Experimentando um novo recurso aqui. Clica no play da parada :)
Saca também essa poesia:
Toque
Tuas mãos foram tão minhas
E minhas mãos foram tão tuas
Que quando orei a Deus
Em agradecimento pelas tuas
Já não sabia de quem era
As mãos que as minhas tocavam
Porque, ao me tocar,
Deste-me tantas chaves
Que as respostas encontradas
Tornaram-se enigmas
E percebi serem as portas que conheço
Tão poucas, que me fizeram
Sentir-me um total ingênuo
Quando se tocam nossos lábios
Falam-se com muitos significados,
Texturas, gostos, sons,
E um ritmo, só seu e meu
Ao mesmo tempo sentimos
Tudo o que há para saber
E mesmo assim, aturdidos,
Esperamos um dia compreender
Toda a mágica que há entre mim e você
sexta-feira, junho 30, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
Para Severino
Ele se foi
Como a última folha de Outono
Em um lindo dia
Dos mais infelizes
Caiu de repente,
Em meio à sua alegria
A última, e mais importante folha
Marcou o ínicio
Do Inverno da gente
Sua árvore deixou os frutos
Mais belos daquela estação
Sua vida não foi em vão
A queda da folha mais importante
Que ditou o fim
De um aconchegante Outono
Preparou a terra
Com ensinamentos e lembranças
De marido, pai, amigo e bardo
De arquiteto da boa vida
Quando passado
Um dos mais vigorosos Invernos
E despontada a luz primaveril
Qual floresta não crescerá
Em torno do lugar
Onde a folha mais importante está?
Depois de passado o susto e tocado o chão
Subiu seu espírito ao lar celestial
Porque folha que vira estação
Sobe é com muita moral
Pois um anjo, que vivia
Empoleirado naquela árvore
Prendeu, na pontinha de sua asa,
A alma da folha, que é uma pluma
E alçou pleno vôo, direto, a jato,
Para fazer sumirem os derradeiros segundos
Que precediam seu encontro com o Pai
Severino partiu
E para que eu não o esquecesse
Me deixou sua última flor
Para que no Inverno eu a acolhesse,
E tentasse, talvez,
Diminuir sua dor
Como a última folha de Outono
Em um lindo dia
Dos mais infelizes
Caiu de repente,
Em meio à sua alegria
A última, e mais importante folha
Marcou o ínicio
Do Inverno da gente
Sua árvore deixou os frutos
Mais belos daquela estação
Sua vida não foi em vão
A queda da folha mais importante
Que ditou o fim
De um aconchegante Outono
Preparou a terra
Com ensinamentos e lembranças
De marido, pai, amigo e bardo
De arquiteto da boa vida
Quando passado
Um dos mais vigorosos Invernos
E despontada a luz primaveril
Qual floresta não crescerá
Em torno do lugar
Onde a folha mais importante está?
Depois de passado o susto e tocado o chão
Subiu seu espírito ao lar celestial
Porque folha que vira estação
Sobe é com muita moral
Pois um anjo, que vivia
Empoleirado naquela árvore
Prendeu, na pontinha de sua asa,
A alma da folha, que é uma pluma
E alçou pleno vôo, direto, a jato,
Para fazer sumirem os derradeiros segundos
Que precediam seu encontro com o Pai
Severino partiu
E para que eu não o esquecesse
Me deixou sua última flor
Para que no Inverno eu a acolhesse,
E tentasse, talvez,
Diminuir sua dor
sexta-feira, junho 23, 2006
Tocando o Céu
Saudades de sentir falta de alguém
Talvez de uma língua espanhola
Misturada com o francês
Sempre com o sotaque carioca
Talvez estes ingredientes exóticos
Pudessem refazer a fórmula mágica
Daquele que busca seus sonhos
E que, por vezes,
Tem a chance de tocar o céu
Talvez um abraço, um cinema
Um encanto e um recado
Sentir de pertinho e pensar
"Merece tudo de bom"
Que, se finito ainda que intenso
Seja ao menos a memória inesquecível
Pois quem começa o que é idealmente eterno
Mesmo tendo conhecimento do passageiro
Não dá o passo pensando em seu fim
Já se foram as saudades
De sentir falta de alguém
E me aproximo, com alegria,
De mais uma chance
De acariciar o paraíso novamente
Namorada, te amo! :-)
Talvez de uma língua espanhola
Misturada com o francês
Sempre com o sotaque carioca
Talvez estes ingredientes exóticos
Pudessem refazer a fórmula mágica
Daquele que busca seus sonhos
E que, por vezes,
Tem a chance de tocar o céu
Talvez um abraço, um cinema
Um encanto e um recado
Sentir de pertinho e pensar
"Merece tudo de bom"
Que, se finito ainda que intenso
Seja ao menos a memória inesquecível
Pois quem começa o que é idealmente eterno
Mesmo tendo conhecimento do passageiro
Não dá o passo pensando em seu fim
Já se foram as saudades
De sentir falta de alguém
E me aproximo, com alegria,
De mais uma chance
De acariciar o paraíso novamente
Namorada, te amo! :-)
quarta-feira, junho 21, 2006
Box.net
Aqueles que me conhecem sabem o quanto eu acredito que um dia todos terão acesso a seus sistemas muito mais virtualmente do que um Gmail da vida, ou do que o orkut.
