quinta-feira, maio 05, 2005

Yet Another "Crise Existencial"

Minhas viagens estão cada vez mais desastrosas. Pudera, se pelo menos me embriagasse com qualquer entorpecente, talvez me enganasse com um pouco de sonhos.

Trôpego, ingênuo.

Mas escolho entender, e quanto mais entendo menos me agrado do que há em volta. Mais prefiro sublimar. Mas ainda não posso. Não sem antes entender mais um pouco. É esse vício que não tem saída: a solidão.

Ou é simplesmente o ritmo imposto pelo que há à minha volta. São as porcarias das engrenagens disfarçadas de microchip. São as distâncias que nos une a qualquer ponto, e surpreendentemente nos isola de todo o mundo.

É a superficialidade de uma Quinta-feira. É o esperar de uma Sexta. É saber que haverá outra Quinta e outra Sexta. E me tranqüilizar com o pensamento de que um dia isso acaba.

Mas não posso me adiantar.

Qualquer céu ou inferno seria o mesmo: a monotonia (ou da mudança, ou da rotina). E, se queimar dói, a dor se tornaria nada, sabendo que o alívia nunca mais pudesse ser sentido. O inferno não é lógico, e tampouco o é o paraíso.

Ora, uma pedra é feliz por ser pedra? Esta pergunta não pode ter "sim" ou "não", se ela nunca deixou de ser pedra, e não teria conhecimento exemplificado do que é não ser pedra. Uma pedra não tem desejos.

Todos somos artistas à medida que os desejos nos fazem querer moldar o mundo. O que não adianta muita coisa, se sabemos que toda a matéria continua no mesmo universo, e que as energias apenas foram transferidas no espaço-tempo. Que também inventamos, por sinal.

Quero transcender meu universo. Não quero morrer, quero apenas cessar de existir, às vezes.

Safe Creative #0801220392643

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