terça-feira, junho 22, 2004

Ensaio Sobre a Impessoalidade

O que você faz quando um amigo está aniversariando? E quando alguém é promovido? E quando, por qualquer motivo entre o céu e a terra, você se sente compelido a dar os parabéns a alguém, ou ajudar, ou dar um conselho, ou uma bronca? O que você faz?

"Parabéns! Muitos anos de vida!"

"Você precisa prestar mais atenção!"

"Felicidades!"

Nossa... Detesto impessoalidade. Qualquer resposta preparada como receita de bolo merece repúdio. (Cuspo) - REPUDIO!
Se quiser me dizer algo, diga algo pra mim. Detesto frases padrões. Detesto. Pode me chamar de mentiroso - afinal, sou um desenvolvedor de sistemas. Aos olhos de muitos, pode parecer muito quadrado. E muito quadrado é o que sou, então. Repito: frases mortas e sem nenhum significado pessoal são lamentáveis. Extremo mau gosto. Extrema antipatia. Tremenda pobreza. Ai, que quem soubesse se expressar também tivesse sensibilidade! Teríamos muito mais poetas e menos redatores de jornal. Aliás, imagina só uma vida inteira com notícias desse tipo:

Onze Fitas

(Fátima Guedes)

Por engano, vingança ou cortesia
Tava lá morto e posto, um desgarrado
Onze tiros fizeram a avaria
E o morto já "tava" conformado
Onze tiros e não sei porque tantos
Esses tempos não "tão" pra ninharia
Não fosse a vez daquele um outro ia
Deus o livre morrer assassinado
Pro seu santo não era um qualquer um
Três dias num terreno abandonado
Ostentando onze fitas de Ogum
Quantas vezes se leu só nesta semana
Essa história contada assim por cima
A verdade não rima...


Imagina só... Pra você que leu, boa leitura e volte sempre! :P

Nenhum comentário: