit de Camelo seja uma de suas canções, e não a notícia do término de seu namoro com uma guria que acabou de aprender a escrever. Em Inglês.

Hoje Fui ao Cinemark

Ouvi uma trilha fantástica antes do filme. Uma tal de Rádio Trama. Me impressionou muito a qualidade da reprodução. Se as casas de show tivessem o mesmo equipamento dos cinemas, haveria mais público, e o Tim Maia nunca reclamaria do técnico de som.

Pra dar uma idéia, do saguão, comprando pipoca, estávamos ouvindo Último Desejo, de Noel Rosa. A voz era feminina, mas muito abafada, e o violão meio vintage, dava um climinha. Entrando na sala, o som foi desabafando, o violão ficou cristalino, e a Manu acertou a voz: era da Gal. O Fênix canta no mesmo tom, exatamente, e tem até uma pegada parecida nessa música. O violão era um show à parte: Chico Pereira. Seguiram-se interpretações, sempre no tema Noel Rosa, de João Bosco, Maria Bethânia e Rosa Passos, interrompida nos primeiros segundos para o início do filme. Se me oferecessem a trilha da rádio na saída, eu estaria tentado a comprar.

Me perguntei quais serão os novos modelos de negócio do mundo da música. Só sei que morrer não vai, porque não dá.

domingo, novembro 16, 2008

O Que Basta

Aquele que define seu passo
Tem nas mãos a vida que escolher

se falta amor, planta,
Se sobre carinho, dá,
Porque nunca tanto se precisou

Da verdadeira mão
Senhora da fraternidade
Sem sinais de culpa ou cobrança
Dedos que afagam
Tão somente por caridade

Quem mal afagou
Foi aquele
Que por mero interesse doou

Fingindo dar pra enganosamente tirar
Planejou tudo: furtou e voou

Todos os campos estão assim
Os de concentração, de vida e de guerra

Basta dar,
Basta ter o que tomar.


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sexta-feira, novembro 07, 2008

quinta-feira, novembro 06, 2008

À Distância

Resolvi que faria um novo post. Ontem, ao voltar pra casa, fui agraciado por uma chuvinha daquelas que molha a rua e, sendo a Gávea o lugar verde que é, espalha o perfume das árvores pelo ar. Foi muito bom andar até o baixo pra pegar o ônibus de volta. Daqui a pouco realizo o mesmo trajeto de ontem, mas provavelmente sem chuvinha.

À distância. Mas não inativo. Tenho aprendido mil coisas sobre música, sobre produção musical, e resolvi que faria um blog pra compartilhar meus conhecimentos adquiridos sobre a discografia brasileira. Está aqui, escrevo-o em inglês e narro-o em inglês para voltar a exercitar a língua:

www.loungebr.com

Estou ainda no terceiro podcast, mas já fui ouvido por mais de cento e vinte pessoas, e no meio desse povo, o blog até mereceu uma menção em um outro blog estrangeiro, que fala sobre coisas de marketing na internet etc. Aparentemente agradou.

Com este podcast, também promovo a um segundo nível meus novíssimos conhecimentos de mixagem e gravação, e passo a utilizar para algo mais produtivo o meu home studio. A meu próprio serviço.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Large Hadron Collider Rap

Duas bobagens seguidas são improváveis neste blog. Mas aí vai. Um Rap (em inglês) que explica o porquê e o contexto do Large Hadron Collider. Featuring Stephen Hawking.

Muito engraçado e elucidativo :)

terça-feira, setembro 09, 2008

segunda-feira, agosto 25, 2008

Lembraças Adolescentes

Smashing Pumpkins me traz lembranças da minha primeira grande paixão. Eu era tão platônico... Amo muito da pessoa que fui.

sexta-feira, julho 25, 2008

Milhares de Selos

A contrapartida do crash das grandes gravadoras é a de que, em compensação, tornou-se muito, muito barato fazer um disco. Os novos artistas estão aí: praticamente donos de seus próprios bazares. Até um novo império da música se formar na própria web, muita água vai rolar.

Meus agradecimentos a Shawn Fanning pelo Napster, à Apple pelo Ipod, e a Suzanne Vega pelo MP3.

É como se uma represa tivesse se rompido. De repente, a música começou a fluir no mundo inteiro, descontroladamente - de todos para todos. Os canais proprietários de grandes gravadoras não mais são tão importantes assim, e quem nunca se viu em condições de fazer um disco, hoje pode sonhar em ter seu trabalho bem gravado e conhecido.

Se vira mania ou não, depende inteiramente da qualidade.

Zezé Gonzaga

Ela se foi. É só ver o vídeo, dois ou três posts abaixo, pra entender de quem se fala.

sexta-feira, julho 18, 2008

Fulgor

O que há no meu peito
Além de carne viva,
Senão a rubra nobreza
Vertida em tensão, trabalho,
Descanso e descaso?

O que existe de muito maior
Do que a superfí­cie dos alvéolos
Senão todo o céu que suspirei?

O que há no meu ventre
Além do gofo e da bílis
Senão a glacial torrente
Precedente a todos os três meses
Do peremptório verão de Sol a pino
Que tua nudez me descarrega?

O que existe no meu corpo
Além dos ossos e da cartilagem rente
Além da descampada relva sacra?

Além de qualquer sentimento coerente
Está uma única nota fisgada

Ela é vociferada esôfago afora
Amplificada na garganta
Salmodiada liricamente
Em uma singela e angelical cantata

O que há em mim além de gente
Senão mágoas, marcas, fulgores e alentos
Noites simples, sonhos, timo,
E um coração que ama?


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Sobre Kind Of Blue

Excelente mesmo. Disco revolucionário do Miles Davis, como um monte de gente já sabe, e eu estava devendo sua audição. Mas a versão que tenho, infelizmente, tem um problema sério: o trompete e o sax são altos demais. Eu queria ouvir mais os outros instrumentos, e o efeito de ambiência, que espalha lentamente o som pelos nos ouvidos. Interessante.

terça-feira, julho 15, 2008

Aula com Guinga

Ele: "Acho que daí você podia vir por esse caminho, ó..."

Tocou um outro acorde, que não o que eu escolhera.

Eu: "Esse acorde é muito maneiro. Que intervalo é esse aqui no meio, hein?"
Ele: "Esquece o intervalo. Ouviu? Você achou bonito?"
Eu: "Muito."
Ele: Então, pra compor, você ouve primeiro, e escolhe. Depois faz a análise.

segunda-feira, julho 14, 2008

Hellboy II

Estou ouvindo a trilha sonora de Hellboy II. Não vi o filme (ainda), mas também... I don't care that much. A trilha, essa sim me interessa. Foi feita por Danny Elfman.

Lembra da trilha sonora encantadora de Edwards Mãos de Tesoura? Foi o mesmo cara.

quarta-feira, julho 09, 2008

Dissaber

Quando aprendo, não crio
Quando crio, desaprendo
Refazendo o caminho, entendo
Desenfreadamente compreendo

Outra vez percorrida a lição
Retrabalho os desvarios
Ressabio meus equívocos
Contestes de uma vida torta

Variando a tentativa
Reforço minha cabeça oca
Quando acerto, é só de boca
Papo de argumentista

Procuro na palavra
A retórica afleumada
Sofisma arquiburocrático
Peneira das desverdades
Perversidade emblemática
Maldade desmedida.



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Você Quer Ficar Sem P2P?

As redes de compartilhamento de informações (Emule, Kazaa, Torrent etc) estão prestes a serem consideradas redes criminosas. Quero dizer, uma parte importante da revolução digital causa medo em um bando de velhacos que não sabem mexer sequer no word. Ao invés de fazer um cursinho por aí, eles pensam em inibir o conhecimento dos outros.

