sexta-feira, agosto 11, 2006

Ode Ao Malandro

Malandro é aquele
Que compra tudo o que não pode
Escorrega no crédito, tropeça nos juros
E vive com uma corrente pesada
Pendurada no pescoço

Quando vai embora,
O malvado deixa de sobra
Conta e prestação
Casas Bahia, Copa e TV de plasma

O malandro acha que tá por cima
Tem carrinho de luxo com som que ensurdece
Sempre um copo de cerva na mão
Sempre uma carninha na brasa

Tudo pra forrar seu espaço com a mulherada frenética
Malandro que é malandro tem um monte de amô
Porque não sabe escrever
Se estrepa nas ligações, e esconde o celular

Malandro que é malandro
Deixa faltar o prato na mesa
Já diz o nome: mal homem
Ele, mamulengo, vai no sapato
Esconder suas injúrias na putaria
Não dorme direito, porque vive estressado

Malandro que é malandro
Esquece a família pra ficar com os amigos
Malandro que é malandro é isso
Carioca de praia, samba e cerva
Pele queimada, alma preta
Toma banho de sal grosso
Chega em casa e cai na cama com cheiro de cana

Malandro que é malandro não estuda, faz bico
Bico pra vida, bico pro trabalho, bico pros filhos

Malandro que é malandro
Arruma sempre uma briguinha,
Tem sempre um amigo mais sarado, malhador
Usa o papo pra esquivar
Se garante nos outro pra bater
Ou no três oitão, porque medo tem que meter

Malandro que é malandro conhece puliça
Bate no peito pra dizer que é fichado
Fuma um, já dormiu no cárcere uma noitinha,
Serviu no Exército e conhece fuzil

O malandro bate mesmo só na mulher
Que, pra ficar com o puto, só gostando de apanhar
Tem mulher que gosta mesmo de sofrer

É, malandro, de bom tu num tem nada
Tu parece, mas não é,
És burro pra cacete, não sabes ser feliz


2 comentários:

Ninha disse...

Ebaaaa! créditos, sim, claro! :-)

Adorei essa do malandro! só gostando de apannhar mesmo, puta merda.

bjkas!

Anônimo disse...

Nossa!!! Deu um tapa na sociedade!!!
hehehehe
Gostei, meu bem!
beijinhos