terça-feira, junho 22, 2004

Ode À Impessoalidade

Você já se sentiu observado?
Já esteve com milhares de pessoas cobrando coisas o tempo todo? Já se sentiu chateado por não ser um milhão de pessoas ao mesmo tempo?
Então, você provavelmente precisa se tornar impessoal. Nos casos extremos, quando a pessoa é muito cobrada por algo, não tem outro jeito: impessoalidade. Ser discreto, passar de fininho, se livrar um pouco do mundo, relaxar e curtir um pouco de paz... Pra depois, pensar nos próximos passos.

RCesar, você mencionou um ponto muito interessante sobre a timidez. Não havia parado pra pensar nisso. Acho que ignoro a timidez justamente por ter sido eu no passado um cara muito, muito tímido. Pros que me conheceram recentemente, lamento. Aquele cara já era. O Rodrigo hoje tenta ser cara-de-pau, extrovertido, brincalhão e de vez em quando até passa dos limites, mas às vezes ainda surta com flashbacks de timidez. Acho que foi em 97 que comecei o processo de saída do casulo - a Nina me conheceu nessa época, mas não tenho a menor idéia de como era meu comportamento neste ano. Nina, plz, deixa um comentário descrevendo um pouquinho do Woody pro pessoal ;)

Há um outro ponto legal na impessoalidade. Talvez quem dê sempre repita o presente; não por ser "igual pra todo mundo", mas pra deixar uma assinatura própria. Daí, quando alguém vê um presente dado pelo fulano sempre fala: "foi ele quem te deu, né?". Isso pra mim é "marcar território".
E tem os outros que se dedicam a procurar o detalhe... Aquilo que vá fazer diferença na vida da pessoa. Nossa, que exercício de percepção... Mas vale a pena tentar, porque geralmente o impacto é grande, quando acertamos. Tenho muitas coisas mais pra falar, mas vou ficar nessas linhas gerais, senão o negócio vai ficar comprido demais!

E no Poeta News:

Notícia de Jornal - (Luis Reis - Haroldo Barbosa)

Tentou contra a existência no humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal João
Depois de medicada, retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão
O lar não mais existe, ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou
Na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal

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