Eu sei que isso não vai longe. Assim que for considerada crime, alguém vai surgir com redes criptografadas ultra-sigilosas. Vai dar no mesmo. Todo mundo vai continuar fazendo downloads. Só de raiva.

Pra poupar o tempo desses sábios programadores, vote contra este projeto de lei AQUI. Na pior das hipóteses, vai sobrar tempo pra se preocuparem com assassinos, traficantes, seqüestradores etc.

Não adianta. Isso não tem condições de ir pra frente. Mas pelo menos faça a sua parte.

quinta-feira, junho 26, 2008

Falei Com Os Senadores Sobre a CSS

Através do blog Formigas Com Megafone, descobri que há uma lista remissiva dos emails dos senadores do nosso país. Precisamente oitenta e um endereços. Resolvi então mandar um manifesto educado, como cidadão e pagador de impostos que sou, para todos eles. Copiei todos os endereços na mão e preparei minha mensagem:

Senhores,

Como cidadão brasileiro e, portanto, um pagante de impostos, venho por meio deste solicitar o veto da CSS. O povo não está disposto a sofrer mais um grande período impedido de realizar transações comerciais por receio de taxações sobre taxações. Isto é um absurdo inaceitável, e inibe a movimentação de dinheiro, por motivos óbvios.

Um abraço,
Rodrigo.

Para o meu espanto, nenhum dos emails voltaram. Isto significa que todos estão ativos e suas caixas não estão abarrotadas. Bom sinal.

Para a minha consternação, eu recebi quase que imediatamente, às 21hrs da noite, a seguinte resposta do Senador Álvaro Dias:

Da tribuna do Senado já me pronunciei contra essa aberração constitucional aprovada pela Câmara. O projeto que restabelece a CPMF com o apelido de CSS é afronta ao povo brasileiro que não agüenta mais pagar tanto imposto. Não há argumento inteligente que possa justificar essa atitude do governo. Falar em Reforma Tributária e aprovar projeto criando novo imposto é falsidade. A CSS é um escárnio, um equívoco e uma afronta à sociedade. A verdade é que nunca se arrecadou tanto imposto no Brasil. Os brasileiros não agüentam mais esta pesada carga tributária. A arrecadação está tão boa que outro dia o governo pediu ao Congresso autorização para repassar ao BNDES 12,5 bilhões de reais para que ele financie projetos em outros países, como o metrô de Caracas, na Venezuela.Há,portanto,dinheiro suficiente para aplicar na Saúde, sem ser preciso sacrificar ainda mais o contribuinte brasileiro.O Senado deve rejeitar essa ofensa à inteligência nacional. Desde já esclareço que vou votar contra a aprovação deste novo imposto que o governo do PT quer impor ao povo brasileiro.
Grato pela mensagem e receba o meu cordial abraço,

Álvaro Dias


Isto mesmo. Um senador me respondeu imediatamente, dentre os oitenta e um que receberam. Vamos ver nos próximos dias quantos deles darão atenção à mensagem. Senhor Álvaro Dias, muito obrigado por me responder. Quanto a saber se o que me dizes é verdade ou não, isto eu não sei. Ninguém sabe. Gostaria muito de acreditar, mas o nosso país está desse jeito, descreditado.

Para que ninguém passe pelo mesmo suplício que eu passei, montei um esqueminha esperto para que você também possa se comunicar com os senadores via email. Via gmail:

todosossenadores@gmail.com


É só mandar para este endereço, que todos os senadores receberão a mensagem. Caso você queira a lista, compartilho aqui com você:

adelmir.santana@senador.gov.br,
almeida.lima@senador.gov.br,
mercadante@senador.gov.br,
alvarodias@senador.gov.br,
acmjr@senador.gov.br,
antval@senador.gov.br,
arthur.virgilio@senador.gov.br,
augusto.botelho@senador.gov.br,
carlos.dunga@senador.gov.br,
cesarborges@senador.gov.br,
cristovam@senador.gov.br,
delcidio.amaral@senador.gov.br,
demostenes.torres@senador.gov.br,
eduardo.azeredo@senador.gov.br,
eduardo.suplicy@senador.gov.br,
efraim.morais@senador.gov.br,
eliseuresende@senador.gov.br,
ecafeteira@senador.gov.br,
expedito.junior@senador.gov.br,
fatima.cleide@senadora.gov.br,
fernando.collor@senador.gov.br,
flavioarns@senador.gov.br,
flexaribeiro@senador.gov.br,
francisco.dornelles@senador.gov.br,
garibaldi.alves@senador.gov.br,
geovaniborges@senador.gov.br,
geraldo.mesquita@senador.gov.br,
gecamata@senador.gov.br,
gilberto.goellner@senador.gov.br,
gim.argello@senador.gov.br,
heraclito.fortes@senador.gov.br,
ideli.salvatti@senadora.gov.br,
inacioarruda@senador.gov.br,
jarbas.vasconcelos@senador.gov.br,
jayme.campos@senador.gov.br,
jefferson.praia@senador.gov.br,
joaodurval@senador.gov.br,
joaopedro@senador.gov.br,
joaoribeiro@senador.gov.br,
jtenorio@senador.gov.br,
j.v.claudino@senador.gov.br,
jose.agripino@senador.gov.br,
jose.maranhao@senador.gov.br,
josenery@senador.gov.br,
sarney@senador.gov.br,
katia.abreu@senadora.gov.br,
leomar@senador.gov.br,
lobaofilho@senador.gov.br,
lucia.vania@senadora.gov.br,
magnomalta@senador.gov.br,
maosanta@senador.gov.br,
crivella@senador.gov.br,
marco.maciel@senador.gov.br,
marconi.perillo@senador.gov.br,
marinasi@senado.gov.br,
mario.couto@senador.gov.br,
marisa.serrano@senadora.gov.br,
mozarildo@senador.gov.br,
neutodeconto@senador.gov.br,
osmardias@senador.gov.br,
papaleo@senador.gov.br,
patricia@senadora.gov.br,
paulo.duque@senador.gov.br,
paulopaim@senador.gov.br,
simon@senador.gov.br,
raimundocolombo@senador.gov.br,
renan.calheiros@senador.gov.br,
renatoc@senador.gov.br,
romero.juca@senador.gov.br,
romeu.tuma@senador.gov.br,
rosalba.ciarlini@senadora.gov.br,
roseana.sarney@senadora.gov.br,
sergio.guerra@senador.gov.br,
zambiasi@senador.gov.br,
serys@senadora.gov.br,
tasso.jereissati@senador.gov.br,
tiao.viana@senador.gov.br,
valdir.raupp@senador.gov.br,
valterpereira@senador.gov.br,
virginio@senador.gov.br,
wellington.salgado@senador.gov.br


Ainda há um último detalhe. A mensagem que enviei para os senadores foi de dentro do email todosossenadores@gmail.com, e toda mensagem que esta conta recebe é redirecionada para a lista de todos os senadores. Pegou o "curto-circuito"? É isto o que eu chamo Transparência Governamental...

quarta-feira, junho 04, 2008

O Chris Anderson Diz

Que tudo será grátis no futuro:
Leia aqui.

