- Valeu, meu filho... Seja feliz.
Então, entro naquele gabinete, os motores rosnando e aquela luz branca de sempre... Imagino: onde estaria a chave? Como poderia desvendar por fim o mistério que todos procuram? "Procure pelas entrelinhas" foi a resposta de sempre. A resposta que todos sabiam. Ponto. Teria duas horas no meio daquelas pessoas tão distantes quanto eu pra projetar minha consciência. Nunca precisaria de qualquer dispositivo extraordinário para tirar minha mente dali, mesmo que meu cérebro permanecesse. Estaria em todos os lugares que quisesse, enquanto aquela máquina transladasse. Ondas de preocupação: onde estaria a chave? Procurei por todos os motivos, mas fui incapaz de ler nas entrelinhas. Mesmo que quisesse estar próximo da Chama a todo momento, cheguei então à conclusão de que talvez não seja esse o motivo. Talvez seja bom que não esteja tão perto de sua realidade a todo instante. Talvez um dia a realidade da Chama se aproxime da minha, e então poderei me aquecer sempre. Por enquanto, apenas de vez em quando.
Minha atenção foi desviada pela ligação. Minha rota deveria ser alterada. Deveria encontrar alguns amigos, e então meu dia não terminaria no diálogo das primeiras linhas. Haveria mais para pensar a respeito.
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