Esse aqui é um blog para amigos. Meus outros projetos são para compartilhar coisas que realmente interessam aos outros.
Aqui residem minhas coisas pessoais. Meus tesouros.
quinta-feira, fevereiro 26, 2015
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
Nunca Saberei o Que é o Amor
Qdo penso em amor... Acho q nunca soube o que é isso de verdade. As definições vão mudando junto comigo ao longo da vida. Eu sou um alvo móvel.
Vai ver, amar é isso... Nunca aprender a amar de verdade e ter a ilusão de que se ama completamente. Tendo paz sobre isso, pelo menos os julgamentos que fizerem de mim nunca me soarão ruins. Sabendo disso, também não condenarei o amor de outra pessoa, apenas posso aceitá-lo ou não. Eu sou o que sou, e me aceito em paz, sabendo sempre que mudar é possível, mas nem sempre desejável.
Eu me dou a permissão de não saber o que é o amor - e de, possivelmente, nunca vir a saber. Simplesmente aceito que o que quer que eu tenha para dar chamando "amor" é o meu melhor, e se não for o melhor para outra pessoa... Isso já não vem ao caso. É coisa dela.
Como diria Vinícius de Moraes:
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nessa vida."
Vai ver, amar é isso... Nunca aprender a amar de verdade e ter a ilusão de que se ama completamente. Tendo paz sobre isso, pelo menos os julgamentos que fizerem de mim nunca me soarão ruins. Sabendo disso, também não condenarei o amor de outra pessoa, apenas posso aceitá-lo ou não. Eu sou o que sou, e me aceito em paz, sabendo sempre que mudar é possível, mas nem sempre desejável.
Eu me dou a permissão de não saber o que é o amor - e de, possivelmente, nunca vir a saber. Simplesmente aceito que o que quer que eu tenha para dar chamando "amor" é o meu melhor, e se não for o melhor para outra pessoa... Isso já não vem ao caso. É coisa dela.
Como diria Vinícius de Moraes:
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nessa vida."
quinta-feira, novembro 18, 2010
Uma Conversão
Há 4 posts atrás, eu disse que havia mudado. Progresso? Só se for com amor.
http://espalheoamor.com.br/
Vai lá. Tem um monte de gente te esperando.
http://espalheoamor.com.br/
Vai lá. Tem um monte de gente te esperando.
domingo, julho 04, 2010
Minha Cabeça Mudou
Há dois posts atrás eu disse que eu queria que aquele fosse o último dia de uma vida normal.
E foi.
Algo entre o surrealismo e a riqueza invadiram minha cabeça de uma maneira que eu não consigo sequer conceber ou contar. Só sei o seguinte: aquele foi realmente o último dia de uma vida de indiferença, distância e incompreensão.
Por causa de uma busca, uma pergunta e uma excelente companhia (Manu), estou hoje em um mar de rosas...
Bom, não é exatamente um mar de rosas.
Vou compartilhar tudo de bom na hora certa. Mudar COMPLETAMENTE de vida tem lá seus percalços. Exige o fim de um ciclo e o início de outro, e isso implica várias perdas, interrupções e encontrar os novos "plugs" de energia positiva. Mudar é desgastante. Exige saber como se faz pra se alimentar nesse novo espaço.
Nesse momento, sou como um bicho mudando de habitat. Acho que um hipopótamo, que é o que somos em nossas cabeças: um bicho pesado e difícil de mudar seus hábitos, crenças e atitudes. Mas a nova década exige isso.
E vamos seguindo. Espero que suas escolhas te levem também pra um lugar sempre melhor do que o anterior, por mais que o anterior fosse já maravilhoso.
E foi.
Algo entre o surrealismo e a riqueza invadiram minha cabeça de uma maneira que eu não consigo sequer conceber ou contar. Só sei o seguinte: aquele foi realmente o último dia de uma vida de indiferença, distância e incompreensão.
Por causa de uma busca, uma pergunta e uma excelente companhia (Manu), estou hoje em um mar de rosas...
Bom, não é exatamente um mar de rosas.
Vou compartilhar tudo de bom na hora certa. Mudar COMPLETAMENTE de vida tem lá seus percalços. Exige o fim de um ciclo e o início de outro, e isso implica várias perdas, interrupções e encontrar os novos "plugs" de energia positiva. Mudar é desgastante. Exige saber como se faz pra se alimentar nesse novo espaço.
Nesse momento, sou como um bicho mudando de habitat. Acho que um hipopótamo, que é o que somos em nossas cabeças: um bicho pesado e difícil de mudar seus hábitos, crenças e atitudes. Mas a nova década exige isso.
E vamos seguindo. Espero que suas escolhas te levem também pra um lugar sempre melhor do que o anterior, por mais que o anterior fosse já maravilhoso.
sexta-feira, abril 02, 2010
Da Ignorância
Essa é a minha definição de ignorância. Tomara que ela se mantenha no mínimo estável pelo resto da minha vida.
"Ignorância não é desconhecer, mas sim estar fechado ao aprendizado."
(Rodrigo Santiago)
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
sexta-feira, outubro 23, 2009
Um Dia Diferente
O dia de hoje foi bem diferente do dia de ontem.
Eu acho que vou cumprir minha promessa esse ano: os anos seguintes têm que ser melhores do que os anos anteriores.
É isso.
Eu acho que vou cumprir minha promessa esse ano: os anos seguintes têm que ser melhores do que os anos anteriores.
É isso.
quinta-feira, outubro 22, 2009
Uma Virada
Eu quero muito que hoje seja o último dia de uma vida normal.
Bom, eu não tenho uma vida típica. Não mesmo. Um trabalho em tempo ultra-flexível e muito bem pago, que faria qualquer professor de Yoga ficar perplexo. Uma esposa cantora, daquelas que não se vê desde a década de 50.
Mesmo assim, as perspectivas são duras e comuns... Eu tenho a perspectiva da massa, de que a vida é sempre muito complicada de se "ganhar".
* Eu tinha essa perspectiva. *
Na verdade, há alguns dias minha vida deu uma reviravolta. Minha cabeça está a mil por hora, estou "abundant minded", como dizem em inglês. Num estado de abundância mental. E não quero parar.
Acho que o disco da Manu não sai esse ano. Mas vai sair no ano que vem. Nosso esforço foi muito grande, tem sido muito grande, eu tenho certeza de sermos recompensados. Como já estamos sendo.
No Google é assim: se você procura, acha.
As respostas estão todas aí. O que ficou escasso agora foram as perguntas.
Pergunte-se: "como faço pra viver melhor?"
Talvez ele responda.
Bom, eu não tenho uma vida típica. Não mesmo. Um trabalho em tempo ultra-flexível e muito bem pago, que faria qualquer professor de Yoga ficar perplexo. Uma esposa cantora, daquelas que não se vê desde a década de 50.
Mesmo assim, as perspectivas são duras e comuns... Eu tenho a perspectiva da massa, de que a vida é sempre muito complicada de se "ganhar".
* Eu tinha essa perspectiva. *
Na verdade, há alguns dias minha vida deu uma reviravolta. Minha cabeça está a mil por hora, estou "abundant minded", como dizem em inglês. Num estado de abundância mental. E não quero parar.
Acho que o disco da Manu não sai esse ano. Mas vai sair no ano que vem. Nosso esforço foi muito grande, tem sido muito grande, eu tenho certeza de sermos recompensados. Como já estamos sendo.
No Google é assim: se você procura, acha.
As respostas estão todas aí. O que ficou escasso agora foram as perguntas.
Pergunte-se: "como faço pra viver melhor?"
Talvez ele responda.
quinta-feira, agosto 20, 2009
Melhor e Pior
A pior coisa pra um homem
É ser relativista, pois aprende a se justificar.
A melhor coisa pra um homem
É ser relativista, pois aprende a se adaptar.
É ser relativista, pois aprende a se justificar.
A melhor coisa pra um homem
É ser relativista, pois aprende a se adaptar.
sexta-feira, agosto 07, 2009
A Queda
Desde que não tombe
Não morra, não suma,
A queda
Vento, vazio, bala de canhão,
Gravidade severa
Terra, parábola, terra.
Pára-peito, humano conceito,
Morcego de patágio
Um vôo em um contrato
Cuja cláusula de rompimento
Delega a vida do criador
De volta às mãos de quem criou.
Não morra, não suma,
A queda
Vento, vazio, bala de canhão,
Gravidade severa
Terra, parábola, terra.
Pára-peito, humano conceito,
Morcego de patágio
Um vôo em um contrato
Cuja cláusula de rompimento
Delega a vida do criador
De volta às mãos de quem criou.
sexta-feira, julho 24, 2009
Geração Exibcionista
Depois da Internet ganhar olhos, vêm aí os nossos filhos. A geração dos exibcionistas.
Aguardem as cenas das próximas puberdades.
Aguardem as cenas das próximas puberdades.
quarta-feira, julho 01, 2009
Com O Tempo, A Gente Vê
Ontem eu estava em uma das reuniões de projeto no trabalho, quando de repente pintou uma conversa sobre pequenas mudanças no status atual de sua arquitetura (uma espécie de planta baixa do negócio).
Desenvolver software ajuda a manter alguma sanidade, com certeza. Quero fazer isso e compor músicas e escrever poemas até a minha velhice. Você tem que pensar nos detalhes do modelo, e em como as peças se encaixam... É como se tivesse uma espécie de lego dentro da sua cabeça, e você vai modelando o briquedo imaginário. Acontece que, com o tempo e a observação diária, você passa a entender padrões recorrentes, muito similares mesmo, em partes diferentes do sistema. Você enxerga através desses padrões um "cerne" que pode ser criado e reutilizado, que pode simplificar o seu trabalho. Materializando esse cerne, você pode usá-lo no lugar das coisas parecidas que existiam isoladamente uma das outras, e descartá-las. Esse exercício é mais ou menos o que faço em minha vida, desde que me tornei independente. Justamente por causa da profissão.
Um ponto contra esse tipo de comportamento e uso das coisas é o de se formar o pensamento engessado. Você se acostuma com aquela zona de conforto, com o tal cerne, e ao precisar mudá-la, não faz a mínima idéia de como começar, e é até mesmo resistente a ela. Você acha que, porque tudo está indo bem, não precisa arriscar nada novo. Comigo, isso acontece durante certo tempo. Acho que com você também.
O momento onde o universo está bem confortável e previsível é bom para o descanso. O momento em que a monotonia e o marasmo chegam é provavelmente o momento em que você já descansou demais. É hora de se arriscar de novo. Reinventar o universo.
Novamente, por causa da prática da observação, você verá coisas que precisam ser melhoradas. Vai olhar para o ambiente e observar coisas necessárias, e coisas desnecessárias. Vai querer varrer a casa, trocar os móveis de lugar, se livrar de coisas antigas e obter coisas novas. Vai encontrar um passatempo novo, uma nova maneira de trabalhar, e vai refazer seu universo.
É claro que, se tivéssemos controle total sobre nossas vidas, nada disso seria um problema. Mas às vezes precisamos fazer mudanças radicais, por motivos externos. Uma avalanche, ou uma ligação podem determinar uma ruptura na sua rotina de invenção, usufruto e reinvenção. Um número incontável de coisas podem te jogar para uma outra direção.
É perigoso viver com todos os riscos. Mas é natural. Quando os pássaros fugirem de suas gaiolas e tudo sair do seu controle, é necessário olhar para dentro e pensar: isso é parte do que o mundo é, e eu não o controlo. O que eu sou está aqui dentro. Não é igual a ontem, e não vai ser igual a amanhã. Mas pelo menos aqui dentro eu posso imaginar o que quiser, e ser quem eu quero. Posso tentar derramar um pouco de mim pra fora, mas não posso garantir que a parte de fora seja eu, mesmo que tudo seja muito parecido com o que quero, daqui de dentro.
Com a "metamorfose ambulante" que somos, sempre olhamos para o mundo e encontramos coisas dispensáveis e coisas que faltam. Dispensáveis e ausentes em um segundo podem até mesmo inverterem posições em seguida. Aplicar o esforço pra mudar isso é uma opção, mas certamente, com o tempo, a gente vê. Senão, não seríamos nós. Seríamos só matéria prima.
Desenvolver software ajuda a manter alguma sanidade, com certeza. Quero fazer isso e compor músicas e escrever poemas até a minha velhice. Você tem que pensar nos detalhes do modelo, e em como as peças se encaixam... É como se tivesse uma espécie de lego dentro da sua cabeça, e você vai modelando o briquedo imaginário. Acontece que, com o tempo e a observação diária, você passa a entender padrões recorrentes, muito similares mesmo, em partes diferentes do sistema. Você enxerga através desses padrões um "cerne" que pode ser criado e reutilizado, que pode simplificar o seu trabalho. Materializando esse cerne, você pode usá-lo no lugar das coisas parecidas que existiam isoladamente uma das outras, e descartá-las. Esse exercício é mais ou menos o que faço em minha vida, desde que me tornei independente. Justamente por causa da profissão.
Um ponto contra esse tipo de comportamento e uso das coisas é o de se formar o pensamento engessado. Você se acostuma com aquela zona de conforto, com o tal cerne, e ao precisar mudá-la, não faz a mínima idéia de como começar, e é até mesmo resistente a ela. Você acha que, porque tudo está indo bem, não precisa arriscar nada novo. Comigo, isso acontece durante certo tempo. Acho que com você também.
O momento onde o universo está bem confortável e previsível é bom para o descanso. O momento em que a monotonia e o marasmo chegam é provavelmente o momento em que você já descansou demais. É hora de se arriscar de novo. Reinventar o universo.
Novamente, por causa da prática da observação, você verá coisas que precisam ser melhoradas. Vai olhar para o ambiente e observar coisas necessárias, e coisas desnecessárias. Vai querer varrer a casa, trocar os móveis de lugar, se livrar de coisas antigas e obter coisas novas. Vai encontrar um passatempo novo, uma nova maneira de trabalhar, e vai refazer seu universo.
É claro que, se tivéssemos controle total sobre nossas vidas, nada disso seria um problema. Mas às vezes precisamos fazer mudanças radicais, por motivos externos. Uma avalanche, ou uma ligação podem determinar uma ruptura na sua rotina de invenção, usufruto e reinvenção. Um número incontável de coisas podem te jogar para uma outra direção.
É perigoso viver com todos os riscos. Mas é natural. Quando os pássaros fugirem de suas gaiolas e tudo sair do seu controle, é necessário olhar para dentro e pensar: isso é parte do que o mundo é, e eu não o controlo. O que eu sou está aqui dentro. Não é igual a ontem, e não vai ser igual a amanhã. Mas pelo menos aqui dentro eu posso imaginar o que quiser, e ser quem eu quero. Posso tentar derramar um pouco de mim pra fora, mas não posso garantir que a parte de fora seja eu, mesmo que tudo seja muito parecido com o que quero, daqui de dentro.
Com a "metamorfose ambulante" que somos, sempre olhamos para o mundo e encontramos coisas dispensáveis e coisas que faltam. Dispensáveis e ausentes em um segundo podem até mesmo inverterem posições em seguida. Aplicar o esforço pra mudar isso é uma opção, mas certamente, com o tempo, a gente vê. Senão, não seríamos nós. Seríamos só matéria prima.
quinta-feira, junho 04, 2009
Dreamhost e o LoungeBR
Meu querido podcast de música brasileira pra gringos sumiu. Aqui está o parecer do suporte:
-------------------------------------------------------------------------
Sorry about the downtime. It appears that the script which moved your
account to the Dreamhost Private Server didn't complete last night. It
had finished moving all the FTP users to the new server, however the
sites themselves were still set to host from the old server. This was
causing problems because the files couldn't be accessed by the server. An
admin just finished running the move and everything is setup properly
now. The sites are loading for me, though you may need to wait a little
while for the DNS to propagate. If you have any questions then please let
me know.
-------------------------------------------------------------------------
Acontece que o endereço web (loungebr.com) pode ser acessado, mas o blog sumiu com tudo dentro. O atendimento do suporte demorou 20 horas pra me dar este parecer, vamos ver quanto tempo mais demora pra resolver os arquivos que se foram.
Probleminha sério. Como ele pode dizer que o site está 'loading' pra ele, se não há nada lá dentro??