Eu falei sobre isso neste blog, há alguns anos atrás. Mas eu não sou o Chris Anderson, editor chefe da Wired, e eleito uma das mentes mais influentes do mundo. Agora, eu mesmo posso começar a pensar que isto seja verdade ;-)

segunda-feira, maio 26, 2008

Primeiras Composições Na Rua

Manu estreou recentemente duas composições minhas no palco. A primeira foi Nega Panela, que fizemos em parceria. Virou o tal lá do maxixe, que é um ritmo muito simpático. A outra se chama Mulher Jangadeira, cujo vídeo pode ser assistido aqui, no site da Manu. Espero que gostem ;)

quinta-feira, maio 08, 2008

O Infigurável Passageiro

Da trama existencial
Sou apenas uma peça
Peça única, sem igual,
Mas mesmo assim, passageira.

Quando eu passar,
Onde aportarei?
Será meu mar este aqui,
O inicial?

Quanto tempo durará
O meu tempo de passar?
E se passar o passageiro agora,
Onde permanecerei?

Se me for para sempre
Será o passageiro, assim,
Uma idéia tão distante por lá?

Mas e se lá for como aqui?
Seria o aqui, lá?
Seja lá como for
Se lá como aqui não for
Não sei se de lá gostarei.



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sexta-feira, maio 02, 2008

Mulher Jangadeira

Eu danço na areia
Dos rios de ouro
De leitos de barro

Água que corre na beira
Mulher jangadeira
Tem os pés descalços

Ê, é cacimba de Eira
Ê, são segredos de mar
Sacode, sacode, ribeira!

Feito sereia eu desço
Pois não tenho medo
Nem de Caninana

Vou de peixeira e terço
São meus adereços
De guarda e de calma

Oi, são panos modestos
Que uso de vestes
Mas tenho o perfume
Que a mata me cede

Sou tipo rasteira
Ninguém me domina
Que eu sou Jangadeira
Sacode, sacode, ribeira!



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terça-feira, abril 29, 2008

O Despertar do Engano

Ao que se compara
O deplorável embaraço
De te confundir com o amor
Que tanto espero chegar?

A minha fome de alma insaciada
Projetou sobre ti
O avatar que pretendia adorar

De tanto ver teus sinais -
Cegamente, somente os intersectos
Daqueles que exatamente
Emitiria quem ousaria me amar -

Encontro-me mergulhado
Num lago de dez mil dos teus corações,
E agora é tarde.

Completamente constrangido,
Troco a moeda da amizade pela da paixão.

Tento acordar da embriaguez do amor,
Mas agora é tarde.

Finjo, como o tolo de álcool,
Não lembrar minha vergonha,
Mas para isto também é tarde.

Ajo como se nada tivesse ocorrido,
Mas não importa, é tarde.

Tento trocar autor e alvo,
Sobrepor intenção ao fato,
Mas é inutilmente tarde.

Em sonhos retorno no tempo,
Mas repito o feito,
Porque lá também é tarde.

E até mesmo para simplesmente
Recuperar o troco do amor cedido
Pela paixão dada

Para reconstruir uma amizade,
Como do nada,
É decerto, também,
Em absoluto,
Muito, muito tarde.



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* Esta é uma poesia que escrevi em resposta à sugestão do Reinaldo, ali na Shoutbox.

Edições

Esses dias tive um conto selecionado pela editora Andross para entrar em uma coletânea de microcontos. Infelizmente, tive que recusar o convite, pois teria que ir a São Paulo, e me comprometer a vender uma certa cota de livros. Neste momento não posso me comprometer desta forma, com certeza os livros ficariam encalhados e eu não poderia ir a Sampa. De qualquer maneira, está aqui o referido conto:

O Mantra das Aparições

Espero que gostem. O quarto conto da série Segredos da Mente Elástica está pronto, falta apenas uma formatação e a seleção de uma fotografia. Apesar de tão pouco - 4 contos, apenas - manter essa direção pra mim é um recorde.

Para quem ainda não conhece, Segredos da Mente Elástica é o projeto que estou escrevendo de um romance não-linear com pitadas levíssimas de Sci-Fi. Não há um protagonistas, porém todos os contos se passam dentro do mesmo universo:

Segredos da Mente Elástica

Agradecimentos

João Francisco e Manu Santos... Ô gente pra conhecer música brasileira. Como eu aprendo com esses dois.

Valeu.

segunda-feira, abril 21, 2008

Contato de Grau Virtual

Acabei de publicar mais um Segredo da Mente Elástica :)
Mudei o nome do projeto literário, pra ter um pouco mais de apelo comercial.

Contato de Grau Virtual

Tive um pouco de dificuldade de ligar a história e fazer este terceiro conto. Mas tá aí. Aprecie, reclame, revise, propague... Tudo é bem-vindo.

quinta-feira, abril 17, 2008

Em Estado de Graça

Digamos que eu esteja neste estado hoje. Sim, pois ontem eu assisti a um show maravilhoso. Pra mim, até agora, foi o show do ano, sem sombra de dúvidas: Áurea Martins, Hermínio Belo de Carvalho e Ângela Evans, menos conhecida, mas não menos aclamada. Foi no Centro Cultural Carioca, na Rua do Teatro, ao lado do Teatro João Caetano, em plena Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro.

Foi lindo. Toda a concepção do espetáculo merece aplausos de pé. Também, não foi por menos. Os principais envolvidos eram o próprio Hermínio e Cristóvão Bastos. O formato do espetáculo, o palco, as luzes... Tudo era glorioso e, ao mesmo tempo, simples.

A apresentação é introduzida por uns vídeos com divas da música de outrora: Aracy de Almeida de cara, com todo seu palavreado típico. Tudo à la documentário, cujo interlocutor era o próprio Hermínio.

De forma teatral, ele introduz a primeira canção intercalada com textos maravilhosos e poéticos - certamente de seu próprio punho. Irremediavelmente irreverente, ele destoa nas melodias e passa à música falada num piscar de olhos, com toda a autoridade de ser um dos mais reconhecidos artistas brasileiros.

Absolutamente casual foi o Hermínio.

Ângela Evans: deslumbrante em um vestido preto e um sorriso largo, agudos e saltos melódicos controladíssimos. Pecou em alguns pontos, ao meu ver, confesso: seu canto estava um pouco anasalado, e me fez a maior parte das vezes não entender a letra da música, apesar da melodia perfeitamente entoada. Outro ponto contra, talvez por ser a mais inexperiente, era a presença de palco, que foi, em geral, linear. As expressões faciais eram encantadoras, além do fato de ela ter um rosto com um ar infantil, o que dá a sensação da inocência - em alguns momentos até de ingenuidade. Não desmerecida por meus pontos contra, todos os arranjos de seu disco lançado pela Biscoito Fino foram feitos pelo Cristóvão Bastos - como sempre, extremamente elegante, comportado, dosado e cerebral em sua arte. E sua simpatia era óbvia em todos os momentos do show, ela "não tá de bobeira" e ainda vai dar muito o que falar.

Áurea Martins revelou-se pra mim uma das maiores cantoras brasileiras neste momento. Cantando com um jazz trio - baixo, bateria e piano, com algumas participações do violonista chamado Lucas - cujo sobrenome eu não lembro. Foi um espetáculo do tipo Alcione, só que mais moderado, sem o drama exacerbado da Marrom. Ela foi demais. Com esse jeito jazzy, promoveu-nos o momento Blue Note da noite - segundo Gerdal de Paula nobríssimo amigo que dividia o balcão do bar conosco. Pois bem, no que Áurea dependia somente de Áurea - pois se eu mesmo não prestava muita atenção em mais nada, ela podia estar fazendo tudo a capella que eu não ia perceber a diferença - ficamos com a imagem de uma dor grande e contida, um romantismo incomensurável naquela voz negra. Fiquei feliz de saber que o meu Brasil também tem a sua Billie Holliday.