Então, dêem uma olhada nisso aqui:
Box.net - 1GB de espaço gratuito pra armazenar o que você quiser. Ainda não é tão trivial de ser usado, mas já facilita o backup. Quem leu a historinha A Viagem de Layla e Amanda sabe mais ou menos como eu acredito que tudo isso vá ficar um dia. Vamos esperar que o Google meta as mãos nessa galera ;-)
Aqui você aprende a montar o seu espaço num sistema Windows, como se fosse um disco local. Não testei, mas acredito que ainda não deva ser tão rápido.
E aqui você aprende a fazer um programa que acessa o Box.net. Invente qualquer programa, e use-o em conjunto com esse sisteminha bacana.
Então, dêem uma olhada nisso aqui:
Box.net - 1GB de espaço gratuito pra armazenar o que você quiser. Ainda não é tão trivial de ser usado, mas já facilita o backup. Quem leu a historinha A Viagem de Layla e Amanda sabe mais ou menos como eu acredito que tudo isso vá ficar um dia. Vamos esperar que o Google meta as mãos nessa galera ;-)
Aqui você aprende a montar o seu espaço num sistema Windows, como se fosse um disco local. Não testei, mas acredito que ainda não deva ser tão rápido.
E aqui você aprende a fazer um programa que acessa o Box.net. Invente qualquer programa, e use-o em conjunto com esse sisteminha bacana.
Boom Boom Satellites
Integrating electronica, rock, and jazz elements, Boom Boom Satellites are one of Japan's most experimental and acclaimed bands. With exciting and challenging albums, and live shows that would put most dance artists to shame, Boom Boom Satellites are a band for those looking for something different.
Retirado daqui.
Vale à pena ouvir.
Retirado daqui.
Vale à pena ouvir.
Café Com Leite
A graça de amar não está somente
Em saber os mistérios de quem é amado
Ela reside, abstratamente, em descobrir
O que a vida guarda para aqueles
Que seguem juntos o mesmo caminho
Você sabe: existem infinitas novidades
Pra quem as busca com obstinação
Em breve, estarei de férias :-)
Ontem comprei um dos melhores edredons de todos os tempos. Não se engane com a propagando dos 180 fios... Compre logo um edredon de malha. Esse é pretão, 220cm x 240cm, da Tok Stok. Saiu por menos da metade do preço dos edredonzões sinistros que vendem por aí. O meu eu batizei de "De Volta Ao Útero".
Em saber os mistérios de quem é amado
Ela reside, abstratamente, em descobrir
O que a vida guarda para aqueles
Que seguem juntos o mesmo caminho
Você sabe: existem infinitas novidades
Pra quem as busca com obstinação
Em breve, estarei de férias :-)
Ontem comprei um dos melhores edredons de todos os tempos. Não se engane com a propagando dos 180 fios... Compre logo um edredon de malha. Esse é pretão, 220cm x 240cm, da Tok Stok. Saiu por menos da metade do preço dos edredonzões sinistros que vendem por aí. O meu eu batizei de "De Volta Ao Útero".
segunda-feira, junho 19, 2006
Produtividade e Fluxo de Trabalho – Sérgio Franco
Minha médica me pediu um exame periódico de sangue, a fim de fazer um checkup. Para me informar melhor, fui até o laboratório Sérgio Franco, no Leblon. Do lado de fora, uma vidraça enorme, espelhada, já na altura da calçada. Um segurança local me recepcionou, e imediatamente me encaminhou para um balcão muito óbvio, bem na entrada:
- Você pode conseguir as informações que quiser com aquela moça ali, senhor.