Isso me faz pensar que eu tenho que reformular o tema do LoungeBR. Algumas coisas estavam muito confusas. Ainda tenho os podcasts das edições passadas, mas não tenho nenhum conteúdo textual do blog. Perder as 10 primeiras edições vai ser uma dor de cabeça.
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Sorry about the downtime. It appears that the script which moved your
account to the Dreamhost Private Server didn't complete last night. It
had finished moving all the FTP users to the new server, however the
sites themselves were still set to host from the old server. This was
causing problems because the files couldn't be accessed by the server. An
admin just finished running the move and everything is setup properly
now. The sites are loading for me, though you may need to wait a little
while for the DNS to propagate. If you have any questions then please let
me know.
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Acontece que o endereço web (loungebr.com) pode ser acessado, mas o blog sumiu com tudo dentro. O atendimento do suporte demorou 20 horas pra me dar este parecer, vamos ver quanto tempo mais demora pra resolver os arquivos que se foram.
Probleminha sério. Como ele pode dizer que o site está 'loading' pra ele, se não há nada lá dentro??
Isso me faz pensar que eu tenho que reformular o tema do LoungeBR. Algumas coisas estavam muito confusas. Ainda tenho os podcasts das edições passadas, mas não tenho nenhum conteúdo textual do blog. Perder as 10 primeiras edições vai ser uma dor de cabeça.
sexta-feira, março 27, 2009
Tabu e Hipocrisia
Já pararam pra pensar que, quanto mais a sociedade derruba tabus, maior é a hipocrisia do homem? Não que seja uma o motivo da outra, mas parece que são correlatas de alguma forma. Eu sinto que nos lugares onde há a atitude religiosa fundamentalista, a comunidade é guiada por um senso de justiça local supremo. Chame esta vissicitude de fanatismo. Mas os fanáticos em geral ao menos servem de todo o coração e em sua maior parte são verdadeiros e coerentes os seus sentimentos, suas palavras e suas ações.
Esta sacralidade dos atos dá aos homens a sensação de estarem sendo observados 24 horas/dia por sua divindade. Ela não dorme, não descansa e é infalível. Sua vontade não pode ser julgada por homens, e o que quer que aconteça é devido à permissão dada pelo divino.
Nas sociedades modernas (portanto, mais céticas), a sacralidade é perdida. Todas as leis são acordadas entre homens. Nestas comunidades, criadores e criaturas se misturam. O sistema é desenhado e redesenhado por mortais. Aqueles que cumprem são os mesmos que fazem. O poder do ego é grande nestes casos. Se um indivíduo julga necessário roubar para continuar sobrevivendo, ou se julga matar necessário, cria-se um mini-tribunal instantaneamente. O infrator sabe que não pode ser pego por Deus - Ele tende a "não existir". E sabe que dos outros homens, pode tentar escapar. Afinal, são seus iguais.
Nós precisamos de um "inimigo" externo. A consciência de que existe um Deus (ou vários) à sua espreita aumentam as chances de você obedecê-lo(s), uma vez que você não compreende a natureza de tal criatura.
Na sociedade moderna, palavra, ação e sentimento podem ter caminhos completamente diversos. Neste momento, surgem os vícios, as mentiras e a violência.
Como exemplo, posso citar o filme Watchmen. Concordei plenamente com seu desfecho. Quantos filósofos já não disseram que o nacionalismo é o diabo?
Analogamente, a forma de "criação e recriação" que se manifesta nas artes pela web é um modelo claro de que os homens não estão dispostos a absorverem material de outrem sem reeditá-lo e repassar à frente com seus próprios valores embutidos. O mundo digital segue esta regra, e ele é o fruto mais transparente da vontade humana.
Para uma sociedade mais civilizada, mais respeitosa e verdadeira, os tabus devem cair. Mas a sacralidade deve continuar, do contrário, corremos o risco de nos tornarmos uma sociedade completamente injusta.
Este vídeo é sobre um homem que resolveu viver biblicamente durante um ano. Seguindo o máximo de preceitos que conseguisse. Muito interessante.
Este outro vídeo mostra o estudo de um cara sobre trapaças, bolsas de valores etc. Muito instrutivo também.
Esta sacralidade dos atos dá aos homens a sensação de estarem sendo observados 24 horas/dia por sua divindade. Ela não dorme, não descansa e é infalível. Sua vontade não pode ser julgada por homens, e o que quer que aconteça é devido à permissão dada pelo divino.
Nas sociedades modernas (portanto, mais céticas), a sacralidade é perdida. Todas as leis são acordadas entre homens. Nestas comunidades, criadores e criaturas se misturam. O sistema é desenhado e redesenhado por mortais. Aqueles que cumprem são os mesmos que fazem. O poder do ego é grande nestes casos. Se um indivíduo julga necessário roubar para continuar sobrevivendo, ou se julga matar necessário, cria-se um mini-tribunal instantaneamente. O infrator sabe que não pode ser pego por Deus - Ele tende a "não existir". E sabe que dos outros homens, pode tentar escapar. Afinal, são seus iguais.
Nós precisamos de um "inimigo" externo. A consciência de que existe um Deus (ou vários) à sua espreita aumentam as chances de você obedecê-lo(s), uma vez que você não compreende a natureza de tal criatura.
Na sociedade moderna, palavra, ação e sentimento podem ter caminhos completamente diversos. Neste momento, surgem os vícios, as mentiras e a violência.
Como exemplo, posso citar o filme Watchmen. Concordei plenamente com seu desfecho. Quantos filósofos já não disseram que o nacionalismo é o diabo?
Analogamente, a forma de "criação e recriação" que se manifesta nas artes pela web é um modelo claro de que os homens não estão dispostos a absorverem material de outrem sem reeditá-lo e repassar à frente com seus próprios valores embutidos. O mundo digital segue esta regra, e ele é o fruto mais transparente da vontade humana.
Para uma sociedade mais civilizada, mais respeitosa e verdadeira, os tabus devem cair. Mas a sacralidade deve continuar, do contrário, corremos o risco de nos tornarmos uma sociedade completamente injusta.
Este vídeo é sobre um homem que resolveu viver biblicamente durante um ano. Seguindo o máximo de preceitos que conseguisse. Muito interessante.
Este outro vídeo mostra o estudo de um cara sobre trapaças, bolsas de valores etc. Muito instrutivo também.
sexta-feira, março 20, 2009
Sobre Jornais e Mídia
Os grandes jornais do mundo estão sob perigo de extinção. Vamos colocar sob o ponto de vista mais clássico: os Tiranossauros estão face-a-face com um meteoro astronômico. É a web com seu livre tráfego de informações.
A sabedoria popular nos diz que os super jornalistas estão empregados nos super jornais. Esse sentimento é tão íntimo e a intuição tão verdadeira que achamos um absurdo esses grandes jornais terem sua receita reduzida por causa da web. Afinal, essa reportagem de alta qualidade é indispensável, e em tese, precisamos pagar por ela. De outra forma, estaremos alienados do mundo, certo?
Eu tenho aqui um pensamento, e quero compartilhar com você. O jornal, da maneira como o conhecemos, é idéia passada. Acontece que, agora, você passa muito mais tempo consumindo informações de sua 'vizinhança' do que indo aos jornais. Coisas de blogs, redes sociais, twitters dos seus amigos. Hoje você tem muito mais amigos do que na sua infância. Se você ainda está na infância, esse é um momento de sorte. Eu sei o que é ter menos de uma centena de pessoas sabendo o que eu estou fazendo.
O maior e mais crescente truque dos jornais para manter suas vendas é o escândalo. O escândalo é trivial, interessante e completamente dispensável. Mas atrai a atenção.
Os últimos hits campeões de venda de jornais são todos sobre crianças. Estupro, violência, roubo, cárcere de criança, até criança grávida de outra criança. Será que estas coisas nunca aconteceram? De repente o mundo ficou pior? Ou essa foi a fórmula mais recente pra vender jornais?
Nenhum papel impresso pode me trazer o acontecimento mais importante da semana. Tampouco uma matéria online. Mas é óbvio que na internet eu consigo muito mais informações sobre um assunto de meu interesse do que em um jornal. Eu não precisava dizer, mas alguns hão de ter como surpresa de que o número de acontecimentos importantes é muito maior do que o número de páginas de um jornal. O número de olheiros que uma instituição dessas tem é muito menor do que o número de lugares onde eles devem estar. A história se conta assim: você deve estar no lugar certo, na hora certa. Nenhum jornal pode estar em todos lugares ao mesmo tempo no mundo. Só no Big Brother você consegue ter gente o suficiente olhando tudo ao mesmo tempo. Mas nem tudo passa percebido. A interpretação de um fato é característica intrínseca de um indivíduo, e é provado que nós geralmente não enxergamos o que não esperamos enxergar, por isso o óbvio muitas vezes passa à nossa frente com uma melancia pendurada no pescoço e não damos bola.
Cercar todos os espaços durante todos os segundos com olhos suficientes cujas cabeças são compreensíveis a tudo instantaneamente... Isso é impossível hoje. Por isso, acho que os jornais são em geral cegos aos 'grandes fatos'. Aqueles que realmente mudam as nossas vidas. Não até que elas já tenham mudado. Um exemplo disso é, e eu hei de me orgulhar disso, a cultura geek, dos nerds. Todas as grandes inovações em redes sociais foram inventadas pelos nerds. Eles hackearam a sociedade e o jeito de se relacionar das pessoas. Na minha adolescência, a cultura online era ignorada pelos demais. Hoje ela é onipresente e consumida em excesso pelas mesmas pessoas que me criticavam há dez anos atrás.
A limitação no escoamento de informações relevantes é diminuída pela web. Um exemplo disso é o TED, uma conferência a quem fui apresentado há poucos dias por um amigo. Se eu fosse você, assistiria a um vídeo por dia, pelo menos, aqui no youtube. Com mais de quatrocentos vídeos publicados, a maior (mas não única) conferência de design, tecnologia e entretenimento do mundo colocou à disposição dos habitantes do planeta não excluídos digitalmente todo o acervo das palestras que executa. Significa que, durante o ano inteiro, você pode assistir a todos os vídeos, um por dia. Tomar sua dose de lirismo e inspiração junto com o café da manhã e partir pro trabalho. Você não vai consumir tudo antes que eles coloquem outras mil palestras online, com mais tantas idéias novas que só de pensar eu me deleito.
Então... O que sobra pros jornais? Alguém vai me dizer que é importante monitorar o que o governo anda fazendo com o dinheiro do contribuinte. Isso é uma verdade. Por isso as novas iniciativas de governo transparente surgiram com a web. Dois exemplos: Obama e Gabeira. Quer mais? Petition online. Os resultados de investigações e CPIs, a denúncia da violência urbana... Tudo isso hoje é o papel de um jornal. E por isso as pessoas pagam. A arte já não tem a mesma graça quando lida, depois da invenção do myspace.
Mais pra frente, teremos estruturas que permitirão ao curioso ocasional checar se está tudo bem com as contas do governo através da internet. E caso não esteja (o que geralmente será verdade), ele poderá publicar sua denúncia. Com o potencial de difusão das redes sociais, os escândalos governamentais serão propagados em vídeo por pessoas como eu e você, totalmente comuns, que terão sua glória adquirida por desempenhar o papel de vigilante voluntário. Não totalmente voluntário, uma vez que os mais empreendedores e obstinados irão lucrar pessoalmente com isso - é o ressurgir daquele moleque na idade média que saía gritando as notícias recentes pela vizinhança.
Acho que já descorri demais e você entendeu a idéia. Não tenho outro ponto a não ser este: os jornais diminuirão de tamanho. Não fazem muito mais sentido. O problema não é "qual é a saída para os jornais?", mas sim "qual é a transformação que se dará?". Porque, afinal, com qualquer blog online, gratuito ou muito barato, qualquer grande jornalista pode ter seu próprio veículo de notícias, e ser muito mais autêntico e simpático do que qualquer grande marca sem um rosto.
(Edição)
Acabo de encontrar esse vídeo interessante no TED, de uma palestra dada pelo fabuloso Tim Berners Lee, inventor da internet. Tem tudo a ver com o que escrevi aqui:
A sabedoria popular nos diz que os super jornalistas estão empregados nos super jornais. Esse sentimento é tão íntimo e a intuição tão verdadeira que achamos um absurdo esses grandes jornais terem sua receita reduzida por causa da web. Afinal, essa reportagem de alta qualidade é indispensável, e em tese, precisamos pagar por ela. De outra forma, estaremos alienados do mundo, certo?
Eu tenho aqui um pensamento, e quero compartilhar com você. O jornal, da maneira como o conhecemos, é idéia passada. Acontece que, agora, você passa muito mais tempo consumindo informações de sua 'vizinhança' do que indo aos jornais. Coisas de blogs, redes sociais, twitters dos seus amigos. Hoje você tem muito mais amigos do que na sua infância. Se você ainda está na infância, esse é um momento de sorte. Eu sei o que é ter menos de uma centena de pessoas sabendo o que eu estou fazendo.
O maior e mais crescente truque dos jornais para manter suas vendas é o escândalo. O escândalo é trivial, interessante e completamente dispensável. Mas atrai a atenção.
Os últimos hits campeões de venda de jornais são todos sobre crianças. Estupro, violência, roubo, cárcere de criança, até criança grávida de outra criança. Será que estas coisas nunca aconteceram? De repente o mundo ficou pior? Ou essa foi a fórmula mais recente pra vender jornais?
Nenhum papel impresso pode me trazer o acontecimento mais importante da semana. Tampouco uma matéria online. Mas é óbvio que na internet eu consigo muito mais informações sobre um assunto de meu interesse do que em um jornal. Eu não precisava dizer, mas alguns hão de ter como surpresa de que o número de acontecimentos importantes é muito maior do que o número de páginas de um jornal. O número de olheiros que uma instituição dessas tem é muito menor do que o número de lugares onde eles devem estar. A história se conta assim: você deve estar no lugar certo, na hora certa. Nenhum jornal pode estar em todos lugares ao mesmo tempo no mundo. Só no Big Brother você consegue ter gente o suficiente olhando tudo ao mesmo tempo. Mas nem tudo passa percebido. A interpretação de um fato é característica intrínseca de um indivíduo, e é provado que nós geralmente não enxergamos o que não esperamos enxergar, por isso o óbvio muitas vezes passa à nossa frente com uma melancia pendurada no pescoço e não damos bola.
Cercar todos os espaços durante todos os segundos com olhos suficientes cujas cabeças são compreensíveis a tudo instantaneamente... Isso é impossível hoje. Por isso, acho que os jornais são em geral cegos aos 'grandes fatos'. Aqueles que realmente mudam as nossas vidas. Não até que elas já tenham mudado. Um exemplo disso é, e eu hei de me orgulhar disso, a cultura geek, dos nerds. Todas as grandes inovações em redes sociais foram inventadas pelos nerds. Eles hackearam a sociedade e o jeito de se relacionar das pessoas. Na minha adolescência, a cultura online era ignorada pelos demais. Hoje ela é onipresente e consumida em excesso pelas mesmas pessoas que me criticavam há dez anos atrás.
A limitação no escoamento de informações relevantes é diminuída pela web. Um exemplo disso é o TED, uma conferência a quem fui apresentado há poucos dias por um amigo. Se eu fosse você, assistiria a um vídeo por dia, pelo menos, aqui no youtube. Com mais de quatrocentos vídeos publicados, a maior (mas não única) conferência de design, tecnologia e entretenimento do mundo colocou à disposição dos habitantes do planeta não excluídos digitalmente todo o acervo das palestras que executa. Significa que, durante o ano inteiro, você pode assistir a todos os vídeos, um por dia. Tomar sua dose de lirismo e inspiração junto com o café da manhã e partir pro trabalho. Você não vai consumir tudo antes que eles coloquem outras mil palestras online, com mais tantas idéias novas que só de pensar eu me deleito.
Então... O que sobra pros jornais? Alguém vai me dizer que é importante monitorar o que o governo anda fazendo com o dinheiro do contribuinte. Isso é uma verdade. Por isso as novas iniciativas de governo transparente surgiram com a web. Dois exemplos: Obama e Gabeira. Quer mais? Petition online. Os resultados de investigações e CPIs, a denúncia da violência urbana... Tudo isso hoje é o papel de um jornal. E por isso as pessoas pagam. A arte já não tem a mesma graça quando lida, depois da invenção do myspace.