Comentário de Leandro Fregonesi: "Cara, olha toda essa gente aqui... Você pode ver claramente que está todo mundo querendo aprender bebendo diretamente da fonte, o Hermínio não é qualquer um. Ele tem o apelo muito popular, todo mundo adora o trabalho dele."

Muita gente conhecida estava presente. As cantoras Simone e Zélia Duncan, Luis Carlos da Vila, Emílio Santiago, Cláudio Jorge, Luciana Rabelo, Pedro Aragão e tanta gente que nem lembro mais os nomes. O pequeno espaço e a presença de tanta gente "grande" nos mostrou que todo mundo é do mesmo tamanho. Houve também uma homenagem prestada por Hermínio a... Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome da cantora. É uma senhora linda, com uma voz elegante e delicada. Eles mostraram-na durante o show em um vídeo, acompanhada por Rafael Rabello. Sem mais comentários.

Ao final do espetáculo, Áurea Martins chorava como criança, de tanta emoção. De um coração imenso, nos deu grande atenção - a mim e a Manu - dizendo aos mais velhos: viram? Eles são novinhos e gostaram do meu show!

E quem não gostaria de estar sob aquele teto na noite de ontem, Aurinha?

sábado, abril 12, 2008

terça-feira, abril 08, 2008

Pedacinho de Céu

Tocando o teto, puxo um pedacinho do azul.
Hóstia cósmica intergaláctica do éter
Que me alimenta os redemoinhos meridionais.

Saem as reverberações dos ecos divinos que me sopram os ouvidos.
Uma voz em cada - duas vozes.
Estou ouvindo Omara e Maria.

Estou ouvindo Brasil e Cuba.
Estou ouvindo negros e brancos.
Estou ouvindo dor e alegria.

Piano, pandeiro, violão, cool, calmo, caliente.
Brasilês por língua Castellana
Castellano por la lengua Brasileña.


** Eu não falo espanhol. Corrijam-me se estiver errado.
Tive a ajuda de um amigo nessa última frase: Giovani Tadei. Infelizmente, ele disse que dei azar. Espanhol não é sua especialidade dentre os 4 idiomas que são.

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Chiquinha

Coisa linda. Ouça Tacacá, no Arrasta Sandália.

segunda-feira, abril 07, 2008

Fool Me ;-)


You are The Fool


The Fool is the card of infinite possibilities. The bag on the staff indicates that he has all he need to do or be anything he wants, he has only to stop and unpack. He is on his way to a brand new beginning. But the card carries a little bark of warning as well. Stop daydreaming and fantasising and watch your step, lest you fall and end up looking the fool.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.

sexta-feira, abril 04, 2008

Contos da Mente Elástica

Iniciei o meu primeiro livro. Espero terminá-lo.

Contos da Mente Elástica

A quem interessar ler o primeiro conto, leia Do Papel À Vida. Aguardo com ansiedade comentários. Até agora, o placar está: 2 críticas ruins contra 2 boas.

quarta-feira, abril 02, 2008

Eficiência na Coleta de Informações

Hoje eu vejo que é realmente importante manter uma fonte de notícias perene, como um rio de informações que deságua no meu PC. Pra isso, utilizo basicamente as seguintes páginas:

www.mystickies.com
Essa aí é uma página onde você pode manter postits virtuais.

reader.google.com
Aqui eu vejo as notícias de todo tipo de jornais e blogs. Devo ter umas 40 inscrições em sites diferentes. Assim, ele funciona como uma caixa de emails, mas só com as novas postagens dos blogs. Figuram nele amigos, notícias engraçadas, sites de download de discos (jazz e música brasileira, principalmente), e alguns de design.

calendar.google.com
Para organizar a minha agenda. É bacana, dá pra você compartilhar a agenda com muitas pessoas, aí todo mundo fica sabendo dos seus compromissos. Você também pode criar mais de uma agenda, e classificar os tipos de compromissos pela cor. É fantástico. Aqui, por exemplo, tenho uma agenda pública de feriados (mantida por alguém que eu não faço a mínima idéia de quem seja, mas as datas estão todas certinhas, tenho minha agenda pessoal (Rodrigo Santiago), tenho a da Manu, a do Seresta Moderna e a de Aulas. Daí eu as cruzo com as agendas do meu gerente, da minha equipe de desenvolvimento no laboratório, dos seminários que acontecem aqui no trabalho e as de reuniões de grupo no Tecgraf. Meu Google Calendar acaba parecendo uma aquarela...

www.blogger.com
Porque eu também tenho que falar ao mundo. Tenho meu blog pessoal, mais um de vídeos, o site da Manu e o do Seresta Moderna (onde publico também a agenda do Google, pro público ficar sabendo onde vai ter).

Twitter
Descoberto mais recentemente (por insistência do Mentel). É o caminho do meio entre o orkut e o MSN. Você se conecta a várias pessoas e recebe recados aleatórios. Muitos deles são novidades de nicho, e você provavelmente não saberia de nenhuma delas se não estivesse lá.

Uma lista de coisas a fazer, que é um site que instalei no meu domínio pessoal (wiki.rodrigo.st/tracker). Bem funcional, me diz as coisas que preciso fazer e que não tem "data pra ser cumprida".

Um wiki em wiki.rodrigo.st e outro em wiki.manu.art.br.

Como lembrar de abrir todos os sites? Organizo tudo no Firefox. Ele está quase virando meu sistema operacional pessoal, falta só um bloco de notas (daqui a pouco vou acabar usando o Google notes). Basicamente, pra não esquecer de abrir nada, uma vez abri todas elas e marquei como minha "Home Page" no browser. Ele abre todos os sites, um em cada orelhinha, quando ligo o Firefox.

Ah, tem mais: www.gmail.com como sistema de email e www.dreamhost.com como meu gerenciador de sites. Fora isso tenho Flickr, Revver, Youtube, Orkut, essas coisas.

Mas pra eu não me afogar em uma enxurrada de informações, toda vez que vejo que alguma fonte está me dando informações que não consigo consumir - ou por se tornarem irrelevantes, ou por não ter mais tempo pra tanto - eu descarto essa fonte. Isso costuma acontecer com mais freqüência com as assinaturas de blogs e jornais online e no Twitter. Mas se encontro um site mais eficiente que outro, sem dúvida eu troco de sistema.

É importante se policiar com relação ao que chega aos seus olhos enquanto você está na web. Senão você morre na praia.

quarta-feira, março 26, 2008

Coração de Papel

Queria sinceramente entender esse Coco, da Dona Cila do Coco.

A senhora do Engenho do Bom Jardim
Mandou um carro pra mim com dois botões
No sereno tem gente que está roendo
Amanhã vai morrer do coração

Coração, coração
Ele não é de papel
Estou cantando este Coco
Em homenagem a Michel

Michel, Michel,
Cabeça de papel

Entra Michel pra comer papel


Vidão

quinta-feira, março 20, 2008

Luiz Gonzaga - Caminho de Pedra

Hoje estava ouvindo essa música do Rei do Baião. Linda canção.

Luiz Gonzaga - Caminho de Pedra

Ela começa com uma melodia já bastante conhecida, citada na música Gabriela, do Tom Jobim. Grande reverência prestada ao maior Cearense de todos os tempos.

Se você reparar, toda vez que, fora do refrão, o Luiz Gonzaga alcança as notas mais altas, sua voz fica longínqua, ganha uma ambiência. É meio óbvio, mas se prestar atenção, vai ver que é um efeito curioso, que dá a impressão de que tem mais gente cantando junto. Mas ele está só. Foi por isso que resolvi postá-la.