Olhei em volta. Um hall enorme, com um pé direito de talvez uns cinco metros, algumas colunas de sustentação, todas as paredes cobertas com um papel de parede imitando madeira de textura bem clara e suave. Ao meu lado direito, uma fileira de bancos de espera para o balcão de recepção. À esquerda, se estendia uma fileira de baias com atendentes e uma segunda fileira de cadeiras, com pacientes aguardando o momento do atendimento.
Fui até “aquela moça ali”:
- Boa tarde, senhor. Em que posso ajudar? – Fui recebido com um sorriso muito cortês.
- Boa tarde, gostaria de saber como devo proceder para fazer um exame de sangue.
- Convênio com plano de saúde?
- Sim.
- Empresarial ou particular?
- Particular.
- Qual é o plano, senhor?
- X.
- Obrigado. Que exames você deseja fazer?
- Não entendo nada disso, mas a minha médica me entregou esta carta – repassei a tal carta para a atendente.
- Perfeitamente. Para os exames de sangue, o senhor deve estar em jejum por no mínimo doze horas. A radiografia nós ainda não estamos executando neste laboratório. A fila é obedecida por ordem de chegada dos clientes, e estamos abertos a partir das 6:30 da manhã, que é o horário preferível para se fazer a coleta de sangue.
- Bom, então eu posso voltar aqui amanhã de manhã?
- Sim, senhor Rodrigo.
- Obrigado.
(No dia seguinte, fui atendido por uma outra recepcionista)
- Bom dia, senhor, em que posso ajudar?
- Oi, gostaria de fazer um exame de sangue. – De cara, fui entregando o cartão do plano de saúde e a carta da médica.
- Um momento, por favor, senhor Rodrigo. – Agora começou a mágica. Ela digitou alguma coisa em seu terminal – Pronto, o senhor pode aguardar naquela fila com a carteira do plano de saúde, a carta da médica e um documento de identidade. Uma das nossas operadoras vai chamá-lo.
Fui para a fileira de bancos à esquerda. Sentei-me e saquei um livro, pensando que o atendimento fosse demorar. Em menos de cinco minutos, uma mulher chama pelo meu nome, e lá fui eu. Entreguei os documentos, e ela digitou alguns dados cadastrais – afinal, era a primeira visita. Imprimiu alguns documentos, e me pediu para ler e assina-los. Eram somente os pedidos dos exames de sangue.
Não pude deixar de reparar em um leitor de impressões digitais, ao lado do monitor de tela plana da atendente:
- Me desculpe pela pergunta. Você usa isso aqui pra se identificar no seu terminal?
- Não, senhor Rodrigo. O seu plano de saúde usa esse leitor para autenticar os clientes, dependendo do tipo de exame feito. Para exames de sangue isso não é requerido, mas daqui a algumas semanas nossa radiologia estará funcionando novamente, e daí, se você voltasse e pedisse uma radiologia, teríamos que cadastrá-lo uma vez. A partir de então você poderia ser reconhecido em toda a rede onde temos este sistema.
- Calma aí... Você tá dizendo que o meu plano de saúde colocou esses leitores em toda a rede Sérgio Franco?
- Quase toda. Ainda faltam algumas unidades, mas já estão sendo implantados.
Que ingênuo eu fui. Achando mesmo que aquele leitor era pra ser usado uma vez por dia, só quando a mulher chegasse ao trabalho... Mas uma empresa colocando equipamentos dentro de outra... Estranho, não? Isso se chama integração.
Dali a algumas assinaturas, ela me ensinou o terceiro hall de espera, para seguir ao exame.
- Você mesmo vem buscar, ou prefere que enviemos o resultado?
- Eu mesmo posso vir.