Mais pra frente, teremos estruturas que permitirão ao curioso ocasional checar se está tudo bem com as contas do governo através da internet. E caso não esteja (o que geralmente será verdade), ele poderá publicar sua denúncia. Com o potencial de difusão das redes sociais, os escândalos governamentais serão propagados em vídeo por pessoas como eu e você, totalmente comuns, que terão sua glória adquirida por desempenhar o papel de vigilante voluntário. Não totalmente voluntário, uma vez que os mais empreendedores e obstinados irão lucrar pessoalmente com isso - é o ressurgir daquele moleque na idade média que saía gritando as notícias recentes pela vizinhança.
Acho que já descorri demais e você entendeu a idéia. Não tenho outro ponto a não ser este: os jornais diminuirão de tamanho. Não fazem muito mais sentido. O problema não é "qual é a saída para os jornais?", mas sim "qual é a transformação que se dará?". Porque, afinal, com qualquer blog online, gratuito ou muito barato, qualquer grande jornalista pode ter seu próprio veículo de notícias, e ser muito mais autêntico e simpático do que qualquer grande marca sem um rosto.
(Edição)
Acabo de encontrar esse vídeo interessante no TED, de uma palestra dada pelo fabuloso Tim Berners Lee, inventor da internet. Tem tudo a ver com o que escrevi aqui:
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
quarta-feira, janeiro 28, 2009
Nasce a Acássia
No frescor que vem do alto
Sob o orvalho que reluz
Na manhã ensolarada
Matas virgens, braços d'água
Na doçura de um jasmim
Que dez mil vai semear
O tremor da depressão
Tal transformação conduz
Na transfigurada encosta
Indaiás assistem e choram
Longas eras até aqui
Tantas mais a se cumprir
Um tufão de passarada
Dos ipês se desviava
Ao surgir da ribanceira
Tanto bicho a se banhar
Há a noite e há o Sol
Tempestades e tormentas
A ninhada derradeira
Todas onças morrideiras
Seres prestes a sumir
Porque o tempo vai passar
No agouro de uma estrada
Os pequenos se matava
Tanta pele pelo chão
Infeliz do bom coati
Há a dor e há o mar
Há trovões a desabar
Há o mundo a desandar
Um fulgor por trás de tudo
Lá do cosmo a comandar
No milagre do existir
No quiçá do tal porvir
Nasce a acássia.
Sob o orvalho que reluz
Na manhã ensolarada
Matas virgens, braços d'água
Na doçura de um jasmim
Que dez mil vai semear
O tremor da depressão
Tal transformação conduz
Na transfigurada encosta
Indaiás assistem e choram
Longas eras até aqui
Tantas mais a se cumprir
Um tufão de passarada
Dos ipês se desviava
Ao surgir da ribanceira
Tanto bicho a se banhar
Há a noite e há o Sol
Tempestades e tormentas
A ninhada derradeira
Todas onças morrideiras
Seres prestes a sumir
Porque o tempo vai passar
No agouro de uma estrada
Os pequenos se matava
Tanta pele pelo chão
Infeliz do bom coati
Há a dor e há o mar
Há trovões a desabar
Há o mundo a desandar
Um fulgor por trás de tudo
Lá do cosmo a comandar
No milagre do existir
No quiçá do tal porvir
Nasce a acássia.
terça-feira, janeiro 27, 2009
quinta-feira, janeiro 22, 2009
O Estúdio Assusta
Visitar um estúdio profissional é intimidador. Inúmeros equipamentos, qualidade de som realmente absurda. Mas eu me acostumo. Deixa minha cabeça voltar pro lugar.
A gravação das duas primeiras músicas foram feitas no estúdio Copacabana, do Anderson Rocha. Por uma graça do destino e do gosto, a Manu resolveu começar o disco pelas duas músicas que dei a ela. Eu não interromperia o curso da ordem de gravação, pra mim essa escolha foi um belo presente! O Técnico foi o Márcio Lyra. Muito, muito bom. Já produziram audio pra Leila Pinheiro, Tony Garrido e muita gente do samba grava lá... Várias feras.
No Domingo estaremos com o Rodrigo Vidal pra mixar as duas primeiras faixas. Esse cara é um dos papas do audio no Brasil. Discos inteiros pra todo mundo da grande MPB. Conseguimos seu toque pessoal nas duas faixinhas, o que também serve pra circular a voz da Manu pelas cabeças da nossa música. O contato veio através de dois amigos da época do Cefet, que hoje tocam na surgente banda Playmobille: Lemmings (baixista) e o Sperduto (guitarra solo). Fazíamos parte da mesma confraria de amigos que tocavam violão no pátio (eles muito mais do que eu, que usualmente fazia os poemas). Imagine como o mundo dá voltas e o que foi a nossa formação musical dentro de uma escola técnica, rsrsrsr. Pais, tomem cuidado com o lugar onde matriculam seus filhos. Dois alunos de mecânica formados baixista e guitarrista, respectivamente. Um aluno de eletrotécnica formado poeta e compositor de música popular.
Estamos comprando o ingresso pra uma viagem muito interessante. Confrontando nossos receios com o resultado da realidade e tirando daí o que só pode ser sucesso.
Este é mais um dos meus momentos de turnover. O mundo não se mexe por nós. Nós temos que tentar um pouquinho que seja desviar alguns cursos de água pra nos saciarmos. Temos que mover o mundo. Parte das coisas que prometi, não fiz. Mas um pouco que faço pode significar muito no futuro. Tenho toda esta dificuldade de concentração, mas estou neste momento apontado pra uma única direção, graças a Deus.
Mesmo que não seja sucesso da maneira convencional, teremos um pequeno patrimônio em forma de canções. Patrimônios espirituais e culturais, e não poderemos nos condenar por não termos feito tudo o que estava à nossa disposição e alcance pra mudar o nosso 'real', trazendo um pouquinho de prazer ao 'real' de quem se ama também.
Já disseram inúmeras vezes à Manu que ela tem potencial e talento. Eu pensei numa coisa esses dias. A Manu não é uma promessa, como tantas cantoras da nova e magra safra de famosas. Manu é uma realidade desassistida da MPB, como algumas pessoas que conhecemos e outras que ainda não. Esses casos estão por aí, espalhados e quase (ou já) desesperançados.
As zebras são dominantes hoje. Sabe? Rebanhos de gente igual, com uma personalidade parca e magra são os representantes culturais. Todas com listrinhas pretas e brancas, exatamente iguais. Pálidos. É possível que seja a melhor representação de um povo como está o brasileiro, sem educação ou valores morais. Salvas as figuras das safras anteriores, que sobreviveram com seus méritos.
Dentro de uma catástrofe financeira mundial e um choque provocado especificamente na indústria fonográfica com o advento da mídia digital e das redes, um castelo de cartas desaba. As ondas das figuras pop se tornam menores, e na lavoura de novos talentos os lavradores tomam como amostras um grupo que, estatisticamente, tende a ser a média. É dar tempo ao tempo.
A mídia passa ao largo das aves mais coloridas, dos bichos que sabem voar. Talvez este seja apenas um devaneio Marxista ou Orwelliano, mas eu tenho a impressão de que muita história vai acontecer e mudar pra melhor. Eu sou um beija-flor. Uma ave. Pequenininha, que não leva mais do que uma gota em seu bico pra tentar aplacar o incêndio que pode levar a floresta abaixo. Mas sei fechar meus ouvidos ao que a difusão tenta promover, também conhecido por mediocridade.
É dar tempo ao tempo. Os novos pescadores hão de encontrar suas pérolas. Elas são descobertas da noite pro dia, depois de tanta gente achar que o status quo era a "verdade verdadeira" e predominante. E um monte de casas, que não era pra estar de pé, cai.
Depois de ter grande talento, reconhecimento, moral irretocável, amigos e recursos, torço pra que a Manu tenha sorte. Ou continuará pérola em uma ostra do mar, longe dos olhos de pescadores, joalheiros e reis. Mesmo que com lindo CD na mão. Mas assim é a passageira vida, e nós temos que lidar com essa possibilidade.
Não sei qual dos caminhos pode nos fazer entender melhor que tudo isso é uma ilusão. O que estou fazendo aqui é conduzindo-nos a uma bifurcação.
Agradecimentos especialíssimos à banda. Giló, percussionista e amigo que conhece Manu de muito tempo antes de eu conhecê-la, e que também acompanhou a Amelinha, a Alcione, a Joana. O Tuca Alves, apresentado a nós pelo Giló. É nosso maestro, de mão firme, mas sempre muito gentil, brincalhão e atento às necessidades musicais da estrela do grupo e do compositor "dono da gig" (eu, rsrsr). Rômulo Gomes, Camilo Mariano, Stanley Netto e Nina Pancevsky todos grandes figuras dos bastidores da grande música, trazidos pelo Tuca e que nos deram o melhor apoio com seu know-how da indústria e sua avaliação do trabalho. Márcio Lyra, Anderson Rocha: muito obrigado pelo carinho, pela atenção e pelos ouvidos.
É isso. Daqui a algumas horas a Manu canta, e o registro será eternizado.
A gravação das duas primeiras músicas foram feitas no estúdio Copacabana, do Anderson Rocha. Por uma graça do destino e do gosto, a Manu resolveu começar o disco pelas duas músicas que dei a ela. Eu não interromperia o curso da ordem de gravação, pra mim essa escolha foi um belo presente! O Técnico foi o Márcio Lyra. Muito, muito bom. Já produziram audio pra Leila Pinheiro, Tony Garrido e muita gente do samba grava lá... Várias feras.
No Domingo estaremos com o Rodrigo Vidal pra mixar as duas primeiras faixas. Esse cara é um dos papas do audio no Brasil. Discos inteiros pra todo mundo da grande MPB. Conseguimos seu toque pessoal nas duas faixinhas, o que também serve pra circular a voz da Manu pelas cabeças da nossa música. O contato veio através de dois amigos da época do Cefet, que hoje tocam na surgente banda Playmobille: Lemmings (baixista) e o Sperduto (guitarra solo). Fazíamos parte da mesma confraria de amigos que tocavam violão no pátio (eles muito mais do que eu, que usualmente fazia os poemas). Imagine como o mundo dá voltas e o que foi a nossa formação musical dentro de uma escola técnica, rsrsrsr. Pais, tomem cuidado com o lugar onde matriculam seus filhos. Dois alunos de mecânica formados baixista e guitarrista, respectivamente. Um aluno de eletrotécnica formado poeta e compositor de música popular.
Estamos comprando o ingresso pra uma viagem muito interessante. Confrontando nossos receios com o resultado da realidade e tirando daí o que só pode ser sucesso.
Este é mais um dos meus momentos de turnover. O mundo não se mexe por nós. Nós temos que tentar um pouquinho que seja desviar alguns cursos de água pra nos saciarmos. Temos que mover o mundo. Parte das coisas que prometi, não fiz. Mas um pouco que faço pode significar muito no futuro. Tenho toda esta dificuldade de concentração, mas estou neste momento apontado pra uma única direção, graças a Deus.
Mesmo que não seja sucesso da maneira convencional, teremos um pequeno patrimônio em forma de canções. Patrimônios espirituais e culturais, e não poderemos nos condenar por não termos feito tudo o que estava à nossa disposição e alcance pra mudar o nosso 'real', trazendo um pouquinho de prazer ao 'real' de quem se ama também.
Já disseram inúmeras vezes à Manu que ela tem potencial e talento. Eu pensei numa coisa esses dias. A Manu não é uma promessa, como tantas cantoras da nova e magra safra de famosas. Manu é uma realidade desassistida da MPB, como algumas pessoas que conhecemos e outras que ainda não. Esses casos estão por aí, espalhados e quase (ou já) desesperançados.
As zebras são dominantes hoje. Sabe? Rebanhos de gente igual, com uma personalidade parca e magra são os representantes culturais. Todas com listrinhas pretas e brancas, exatamente iguais. Pálidos. É possível que seja a melhor representação de um povo como está o brasileiro, sem educação ou valores morais. Salvas as figuras das safras anteriores, que sobreviveram com seus méritos.
Dentro de uma catástrofe financeira mundial e um choque provocado especificamente na indústria fonográfica com o advento da mídia digital e das redes, um castelo de cartas desaba. As ondas das figuras pop se tornam menores, e na lavoura de novos talentos os lavradores tomam como amostras um grupo que, estatisticamente, tende a ser a média. É dar tempo ao tempo.
A mídia passa ao largo das aves mais coloridas, dos bichos que sabem voar. Talvez este seja apenas um devaneio Marxista ou Orwelliano, mas eu tenho a impressão de que muita história vai acontecer e mudar pra melhor. Eu sou um beija-flor. Uma ave. Pequenininha, que não leva mais do que uma gota em seu bico pra tentar aplacar o incêndio que pode levar a floresta abaixo. Mas sei fechar meus ouvidos ao que a difusão tenta promover, também conhecido por mediocridade.
É dar tempo ao tempo. Os novos pescadores hão de encontrar suas pérolas. Elas são descobertas da noite pro dia, depois de tanta gente achar que o status quo era a "verdade verdadeira" e predominante. E um monte de casas, que não era pra estar de pé, cai.
Depois de ter grande talento, reconhecimento, moral irretocável, amigos e recursos, torço pra que a Manu tenha sorte. Ou continuará pérola em uma ostra do mar, longe dos olhos de pescadores, joalheiros e reis. Mesmo que com lindo CD na mão. Mas assim é a passageira vida, e nós temos que lidar com essa possibilidade.
Não sei qual dos caminhos pode nos fazer entender melhor que tudo isso é uma ilusão. O que estou fazendo aqui é conduzindo-nos a uma bifurcação.
Agradecimentos especialíssimos à banda. Giló, percussionista e amigo que conhece Manu de muito tempo antes de eu conhecê-la, e que também acompanhou a Amelinha, a Alcione, a Joana. O Tuca Alves, apresentado a nós pelo Giló. É nosso maestro, de mão firme, mas sempre muito gentil, brincalhão e atento às necessidades musicais da estrela do grupo e do compositor "dono da gig" (eu, rsrsr). Rômulo Gomes, Camilo Mariano, Stanley Netto e Nina Pancevsky todos grandes figuras dos bastidores da grande música, trazidos pelo Tuca e que nos deram o melhor apoio com seu know-how da indústria e sua avaliação do trabalho. Márcio Lyra, Anderson Rocha: muito obrigado pelo carinho, pela atenção e pelos ouvidos.
É isso. Daqui a algumas horas a Manu canta, e o registro será eternizado.
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Indaiá
Indaiá
Memórias fazem o cativeiro perdurar
Oxalá
Meus ancestrais vivessem pra me ver lutar
Ao luar
Quem partir de mim
Vai desabitar
As estrelas
De lá do céu brotar
Indaiá
Já não se entrega o cavalheiro se errar
Oxalá
Meus pais viessem pra me ver lutar
Afinal
Ao sofrer aqui
Vou desencarnar
Virar estrela
À noite o céu pintar
No tengo corazón
Yo vivo muy cerca de morir
Ai, ai, ai
Ai, ai, ai
Dolor del alma
El regreso está aquí
Indaiá
As mesmas coisas não te fazem melhorar
Oxalá
As minhas bodas se fizessem realizar
Mas amar
É morrer sem ir
No desencontrar
Sem apreço
Deixar-se abandonar
Memórias fazem o cativeiro perdurar
Oxalá
Meus ancestrais vivessem pra me ver lutar
Ao luar
Quem partir de mim
Vai desabitar
As estrelas
De lá do céu brotar
Indaiá
Já não se entrega o cavalheiro se errar
Oxalá
Meus pais viessem pra me ver lutar
Afinal
Ao sofrer aqui
Vou desencarnar
Virar estrela
À noite o céu pintar
No tengo corazón
Yo vivo muy cerca de morir
Ai, ai, ai
Ai, ai, ai
Dolor del alma
El regreso está aquí
Indaiá
As mesmas coisas não te fazem melhorar
Oxalá
As minhas bodas se fizessem realizar
Mas amar
É morrer sem ir
No desencontrar
Sem apreço
Deixar-se abandonar
segunda-feira, janeiro 12, 2009
CEFET-RJ
Sobre os Sisos
Tive dois sisos supranuméricos inferiores, um de cada lado.