É linda, meio melancólica e nostálgica. Sabe, de vez em quando eu conto essa história que lembrei agora pras pessoas. Vou deixá-la registrada aqui.

Meus avós, os pais do meu pai, são do Ceará. Viviam em Guaraciaba do Norte. Meu pai veio pro Rio ainda pequeno. João, meu avô, era muito parecido fisicamente com o Luiz Gonzaga. Minha avó, Iraci, era loura, linda, de olhos verdes.

Não tem muito tempo eu soube que meu avô era menestrel de folia de reis. Quase chorei quando descobri, mas isso havia sido há dezenas de anos atrás, enquanto ainda estava no Ceará. Mesmo assim, ele improvisou algumas poesias pra mim, como se estivesse conduzindo a folia. Isso foi nos últimos meses de sua vida.

Minha avó há muitos anos está entrevada numa cama, após ter sofrido um derrame que a deixou por pelo menos dois anos com a mentalidade de uma criança. Teve cinco filhos, criava porcos para vender, fazia comida pra fora, lavava roupa pros outros, tinha galinhas, rezava seu terço religiosamente, preparava o melhor café que já tomei (e só bebia o dela, não tenho esse costume) e preparava o meu baião-de-dois pra eu comer com as mãos junto com ela, direto da panela.

Com sua mentalidade recuperada, Dona Iraci está em profunda depressão, pois não pode fazer nenhuma destas coisas, e perdera seu companheiro. Meu avô se foi depois do terceiro derrame, depois que fora afastado forçosamente das biritas às quais era muito dado alcoolatramente. Uma crise de abstinência o fez contrair a pneumonia que o levou, e por um dia eu vi meu avô velhinho, velhinho, bem acabado, com tubos furos no pescoço, no dia em que morreu.

Antes disso, ele era o cara que sempre parecia com o Luiz Gonzaga. Quando eu era novo, novinho, havia muitas festas na casa deles, que reunia todos os filhos. Tudo era regado a muito Luiz Gonzaga. A família reunida era sinal de forró. Mas não é nada disso que quero contar.

O que contei serve de base pra entender o que vou contar agora: o Luiz Gonzaga parecia tanto com meu avô que, quando pequenino, com todo aquele baião tocando na casa dos avós, eu achava que o Luiz Gonzaga fosse da minha família. Talvez um tio que ainda morasse no Ceará. Pra mim, ele era meu tio, o Luiz Gonzaga.

quarta-feira, março 19, 2008

terça-feira, março 18, 2008

A Vaga Era

(Rodrigo Santiago e Manu Santos)

Esperando acontecer o que sempre sonhei
Nas eras vaguei
Pois não seria à era do esperar
Que aconteceria o que sonhara

O sonho é dos que dormem
Fazer é para os lúcidos
Acordar, mesmo enquanto não dormia,
Foi o que precisei aprender

Vagando até o final desta era de sonhos, vi-me:
Pá, pedras, chão e cal
Deveria construir minha vida
Com minhas próprias mãos,
Gratidão,
E sob o guarda-chuva
Da divina vontade de Deus



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Para Aprender

Eu sigo a um propósito: aprender. Posso ter qualquer cara que queira.

segunda-feira, março 17, 2008

Seresta Moderna na Sala Baden Powell

Da esquerda para a direita:
Manu Santos - Voz
Radamés Lago - Percussão
João Francisco - Voz, Violões, Arranjo e Direção Artística
Juli Mariano - Voz e Pesquisas
João Gabriel - Piano
Rodrigo Santiago - Samplers, Percussão, Violão e Voz





A lente é de Marco Sobral.

sexta-feira, março 14, 2008

Por Que o Google Cresce Todo Dia?

É fácil de explicar.

O sonho do Zé da padaria é poder atender todos os consumidores com qualquer item que precise. A localização geográfica em si, o ponto onde as pessoas passam para comprar algo é apenas um embuste para a oportunidade do vendedor.

A localização do imóvel comercial não é o negócio. Mas conveniência da localização é o fator chave para que a tal oportunidade de venda aconteça, com a presença do consumidor. Por que tantas padarias e botecos funcionam em frente a um ponto de ônibus? Infelizmente, a padaria não tem todos os itens do mundo, senão seria de interesse de qualquer pessoa entrar lá para comprar algo. Além disso, é limitado o número de pessoas interessadas em entrar em padarias. Pior ainda é a Lei da Impenetrabilidade da Matéria: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Como acomodar todos os itens e todas as pessoas do mundo nas finitíssimas prateleiras e corredores de uma padaria?

Simples assim: o McDonalds compra 10 imóveis em um lugar desabitado, e instala uma única loja. As pessoas começam a freqüentar aquela loja. O McDonalds vê os outros imóveis valorizarem pelo aumento de circulação de pessoas. Daí, aluga todas as outras 9 lojas por um valor abusivamente alto. Os donos dos negócios instalados nas lojas, digamos, de cachorro quente e móveis de escritório, suam a camisa pra pagar o aluguel e tirar seu lucro. O McDonalds está comendo os lucros dos cachorros-quentes e dos móveis de escritório, vendendo-os indiretamente. Para quaisquer outros negócios que venham a se instalar naquela zona de 9 lojas, o McDonalds estará lucrando diretamente com um outro negócio que não é diretamente o dele. Ele pode vender qualquer coisa, mas não tudo ao mesmo tempo (varia de acordo com o tipo de loja instalado ao redor do McDonalds). Ele pode ter qualquer tipo de freqüentador, mas não todos ao mesmo tempo (idem para os tipos de loja que acabam surgindo por ali).

O Google FAZ isso. Vende tudo, pra qualquer tipo de pessoa, ao mesmo tempo. Virtualmente, ele inventa um site de utilidade pública. Mas ao invés de vender o serviço (como o Gmail, vários outros serviços de email são assinados e cobram uma taxa periódica), ele o fornece DE GRAÇA. E-mail com 6 gigabites de espaço (dá pra guardar a narrativa da minha vida iteira lá em formato de texto) é de interesse de qualquer médio internauta.

Com o serviço prestado, qualquer local virtual do Google (o site de busca, ou o Gmail, por exemplo) é bastante conveniente. Ele tem milhões de freqüentadores que verificam aquela telinha a cada 10 minutos, umas 8 horas por dia, sei lá.

Dado que o local é abusivamente conveniente, falta apenas o produto. E o que o Google vende? Resposta: o produto dos outros. Qualquer produto.

O Google subverteu a lógica tradicional das lojas. É como se pessoas do mundo inteiro freqüentassem a "lojinha Google" porque lá estão dando chocolate de graça, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Daí, os agentes do Google ficam ouvindo as conversas de todos os milhões de freqüentadores. Ele tem um vendedor pra cada pessoa que entra nela. Esse vendedor fala a língua da pessoa, entende o assunto, e logo em seguida oferece um produto, intrometendo-se.