- Ok. Tenha um bom dia, senhor Rodrigo.
- Bom dia, Lidiane – O nome dela estava em seu crachá de identificação.
Lá fui eu. Dessa vez, pra uma sala semicircular, com uma tevê que exibia algum vídeo de acrobatas e trapezistas. Provavelmente algum espetáculo do Cirque du Soleil. Não ousei sacar o livro. Em menos de 5 minutos, novamente:
- Senhor Rodrigo?
- Sou eu.
- Bom dia, senhor Rodrigo! Por aqui, por favor.
O técnico comparou minha carteira de identidade com os documentos que recebera via rede, me explicou minuciosamente cada passo da coleta de sangue, e em menos de 10 minutos havia feito o exame. Recebi um cartão, como um cartão de visita, mas com os dados do meu exame e a data do resultado, que seria dali a dois dias. Fui encaminhado para a última saleta, de saída, onde poderia tomar um café e relaxar um pouco. Lá também passava o tal vídeo. Saí pelo outro lado do laboratório.
(Dois dias depois)
- Bom dia, gostaria de recuperar os resultados de um exame de sangue.
- Por ali, senhor – O recepcionista me apontou um segundo balcão de recepção. Dessa vez, notei que tanto a recepção principal quanto a sala de “check in” tinham suas tevês, com a mesma programação do circo.
- Bom dia, senhor, em que posso ajudar?
- Vim pegar os resultados deste exame – Entreguei o cartão.
- Um instante, por favor, senhor Rodrigo.
Em questão de segundos, a mulher digitou minha identificação, e os exatos documentos dos meus exames foram impressos. Ela grampeou as mais de dez páginas, dobrou em duas marcas, inseriu em um envelope de correspondência, lacrou com uma etiqueta do laboratório e me entregou em mãos.
- Obrigado.
- De nada. Tenha um bom dia, senhor Rodrigo.
Em menos de cinco minutos, lá estava eu do lado de fora. Parei para olhar o envelope. As dobras do documento guardado faziam com que os meus dados, juntamente dos dados da minha médica, do meu convênio e do meu endereço residencial aparecessem através de uma parte transparente em uma das faces do envelope, certinho...
Não sei por que, mas eu me sinto tão bem quando as pessoas me recebem sorridentes, são atenciosas e me chamam pelo nome...
Sabe quando eu gosto de um computador? Quando quem o usa mal precisa tocá-lo.
- Você pode conseguir as informações que quiser com aquela moça ali, senhor.
Olhei em volta. Um hall enorme, com um pé direito de talvez uns cinco metros, algumas colunas de sustentação, todas as paredes cobertas com um papel de parede imitando madeira de textura bem clara e suave. Ao meu lado direito, uma fileira de bancos de espera para o balcão de recepção. À esquerda, se estendia uma fileira de baias com atendentes e uma segunda fileira de cadeiras, com pacientes aguardando o momento do atendimento.
Fui até “aquela moça ali”:
- Boa tarde, senhor. Em que posso ajudar? – Fui recebido com um sorriso muito cortês.
- Boa tarde, gostaria de saber como devo proceder para fazer um exame de sangue.
- Convênio com plano de saúde?
- Sim.
- Empresarial ou particular?
- Particular.
- Qual é o plano, senhor?
- X.
- Obrigado. Que exames você deseja fazer?
- Não entendo nada disso, mas a minha médica me entregou esta carta – repassei a tal carta para a atendente.
- Perfeitamente. Para os exames de sangue, o senhor deve estar em jejum por no mínimo doze horas. A radiografia nós ainda não estamos executando neste laboratório. A fila é obedecida por ordem de chegada dos clientes, e estamos abertos a partir das 6:30 da manhã, que é o horário preferível para se fazer a coleta de sangue.
- Bom, então eu posso voltar aqui amanhã de manhã?
- Sim, senhor Rodrigo.
- Obrigado.
(No dia seguinte, fui atendido por uma outra recepcionista)
- Bom dia, senhor, em que posso ajudar?
- Oi, gostaria de fazer um exame de sangue. – De cara, fui entregando o cartão do plano de saúde e a carta da médica.
