sábado, junho 19, 2004

"Música à esquerda - Poesia à Direita. Deus me acha um cara legal!"

Ontem fui curtir um pouco de mim mesmo. Saindo do trabalho às 19:00, resolvi dar um passeio pelo centro da cidade, de mochila nas costas. Sempre evito voltar pra casa à noite, porque não tenho nada pra fazer em casa. Não tenho companhias. Morar sozinho é uma m****. Ontem foi um pouco estranho. Tava mas não tava com vontade de sair. Depois de 1 hora de andanças: seguindo a Rio Branco esquina com Buenos Aires até a Cinelândia, descendo a rua do Passeio, parando pra olhar o Cinema Odeon, olho o Café Odeon e penso: corre o risco de ter gente interessante pra conhecer. Parei antes, ainda, naquelas barracas de livros que se instalaram na Cinelândia, olhei pro Amarelinho, pensando: Nada me faria entrar num lugar desses hoje. Sem amigos, não dá. Não sei se eu disse: meu celular tá com a linha fora do ar, mas curiosamente ontem, eu desligaria o celular se ele estivesse bom. Um pouco de isolamento pra conversar comigo mesmo e curtir minha solidão companheira. Pensar um pouco na vida. Mais ainda???
Voltando... Parei em frente à Escola de Música da UFRJ, e olhei os murais de apresentação. Hoje (data em que escrevo o post, manhã do dia seguinte) vai ter Villa Lobos. Vou ter prova no horário da apresentação. Sábado. Paciência. Seguindo um pouco mais, parei próximo aos Arcos da Lapa. Olhei, olhei... Pensei: o que pessoas do mundo inteiro vêm fazer aqui? Qual é a grande curiosidade? Olhar a sombra dos compositores que viviam se embebedando? Não, Lapa hoje não... Vou seguir de volta.
No meio do caminho, penso: não quero voltar pra casa. Estou sem walkman. Quero curtir minha solidão. O que fazer? Seguindo todo o trajeto de volta, passo pela Rua do Passeio, olho o cinema em obra de restauração da faixada: Cazuza? Não, não quero curtir a história dos outros. Quero a minha própria. Sigo a Cinelândia, agora com suas barraquinhas de livros fechadas, páro em um dos pontos. Espero, espero e... Nada. Pego o caminho de volta, na intenção de encontrar algo que possa ter perdido no meio da linha. Talvez minha esperança de uma noite de divertimento. O relógio é impiedoso. Amanhã, vou dar uma bela caminhada de manhã, depois de escrever esse post. Quero algo tranqüilo pra hoje à noite. Sigo pra Rua da Quitanda, passo por um monte de mesa e seus beberrões costumeiros. Não é exatamente o tipo de programa que me agrada, estando sozinho. Direção: 1o de Março. Talvez na Praça XV tenha algo pra fazer. Passo pelos representantes do Direito no nosso Estado, uma rua com várias pessoas de terno e gravata próximo ao Forum. Muitas pessoas bonitas, bem arrumadas. Agumas mulheres exibem suas minissaias. Essas são as Universitárias, ou secretárias, ou amigas do pessoal. Mas ainda tem as interessantes, aquelas que parecem mais independentes, que parecem ter mais atitude. Por essas, me interesso. Mas com um copo de cerveja na mão ficam tão vulgares, que continuo seguindo. Cafés? Nenhum. Todos fechados àquela hora. Sigo até a Praça XV. Nada. Não quero nem me lembrar do post do último Sábado. Sobre o Dito e Feito. Atravesso a rua de volta, sigo a 7 de Setembro, retorno ao ponto de partida. Vamos pensar. Pra onde?

Lagoa!

Durmo um pouco no ônibus, acordo bem próximo à Wiz Technologies, uma empresa com a qual contribui, e que também contribuiu comigo. Mas não intencionava parar lá pra falar com ninguem, não ontem. Rua Jardim Botânico, atravesso o valão, sigo pra Lagoa. "Está linda a Lagoa". Sigo solfejando Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars), lembrando da versão com a Sarah Vaughan, achando o máximo. Combinação mais perfeita, impossível.

Quiet Cords From Your Guitar... Quiet Thoughts In Quiet Dreams...
This is where I want to be

The meaning of existence

Andando, ouço o som que esperava: jazz. Entrei no Arab, sentei em uma das mesas, e instantes depois, o guitarrista anuncia: Canto de Ossanha.

Seguiu a noite, do jeitinho que eu pedi a Deus. E na volta, perto da meia noite, caminhei até a Gávea, pra pegar o tradicional 175. Carro? Melhor não, por enquanto. Conversei com Ele, que sempre me proporciona ótimos dias. Agradeci por tudo, como se estivesse andando ao meu lado, durante todo o caminho. E não é que estava? ;)

Conclusões: a banda não era excelente. O batera impressionou, o saxofonista também, guitarra + ou - ... O baixista até que mandava legalzinho, mas pessoalmente me vi no lugar dele, fazendo mais bonito, em meus bons tempos de músico. Isso me animou! Vou começar a planejar minha volta à ativa. Quem aí quer tocar na noite um bom jazz? Definitivamente, não posso largar esse sonho. Olho agora pro meu baixo caidão, aqui. Tá meio velho, detonado, espelhando o músico que achava que fosse até ontem, antes da Lagoa - com as oportunidades de fazer bem feito no passado. Vou planejar a compra de um instrumento que espelhe o cara criativo que sempre procurei ser, e assim que der, vou tomar aulas particulares com um bom professor - Só umas 10, pra pegar um pouco mais de teoria, que não sei muito.

Afinando a vida.

Chegando em casa, no MSN:

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- Ei, carinha, hoje era aniversário da Debby - uma amiga do CEFET-Rio, que não vejo há uns 4 anos - Na Bunker.

Debby, me desculpa... Ontem iria feliz pro seu aniversário se soubesse. Afinal, sexta na Bunker presta. Mesmo assim, agradeci mais uma vez ao Papai por ter feito o que fez, porque precisava dessa Sexta-Feira pra mim. Vou repeti-la com maior freqüencia. Espero a companhia de vocês em muitas outras!

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- Oi! Não saiu hoje?
- Já, já até voltei!
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- Meu filho, te amo! - Minha mãe, modernizada
- Também te amo, Mãe! Amanhã chego à noite, tenho prova às 15:00
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- Fala, carinha... Leu algo do roteiro?
- Me manda os arquivos que eu vou dar uma lida. Pode pegar qualquer coisa que queira do Blog, como eu já te disse.
- Blz... Vou te explorar!
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- Cara, baixou o WMP9 pra mim?
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- Oi!
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- Olá!
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Ora, o que é isso?? Todo mundo em casa Sexta à noite?

Esqueci de mencionar... Na Lagoa ventava, e frio...

Agora, deixa eu ir pra tal "caminhada", que mais tarde é prova. vou levar uns biscoitos pra matar no caminho, porque pelo visto vai ser difícil almoçar.

E quanto ao estilo?, você me pergunta... Que se dane o estilo.


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