Imagine a cena abaixo:

Henrique entra na lojinha do Google e encontra Mateus, seu amigo de infância. Um terceiro rapaz, empregado da loja, de nome Ricardo, que tem cabelos grandes, usa óculos e uma camisa do Iron Maiden - o vendedor nada perfeito - chega perto deles e ouve atentamente o assunto:
- Fala, meu compadre! - Henrique.
- Fala, Bro! - Mateus.
- E aí, foi bem de viagem?
- Pô, do Centro pra Santa Cruz é chão.
De repente, o Ricardo, se intrometendo:
- Ahn... Com licença. Você gostaria de viajar? Tenho aqui um pacote inesquecível para você e sua família.
- E sua irmã? - Henrique.
- Ah, está ótima, chegou mortinha de cansaço - Mateus.
- Que tal um relaxante muscular pra vocês? - Ricardo.
- Olha, semana que vem vamos ao show do Paralamas, tá a fim? - Henrique
- Excelente! Vambora! - Mateus
- Olha, tenho ingressos para o show do Paralamas a dez Reais. - Ricardo.
- Ôpa, Ricardo. Como é que é o esquema? - Mateus.
- Toma aqui esse endereço de Internet. É lá. - Ricardo.
- Pô, demorou! Maior adianto, aê... - Mateus.
Mateus sai da lojinha Google, onde fica seu amigo Henrique1, aparentemente falando com as paredes, e Ricardo por perto, sempre a oferecer as coisas mais esdrúxulas. Dirige-se à outra lojinha da Ticketronics, onde compra de William um ingresso a dez Reais para o show do Paralamas:
- Ô, meu velho, tá aqui a tua grana - Mateus.
- Beleza, bro, tá aqui teu ingresso - William.
Com a saída de Mateus, William se vira para Tatiane, sua colega de trabalho:
- Ô Tatiane, leva aqui um Real lá pro Ricardo. Manda ele oferecer pra mais cem pessoas os ingressos pros Paralamas a dez Reais.

quinta-feira, março 13, 2008

Anonymous Coward

From Wikipedia
"Anonymous Coward" is a term applied within some online communities to describe users who post without a screen name; it is a dummy name attributed to anonymous posts used by some weblogs that allow posting by people without registering for accounts. The practice, which had its roots in BBS and USENET culture, was made especially popular on Slashdot, where the mildly derogatory term is meant to chide anonymous contributors into logging in. Some weblog engines such as Scoop use the term "Anonymous Hero" instead, perhaps to avoid the name's confrontational nature. Others use stronger varieties, like Plastic.com's "Anonymous Idiot", and SuicideGirls' "Random Fuckbag".
Cuidado com eles.

Yôga Na Praia



Este é o Edu. E a foto é iradíssima.

Margarida Verde



Gostaram do novo banner?

terça-feira, março 11, 2008

Nega Panela

(Rodrigo Santiago e Manu Santos)

Nega Panela batendo canela
No samba crioulo de Dona Sinhá
Traz os quitutes em potes de lata
Fazendo os quindins, os quindins de Iaiá

Nega que canta, balança
Com todos os doces no colo de Sol
Levando cocada na prata, imitando ganzá
Contando da nova iguaria
Que vem confeitada de favos de mel

Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão

Nega que empina a moringa
Na ponta dos dedos e inventa refrão
Não pára, repara
Que eu gosto de ouvir o teu som
De cuias, cumbucas e dos tabuleiros
Batendo na colher de pau

Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão



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A gravação em voz e violão está aqui:
Nega Panela (mp3)

Qualidade baixa e sem produção, só pra ficar o registro.

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segunda-feira, março 10, 2008

Performance



Esta foto foi uma das melhores da série Manu Santos. Está sem tratamento, foi tirada na Lona Cultural Hermeto Pascoal.

sexta-feira, março 07, 2008

Dezessete Bilhões de Anos

Naquele dia, sua casa estava cheia. Estrelas, astros, vias lácteas, todo mundo estava lá. O homem escuro, de barbas brancas, pesadas, das profundezas de seus dezessete bilhões de anos, se recusava a soprar as velinhas. Ele olhava em seu interior, e via na euforia dos pequeninos seres que dentro dele viviam um motivo pra comemorar: era seu aniversário.

Será que eles não cansavam? Ficavam a dar voltas em seu Estomacal Sistema Solar, contando uma parametrização de unidades de tempo totalmente harbitrárias. Yugas, anos, nanossegundos, bits, luas. Em cada momento era uma coisa. Eles não se cansavam.

Sentiu frio. Colocou seu casaco de matéria escura. As barbas estavam de molho há incontáveis giros do Sol. Incontáveis mesmo. Isso é coisa de um povo da Terra. Agora, sentia pena.

Havia muitas coisas inexplicáveis aos seres intrínsecos deste ser. E muitas coisas inexplicáveis a este ser sobre os seres intrínsecos. Por mais que fosse onipotente, não os controlava. Por mais que fosse onisciente, haviam segredos indecifráveis. Por mais que fosse onipresente, não era notado.

Entristecia-se. Seus remédios não funcionavam mais. Estava com dezessete bilhões de anos, e nada mais parecia resolver a tendência destes micróbios de se autodestruírem. Parecia muito com aquilo que eles próprios inventaram, que se chamava Câncer.

Cada criação boa correspondia a uma ruim. Viviam segundo as leis do equilíbrio, do Ying e do Yang, que descobriram, mas sobre à qual fechavam os olhos e fingiam nada saber.

"Estes serezinhos que vivem dentro de mim. São uns insanos. Ao taparem os ouvidos à minha voz, criam seu próprio circo de loucura, enxergando vários super-seres que podem governar suas vontades espirituais. Grande necessidade espiritual de merda, estas coisas todas que lhes aparecem não existem. Eles não sabem que estão em mim. Cavam-me buracos, de dentro pra fora. Irrompem em explosões. Desnutrem parte do meu corpo... Eu estou ficando obsoleto."

Olhando no espelho, vê um outro universo: o de sua imaginação.

"Eles foram todos feitos segundo minha vontade, à minha imagem e semelhança. E eu era tão bom, tão íntegro, tão perfeito. Eu era tudo o que eles precisavam. Eu era o centro de tudo. Eu era o mais poderoso. Eles eram tão parecidos comigo. Eu os fiz exatamente assim, como eu. Justo eu, que sou tão belo, tão majestoso, tão divino..."

E, piscando, afasta-se do espelho, abaixando lentamente seu olhar, como que resignado.

"Onde foi que eu errei?"


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Louco Maracatu




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Berlinda




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quinta-feira, março 06, 2008

Mágoa e Perdão

O que disseste era menos que devia
Tu espalhaste mil mentiras pelo chão
Acumulou a rasa dor que não podia
E transformou numa tormenta sem sentido

Saindo agora com a face tão despida
Que parecia ter falado com razão
Pois eu te digo, não conheces o efeito
Do bom convívio e do poder da humilhação

Amargarás tudo lá fora
Quando cuspir acusações
Porque aqui dentro, em família,
É bem mais fácil
Magoar e ter perdão



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terça-feira, março 04, 2008

Efemeridade Individual e Pública

Lendo um texto do meu amigo Jorge Maia, tive o seguinte insight:

Descobri que a efemeridade da opinião pública baseia-se inteiramente no coletivo da efemeridade da opinião individual. E descobri em mim mesmo, enquanto selecionava textos do meu blog para registro. Imagine o que acontecia toda vez que eu prometia ou me comprometia com algo em algum texto? Eu esquecia, logo em seguida.

Estou envergonhado pela minha falta de direção. O que foi bom é que eu realmente nunca parei de escrever, e isso eu nunca prometi. Se tenho um grande hiato de publicações no blog, me agrada o simples fato de os textos destas datas não terem sido escritos lá, mas estarem em cadernos. Quase uma dezena deles.

Quanto aos jornais, só uma coisa não muda nunca: a Fernanda Montenegro sempre vai ser a maior atriz do país, em qualquer jornal, em qualquer data.

sábado, março 01, 2008

Sobre Os Cílios

Hoje eu estava com meu amor nos meus braços quando reparei mais uma coisa encantadora. Ela tem cílios lindos. Isso me levou a um monte de pensamentos. Ligo daqui, ligo de lá, e chego à seguinte conclusão: na entrada da Melt, seguranças enormes asseguram que indivíduos indesejáveis não entrem. Nas entradas da boate-corpo-humano, são os pelinhos nossos seguranças.

