terça-feira, março 15, 2005

Música Internalizada

Vou tirar meus óculos para analisar melhor a noite. Os planos, estes sim, merecem ser considerados. E pondo um fim no fim das histórias, sejam tristes ou não, eu digo: pouco importa. Pouco importa qualquer coisa que haja entre mim e você, ou entre você e outro. Pouco importa a escolha. Pouco transcende a alma, mergulhada na pequenez humana. Do pouco que compreendemos, o que tiramos também não importa. Não importa sermos algo dentro dessa casca de éter. O universo é tão pequenino, que o que fazemos com ele acaba não importando a mais ninguém além de nós, seus habitantes. Pouco importa uma noite em um bar.

Na verdade, nada importa. E se nada importa, tudo importa tanto quanto. Não há argumentos, e eu também não quero que você leia. Eu não leio pra esconder mensagens. Eu leio pra comunicar. E pouco importa a menção das entrelinhas, o que você faz com ela, ou o que você inventa entender. Essa é a sua parte. A minha foi escrever, e saber o que eu entendo. As MINHAS entrelinhas. Sentiu o toque auspicioso do egoísmo? MINHAS. Não tente tomá-las, porque não são de sua propriedade. O que você entender é culpa SUA, e eu não tenho nada a ver com isso. O que você interpretar não foi uma leitura mental. Foi invenção. Se coincidir, parabéns. Mas não invente saber de tudo o que acontece por debaixo destes panos. Debaixo dos meus panos há calor, como este desta noite.

A participação é a única coisa que nos resta. Estamos dentro de um sistema que participa de infinitos super-sistemas, e a única coisa da qual podemos ter certeza é de que há algo. E que estamos inseridos neste algo, que não conhecemos por provas científicas, apenas por intuição. Acho que a intuição está desligada deste haver físico, e ligada em um outro sistema. E se estamos imersos em todos estes, então dane-se seu funcionamento. Não podemos nos desvencilhar. O que fazemos é apenas um amontoado de energia, e às vezes nos traz prazer satisfazer aos nossos caprichos, sejam "honráveis" ou não. Só fazemos por nós mesmos, já dizia o poeta.

Aliás, alguém me dê um exemplo do que é o "não ser", que eu já tenho dúvidas (existenciais e milenares) sobre se "somos".

E nestes dias, a música tem feito parte de mim, como nada mais.

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