- Um momento, por favor, senhor Rodrigo. – Agora começou a mágica. Ela digitou alguma coisa em seu terminal – Pronto, o senhor pode aguardar naquela fila com a carteira do plano de saúde, a carta da médica e um documento de identidade. Uma das nossas operadoras vai chamá-lo.
Fui para a fileira de bancos à esquerda. Sentei-me e saquei um livro, pensando que o atendimento fosse demorar. Em menos de cinco minutos, uma mulher chama pelo meu nome, e lá fui eu. Entreguei os documentos, e ela digitou alguns dados cadastrais – afinal, era a primeira visita. Imprimiu alguns documentos, e me pediu para ler e assina-los. Eram somente os pedidos dos exames de sangue.
Não pude deixar de reparar em um leitor de impressões digitais, ao lado do monitor de tela plana da atendente:
- Me desculpe pela pergunta. Você usa isso aqui pra se identificar no seu terminal?
- Não, senhor Rodrigo. O seu plano de saúde usa esse leitor para autenticar os clientes, dependendo do tipo de exame feito. Para exames de sangue isso não é requerido, mas daqui a algumas semanas nossa radiologia estará funcionando novamente, e daí, se você voltasse e pedisse uma radiologia, teríamos que cadastrá-lo uma vez. A partir de então você poderia ser reconhecido em toda a rede onde temos este sistema.
- Calma aí... Você tá dizendo que o meu plano de saúde colocou esses leitores em toda a rede Sérgio Franco?
- Quase toda. Ainda faltam algumas unidades, mas já estão sendo implantados.
Que ingênuo eu fui. Achando mesmo que aquele leitor era pra ser usado uma vez por dia, só quando a mulher chegasse ao trabalho... Mas uma empresa colocando equipamentos dentro de outra... Estranho, não? Isso se chama integração.
Dali a algumas assinaturas, ela me ensinou o terceiro hall de espera, para seguir ao exame.
- Você mesmo vem buscar, ou prefere que enviemos o resultado?
- Eu mesmo posso vir.
- Ok. Tenha um bom dia, senhor Rodrigo.
- Bom dia, Lidiane – O nome dela estava em seu crachá de identificação.
Lá fui eu. Dessa vez, pra uma sala semicircular, com uma tevê que exibia algum vídeo de acrobatas e trapezistas. Provavelmente algum espetáculo do Cirque du Soleil. Não ousei sacar o livro. Em menos de 5 minutos, novamente:
- Senhor Rodrigo?
- Sou eu.
- Bom dia, senhor Rodrigo! Por aqui, por favor.
O técnico comparou minha carteira de identidade com os documentos que recebera via rede, me explicou minuciosamente cada passo da coleta de sangue, e em menos de 10 minutos havia feito o exame. Recebi um cartão, como um cartão de visita, mas com os dados do meu exame e a data do resultado, que seria dali a dois dias. Fui encaminhado para a última saleta, de saída, onde poderia tomar um café e relaxar um pouco. Lá também passava o tal vídeo. Saí pelo outro lado do laboratório.
(Dois dias depois)
- Bom dia, gostaria de recuperar os resultados de um exame de sangue.
- Por ali, senhor – O recepcionista me apontou um segundo balcão de recepção. Dessa vez, notei que tanto a recepção principal quanto a sala de “check in” tinham suas tevês, com a mesma programação do circo.
- Bom dia, senhor, em que posso ajudar?
- Vim pegar os resultados deste exame – Entreguei o cartão.
- Um instante, por favor, senhor Rodrigo.
Em questão de segundos, a mulher digitou minha identificação, e os exatos documentos dos meus exames foram impressos. Ela grampeou as mais de dez páginas, dobrou em duas marcas, inseriu em um envelope de correspondência, lacrou com uma etiqueta do laboratório e me entregou em mãos.
- Obrigado.
- De nada. Tenha um bom dia, senhor Rodrigo.
Em menos de cinco minutos, lá estava eu do lado de fora. Parei para olhar o envelope. As dobras do documento guardado faziam com que os meus dados, juntamente dos dados da minha médica, do meu convênio e do meu endereço residencial aparecessem através de uma parte transparente em uma das faces do envelope, certinho...
Não sei por que, mas eu me sinto tão bem quando as pessoas me recebem sorridentes, são atenciosas e me chamam pelo nome...