Ou seja, seis sisos.
A cirurgia dos dois primeiros foi feita sem problema, um em cada sessão. Eram os superiores. Nos dois inferiores direitos foram removidos também, em uma sessão, mas tive a sensibilidade da metade direita da minha língua afetada. Ela meio que "embolou" os sentidos, e olha que foi feita com um dentista bem experiente. Os dois inferiores esquerdos eu pensei em não tirar, mas não vejo mais como evitar, dado que estão bem grandinhos e um deles empurra a raiz do outro para fora do maxilar. Além disso, preciso utilizar aparelho (depois dessa, como não deveria?!?!) e só poderei fazê-lo se fizer esta cirurgia, que só pode ser feita por um buco-maxilo, porque a disposição da arcada ficou bem complicada depois que os sisos cresceram.
Surreal, eu sei. Considero-me feliz, mesmo assim ;-)
Criei coragem depois de quase dez anos da última cirurgia. Será bem mais sério, mas é necessária. Vamos ver se a coragem perdura até o momento da cirurgia ser feita ;(
Ou seja, seis sisos.
A cirurgia dos dois primeiros foi feita sem problema, um em cada sessão. Eram os superiores. Nos dois inferiores direitos foram removidos também, em uma sessão, mas tive a sensibilidade da metade direita da minha língua afetada. Ela meio que "embolou" os sentidos, e olha que foi feita com um dentista bem experiente. Os dois inferiores esquerdos eu pensei em não tirar, mas não vejo mais como evitar, dado que estão bem grandinhos e um deles empurra a raiz do outro para fora do maxilar. Além disso, preciso utilizar aparelho (depois dessa, como não deveria?!?!) e só poderei fazê-lo se fizer esta cirurgia, que só pode ser feita por um buco-maxilo, porque a disposição da arcada ficou bem complicada depois que os sisos cresceram.
Surreal, eu sei. Considero-me feliz, mesmo assim ;-)
Criei coragem depois de quase dez anos da última cirurgia. Será bem mais sério, mas é necessária. Vamos ver se a coragem perdura até o momento da cirurgia ser feita ;(
domingo, janeiro 04, 2009
Mestre Jabuticaba e o Partido Alto de Jorge Ferreira
Fiz uma brincadeira com um samba improvisado pelo tio Jorge, padrinho da Manu, debutando como compositor por motivos de pressão maior. Estreando o gogó de ouro de Jabuticaba, "Botando Pá Quebrar", que é a minha imitação da voz do meu pai aliada a um sotaque alcoólico de puxador de samba. O nome do intérprete fictício é uma paródia em homenagem ao eterno Jamelão. Revelo-lhes a minha vertente secreta do samba de raiz, totalmente desafinada :P :P
O nome da música é Convite do Compadre. Daí eu dei uma fantasiada, e inventei o grupo fictício Quadra da Comu. Nada disso existe, claro... Ficou, no mínimo, intrigante, mas a música é um partido alto muito bem feito pelo Jorge.
O nome da música é Convite do Compadre. Daí eu dei uma fantasiada, e inventei o grupo fictício Quadra da Comu. Nada disso existe, claro... Ficou, no mínimo, intrigante, mas a música é um partido alto muito bem feito pelo Jorge.
O Vero Amor Desfaz
Dilascerou meu peito em vão
Só de pensar eu sofro mais
Ai, essa dor na minha vida
O vero amor desfaz
Você chegou por maldade
Vestia toda a inocência
Ao desejar teu amor
Eu tive minha sentença
No mar revirado não vi
Farol que se aproximava de mim
Mas a vida não quis
É espinho que fere o destino
Aparto de mim este fel tão ruim
Só de pensar eu sofro mais
Ai, essa dor na minha vida
O vero amor desfaz
Você chegou por maldade
Vestia toda a inocência
Ao desejar teu amor
Eu tive minha sentença
No mar revirado não vi
Farol que se aproximava de mim
Mas a vida não quis
É espinho que fere o destino
Aparto de mim este fel tão ruim
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Para o Novo Ano
Ano passado eu acabei um bocado com a minha integridade física. Vou recuperá-la este ano, porque ninguém fará isso por mim.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Youtube Symphony Orchestra
A orquestra sinfônica de Londres compôs uma peça para a inusitada primeira orquestra colaborativa via web. Os músicos serão selecionados através do youtube para se apresentarem no Carnegie Hall, sacro-santo lugar onde a Bossa foi apresentada formalmente pela primeira vez aos Estados Unidos! :)
Aos meus colegas instrumentistas, desejo o melhor! Que vão para o Carnegie Hall!
Notas:
O link é esse aqui: Youtube Symphony Orchestra
Agora é mandar brasa! Practice, Practice and Practice it!
Aos meus colegas instrumentistas, desejo o melhor! Que vão para o Carnegie Hall!
Notas:
- A idéia geral é a seguinte: você faz o download da partitura, treina com a regência em um vídeo online, grava a sua performance e manda pra seleção. Se for escolhido, vai pro Carneggie Hall se apresentar, com tudo pago ;-)
- Serão permitidos instrumentos não convencionais a orquestras. Quando selecionar seu instrumento, se ele não estiver presente na lista, pode selecionar um equivalente, deixando selecionado um instrumento de função parecida, com a mesma região, aproximadamente. Há algumas sugestões em um documento que você pode baixar ao escolher "other" no instrumento (ao invés de piano, por exemplo), mas não se preocupe se o seu instrumento não estiver lá também, é só uma linha guia. A idéia é permitir a diversidade, já que é um projeto global.
- O link brasileiro não está funcionando perfeitamente. Tente o americano. Tem um monte de bandeiras em cima, cada uma com o link da língua específica.
- Tem várias lições em vídeos online pra aprender os movimentos, todos com instruções de professores integrantes da orquestra sinfônica de Londres, e vídeos com a regência do maestro, para treinar. As partituras para cada instrumento também estão disponíveis, devendo ser estudadas.
O link é esse aqui: Youtube Symphony Orchestra
Agora é mandar brasa! Practice, Practice and Practice it!
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Retroceder, Quando For Para Retroceder
Escrita no Sábado passado.
Hoje tirei um cochilo na casa da minha mãe. Caí feito um porco morto no sofá, só acordei horas depois. Mas, aleatoriamente, quando acordei, lembrei-me de um evento profissional interessante. Há mais de quatro anos.
Eu estava em um ritmo de trabalho bem puxado. Pensava em ter um pouco mais de tempo ocioso para me dedicar à faculdade, e queria me envolver com tecnologias diferentes. Isso me levou a querer me desligar da empresa onde estava. E anunciei: estou de saída.
Talvez tivesse vinte e dois anos. Houve um almoço, para me felicitar em minha nova jornada. Por um mês inteiro, trabalhei em uma segunda empresa, por apenas quatro horas diárias. Estava começando também a me ligar a um grupo de pesquisa na faculdade. Desde que estive numa multi-nacional, em 2000, sabia que o melhor a fazer na área de tecnologia era trabalhar em startups. Foi meu primeiro emprego, e de lá saí em seis meses. Em uma área emergente, numa startup, se bem escolhido o lugar, é provável que você faça carreira até se tornar um "peixe grande", já que as empresas pequenas tendem a crescer com uma mortalidade muito menor do que em áreas mais apertadas. Mas há de se esperar, como sempre. Além disso, os trabalhos são menos divididos. Todo mundo tem que fazer de tudo.
Ao fato: o almoço de despedida. Lá pelas tantas, fiz um pequeno discurso. Bobeira mesmo, mas há de se ter cara-de-pau para oratória, né? Levantei, houve silêncio. Umas dez pessoas me olhavam. Disse que havia gostado bastante de trabalhar com todos, e realmente o havia, mas que precisava ter um pouco mais de atenção com a minha vida acadêmica. E disse que os amava. E Deus viu que o discurso foi bom, porque houve uma comoção de alguns curtos segundos. Falar a verdade mais intensa é sempre comovente.
Após uns quinze dias de saída, estava feliz com minha nova vida. De manhã, trabalho. À tarde, estudava ou ficava ocioso. E à noite, aula. Os ganhos eram poucos, era uma outra empresa começando, com umas cinco pessoas, ainda na incubadora. Enfim, garotos recém-saídos de um laboratório da PUC. E eu, um garoto estagiário que acabara de ser contratado. E nesses quinze dias de saída, recebi um telefonema. Era a administradora da empresa da qual tinha acabado de sair, que havia se tornado minha amiga. Ligara a mando de um cara que mais tarde me influenciaria absurdamente. Esse cara havia se tornado sócio da empresa. Eu saía, ele entrava. A primeira vez que nos vimos foi no meu almoço, quando fiz o mini-discurso, seguido da mini-comoção.
Eles queriam que eu desse um pequeno curso para um grupo de estagiários que entravam no meu lugar. Não me lembro muito bem a ordem temporal das coisas. Preparei o curso e ministrava-o aos Sábados, arrumando um trocado a mais pra sustentar meus gastos num quarto de família na Rua das Acássias, na Gávea. Após terminado o curso, conversei pessoalmente com o Alex, o novo sócio.
Ele me contou que planejava uma segunda versão de um programa que fiz, e que acompanharia todo o processo de perto. Que precisava de mim pra refazer a coisa toda, e me ofereceu o triplo do que ganhava. Ele é um cara que teve muito sucesso com a bolha da internet, era visionário, sabia lidar com pessoas, super carismático, de um humor enorme (fazendo inclusive várias ironias sobre si mesmo). Estava me oferecendo o triplo para que eu trabalhasse supervisionado de perto por ele. Pedi demissão da empresa na qual acabara de entrar, pois via que iria encarar muita aprendizagem e (por que não?) mais dinheiro no bolso.
O que mais me marcou naquela conversa foi ele me dizer que, após o almoço, conversava com o outro sócio, Sérgio, sobre a minha saída. A coisa foi mais ou menos assim, segundo o que ele me contava:
- Sérgio, você vai deixar esse cara sair assim? Sem uma contra-proposta? Nada?
Quando percebeu que seu parceiro não faria nada para manter um talento na empresa, empenhou-se pessoalmente em me trazer de volta. Muitas coisas aprendi com o Alex, e também com o Sérgio. Eram estilos praticamente opostos de liderança. O ponto realmente fraco do Sérgio era que nós víamos bons programadores escorrerem para fora da empresa, após um período realmente apertado de trabalho excessivo e produtividade altíssima. O ponto fraco do Alex eu ainda não sei.
Trabalhei com ele durante várias semanas, lado-a-lado. Foi surreal. E tivemos um projeto super bem sucedido, considerado mais tarde um dos três melhores do mundo na sua área. Valeu à pena ter voltado. De projeto pronto, resolvi retomar o projeto de trabalhar em outro lugar, desta vez pra encarar coisas diferentes. Aí é papo pra depois. Depois eu conto.
Hoje tirei um cochilo na casa da minha mãe. Caí feito um porco morto no sofá, só acordei horas depois. Mas, aleatoriamente, quando acordei, lembrei-me de um evento profissional interessante. Há mais de quatro anos.
Eu estava em um ritmo de trabalho bem puxado. Pensava em ter um pouco mais de tempo ocioso para me dedicar à faculdade, e queria me envolver com tecnologias diferentes. Isso me levou a querer me desligar da empresa onde estava. E anunciei: estou de saída.
Talvez tivesse vinte e dois anos. Houve um almoço, para me felicitar em minha nova jornada. Por um mês inteiro, trabalhei em uma segunda empresa, por apenas quatro horas diárias. Estava começando também a me ligar a um grupo de pesquisa na faculdade. Desde que estive numa multi-nacional, em 2000, sabia que o melhor a fazer na área de tecnologia era trabalhar em startups. Foi meu primeiro emprego, e de lá saí em seis meses. Em uma área emergente, numa startup, se bem escolhido o lugar, é provável que você faça carreira até se tornar um "peixe grande", já que as empresas pequenas tendem a crescer com uma mortalidade muito menor do que em áreas mais apertadas. Mas há de se esperar, como sempre. Além disso, os trabalhos são menos divididos. Todo mundo tem que fazer de tudo.
Ao fato: o almoço de despedida. Lá pelas tantas, fiz um pequeno discurso. Bobeira mesmo, mas há de se ter cara-de-pau para oratória, né? Levantei, houve silêncio. Umas dez pessoas me olhavam. Disse que havia gostado bastante de trabalhar com todos, e realmente o havia, mas que precisava ter um pouco mais de atenção com a minha vida acadêmica. E disse que os amava. E Deus viu que o discurso foi bom, porque houve uma comoção de alguns curtos segundos. Falar a verdade mais intensa é sempre comovente.
Após uns quinze dias de saída, estava feliz com minha nova vida. De manhã, trabalho. À tarde, estudava ou ficava ocioso. E à noite, aula. Os ganhos eram poucos, era uma outra empresa começando, com umas cinco pessoas, ainda na incubadora. Enfim, garotos recém-saídos de um laboratório da PUC. E eu, um garoto estagiário que acabara de ser contratado. E nesses quinze dias de saída, recebi um telefonema. Era a administradora da empresa da qual tinha acabado de sair, que havia se tornado minha amiga. Ligara a mando de um cara que mais tarde me influenciaria absurdamente. Esse cara havia se tornado sócio da empresa. Eu saía, ele entrava. A primeira vez que nos vimos foi no meu almoço, quando fiz o mini-discurso, seguido da mini-comoção.
Eles queriam que eu desse um pequeno curso para um grupo de estagiários que entravam no meu lugar. Não me lembro muito bem a ordem temporal das coisas. Preparei o curso e ministrava-o aos Sábados, arrumando um trocado a mais pra sustentar meus gastos num quarto de família na Rua das Acássias, na Gávea. Após terminado o curso, conversei pessoalmente com o Alex, o novo sócio.
Ele me contou que planejava uma segunda versão de um programa que fiz, e que acompanharia todo o processo de perto. Que precisava de mim pra refazer a coisa toda, e me ofereceu o triplo do que ganhava. Ele é um cara que teve muito sucesso com a bolha da internet, era visionário, sabia lidar com pessoas, super carismático, de um humor enorme (fazendo inclusive várias ironias sobre si mesmo). Estava me oferecendo o triplo para que eu trabalhasse supervisionado de perto por ele. Pedi demissão da empresa na qual acabara de entrar, pois via que iria encarar muita aprendizagem e (por que não?) mais dinheiro no bolso.
O que mais me marcou naquela conversa foi ele me dizer que, após o almoço, conversava com o outro sócio, Sérgio, sobre a minha saída. A coisa foi mais ou menos assim, segundo o que ele me contava:
- Sérgio, você vai deixar esse cara sair assim? Sem uma contra-proposta? Nada?
Quando percebeu que seu parceiro não faria nada para manter um talento na empresa, empenhou-se pessoalmente em me trazer de volta. Muitas coisas aprendi com o Alex, e também com o Sérgio. Eram estilos praticamente opostos de liderança. O ponto realmente fraco do Sérgio era que nós víamos bons programadores escorrerem para fora da empresa, após um período realmente apertado de trabalho excessivo e produtividade altíssima. O ponto fraco do Alex eu ainda não sei.
Trabalhei com ele durante várias semanas, lado-a-lado. Foi surreal. E tivemos um projeto super bem sucedido, considerado mais tarde um dos três melhores do mundo na sua área. Valeu à pena ter voltado. De projeto pronto, resolvi retomar o projeto de trabalhar em outro lugar, desta vez pra encarar coisas diferentes. Aí é papo pra depois. Depois eu conto.
sábado, novembro 29, 2008
Autobiografia
Essas semanas estou numa onda de leituras biográficas. Li o Tim Maia e o Noites Tropicais, ambos do Nelson Motta, estou terminando o do André Midani (onde, descaradamente, ele desmente um dos eventos narrados pelo Nelson Motta no Noites Tropicais, quando supostamente o Tim Maia destruiu toda sua sala na presidência de uma gravadora no Brasil). E comecei a ler o do Tom Jobim, do Sérgio Cabral. No livro, Sérgio relata que Tom o chamava "meu biógrafo". E pensei: quem fará a biografia do Sérgio Cabral? E se todos tivessem um biógrafo atrás de si, quem seria o biógrafo dos biógrafos?