Vou desenvolver esta observação um outro dia, quem sabe. Concentrando-me nos cílios, hoje sou um cara culto no que diz respeito à ginástica dos femininos. Um dia, enquanto ia para o trabalho, encontrei uma amiga no ônibus. Nessa época, nosso ganha-pão ficava num lugar a uma hora da nossa casa. Conversa vai, conversa vem, minha amiga saca de sua bolsa um estojinho de maquiagem. Disse que economizava tempo se fizesse sua pintura facial dentro da condução. Com um espelhinho minúsculo, ela iria começar sua arte. Base, blush, baton, sombra, rímel, perfume, escova, corretor, lápis, e tantas outras coisas que só a vaidade feminina são capazes de conceber saltaram de dentro do estojinho, não necessariamente nesta ordem. Comecei a ver uma fumacinha em torno do rosto dessa menina, parecia uma briga entre mãos e face, tipo desenho animado. Só de pensar naqueles cheiros e pozinhos todos sendo aspergidos no ar a menos de cinqüenta centímetros do meu rosto dentro do ônibus me dá vontade de espirrar.

Tudo transcorria na pressa e prática femininas típicas, quando DE REPENTE... De repente, ela sacou um item esquisito da bolsa. Um objetinho pequeno, metálico, com pegadores tipo uma tesourinha, mas com dois arcos que se encontravam na ponta, ao invés das lâminas. Parecia um objetinho de tortura, com a armação bem intrincadinha. Coisa de mulher mesmo, sabe? Quando ela se olhou no espelhinho, pegou a tesourinha esquisita e aproximou-a meticulosamente dos olhos - ficando até com a ponta da língua projetada pra fora dos lábios, lateralmente - como se estivesse mirando o negocinho na cara, eu pensei que fosse sacar as órbitas oculares pra passar maquiagem por dentro. Essa parte branquinha dos olhos realmente não tem nenhuma graça. É tão neutra...

Finalmente, ela chegou ao seu alvo. O problema não eram as órbitas. Eram os cílios. Ela enforcou todos, de uma vez. Apertou os cílios entre os arquinhos do negocinho que parecia uma tesoura. Primeiro os da pálpebra superior direita, depois os da pálpebra superior esquerda. Vixe, parecia que ela ia arrancá-los todos fora, ou então que estava a sufocá-los! Por alguns segundos, aquela cara de garota arteira com a língua pra fora apertando os cílios dava a entender que tinha raiva deles. E eles pareciam todos se espicharem pra cima, como se dissessem "por favor, eu não tenho nada com isso!! Pare, não estou conseguindo respirar! Não fui eu! Não fui eu!". Esse tal "espichador de cílios" deixou-os todos pra cima, e após isso, quando ela guardou a tal tesourinha, tinha os olhos parecidos com os de uma boneca da Estrela.

Que coisas mais sinistras a alma feminina é capaz de criar para si própria. Quando eu achava que não havia mais nenhum método... Após as cirurgias de estômago, aspiradores-de-gordura, lingeries-super-apertadas, removedores-de-pedaços-de-pele, arrancadores-de-pêlos-de-partes-super-sensíveis, puxões-de-cabelo-,-cauterizadores-e-afins, banhos-de-chocolate (essa é realmente uma frustração de não poder comer chocolate muito estranha) e toda a sorte de apertões no corpo aos quais se submetem as mulheres para, teoricamente, ficarem mais bonitas... Nem mesmo os cílios foram poupados. Não bastou o rímel. Tinha que ter alguma dor no meio do processo.

A epopéia do embelezamento feminino é muito irônica. Para se tornarem mais belas, mulheres se submetem aos tratamentos mais dolorosos, PERIODICAMENTE. A cantiga do feminismo prega que as mulheres devem ter direitos iguais aos dos homens, e isso significa estarem sempre lindas de morrer. Seria melhor dizer "lindas até quase morrer". Se fosse uma religião, teria o seguinte mote: "a mulher deve se livrar do corpo em que veio e comprar um novo nas liquidações".

Para se purificar de seus pecados, minha companheiríssima decerto também utiliza seu subconjunto do universo de métodos embelezadores. Mas não precisa de enforcadores de cílios.

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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

MPB - Foto Histórica


Dando prosseguimento à série de fotos, segue a histórica da MPB. Recebi por email do Giovani, um grande amigo.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Cambada Mineira, Lô Borges e Manu Santos no Rival - Rio de Janeiro

Lembrancinhas da grande noite mágica pode ser vista Aqui, no www.manusantos.com.br e Aqui, no Película de Rua (Escrito por mim mesmo).

Isso é que é coisa boa. O resto é poeira no caminho.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Defendendo a Libertinagem

(Abertura da discussão)
Fulano: "Droga! Acabaram-se os passeios em iates acompanho de modelos gostosas, burras e solícitas... :)"

Cicrano: "Aproveita agora, que no Carnaval isso tudo é de graça, com exceção do Iate. Elas todas estão em liquidação!"

(Momento deceptivo e entrada da discordância)
Beltrana: "Nossa! Que decepção, Cicrano... 'Elas todas estão em liquidação!'???"

(Argumento)
Cicrano:
Neste momento, venho incorporar meus dotes sociológicos, em defesa da nobre satisfação biológica do ser humano.

Eu me referia tão somente às "modelos gostosas, burras e solícitas" sobre as quais falava nosso amigo Fulano, e não a todas as mulheres. É um estereótipo muito comum no Rio de Janeiro, em especial no Carnaval.

É claro que, para uma mulher, ter um destes atributos não implica ter todos os outros. Acontece que o conjunto formado pelas mulheres possuidoras de todos eles é, no mínimo, muito útil.

Há um importante papel a ser desempenhado por elas. São todas responsáveis pela acessibilidade afetiva (ainda que momentânea) dos cidadãos do sexo masculino que são incapazes de contrair um
compromisso com mulheres que têm o que falar e sabem o que querem - e que talvez por isso mesmo estejam em falta para estes pobres e carentes mancebos. Elas - as "modelos gostosas, burras e solícitas" - exercem uma missão de inclusão social, e isto é não só indispensável, como louvável.

Curiosamente, as vagas para este perfil parecem nunca saturar o "mercado de beldades procuradas". A demanda é inelástica, tendendo ao infinito. Em resumo "o que vai pra prateleira é consumido, independente da quantidade e preço". E para arrematar o argumento, lembremo-nos que, justamente no Carnaval, acontece o fenômeno econômico que alvejei: a oferta atinge picos inalcançáveis em qualquer outra época do ano, os preços despencam junto com a vergonha, tendendo a ZERO. Resultado: liquidação total (literalmente) e consumo indisplicente (idem).

Que outra saída teria o homem que, por problemas também sociais, mas que não descreverei aqui, não tem um compromisso fiel e sadio?

Você não é destas. Portanto, assumo que não seja de seu costume "entrar em liquidação no Carnaval".

sábado, fevereiro 02, 2008

Defendendo as Intenções

O Brasil não tem desempregados.
Tem gente estudando pra concurso.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Prática da Fotografia

A cada cem cliques, um presta.
A cada mil cliques, um presta MUITO.
A cada dez mil cliques, um deles merece um prêmio.

Dentro de dez mil cliques,
Achar o premiado é um problema sério.