Sabe quando eu gosto de um computador? Quando quem o usa mal precisa tocá-lo.
terça-feira, junho 13, 2006
Gostando de Alguém Feito Você
Escrevo coisas lindas quando gosto de alguém
Mas poucas vezes gostei de alguém desse jeito...
Quando não gosto, sou o maior dos descrentes no amor
Desdenho e faço que não existe
Só pra ter o prazer de me surpreender quando encontro alguém assim
Feito você
Peguei as chaves do meu novo larrrrrrrrrr
Voltei a morar em Botafogo, no prédio do lado do prédio onde morei. Até o final da semana estará tudo certo.
Mas poucas vezes gostei de alguém desse jeito...
Quando não gosto, sou o maior dos descrentes no amor
Desdenho e faço que não existe
Só pra ter o prazer de me surpreender quando encontro alguém assim
Feito você
Peguei as chaves do meu novo larrrrrrrrrr
Voltei a morar em Botafogo, no prédio do lado do prédio onde morei. Até o final da semana estará tudo certo.
quinta-feira, junho 08, 2006
Ricos Trabalhando Para Pobres?
Este é, de longe, um dos meus melhores artigos. Leia-o. Diga-me que é um dos piores, e me contrarie com razão, por favor, senão eu vou acreditar que estou certo.
Antes de começar a ler, prepare-se: há algumas conclusões bem instigantes. Mas como se trata de um argumento, não o leve tão a sério: eu apenas esculpi as palavras, para que você pudesse até achar que essa seja a verdade. Outra coisa: não me preocupei em explicar alguns detalhes, então tem coisas implícitas. Denuncie qualquer variável que eu possa não ter mencionado - de repente eu nem vi mesmo. Se você puder pelo menos se divertir com esse texto, meu dia tá feito :-)
Vocês sabem por que a tecnologia evolui? Pra que possamos fazer mais coisas com menos esforço. Se podemos fazer mais coisas com menos esforço, que tal usar o nosso tempo pra produzir coisas que não precisamos consumir? Absurdo, não? É isso o que acontece com o mundo, agora mesmo.
O capitalismo hoje é articulado de maneira a fazer os ricos ficarem muito mais ricos, e os pobres, muito mais pobres. A classe média é empurrada cada vez mais pra baixo, a fim de que seja unida às classes mais básicas. Todas as profissões que requerem um mínimo de especialização tendem a ser aniquiladas pela presença da automação. Se você é dono de uma máquina, então essa máquina é o seu "escravo pessoal". Não há necessidade de trabalhar para que no fim do mês haja dindim na sua conta. Mas se você é assalariado, tem medo de perder seu emprego. Você é sua única força de trabalho.
Sendo um pouco marxista, os assalariados hoje são recompensados com muito, muito menos do que o valor que produzem. O sobressalente vai pra mão dos ricos. Assim, surgem ultra-ricos. Concorda?
Com o poder de consumo aniquilado, as classes mais baixas poderão somente suprir as suas necessidades básicas. Os ricos, ao contrário, terão dinheiro que não poderão gastar. Há um problema conceitual econômico: tudo de maravilhoso que produzimos, sendo supérfluo e paradoxalmente também necessário, estará restrito a um número cada vez menor de pessoas. A diminuição dos mercados fará com que as super-máquinas de produção disputem um número cada vez menor de consumidores. O mercado realmente grande será, de fato, a camada rasteira da população. Mas eles só poderão comprar o que podem comer, o que podem vestir, e o que podem habitar.
Segundo C. K. Prahalad (eu gosto muito desse cara), o mercado mais rico hoje é realmente o da base da pirâmide - os mais pobres. E esse mercado está crescendo. As super companhias de bens super caros já estão concentrando esforços para criar produtos acessíveis a essa camada populacional. Na minha opinião, é um dos reflexos do "enxugamento" das camadas econômicas média e superior. O que é um produto comprável pelas camadas baixas? Qualquer um que diminua seu custo de vida. Ôpa! Custo zero é super bom, não é?? Então, as coisas sairão de graça, no futuro. Duvida? Vide Google.