Não sou o Tom Jobim. Deixo registrado aqui que adoraria ter a importância de alguém que merece a companhia de um biógrafo pessoal. Sorte do Tom que o Sérgio Cabral não se foi antes dele (é premissa que o personagem tenha batido as botas para que o biógrafo faça seu trabalho por completo). Mais sorte ainda foi ser pesquisado "em vida", e por um amigo. Alguns não têm esta mesma sorte. O Sérgio assina a biografia do Ary Barroso. E quem disse que os dois viveram carne-e-osso como com o Tom Jobim?
Como não sou o Tom, e não tenho meu biógrafo, coube-me sacar a importância do Progresso, este singelo blog à moda antiga, à la Meu Querido Diário. Meus filhos - tomara que eu os tenha - terão coisas suficientes aqui pra fuxicar quando eu me for. Matar a saudade, e colher algumas inspirações - tomara que as queiram. Como já tenho a mulher da minha vida, que aniversaria HOJE, sinto-me também na obrigação de deixar registros vitalícios para que ela desfrute deles quando tiver saudades e eu tiver me ido desta vida. Decerto, encontrará várias respostas aos meus fenômenos psicológicos imediatamente, se assim reler uma coisa aqui, outra ali.
De repente isto aqui passa a significar alguma coisa para terceiros, nunca podemos esquecer que a vida é imprevisível. Vou registrar o Progresso como "Meu Biógrafo". Eu forneço as linhas da minha vida, e ele se lembra delas enquanto o Google viver. E personagens tão aleatórios e incógnitos como eu também podem fazer sua visita e perder um pouco de seu precioso tempo nessa coisa nostálgica que é a visita ao passado.
Tem vários baratos ao ler estas biografias. Primeiro, que elas me ensinam muito sobre o mercado musical, como as coisas acontecem, e quem são os personagens que os fazem acontecer. Hoje não é igual como há cinqüenta anos, mas ainda resta muita coisa em comum. Segundo, é fácil você se achar íntimo dos biografados. Terceiro, você encaixa as peças de um quebra-cabeças, que é o da MPB. Os mesmos personagens se repetem. Exemplo: aprendi que o Gilberto Gil é um cara super camarada, amado por todos, de uma inteligência social incrível e que se sacrificou por vários amigos. E ele não foi nenhum dos biografados que eu li.
Dessa forma, repenso aquela máxima de que "blog pessoal de cú é rola". Se você quer se deixar um pouco imortalizado, pelo menos pras pessoas que vêm, é bom ter um blog do tipo Meu Querido Diário.
Ces't tout.
Não sou o Tom Jobim. Deixo registrado aqui que adoraria ter a importância de alguém que merece a companhia de um biógrafo pessoal. Sorte do Tom que o Sérgio Cabral não se foi antes dele (é premissa que o personagem tenha batido as botas para que o biógrafo faça seu trabalho por completo). Mais sorte ainda foi ser pesquisado "em vida", e por um amigo. Alguns não têm esta mesma sorte. O Sérgio assina a biografia do Ary Barroso. E quem disse que os dois viveram carne-e-osso como com o Tom Jobim?
Como não sou o Tom, e não tenho meu biógrafo, coube-me sacar a importância do Progresso, este singelo blog à moda antiga, à la Meu Querido Diário. Meus filhos - tomara que eu os tenha - terão coisas suficientes aqui pra fuxicar quando eu me for. Matar a saudade, e colher algumas inspirações - tomara que as queiram. Como já tenho a mulher da minha vida, que aniversaria HOJE, sinto-me também na obrigação de deixar registros vitalícios para que ela desfrute deles quando tiver saudades e eu tiver me ido desta vida. Decerto, encontrará várias respostas aos meus fenômenos psicológicos imediatamente, se assim reler uma coisa aqui, outra ali.
De repente isto aqui passa a significar alguma coisa para terceiros, nunca podemos esquecer que a vida é imprevisível. Vou registrar o Progresso como "Meu Biógrafo". Eu forneço as linhas da minha vida, e ele se lembra delas enquanto o Google viver. E personagens tão aleatórios e incógnitos como eu também podem fazer sua visita e perder um pouco de seu precioso tempo nessa coisa nostálgica que é a visita ao passado.
Tem vários baratos ao ler estas biografias. Primeiro, que elas me ensinam muito sobre o mercado musical, como as coisas acontecem, e quem são os personagens que os fazem acontecer. Hoje não é igual como há cinqüenta anos, mas ainda resta muita coisa em comum. Segundo, é fácil você se achar íntimo dos biografados. Terceiro, você encaixa as peças de um quebra-cabeças, que é o da MPB. Os mesmos personagens se repetem. Exemplo: aprendi que o Gilberto Gil é um cara super camarada, amado por todos, de uma inteligência social incrível e que se sacrificou por vários amigos. E ele não foi nenhum dos biografados que eu li.
Dessa forma, repenso aquela máxima de que "blog pessoal de cú é rola". Se você quer se deixar um pouco imortalizado, pelo menos pras pessoas que vêm, é bom ter um blog do tipo Meu Querido Diário.
Ces't tout.
sexta-feira, novembro 28, 2008
A Continuidade
Oitenta por cento das coisas
Que eu prometo ou planejo, não faço.
Das que faço,
Vinte por cento são responsáveis
Por oitenta por cento da minha satisfação.
Das que não faço
Vinte por cento seriam responsáveis
Por mais-que-dobrar minha felicidade.
Mas... Como escolher o que descartar?
Sujeito-me ao acaso, à intuição
E por vários momentos, à impulsividade
É a desigualdade das coisas que nos fazem bem:
Fazê-las leva tempo, e mesmo acreditando,
Nunca saberemos se de fato nós estávamos certos.
Que eu prometo ou planejo, não faço.
Das que faço,
Vinte por cento são responsáveis
Por oitenta por cento da minha satisfação.
Das que não faço
Vinte por cento seriam responsáveis
Por mais-que-dobrar minha felicidade.
Mas... Como escolher o que descartar?
Sujeito-me ao acaso, à intuição
E por vários momentos, à impulsividade
É a desigualdade das coisas que nos fazem bem:
Fazê-las leva tempo, e mesmo acreditando,
Nunca saberemos se de fato nós estávamos certos.
terça-feira, novembro 25, 2008
O Pop Procura o Inusitado
A mídia aplaude o namoro pedófilo entre o marmanjo compositor Marcelo Camelo e a adolescente Mallu Magalhães, cujas composições in English, suas influências londrinas e suas visitas estrangeiras no myspace encantaram o descerebrado quarto poder brasileiro, que a enfiou goela abaixo do povo. E isso não despertou nenhum inquérito.
Mallu foi uma zebra da música brasileira. Um cisne negro. Tomara que traga algo de bom, que não seja uma modinha. Que eduque os ouvidos, de preferência. De maneira planejada ou não, Zé Ramalho já estava pra embarcar nas ondas do Bob Dylan.
O evento promoveu Camelo de uma forma que suas composições (seu principal negócio, e motivo pelo qual deveria tornar-se mais e mais famoso) não haviam conseguido nos últimos tempos.
Veja bem, não estou explicando ou induzindo nada. Estou apenas expondo as coisas. Não o acho um compositor ruim, até aprendi algumas coisas bem legais ouvindo músicas dele (alguns truques muito fodas, por sinal).
Torço pra que o próximo hit de Camelo seja uma de suas canções, e não a notícia do término de seu namoro com uma guria que acabou de aprender a escrever. Em Inglês.
Mallu foi uma zebra da música brasileira. Um cisne negro. Tomara que traga algo de bom, que não seja uma modinha. Que eduque os ouvidos, de preferência. De maneira planejada ou não, Zé Ramalho já estava pra embarcar nas ondas do Bob Dylan.
O evento promoveu Camelo de uma forma que suas composições (seu principal negócio, e motivo pelo qual deveria tornar-se mais e mais famoso) não haviam conseguido nos últimos tempos.
Veja bem, não estou explicando ou induzindo nada. Estou apenas expondo as coisas. Não o acho um compositor ruim, até aprendi algumas coisas bem legais ouvindo músicas dele (alguns truques muito fodas, por sinal).
Torço pra que o próximo hit de Camelo seja uma de suas canções, e não a notícia do término de seu namoro com uma guria que acabou de aprender a escrever. Em Inglês.
Hoje Fui ao Cinemark
Ouvi uma trilha fantástica antes do filme. Uma tal de Rádio Trama. Me impressionou muito a qualidade da reprodução. Se as casas de show tivessem o mesmo equipamento dos cinemas, haveria mais público, e o Tim Maia nunca reclamaria do técnico de som.
Pra dar uma idéia, do saguão, comprando pipoca, estávamos ouvindo Último Desejo, de Noel Rosa. A voz era feminina, mas muito abafada, e o violão meio vintage, dava um climinha. Entrando na sala, o som foi desabafando, o violão ficou cristalino, e a Manu acertou a voz: era da Gal. O Fênix canta no mesmo tom, exatamente, e tem até uma pegada parecida nessa música. O violão era um show à parte: Chico Pereira. Seguiram-se interpretações, sempre no tema Noel Rosa, de João Bosco, Maria Bethânia e Rosa Passos, interrompida nos primeiros segundos para o início do filme. Se me oferecessem a trilha da rádio na saída, eu estaria tentado a comprar.
Me perguntei quais serão os novos modelos de negócio do mundo da música. Só sei que morrer não vai, porque não dá.
Pra dar uma idéia, do saguão, comprando pipoca, estávamos ouvindo Último Desejo, de Noel Rosa. A voz era feminina, mas muito abafada, e o violão meio vintage, dava um climinha. Entrando na sala, o som foi desabafando, o violão ficou cristalino, e a Manu acertou a voz: era da Gal. O Fênix canta no mesmo tom, exatamente, e tem até uma pegada parecida nessa música. O violão era um show à parte: Chico Pereira. Seguiram-se interpretações, sempre no tema Noel Rosa, de João Bosco, Maria Bethânia e Rosa Passos, interrompida nos primeiros segundos para o início do filme. Se me oferecessem a trilha da rádio na saída, eu estaria tentado a comprar.
Me perguntei quais serão os novos modelos de negócio do mundo da música. Só sei que morrer não vai, porque não dá.
domingo, novembro 16, 2008
O Que Basta
Aquele que define seu passo
Tem nas mãos a vida que escolher
se falta amor, planta,
Se sobre carinho, dá,
Porque nunca tanto se precisou
Da verdadeira mão
Senhora da fraternidade
Sem sinais de culpa ou cobrança
Dedos que afagam
Tão somente por caridade
Quem mal afagou
Foi aquele
Que por mero interesse doou
Fingindo dar pra enganosamente tirar
Planejou tudo: furtou e voou
Todos os campos estão assim
Os de concentração, de vida e de guerra
Basta dar,
Basta ter o que tomar.
Tem nas mãos a vida que escolher
se falta amor, planta,
Se sobre carinho, dá,
Porque nunca tanto se precisou
Da verdadeira mão
Senhora da fraternidade
Sem sinais de culpa ou cobrança
Dedos que afagam
Tão somente por caridade
Quem mal afagou
Foi aquele
Que por mero interesse doou
Fingindo dar pra enganosamente tirar
Planejou tudo: furtou e voou
Todos os campos estão assim
Os de concentração, de vida e de guerra
Basta dar,
Basta ter o que tomar.
sexta-feira, novembro 07, 2008
quinta-feira, novembro 06, 2008
À Distância
Resolvi que faria um novo post. Ontem, ao voltar pra casa, fui agraciado por uma chuvinha daquelas que molha a rua e, sendo a Gávea o lugar verde que é, espalha o perfume das árvores pelo ar. Foi muito bom andar até o baixo pra pegar o ônibus de volta. Daqui a pouco realizo o mesmo trajeto de ontem, mas provavelmente sem chuvinha.
À distância. Mas não inativo. Tenho aprendido mil coisas sobre música, sobre produção musical, e resolvi que faria um blog pra compartilhar meus conhecimentos adquiridos sobre a discografia brasileira. Está aqui, escrevo-o em inglês e narro-o em inglês para voltar a exercitar a língua:
www.loungebr.com
Estou ainda no terceiro podcast, mas já fui ouvido por mais de cento e vinte pessoas, e no meio desse povo, o blog até mereceu uma menção em um outro blog estrangeiro, que fala sobre coisas de marketing na internet etc. Aparentemente agradou.
Com este podcast, também promovo a um segundo nível meus novíssimos conhecimentos de mixagem e gravação, e passo a utilizar para algo mais produtivo o meu home studio. A meu próprio serviço.
À distância. Mas não inativo. Tenho aprendido mil coisas sobre música, sobre produção musical, e resolvi que faria um blog pra compartilhar meus conhecimentos adquiridos sobre a discografia brasileira. Está aqui, escrevo-o em inglês e narro-o em inglês para voltar a exercitar a língua:
www.loungebr.com
Estou ainda no terceiro podcast, mas já fui ouvido por mais de cento e vinte pessoas, e no meio desse povo, o blog até mereceu uma menção em um outro blog estrangeiro, que fala sobre coisas de marketing na internet etc. Aparentemente agradou.
Com este podcast, também promovo a um segundo nível meus novíssimos conhecimentos de mixagem e gravação, e passo a utilizar para algo mais produtivo o meu home studio. A meu próprio serviço.
quarta-feira, setembro 10, 2008
Large Hadron Collider Rap
Duas bobagens seguidas são improváveis neste blog. Mas aí vai. Um Rap (em inglês) que explica o porquê e o contexto do Large Hadron Collider. Featuring Stephen Hawking.
Muito engraçado e elucidativo :)
Muito engraçado e elucidativo :)
terça-feira, setembro 09, 2008
segunda-feira, agosto 25, 2008
Lembraças Adolescentes
Smashing Pumpkins me traz lembranças da minha primeira grande paixão. Eu era tão platônico... Amo muito da pessoa que fui.
sexta-feira, julho 25, 2008
Milhares de Selos
A contrapartida do crash das grandes gravadoras é a de que, em compensação, tornou-se muito, muito barato fazer um disco. Os novos artistas estão aí: praticamente donos de seus próprios bazares. Até um novo império da música se formar na própria web, muita água vai rolar.
Meus agradecimentos a Shawn Fanning pelo Napster, à Apple pelo Ipod, e a Suzanne Vega pelo MP3.
É como se uma represa tivesse se rompido. De repente, a música começou a fluir no mundo inteiro, descontroladamente - de todos para todos. Os canais proprietários de grandes gravadoras não mais são tão importantes assim, e quem nunca se viu em condições de fazer um disco, hoje pode sonhar em ter seu trabalho bem gravado e conhecido.
Se vira mania ou não, depende inteiramente da qualidade.
Meus agradecimentos a Shawn Fanning pelo Napster, à Apple pelo Ipod, e a Suzanne Vega pelo MP3.
É como se uma represa tivesse se rompido. De repente, a música começou a fluir no mundo inteiro, descontroladamente - de todos para todos. Os canais proprietários de grandes gravadoras não mais são tão importantes assim, e quem nunca se viu em condições de fazer um disco, hoje pode sonhar em ter seu trabalho bem gravado e conhecido.
Se vira mania ou não, depende inteiramente da qualidade.
sexta-feira, julho 18, 2008
Fulgor
O que há no meu peito
Além de carne viva,
Senão a rubra nobreza
Vertida em tensão, trabalho,
Descanso e descaso?
O que existe de muito maior
Do que a superfície dos alvéolos
Senão todo o céu que suspirei?
O que há no meu ventre
Além do gofo e da bílis
Senão a glacial torrente
Precedente a todos os três meses
Do peremptório verão de Sol a pino
Que tua nudez me descarrega?
O que existe no meu corpo
Além dos ossos e da cartilagem rente
Além da descampada relva sacra?