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Odisséia Além-Mar

No voar da onça feroz
Que roubou asas de avião
Nos sinais da nova estação

Não sei se castigar resolve não
Não sei onde encontrar um coração
Não sei onde guardar meu coração
Que se feriu pelos limites da paixão

Não sei se acabou a solidão febril
Do morno sossego que se instalou

No além-mar só navego a voz
Que gritou "cauda de pavão"
Das reais senhoras de um tostão

Não tento arruinar esta monção
Nem faço seca num breve sertão
Ao menos me vestir de pai-joão
Teu Carnaval, onde pierrot não vale não

Não há parafernália de condão anil
Nos ventos de gelo que me soprou

Se vieres ver como cresci
Além dos postes que te iluminavam também
Será, meu bem, o meu prazer
De ver como te deixo louca

Mas, do cais,
Eu verso para este além-mar
Onde se foi buscar alguém
Que bem outrora quis zelar
Este contrato que ninguém quer assinar

Nos sinais
Que configuram meu serão
Jamais retornarei audaz

Serei mordaz no teu verão
E tempestades jorrarão
E arco-íris saltarão do céu
Imaculando o meu perdão




Safe Creative #0801290405748



Essa foi uma feliz coincidência. Eu estava tentando fazer uma melodia pra uma outra letra. Consegui uma bonitinha, mas não tinha muito a ver com o que estava escrito. Daí eu escrevi uma letra mais apropriada pra música. A anterior ficou guardada.

Tem muitos momentos nos quais eu só arrumo uma palavra que encaixa, e que seja "da família" do assunto. Aí a letra ganha um sentido abstrato, abrangente. É um truque possível, e esse truque, ironicamente, eu uso quando não sei muito bem o que vou escrever. Aí, pincelo palavras, no acaso, mais ou menos, e a letra acaba crescendo. Essa é uma técnica boa, porque dá resultados bem subjetivos na hora de interpretar. É a tal da "letra viajante".

Lótus

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Retinta dos bons jardins Edênicos!
Perfeitas, maliciosas e virgens brumas
Guardam-te, sequestrando-me do desejo!

Me fazem conter-me ao vê-la só tez,
Cravando em minhas pestanas, alvura,
Mas na alma, satânico bem do querer,
Do véu santo e dos espinhos cegos, nua

Contento-me de, inocente, deixá-la!
Paro a deliciosa pré-luta de órbitas vis e rasas
Apagando sozinho as chamas do Eros que afagavas

Mas se, palatado o teu néctar por minha gula,
Aproveita o inseto que tua lótus cala!
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!



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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Samba do Trabalhador

Abram passagem
Pra grande emoção entrar, ô ô ô
A boa luz do samba, la laiá
Acabou de chegar

Trazendo a sensação
De antigamente
Belas poesias
Simplesmente diferente

Depois de tempos hostis
Muda o palco num clarão
Aqui se faz samba
É na palma da mão

Os versos do Renascer
São na raiz Vila Isabel
Universo do samba
Terra de Noel

Segunda de bambas
Terreiro, pés no chão
Um chope às quinze
É tudo de bom
No aeroporto
Feito avião
Daqui para o mundo
Todo mundo notou

O mais lindo
Samba do Trabalhador



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terça-feira, janeiro 15, 2008

Os Filhos de Eleonor

Eleonor teve dois filhos que ama, mas que contra sua vontade não têm metade da normalidade das crianças dos vizinhos. E nem um centésimo disso.

O primeiro deles, Medhros, tem a boca completamente nua; e no lugar dos cabelos possui longos e finos dentes, apontados para cima, como se houvesse uma enorme boca perenamente aberta, cuja circunferência segue a coroa de sua cabeça. Essas pinçudas presas permanecem em um lento movimento, como o de uma respiração, dando ao garoto mais velho uma aparência simplesmente arrepiante. Apesar de seus 15 anos, seu falar mais parece o de um velho que colocou uma esponja bem macia na boca. Tem um estômago poderoso, uma traquéia elástica, um esôfago que mais parece uma cobra de tão controlado, sendo capaz de engolir as coisas mais duvidosas.

Em certa feita, enquanto fazia graça para que sua mãe não insistisse que comesse brócolis, Medhros subiu em uma mangueira e comeu folha por folha. Passou dez horas catando cada um dos brincos verdes da árvore, deixando os galhos e os frutos intactos. Ao ver seu filho preso na árvore, com a cintura da largura de um fusca sem pneus, Eleonor decidiu que nunca mais pediria que comesse, porque comia bem demais quando queria.

A mangueira, com medo de sofrer um novo assalto do garoto, nunca mais deu uma folhinha. Nem um único e pequenino brotinho verde lhe saiu da ponta do galho mais fino da parte mais alta da árvore. Estava apavorada. Seus frutos ressecaram, não era mais capaz de se sustentar. Secou e se tornou uma árvore assustadora (mais assustada do que assustadora, na verdade).

Uma outra vez, durante uma briga com um de seus vizinhos, Nestor, Medhros arremessou-se de cabeça contra o rapazinho. Ele recebeu tantas dentadas na região pélvica que nunca mais pensaria em sexualidade na sua vida. Medhros arrancou as bolinhas do garotinho com muita acuidade, guardando-as nos bolsos para mais tarde montar um bate-bolinhas, envoltando-as com resina e pendurando ambas nas pontas de uma cordinha. Prendeu um anel de ferro na metade do comprimento da fina corda, e então punha-se a segurar o anel de ferro, balançando as bolinhas-de-garoto-de-resina uma contra a outra. Toda vez que brincava com o objeto, Nestorzinho sofria dores terríveis, tais que não conseguia levantar-se de onde estivesse, e nem mesmo deixar sua posição fetal característica, na qual passava a maior parte do tempo, vide seu trauma anterior.

O segundo filho de Eleonor eu não ouso descrever, e acho melhor parar a história por aqui, antes que ele descubra que estou pensando nele.


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A Ruiva do Saulo

(Partido Alto)

Encontrei o amigo Saulo
Com um tremendo mulherão
Cabelões muito vermelhos
Boca cheia de batom

Salto alto, saia curta
Nos mostrando tantos dotes
Meus botões, pensando bem,

Tem alguma coisa errada
Porque a fama desse cara
É de não pegar ninguém

Eu falei
Que a fama do Saulo
É de não pegar ninguém

Aí que eu descobri
Saulo de bobo é quase nada
À espreita nas noitadas
Deu o tiro bem no alvo

A preferência do nosso colega
Era só de ruivas
Esperou feito coruja
De olho grande na irmã do parceiro Araquém

A garotinha que já debutava lá pros seus dezoito
Chegou bonitinha, toda arrumadinha
E Saulo deu o bote naquela ruivinha

Eu falei
Que a fama do Saulo
Tá com a irmã do Araquém



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sexta-feira, janeiro 11, 2008

quarta-feira, janeiro 09, 2008

A Salvo

Salvo o que é dos outros, o que é meu, é meu. Este blog está inteiramente registrado. Todos os meus textos estão expressamente registrados no meu nome.

Eu sou Rodrigo, e meus textos agora têm uma identidade na web.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Soneto do Quererismo

No meu quereral tenho plantados
E como poderiam não ser: quereres,
Desejos, quiçás, sementes de vontade,
Almejos de todas as estações

No meu quintal, colheita mais valiosa
Logo à frente descarto descompromissos.
Num cemitério pequeno, graças a Deus
Jazem frustrações e perdas totais.

Minhas ferramentas são tão poucas
Coragem, audácia, humildade
Felicidade por muito viver

Os riscos também não ficam por mais
Querer somente o melhor existente
Implica perder o que é sempre pouco


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