* Sem mais perguntas, meritíssimo *
Então, os super-ricos terão muito dinheiro, e suas principais inovações serão direcionadas aos mais pobres. Quem tem poder trabalha pra quem não tem. Interessante isso, não é mesmo? A tecnologia vai evoluir naturalmente para satisfazer primariamente àqueles que não tem uma boa situação econômica.
Bom, mas o pobre não pode comprar tudo o que quer, quando quer, é bem verdade. E o povo oprimido para baixo pode estourar em revolta. Mas eu não acredito que isso vá acontecer. Não acredito em nenhuma super-mega-rebelião contra os governos corruptos e os super-ricos.
Com a automação gradual dos governos, por exemplo, naturalmente a corrupção será eliminada. Com a eliminação de guichês humanos de atendimento, por exemplo, não haverá mais aquelas pequenas propinas. No trânsito, temos outro exemplo: você não pode "dar 30 Reais" para um pardal tomar sua cerveja, como fazemos com guardas de trânsito.
Meu argumento é o de que a maneira de enxergar o lucro vai mudar. Você não é dono do mundo mesmo que tenha todo o dinheiro. Se não puder desfrutá-lo durante uma vida inteira, do que adianta tê-lo? E se tiver medo de possuir esse dinheiro - temendo os outros que não o têm - do que adianta? E mais: do que adianta ter todo o dinheiro, se tudo o que pode fazer é continuar tomando conta dele?
Pobres e ricos são escravos de um erro conceitual. E essa característica será a principal causadora da extinção do capitalismo.
A super-máquina da produtividade nos permite deixar de trabalhar forçosamente. E é isso o que devia acontecer. Pouco a pouco, estamos sofrendo transformações incríveis na sociedade, na forma como adquirimos bens e como somos supridos. Essa mania que brasileiro tem de criar feriados é uma boa forma de ver como podemos deixar de ser escravos do trabalho, pouco a pouco.
Em poucas palavras: na Copa, em dia de jogo do Brasil, teremos feriado. Ninguém vai tomar conta das suas contas, ninguém vai deixar de produzir por isso, e todos vão se divertir.
Antes de começar a ler, prepare-se: há algumas conclusões bem instigantes. Mas como se trata de um argumento, não o leve tão a sério: eu apenas esculpi as palavras, para que você pudesse até achar que essa seja a verdade. Outra coisa: não me preocupei em explicar alguns detalhes, então tem coisas implícitas. Denuncie qualquer variável que eu possa não ter mencionado - de repente eu nem vi mesmo. Se você puder pelo menos se divertir com esse texto, meu dia tá feito :-)
Vocês sabem por que a tecnologia evolui? Pra que possamos fazer mais coisas com menos esforço. Se podemos fazer mais coisas com menos esforço, que tal usar o nosso tempo pra produzir coisas que não precisamos consumir? Absurdo, não? É isso o que acontece com o mundo, agora mesmo.
O capitalismo hoje é articulado de maneira a fazer os ricos ficarem muito mais ricos, e os pobres, muito mais pobres. A classe média é empurrada cada vez mais pra baixo, a fim de que seja unida às classes mais básicas. Todas as profissões que requerem um mínimo de especialização tendem a ser aniquiladas pela presença da automação. Se você é dono de uma máquina, então essa máquina é o seu "escravo pessoal". Não há necessidade de trabalhar para que no fim do mês haja dindim na sua conta. Mas se você é assalariado, tem medo de perder seu emprego. Você é sua única força de trabalho.
Sendo um pouco marxista, os assalariados hoje são recompensados com muito, muito menos do que o valor que produzem. O sobressalente vai pra mão dos ricos. Assim, surgem ultra-ricos. Concorda?
Com o poder de consumo aniquilado, as classes mais baixas poderão somente suprir as suas necessidades básicas. Os ricos, ao contrário, terão dinheiro que não poderão gastar. Há um problema conceitual econômico: tudo de maravilhoso que produzimos, sendo supérfluo e paradoxalmente também necessário, estará restrito a um número cada vez menor de pessoas. A diminuição dos mercados fará com que as super-máquinas de produção disputem um número cada vez menor de consumidores. O mercado realmente grande será, de fato, a camada rasteira da população. Mas eles só poderão comprar o que podem comer, o que podem vestir, e o que podem habitar.