Além de qualquer sentimento coerente
Está uma única nota fisgada
Ela é vociferada esôfago afora
Amplificada na garganta
Salmodiada liricamente
Em uma singela e angelical cantata
O que há em mim além de gente
Senão mágoas, marcas, fulgores e alentos
Noites simples, sonhos, timo,
E um coração que ama?
Além de carne viva,
Senão a rubra nobreza
Vertida em tensão, trabalho,
Descanso e descaso?
O que existe de muito maior
Do que a superfície dos alvéolos
Senão todo o céu que suspirei?
O que há no meu ventre
Além do gofo e da bílis
Senão a glacial torrente
Precedente a todos os três meses
Do peremptório verão de Sol a pino
Que tua nudez me descarrega?
O que existe no meu corpo
Além dos ossos e da cartilagem rente
Além da descampada relva sacra?
Além de qualquer sentimento coerente
Está uma única nota fisgada
Ela é vociferada esôfago afora
Amplificada na garganta
Salmodiada liricamente
Em uma singela e angelical cantata
O que há em mim além de gente
Senão mágoas, marcas, fulgores e alentos
Noites simples, sonhos, timo,
E um coração que ama?
Sobre Kind Of Blue
Excelente mesmo. Disco revolucionário do Miles Davis, como um monte de gente já sabe, e eu estava devendo sua audição. Mas a versão que tenho, infelizmente, tem um problema sério: o trompete e o sax são altos demais. Eu queria ouvir mais os outros instrumentos, e o efeito de ambiência, que espalha lentamente o som pelos nos ouvidos. Interessante.
terça-feira, julho 15, 2008
Aula com Guinga
Ele: "Acho que daí você podia vir por esse caminho, ó..."
Tocou um outro acorde, que não o que eu escolhera.
Eu: "Esse acorde é muito maneiro. Que intervalo é esse aqui no meio, hein?"
Ele: "Esquece o intervalo. Ouviu? Você achou bonito?"
Eu: "Muito."
Ele: Então, pra compor, você ouve primeiro, e escolhe. Depois faz a análise.
Tocou um outro acorde, que não o que eu escolhera.
Eu: "Esse acorde é muito maneiro. Que intervalo é esse aqui no meio, hein?"
Ele: "Esquece o intervalo. Ouviu? Você achou bonito?"
Eu: "Muito."
Ele: Então, pra compor, você ouve primeiro, e escolhe. Depois faz a análise.
segunda-feira, julho 14, 2008
Hellboy II
Estou ouvindo a trilha sonora de Hellboy II. Não vi o filme (ainda), mas também... I don't care that much. A trilha, essa sim me interessa. Foi feita por Danny Elfman.
Lembra da trilha sonora encantadora de Edwards Mãos de Tesoura? Foi o mesmo cara.
Lembra da trilha sonora encantadora de Edwards Mãos de Tesoura? Foi o mesmo cara.
quarta-feira, julho 09, 2008
Dissaber
Quando aprendo, não crio
Quando crio, desaprendo
Refazendo o caminho, entendo
Desenfreadamente compreendo
Outra vez percorrida a lição
Retrabalho os desvarios
Ressabio meus equívocos
Contestes de uma vida torta
Variando a tentativa
Reforço minha cabeça oca
Quando acerto, é só de boca
Papo de argumentista
Procuro na palavra
A retórica afleumada
Sofisma arquiburocrático
Peneira das desverdades
Perversidade emblemática
Maldade desmedida.
Quando crio, desaprendo
Refazendo o caminho, entendo
Desenfreadamente compreendo
Outra vez percorrida a lição
Retrabalho os desvarios
Ressabio meus equívocos
Contestes de uma vida torta
Variando a tentativa
Reforço minha cabeça oca
Quando acerto, é só de boca
Papo de argumentista
Procuro na palavra
A retórica afleumada
Sofisma arquiburocrático
Peneira das desverdades
Perversidade emblemática
Maldade desmedida.
Você Quer Ficar Sem P2P?
As redes de compartilhamento de informações (Emule, Kazaa, Torrent etc) estão prestes a serem consideradas redes criminosas. Quero dizer, uma parte importante da revolução digital causa medo em um bando de velhacos que não sabem mexer sequer no word. Ao invés de fazer um cursinho por aí, eles pensam em inibir o conhecimento dos outros.
Eu sei que isso não vai longe. Assim que for considerada crime, alguém vai surgir com redes criptografadas ultra-sigilosas. Vai dar no mesmo. Todo mundo vai continuar fazendo downloads. Só de raiva.
Pra poupar o tempo desses sábios programadores, vote contra este projeto de lei AQUI. Na pior das hipóteses, vai sobrar tempo pra se preocuparem com assassinos, traficantes, seqüestradores etc.
Não adianta. Isso não tem condições de ir pra frente. Mas pelo menos faça a sua parte.
Eu sei que isso não vai longe. Assim que for considerada crime, alguém vai surgir com redes criptografadas ultra-sigilosas. Vai dar no mesmo. Todo mundo vai continuar fazendo downloads. Só de raiva.
Pra poupar o tempo desses sábios programadores, vote contra este projeto de lei AQUI. Na pior das hipóteses, vai sobrar tempo pra se preocuparem com assassinos, traficantes, seqüestradores etc.
Não adianta. Isso não tem condições de ir pra frente. Mas pelo menos faça a sua parte.
quinta-feira, junho 26, 2008
Falei Com Os Senadores Sobre a CSS
Através do blog Formigas Com Megafone, descobri que há uma lista remissiva dos emails dos senadores do nosso país. Precisamente oitenta e um endereços. Resolvi então mandar um manifesto educado, como cidadão e pagador de impostos que sou, para todos eles. Copiei todos os endereços na mão e preparei minha mensagem:
Para o meu espanto, nenhum dos emails voltaram. Isto significa que todos estão ativos e suas caixas não estão abarrotadas. Bom sinal.
Para a minha consternação, eu recebi quase que imediatamente, às 21hrs da noite, a seguinte resposta do Senador Álvaro Dias:
Isto mesmo. Um senador me respondeu imediatamente, dentre os oitenta e um que receberam. Vamos ver nos próximos dias quantos deles darão atenção à mensagem. Senhor Álvaro Dias, muito obrigado por me responder. Quanto a saber se o que me dizes é verdade ou não, isto eu não sei. Ninguém sabe. Gostaria muito de acreditar, mas o nosso país está desse jeito, descreditado.
Para que ninguém passe pelo mesmo suplício que eu passei, montei um esqueminha esperto para que você também possa se comunicar com os senadores via email. Via gmail:
É só mandar para este endereço, que todos os senadores receberão a mensagem. Caso você queira a lista, compartilho aqui com você:
adelmir.santana@senador.gov.br,
almeida.lima@senador.gov.br,
mercadante@senador.gov.br,
alvarodias@senador.gov.br,
acmjr@senador.gov.br,
antval@senador.gov.br,
arthur.virgilio@senador.gov.br,
augusto.botelho@senador.gov.br,
carlos.dunga@senador.gov.br,
cesarborges@senador.gov.br,
cristovam@senador.gov.br,
delcidio.amaral@senador.gov.br,
demostenes.torres@senador.gov.br,
eduardo.azeredo@senador.gov.br,
eduardo.suplicy@senador.gov.br,
efraim.morais@senador.gov.br,
eliseuresende@senador.gov.br,
ecafeteira@senador.gov.br,
expedito.junior@senador.gov.br,
fatima.cleide@senadora.gov.br,
fernando.collor@senador.gov.br,
flavioarns@senador.gov.br,
flexaribeiro@senador.gov.br,
francisco.dornelles@senador.gov.br,
garibaldi.alves@senador.gov.br,
geovaniborges@senador.gov.br,
geraldo.mesquita@senador.gov.br,
gecamata@senador.gov.br,
gilberto.goellner@senador.gov.br,
gim.argello@senador.gov.br,
heraclito.fortes@senador.gov.br,
ideli.salvatti@senadora.gov.br,
inacioarruda@senador.gov.br,
jarbas.vasconcelos@senador.gov.br,
jayme.campos@senador.gov.br,
jefferson.praia@senador.gov.br,
joaodurval@senador.gov.br,
joaopedro@senador.gov.br,
joaoribeiro@senador.gov.br,
jtenorio@senador.gov.br,
j.v.claudino@senador.gov.br,
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wellington.salgado@senador.gov.br
Ainda há um último detalhe. A mensagem que enviei para os senadores foi de dentro do email todosossenadores@gmail.com, e toda mensagem que esta conta recebe é redirecionada para a lista de todos os senadores. Pegou o "curto-circuito"? É isto o que eu chamo Transparência Governamental...
Senhores,
Como cidadão brasileiro e, portanto, um pagante de impostos, venho por meio deste solicitar o veto da CSS. O povo não está disposto a sofrer mais um grande período impedido de realizar transações comerciais por receio de taxações sobre taxações. Isto é um absurdo inaceitável, e inibe a movimentação de dinheiro, por motivos óbvios.
Um abraço,
Rodrigo.
Para o meu espanto, nenhum dos emails voltaram. Isto significa que todos estão ativos e suas caixas não estão abarrotadas. Bom sinal.
Para a minha consternação, eu recebi quase que imediatamente, às 21hrs da noite, a seguinte resposta do Senador Álvaro Dias:
Da tribuna do Senado já me pronunciei contra essa aberração constitucional aprovada pela Câmara. O projeto que restabelece a CPMF com o apelido de CSS é afronta ao povo brasileiro que não agüenta mais pagar tanto imposto. Não há argumento inteligente que possa justificar essa atitude do governo. Falar em Reforma Tributária e aprovar projeto criando novo imposto é falsidade. A CSS é um escárnio, um equívoco e uma afronta à sociedade. A verdade é que nunca se arrecadou tanto imposto no Brasil. Os brasileiros não agüentam mais esta pesada carga tributária. A arrecadação está tão boa que outro dia o governo pediu ao Congresso autorização para repassar ao BNDES 12,5 bilhões de reais para que ele financie projetos em outros países, como o metrô de Caracas, na Venezuela.Há,portanto,dinheiro suficiente para aplicar na Saúde, sem ser preciso sacrificar ainda mais o contribuinte brasileiro.O Senado deve rejeitar essa ofensa à inteligência nacional. Desde já esclareço que vou votar contra a aprovação deste novo imposto que o governo do PT quer impor ao povo brasileiro.
Grato pela mensagem e receba o meu cordial abraço,
Álvaro Dias
Isto mesmo. Um senador me respondeu imediatamente, dentre os oitenta e um que receberam. Vamos ver nos próximos dias quantos deles darão atenção à mensagem. Senhor Álvaro Dias, muito obrigado por me responder. Quanto a saber se o que me dizes é verdade ou não, isto eu não sei. Ninguém sabe. Gostaria muito de acreditar, mas o nosso país está desse jeito, descreditado.
Para que ninguém passe pelo mesmo suplício que eu passei, montei um esqueminha esperto para que você também possa se comunicar com os senadores via email. Via gmail:
todosossenadores@gmail.com
É só mandar para este endereço, que todos os senadores receberão a mensagem. Caso você queira a lista, compartilho aqui com você:
adelmir.santana@senador.gov.br,
almeida.lima@senador.gov.br,
mercadante@senador.gov.br,
alvarodias@senador.gov.br,
acmjr@senador.gov.br,
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jtenorio@senador.gov.br,
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sergio.guerra@senador.gov.br,
zambiasi@senador.gov.br,
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tasso.jereissati@senador.gov.br,
tiao.viana@senador.gov.br,
valdir.raupp@senador.gov.br,
valterpereira@senador.gov.br,
virginio@senador.gov.br,
wellington.salgado@senador.gov.br
Ainda há um último detalhe. A mensagem que enviei para os senadores foi de dentro do email todosossenadores@gmail.com, e toda mensagem que esta conta recebe é redirecionada para a lista de todos os senadores. Pegou o "curto-circuito"? É isto o que eu chamo Transparência Governamental...
quarta-feira, junho 04, 2008
O Chris Anderson Diz
Que tudo será grátis no futuro:
Leia aqui.
Eu falei sobre isso neste blog, há alguns anos atrás. Mas eu não sou o Chris Anderson, editor chefe da Wired, e eleito uma das mentes mais influentes do mundo. Agora, eu mesmo posso começar a pensar que isto seja verdade ;-)
Leia aqui.
Eu falei sobre isso neste blog, há alguns anos atrás. Mas eu não sou o Chris Anderson, editor chefe da Wired, e eleito uma das mentes mais influentes do mundo. Agora, eu mesmo posso começar a pensar que isto seja verdade ;-)
segunda-feira, maio 26, 2008
Primeiras Composições Na Rua
Manu estreou recentemente duas composições minhas no palco. A primeira foi Nega Panela, que fizemos em parceria. Virou o tal lá do maxixe, que é um ritmo muito simpático. A outra se chama Mulher Jangadeira, cujo vídeo pode ser assistido aqui, no site da Manu. Espero que gostem ;)
quinta-feira, maio 08, 2008
O Infigurável Passageiro
Da trama existencial
Sou apenas uma peça
Peça única, sem igual,
Mas mesmo assim, passageira.
Quando eu passar,
Onde aportarei?
Será meu mar este aqui,
O inicial?
Quanto tempo durará
O meu tempo de passar?
E se passar o passageiro agora,
Onde permanecerei?
Se me for para sempre
Será o passageiro, assim,
Uma idéia tão distante por lá?
Mas e se lá for como aqui?
Seria o aqui, lá?
Seja lá como for
Se lá como aqui não for
Não sei se de lá gostarei.
Sou apenas uma peça
Peça única, sem igual,
Mas mesmo assim, passageira.
Quando eu passar,
Onde aportarei?
Será meu mar este aqui,
O inicial?
Quanto tempo durará
O meu tempo de passar?
E se passar o passageiro agora,
Onde permanecerei?
Se me for para sempre
Será o passageiro, assim,
Uma idéia tão distante por lá?
Mas e se lá for como aqui?
Seria o aqui, lá?
Seja lá como for
Se lá como aqui não for
Não sei se de lá gostarei.
sexta-feira, maio 02, 2008
Mulher Jangadeira
Eu danço na areia
Dos rios de ouro
De leitos de barro
Água que corre na beira
Mulher jangadeira
Tem os pés descalços
Ê, é cacimba de Eira
Ê, são segredos de mar
Sacode, sacode, ribeira!
Feito sereia eu desço
Pois não tenho medo
Nem de Caninana
Vou de peixeira e terço
São meus adereços
De guarda e de calma
Oi, são panos modestos
Que uso de vestes
Mas tenho o perfume
Que a mata me cede
Sou tipo rasteira
Ninguém me domina
Que eu sou Jangadeira
Sacode, sacode, ribeira!
Dos rios de ouro
De leitos de barro
Água que corre na beira
Mulher jangadeira
Tem os pés descalços
Ê, é cacimba de Eira
Ê, são segredos de mar
Sacode, sacode, ribeira!
Feito sereia eu desço
Pois não tenho medo
Nem de Caninana
Vou de peixeira e terço
São meus adereços
De guarda e de calma
Oi, são panos modestos
Que uso de vestes
Mas tenho o perfume
Que a mata me cede
Sou tipo rasteira
Ninguém me domina
Que eu sou Jangadeira
Sacode, sacode, ribeira!
terça-feira, abril 29, 2008
O Despertar do Engano
Ao que se compara
O deplorável embaraço
De te confundir com o amor
Que tanto espero chegar?
A minha fome de alma insaciada
Projetou sobre ti
O avatar que pretendia adorar
De tanto ver teus sinais -
Cegamente, somente os intersectos
Daqueles que exatamente
Emitiria quem ousaria me amar -
Encontro-me mergulhado
Num lago de dez mil dos teus corações,
E agora é tarde.
Completamente constrangido,
Troco a moeda da amizade pela da paixão.
Tento acordar da embriaguez do amor,
Mas agora é tarde.
Finjo, como o tolo de álcool,
Não lembrar minha vergonha,
Mas para isto também é tarde.
Ajo como se nada tivesse ocorrido,
Mas não importa, é tarde.
Tento trocar autor e alvo,
Sobrepor intenção ao fato,
Mas é inutilmente tarde.
Em sonhos retorno no tempo,
Mas repito o feito,
Porque lá também é tarde.
E até mesmo para simplesmente
Recuperar o troco do amor cedido
Pela paixão dada
Para reconstruir uma amizade,
Como do nada,
É decerto, também,
Em absoluto,
Muito, muito tarde.
* Esta é uma poesia que escrevi em resposta à sugestão do Reinaldo, ali na Shoutbox.
O deplorável embaraço
De te confundir com o amor
Que tanto espero chegar?
A minha fome de alma insaciada
Projetou sobre ti
O avatar que pretendia adorar
De tanto ver teus sinais -
Cegamente, somente os intersectos
Daqueles que exatamente
Emitiria quem ousaria me amar -
Encontro-me mergulhado
Num lago de dez mil dos teus corações,
E agora é tarde.
Completamente constrangido,
Troco a moeda da amizade pela da paixão.
Tento acordar da embriaguez do amor,
Mas agora é tarde.
Finjo, como o tolo de álcool,
Não lembrar minha vergonha,
Mas para isto também é tarde.
Ajo como se nada tivesse ocorrido,
Mas não importa, é tarde.
Tento trocar autor e alvo,
Sobrepor intenção ao fato,
Mas é inutilmente tarde.
Em sonhos retorno no tempo,
Mas repito o feito,
Porque lá também é tarde.
E até mesmo para simplesmente
Recuperar o troco do amor cedido
Pela paixão dada
Para reconstruir uma amizade,
Como do nada,
É decerto, também,
Em absoluto,
Muito, muito tarde.
* Esta é uma poesia que escrevi em resposta à sugestão do Reinaldo, ali na Shoutbox.
Edições
Esses dias tive um conto selecionado pela editora Andross para entrar em uma coletânea de microcontos. Infelizmente, tive que recusar o convite, pois teria que ir a São Paulo, e me comprometer a vender uma certa cota de livros. Neste momento não posso me comprometer desta forma, com certeza os livros ficariam encalhados e eu não poderia ir a Sampa. De qualquer maneira, está aqui o referido conto:
O Mantra das Aparições
Espero que gostem. O quarto conto da série Segredos da Mente Elástica está pronto, falta apenas uma formatação e a seleção de uma fotografia. Apesar de tão pouco - 4 contos, apenas - manter essa direção pra mim é um recorde.
Para quem ainda não conhece, Segredos da Mente Elástica é o projeto que estou escrevendo de um romance não-linear com pitadas levíssimas de Sci-Fi. Não há um protagonistas, porém todos os contos se passam dentro do mesmo universo:
Segredos da Mente Elástica
O Mantra das Aparições
Espero que gostem. O quarto conto da série Segredos da Mente Elástica está pronto, falta apenas uma formatação e a seleção de uma fotografia. Apesar de tão pouco - 4 contos, apenas - manter essa direção pra mim é um recorde.
Para quem ainda não conhece, Segredos da Mente Elástica é o projeto que estou escrevendo de um romance não-linear com pitadas levíssimas de Sci-Fi. Não há um protagonistas, porém todos os contos se passam dentro do mesmo universo:
Segredos da Mente Elástica
Agradecimentos
João Francisco e Manu Santos... Ô gente pra conhecer música brasileira. Como eu aprendo com esses dois.
Valeu.
Valeu.
segunda-feira, abril 21, 2008
Contato de Grau Virtual
Acabei de publicar mais um Segredo da Mente Elástica :)
Mudei o nome do projeto literário, pra ter um pouco mais de apelo comercial.
Contato de Grau Virtual
Tive um pouco de dificuldade de ligar a história e fazer este terceiro conto. Mas tá aí. Aprecie, reclame, revise, propague... Tudo é bem-vindo.
Mudei o nome do projeto literário, pra ter um pouco mais de apelo comercial.
Contato de Grau Virtual
Tive um pouco de dificuldade de ligar a história e fazer este terceiro conto. Mas tá aí. Aprecie, reclame, revise, propague... Tudo é bem-vindo.
quinta-feira, abril 17, 2008
Em Estado de Graça
Digamos que eu esteja neste estado hoje. Sim, pois ontem eu assisti a um show maravilhoso. Pra mim, até agora, foi o show do ano, sem sombra de dúvidas: Áurea Martins, Hermínio Belo de Carvalho e Ângela Evans, menos conhecida, mas não menos aclamada. Foi no Centro Cultural Carioca, na Rua do Teatro, ao lado do Teatro João Caetano, em plena Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro.
Foi lindo. Toda a concepção do espetáculo merece aplausos de pé. Também, não foi por menos. Os principais envolvidos eram o próprio Hermínio e Cristóvão Bastos. O formato do espetáculo, o palco, as luzes... Tudo era glorioso e, ao mesmo tempo, simples.
A apresentação é introduzida por uns vídeos com divas da música de outrora: Aracy de Almeida de cara, com todo seu palavreado típico. Tudo à la documentário, cujo interlocutor era o próprio Hermínio.
De forma teatral, ele introduz a primeira canção intercalada com textos maravilhosos e poéticos - certamente de seu próprio punho. Irremediavelmente irreverente, ele destoa nas melodias e passa à música falada num piscar de olhos, com toda a autoridade de ser um dos mais reconhecidos artistas brasileiros.
Absolutamente casual foi o Hermínio.
Ângela Evans: deslumbrante em um vestido preto e um sorriso largo, agudos e saltos melódicos controladíssimos. Pecou em alguns pontos, ao meu ver, confesso: seu canto estava um pouco anasalado, e me fez a maior parte das vezes não entender a letra da música, apesar da melodia perfeitamente entoada. Outro ponto contra, talvez por ser a mais inexperiente, era a presença de palco, que foi, em geral, linear. As expressões faciais eram encantadoras, além do fato de ela ter um rosto com um ar infantil, o que dá a sensação da inocência - em alguns momentos até de ingenuidade. Não desmerecida por meus pontos contra, todos os arranjos de seu disco lançado pela Biscoito Fino foram feitos pelo Cristóvão Bastos - como sempre, extremamente elegante, comportado, dosado e cerebral em sua arte. E sua simpatia era óbvia em todos os momentos do show, ela "não tá de bobeira" e ainda vai dar muito o que falar.
Áurea Martins revelou-se pra mim uma das maiores cantoras brasileiras neste momento. Cantando com um jazz trio - baixo, bateria e piano, com algumas participações do violonista chamado Lucas - cujo sobrenome eu não lembro. Foi um espetáculo do tipo Alcione, só que mais moderado, sem o drama exacerbado da Marrom. Ela foi demais. Com esse jeito jazzy, promoveu-nos o momento Blue Note da noite - segundo Gerdal de Paula nobríssimo amigo que dividia o balcão do bar conosco. Pois bem, no que Áurea dependia somente de Áurea - pois se eu mesmo não prestava muita atenção em mais nada, ela podia estar fazendo tudo a capella que eu não ia perceber a diferença - ficamos com a imagem de uma dor grande e contida, um romantismo incomensurável naquela voz negra. Fiquei feliz de saber que o meu Brasil também tem a sua Billie Holliday.
Comentário de Leandro Fregonesi: "Cara, olha toda essa gente aqui... Você pode ver claramente que está todo mundo querendo aprender bebendo diretamente da fonte, o Hermínio não é qualquer um. Ele tem o apelo muito popular, todo mundo adora o trabalho dele."
Muita gente conhecida estava presente. As cantoras Simone e Zélia Duncan, Luis Carlos da Vila, Emílio Santiago, Cláudio Jorge, Luciana Rabelo, Pedro Aragão e tanta gente que nem lembro mais os nomes. O pequeno espaço e a presença de tanta gente "grande" nos mostrou que todo mundo é do mesmo tamanho. Houve também uma homenagem prestada por Hermínio a... Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome da cantora. É uma senhora linda, com uma voz elegante e delicada. Eles mostraram-na durante o show em um vídeo, acompanhada por Rafael Rabello. Sem mais comentários.
Ao final do espetáculo, Áurea Martins chorava como criança, de tanta emoção. De um coração imenso, nos deu grande atenção - a mim e a Manu - dizendo aos mais velhos: viram? Eles são novinhos e gostaram do meu show!
E quem não gostaria de estar sob aquele teto na noite de ontem, Aurinha?
Foi lindo. Toda a concepção do espetáculo merece aplausos de pé. Também, não foi por menos. Os principais envolvidos eram o próprio Hermínio e Cristóvão Bastos. O formato do espetáculo, o palco, as luzes... Tudo era glorioso e, ao mesmo tempo, simples.
A apresentação é introduzida por uns vídeos com divas da música de outrora: Aracy de Almeida de cara, com todo seu palavreado típico. Tudo à la documentário, cujo interlocutor era o próprio Hermínio.
De forma teatral, ele introduz a primeira canção intercalada com textos maravilhosos e poéticos - certamente de seu próprio punho. Irremediavelmente irreverente, ele destoa nas melodias e passa à música falada num piscar de olhos, com toda a autoridade de ser um dos mais reconhecidos artistas brasileiros.
Absolutamente casual foi o Hermínio.
Ângela Evans: deslumbrante em um vestido preto e um sorriso largo, agudos e saltos melódicos controladíssimos. Pecou em alguns pontos, ao meu ver, confesso: seu canto estava um pouco anasalado, e me fez a maior parte das vezes não entender a letra da música, apesar da melodia perfeitamente entoada. Outro ponto contra, talvez por ser a mais inexperiente, era a presença de palco, que foi, em geral, linear. As expressões faciais eram encantadoras, além do fato de ela ter um rosto com um ar infantil, o que dá a sensação da inocência - em alguns momentos até de ingenuidade. Não desmerecida por meus pontos contra, todos os arranjos de seu disco lançado pela Biscoito Fino foram feitos pelo Cristóvão Bastos - como sempre, extremamente elegante, comportado, dosado e cerebral em sua arte. E sua simpatia era óbvia em todos os momentos do show, ela "não tá de bobeira" e ainda vai dar muito o que falar.
Áurea Martins revelou-se pra mim uma das maiores cantoras brasileiras neste momento. Cantando com um jazz trio - baixo, bateria e piano, com algumas participações do violonista chamado Lucas - cujo sobrenome eu não lembro. Foi um espetáculo do tipo Alcione, só que mais moderado, sem o drama exacerbado da Marrom. Ela foi demais. Com esse jeito jazzy, promoveu-nos o momento Blue Note da noite - segundo Gerdal de Paula nobríssimo amigo que dividia o balcão do bar conosco. Pois bem, no que Áurea dependia somente de Áurea - pois se eu mesmo não prestava muita atenção em mais nada, ela podia estar fazendo tudo a capella que eu não ia perceber a diferença - ficamos com a imagem de uma dor grande e contida, um romantismo incomensurável naquela voz negra. Fiquei feliz de saber que o meu Brasil também tem a sua Billie Holliday.
Comentário de Leandro Fregonesi: "Cara, olha toda essa gente aqui... Você pode ver claramente que está todo mundo querendo aprender bebendo diretamente da fonte, o Hermínio não é qualquer um. Ele tem o apelo muito popular, todo mundo adora o trabalho dele."
Muita gente conhecida estava presente. As cantoras Simone e Zélia Duncan, Luis Carlos da Vila, Emílio Santiago, Cláudio Jorge, Luciana Rabelo, Pedro Aragão e tanta gente que nem lembro mais os nomes. O pequeno espaço e a presença de tanta gente "grande" nos mostrou que todo mundo é do mesmo tamanho. Houve também uma homenagem prestada por Hermínio a... Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome da cantora. É uma senhora linda, com uma voz elegante e delicada. Eles mostraram-na durante o show em um vídeo, acompanhada por Rafael Rabello. Sem mais comentários.
Ao final do espetáculo, Áurea Martins chorava como criança, de tanta emoção. De um coração imenso, nos deu grande atenção - a mim e a Manu - dizendo aos mais velhos: viram? Eles são novinhos e gostaram do meu show!
E quem não gostaria de estar sob aquele teto na noite de ontem, Aurinha?
sábado, abril 12, 2008
terça-feira, abril 08, 2008
Pedacinho de Céu
Tocando o teto, puxo um pedacinho do azul.
Hóstia cósmica intergaláctica do éter
Que me alimenta os redemoinhos meridionais.
Saem as reverberações dos ecos divinos que me sopram os ouvidos.
Uma voz em cada - duas vozes.
Estou ouvindo Omara e Maria.
Estou ouvindo Brasil e Cuba.
Estou ouvindo negros e brancos.
Estou ouvindo dor e alegria.
Piano, pandeiro, violão, cool, calmo, caliente.
Brasilês por língua Castellana
Castellano por la lengua Brasileña.
** Eu não falo espanhol. Corrijam-me se estiver errado.
Tive a ajuda de um amigo nessa última frase: Giovani Tadei. Infelizmente, ele disse que dei azar. Espanhol não é sua especialidade dentre os 4 idiomas que são.
Hóstia cósmica intergaláctica do éter
Que me alimenta os redemoinhos meridionais.
Saem as reverberações dos ecos divinos que me sopram os ouvidos.
Uma voz em cada - duas vozes.
Estou ouvindo Omara e Maria.
Estou ouvindo Brasil e Cuba.
Estou ouvindo negros e brancos.
Estou ouvindo dor e alegria.
Piano, pandeiro, violão, cool, calmo, caliente.
Brasilês por língua Castellana
Castellano por la lengua Brasileña.
** Eu não falo espanhol. Corrijam-me se estiver errado.
Tive a ajuda de um amigo nessa última frase: Giovani Tadei. Infelizmente, ele disse que dei azar. Espanhol não é sua especialidade dentre os 4 idiomas que são.
segunda-feira, abril 07, 2008
Fool Me ;-)
You are The Fool
The Fool is the card of infinite possibilities. The bag on the staff indicates that he has all he need to do or be anything he wants, he has only to stop and unpack. He is on his way to a brand new beginning. But the card carries a little bark of warning as well. Stop daydreaming and fantasising and watch your step, lest you fall and end up looking the fool.
What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.
sexta-feira, abril 04, 2008
Contos da Mente Elástica
Iniciei o meu primeiro livro. Espero terminá-lo.
Contos da Mente Elástica
A quem interessar ler o primeiro conto, leia Do Papel À Vida. Aguardo com ansiedade comentários. Até agora, o placar está: 2 críticas ruins contra 2 boas.
Contos da Mente Elástica
A quem interessar ler o primeiro conto, leia Do Papel À Vida. Aguardo com ansiedade comentários. Até agora, o placar está: 2 críticas ruins contra 2 boas.
quarta-feira, abril 02, 2008
Eficiência na Coleta de Informações
Hoje eu vejo que é realmente importante manter uma fonte de notícias perene, como um rio de informações que deságua no meu PC. Pra isso, utilizo basicamente as seguintes páginas:
www.mystickies.com
Essa aí é uma página onde você pode manter postits virtuais.
reader.google.com
Aqui eu vejo as notícias de todo tipo de jornais e blogs. Devo ter umas 40 inscrições em sites diferentes. Assim, ele funciona como uma caixa de emails, mas só com as novas postagens dos blogs. Figuram nele amigos, notícias engraçadas, sites de download de discos (jazz e música brasileira, principalmente), e alguns de design.
calendar.google.com
Para organizar a minha agenda. É bacana, dá pra você compartilhar a agenda com muitas pessoas, aí todo mundo fica sabendo dos seus compromissos. Você também pode criar mais de uma agenda, e classificar os tipos de compromissos pela cor. É fantástico. Aqui, por exemplo, tenho uma agenda pública de feriados (mantida por alguém que eu não faço a mínima idéia de quem seja, mas as datas estão todas certinhas, tenho minha agenda pessoal (Rodrigo Santiago), tenho a da Manu, a do Seresta Moderna e a de Aulas. Daí eu as cruzo com as agendas do meu gerente, da minha equipe de desenvolvimento no laboratório, dos seminários que acontecem aqui no trabalho e as de reuniões de grupo no Tecgraf. Meu Google Calendar acaba parecendo uma aquarela...
www.blogger.com
Porque eu também tenho que falar ao mundo. Tenho meu blog pessoal, mais um de vídeos, o site da Manu e o do Seresta Moderna (onde publico também a agenda do Google, pro público ficar sabendo onde vai ter).