Segundo C. K. Prahalad (eu gosto muito desse cara), o mercado mais rico hoje é realmente o da base da pirâmide - os mais pobres. E esse mercado está crescendo. As super companhias de bens super caros já estão concentrando esforços para criar produtos acessíveis a essa camada populacional. Na minha opinião, é um dos reflexos do "enxugamento" das camadas econômicas média e superior. O que é um produto comprável pelas camadas baixas? Qualquer um que diminua seu custo de vida. Ôpa! Custo zero é super bom, não é?? Então, as coisas sairão de graça, no futuro. Duvida? Vide Google.
* Sem mais perguntas, meritíssimo *
Então, os super-ricos terão muito dinheiro, e suas principais inovações serão direcionadas aos mais pobres. Quem tem poder trabalha pra quem não tem. Interessante isso, não é mesmo? A tecnologia vai evoluir naturalmente para satisfazer primariamente àqueles que não tem uma boa situação econômica.
Bom, mas o pobre não pode comprar tudo o que quer, quando quer, é bem verdade. E o povo oprimido para baixo pode estourar em revolta. Mas eu não acredito que isso vá acontecer. Não acredito em nenhuma super-mega-rebelião contra os governos corruptos e os super-ricos.
Com a automação gradual dos governos, por exemplo, naturalmente a corrupção será eliminada. Com a eliminação de guichês humanos de atendimento, por exemplo, não haverá mais aquelas pequenas propinas. No trânsito, temos outro exemplo: você não pode "dar 30 Reais" para um pardal tomar sua cerveja, como fazemos com guardas de trânsito.
Meu argumento é o de que a maneira de enxergar o lucro vai mudar. Você não é dono do mundo mesmo que tenha todo o dinheiro. Se não puder desfrutá-lo durante uma vida inteira, do que adianta tê-lo? E se tiver medo de possuir esse dinheiro - temendo os outros que não o têm - do que adianta? E mais: do que adianta ter todo o dinheiro, se tudo o que pode fazer é continuar tomando conta dele?
Pobres e ricos são escravos de um erro conceitual. E essa característica será a principal causadora da extinção do capitalismo.
A super-máquina da produtividade nos permite deixar de trabalhar forçosamente. E é isso o que devia acontecer. Pouco a pouco, estamos sofrendo transformações incríveis na sociedade, na forma como adquirimos bens e como somos supridos. Essa mania que brasileiro tem de criar feriados é uma boa forma de ver como podemos deixar de ser escravos do trabalho, pouco a pouco.
Em poucas palavras: na Copa, em dia de jogo do Brasil, teremos feriado. Ninguém vai tomar conta das suas contas, ninguém vai deixar de produzir por isso, e todos vão se divertir.
segunda-feira, junho 05, 2006
Um Dia Como Poucos
sexta-feira, junho 02, 2006
Sustentáculo
Ai de quem foge à poesia
Para maltratar seus inimigos
Para instilar o medo infantil
Ai de quem recorre às palavras
Para fazer valer a causa insensata
Ai de quem prepara a massa lógica
Para convencer a massa fraca a abraçar
Uma ideologia barata e irracional
Ai de mim, se não defendo
O prazer de encontrar a verdade
A maçã permitida e procurada
Ai de nós, se não procuramos
Deixar de lado o desnecessário
Ai de nós, se continuarmos
A alimentar a máquina violenta
Ai do mundo, se da terra não tirarmos
Somente o que precisamos
E da Terra, se apagarmos o Sol
Com a fumaça de nossos motores
Para maltratar seus inimigos
Para instilar o medo infantil
Ai de quem recorre às palavras
Para fazer valer a causa insensata
Ai de quem prepara a massa lógica
Para convencer a massa fraca a abraçar
Uma ideologia barata e irracional
Ai de mim, se não defendo
O prazer de encontrar a verdade
A maçã permitida e procurada
Ai de nós, se não procuramos
Deixar de lado o desnecessário
Ai de nós, se continuarmos
A alimentar a máquina violenta
Ai do mundo, se da terra não tirarmos
Somente o que precisamos
E da Terra, se apagarmos o Sol
Com a fumaça de nossos motores
Assinar:
Postagens (Atom)