Twitter
Descoberto mais recentemente (por insistência do Mentel). É o caminho do meio entre o orkut e o MSN. Você se conecta a várias pessoas e recebe recados aleatórios. Muitos deles são novidades de nicho, e você provavelmente não saberia de nenhuma delas se não estivesse lá.
Uma lista de coisas a fazer, que é um site que instalei no meu domínio pessoal (wiki.rodrigo.st/tracker). Bem funcional, me diz as coisas que preciso fazer e que não tem "data pra ser cumprida".
Um wiki em wiki.rodrigo.st e outro em wiki.manu.art.br.
Como lembrar de abrir todos os sites? Organizo tudo no Firefox. Ele está quase virando meu sistema operacional pessoal, falta só um bloco de notas (daqui a pouco vou acabar usando o Google notes). Basicamente, pra não esquecer de abrir nada, uma vez abri todas elas e marquei como minha "Home Page" no browser. Ele abre todos os sites, um em cada orelhinha, quando ligo o Firefox.
Ah, tem mais: www.gmail.com como sistema de email e www.dreamhost.com como meu gerenciador de sites. Fora isso tenho Flickr, Revver, Youtube, Orkut, essas coisas.
Mas pra eu não me afogar em uma enxurrada de informações, toda vez que vejo que alguma fonte está me dando informações que não consigo consumir - ou por se tornarem irrelevantes, ou por não ter mais tempo pra tanto - eu descarto essa fonte. Isso costuma acontecer com mais freqüência com as assinaturas de blogs e jornais online e no Twitter. Mas se encontro um site mais eficiente que outro, sem dúvida eu troco de sistema.
É importante se policiar com relação ao que chega aos seus olhos enquanto você está na web. Senão você morre na praia.
www.mystickies.com
Essa aí é uma página onde você pode manter postits virtuais.
reader.google.com
Aqui eu vejo as notícias de todo tipo de jornais e blogs. Devo ter umas 40 inscrições em sites diferentes. Assim, ele funciona como uma caixa de emails, mas só com as novas postagens dos blogs. Figuram nele amigos, notícias engraçadas, sites de download de discos (jazz e música brasileira, principalmente), e alguns de design.
calendar.google.com
Para organizar a minha agenda. É bacana, dá pra você compartilhar a agenda com muitas pessoas, aí todo mundo fica sabendo dos seus compromissos. Você também pode criar mais de uma agenda, e classificar os tipos de compromissos pela cor. É fantástico. Aqui, por exemplo, tenho uma agenda pública de feriados (mantida por alguém que eu não faço a mínima idéia de quem seja, mas as datas estão todas certinhas, tenho minha agenda pessoal (Rodrigo Santiago), tenho a da Manu, a do Seresta Moderna e a de Aulas. Daí eu as cruzo com as agendas do meu gerente, da minha equipe de desenvolvimento no laboratório, dos seminários que acontecem aqui no trabalho e as de reuniões de grupo no Tecgraf. Meu Google Calendar acaba parecendo uma aquarela...
www.blogger.com
Porque eu também tenho que falar ao mundo. Tenho meu blog pessoal, mais um de vídeos, o site da Manu e o do Seresta Moderna (onde publico também a agenda do Google, pro público ficar sabendo onde vai ter).
Descoberto mais recentemente (por insistência do Mentel). É o caminho do meio entre o orkut e o MSN. Você se conecta a várias pessoas e recebe recados aleatórios. Muitos deles são novidades de nicho, e você provavelmente não saberia de nenhuma delas se não estivesse lá.
Uma lista de coisas a fazer, que é um site que instalei no meu domínio pessoal (wiki.rodrigo.st/tracker). Bem funcional, me diz as coisas que preciso fazer e que não tem "data pra ser cumprida".
Um wiki em wiki.rodrigo.st e outro em wiki.manu.art.br.
Como lembrar de abrir todos os sites? Organizo tudo no Firefox. Ele está quase virando meu sistema operacional pessoal, falta só um bloco de notas (daqui a pouco vou acabar usando o Google notes). Basicamente, pra não esquecer de abrir nada, uma vez abri todas elas e marquei como minha "Home Page" no browser. Ele abre todos os sites, um em cada orelhinha, quando ligo o Firefox.
Ah, tem mais: www.gmail.com como sistema de email e www.dreamhost.com como meu gerenciador de sites. Fora isso tenho Flickr, Revver, Youtube, Orkut, essas coisas.
Mas pra eu não me afogar em uma enxurrada de informações, toda vez que vejo que alguma fonte está me dando informações que não consigo consumir - ou por se tornarem irrelevantes, ou por não ter mais tempo pra tanto - eu descarto essa fonte. Isso costuma acontecer com mais freqüência com as assinaturas de blogs e jornais online e no Twitter. Mas se encontro um site mais eficiente que outro, sem dúvida eu troco de sistema.
É importante se policiar com relação ao que chega aos seus olhos enquanto você está na web. Senão você morre na praia.
quarta-feira, março 26, 2008
Coração de Papel
Queria sinceramente entender esse Coco, da Dona Cila do Coco.
A senhora do Engenho do Bom Jardim
Mandou um carro pra mim com dois botões
No sereno tem gente que está roendo
Amanhã vai morrer do coração
Coração, coração
Ele não é de papel
Estou cantando este Coco
Em homenagem a Michel
Michel, Michel,
Cabeça de papel
Entra Michel pra comer papel
A senhora do Engenho do Bom Jardim
Mandou um carro pra mim com dois botões
No sereno tem gente que está roendo
Amanhã vai morrer do coração
Coração, coração
Ele não é de papel
Estou cantando este Coco
Em homenagem a Michel
Michel, Michel,
Cabeça de papel
Entra Michel pra comer papel
quinta-feira, março 20, 2008
Luiz Gonzaga - Caminho de Pedra
Hoje estava ouvindo essa música do Rei do Baião. Linda canção.
Luiz Gonzaga - Caminho de Pedra
Ela começa com uma melodia já bastante conhecida, citada na música Gabriela, do Tom Jobim. Grande reverência prestada ao maior Cearense de todos os tempos.
Se você reparar, toda vez que, fora do refrão, o Luiz Gonzaga alcança as notas mais altas, sua voz fica longínqua, ganha uma ambiência. É meio óbvio, mas se prestar atenção, vai ver que é um efeito curioso, que dá a impressão de que tem mais gente cantando junto. Mas ele está só. Foi por isso que resolvi postá-la.
É linda, meio melancólica e nostálgica. Sabe, de vez em quando eu conto essa história que lembrei agora pras pessoas. Vou deixá-la registrada aqui.
Meus avós, os pais do meu pai, são do Ceará. Viviam em Guaraciaba do Norte. Meu pai veio pro Rio ainda pequeno. João, meu avô, era muito parecido fisicamente com o Luiz Gonzaga. Minha avó, Iraci, era loura, linda, de olhos verdes.
Não tem muito tempo eu soube que meu avô era menestrel de folia de reis. Quase chorei quando descobri, mas isso havia sido há dezenas de anos atrás, enquanto ainda estava no Ceará. Mesmo assim, ele improvisou algumas poesias pra mim, como se estivesse conduzindo a folia. Isso foi nos últimos meses de sua vida.
Minha avó há muitos anos está entrevada numa cama, após ter sofrido um derrame que a deixou por pelo menos dois anos com a mentalidade de uma criança. Teve cinco filhos, criava porcos para vender, fazia comida pra fora, lavava roupa pros outros, tinha galinhas, rezava seu terço religiosamente, preparava o melhor café que já tomei (e só bebia o dela, não tenho esse costume) e preparava o meu baião-de-dois pra eu comer com as mãos junto com ela, direto da panela.
Com sua mentalidade recuperada, Dona Iraci está em profunda depressão, pois não pode fazer nenhuma destas coisas, e perdera seu companheiro. Meu avô se foi depois do terceiro derrame, depois que fora afastado forçosamente das biritas às quais era muito dado alcoolatramente. Uma crise de abstinência o fez contrair a pneumonia que o levou, e por um dia eu vi meu avô velhinho, velhinho, bem acabado, com tubos furos no pescoço, no dia em que morreu.
Antes disso, ele era o cara que sempre parecia com o Luiz Gonzaga. Quando eu era novo, novinho, havia muitas festas na casa deles, que reunia todos os filhos. Tudo era regado a muito Luiz Gonzaga. A família reunida era sinal de forró. Mas não é nada disso que quero contar.
O que contei serve de base pra entender o que vou contar agora: o Luiz Gonzaga parecia tanto com meu avô que, quando pequenino, com todo aquele baião tocando na casa dos avós, eu achava que o Luiz Gonzaga fosse da minha família. Talvez um tio que ainda morasse no Ceará. Pra mim, ele era meu tio, o Luiz Gonzaga.
Luiz Gonzaga - Caminho de Pedra
Ela começa com uma melodia já bastante conhecida, citada na música Gabriela, do Tom Jobim. Grande reverência prestada ao maior Cearense de todos os tempos.
Se você reparar, toda vez que, fora do refrão, o Luiz Gonzaga alcança as notas mais altas, sua voz fica longínqua, ganha uma ambiência. É meio óbvio, mas se prestar atenção, vai ver que é um efeito curioso, que dá a impressão de que tem mais gente cantando junto. Mas ele está só. Foi por isso que resolvi postá-la.
É linda, meio melancólica e nostálgica. Sabe, de vez em quando eu conto essa história que lembrei agora pras pessoas. Vou deixá-la registrada aqui.
Meus avós, os pais do meu pai, são do Ceará. Viviam em Guaraciaba do Norte. Meu pai veio pro Rio ainda pequeno. João, meu avô, era muito parecido fisicamente com o Luiz Gonzaga. Minha avó, Iraci, era loura, linda, de olhos verdes.
Não tem muito tempo eu soube que meu avô era menestrel de folia de reis. Quase chorei quando descobri, mas isso havia sido há dezenas de anos atrás, enquanto ainda estava no Ceará. Mesmo assim, ele improvisou algumas poesias pra mim, como se estivesse conduzindo a folia. Isso foi nos últimos meses de sua vida.
Minha avó há muitos anos está entrevada numa cama, após ter sofrido um derrame que a deixou por pelo menos dois anos com a mentalidade de uma criança. Teve cinco filhos, criava porcos para vender, fazia comida pra fora, lavava roupa pros outros, tinha galinhas, rezava seu terço religiosamente, preparava o melhor café que já tomei (e só bebia o dela, não tenho esse costume) e preparava o meu baião-de-dois pra eu comer com as mãos junto com ela, direto da panela.
Com sua mentalidade recuperada, Dona Iraci está em profunda depressão, pois não pode fazer nenhuma destas coisas, e perdera seu companheiro. Meu avô se foi depois do terceiro derrame, depois que fora afastado forçosamente das biritas às quais era muito dado alcoolatramente. Uma crise de abstinência o fez contrair a pneumonia que o levou, e por um dia eu vi meu avô velhinho, velhinho, bem acabado, com tubos furos no pescoço, no dia em que morreu.
Antes disso, ele era o cara que sempre parecia com o Luiz Gonzaga. Quando eu era novo, novinho, havia muitas festas na casa deles, que reunia todos os filhos. Tudo era regado a muito Luiz Gonzaga. A família reunida era sinal de forró. Mas não é nada disso que quero contar.
O que contei serve de base pra entender o que vou contar agora: o Luiz Gonzaga parecia tanto com meu avô que, quando pequenino, com todo aquele baião tocando na casa dos avós, eu achava que o Luiz Gonzaga fosse da minha família. Talvez um tio que ainda morasse no Ceará. Pra mim, ele era meu tio, o Luiz Gonzaga.
quarta-feira, março 19, 2008
terça-feira, março 18, 2008
A Vaga Era
(Rodrigo Santiago e Manu Santos)
Esperando acontecer o que sempre sonhei
Nas eras vaguei
Pois não seria à era do esperar
Que aconteceria o que sonhara
O sonho é dos que dormem
Fazer é para os lúcidos
Acordar, mesmo enquanto não dormia,
Foi o que precisei aprender
Vagando até o final desta era de sonhos, vi-me:
Pá, pedras, chão e cal
Deveria construir minha vida
Com minhas próprias mãos,
Gratidão,
E sob o guarda-chuva
Da divina vontade de Deus
Esperando acontecer o que sempre sonhei
Nas eras vaguei
Pois não seria à era do esperar
Que aconteceria o que sonhara
O sonho é dos que dormem
Fazer é para os lúcidos
Acordar, mesmo enquanto não dormia,
Foi o que precisei aprender
Vagando até o final desta era de sonhos, vi-me:
Pá, pedras, chão e cal
Deveria construir minha vida
Com minhas próprias mãos,
Gratidão,
E sob o guarda-chuva
Da divina vontade de Deus
segunda-feira, março 17, 2008
Seresta Moderna na Sala Baden Powell
sexta-feira, março 14, 2008
Por Que o Google Cresce Todo Dia?
É fácil de explicar.
O sonho do Zé da padaria é poder atender todos os consumidores com qualquer item que precise. A localização geográfica em si, o ponto onde as pessoas passam para comprar algo é apenas um embuste para a oportunidade do vendedor.
A localização do imóvel comercial não é o negócio. Mas conveniência da localização é o fator chave para que a tal oportunidade de venda aconteça, com a presença do consumidor. Por que tantas padarias e botecos funcionam em frente a um ponto de ônibus? Infelizmente, a padaria não tem todos os itens do mundo, senão seria de interesse de qualquer pessoa entrar lá para comprar algo. Além disso, é limitado o número de pessoas interessadas em entrar em padarias. Pior ainda é a Lei da Impenetrabilidade da Matéria: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Como acomodar todos os itens e todas as pessoas do mundo nas finitíssimas prateleiras e corredores de uma padaria?
Simples assim: o McDonalds compra 10 imóveis em um lugar desabitado, e instala uma única loja. As pessoas começam a freqüentar aquela loja. O McDonalds vê os outros imóveis valorizarem pelo aumento de circulação de pessoas. Daí, aluga todas as outras 9 lojas por um valor abusivamente alto. Os donos dos negócios instalados nas lojas, digamos, de cachorro quente e móveis de escritório, suam a camisa pra pagar o aluguel e tirar seu lucro. O McDonalds está comendo os lucros dos cachorros-quentes e dos móveis de escritório, vendendo-os indiretamente. Para quaisquer outros negócios que venham a se instalar naquela zona de 9 lojas, o McDonalds estará lucrando diretamente com um outro negócio que não é diretamente o dele. Ele pode vender qualquer coisa, mas não tudo ao mesmo tempo (varia de acordo com o tipo de loja instalado ao redor do McDonalds). Ele pode ter qualquer tipo de freqüentador, mas não todos ao mesmo tempo (idem para os tipos de loja que acabam surgindo por ali).
O Google FAZ isso. Vende tudo, pra qualquer tipo de pessoa, ao mesmo tempo. Virtualmente, ele inventa um site de utilidade pública. Mas ao invés de vender o serviço (como o Gmail, vários outros serviços de email são assinados e cobram uma taxa periódica), ele o fornece DE GRAÇA. E-mail com 6 gigabites de espaço (dá pra guardar a narrativa da minha vida iteira lá em formato de texto) é de interesse de qualquer médio internauta.
Com o serviço prestado, qualquer local virtual do Google (o site de busca, ou o Gmail, por exemplo) é bastante conveniente. Ele tem milhões de freqüentadores que verificam aquela telinha a cada 10 minutos, umas 8 horas por dia, sei lá.
Dado que o local é abusivamente conveniente, falta apenas o produto. E o que o Google vende? Resposta: o produto dos outros. Qualquer produto.
O Google subverteu a lógica tradicional das lojas. É como se pessoas do mundo inteiro freqüentassem a "lojinha Google" porque lá estão dando chocolate de graça, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Daí, os agentes do Google ficam ouvindo as conversas de todos os milhões de freqüentadores. Ele tem um vendedor pra cada pessoa que entra nela. Esse vendedor fala a língua da pessoa, entende o assunto, e logo em seguida oferece um produto, intrometendo-se.
Imagine a cena abaixo:
Henrique entra na lojinha do Google e encontra Mateus, seu amigo de infância. Um terceiro rapaz, empregado da loja, de nome Ricardo, que tem cabelos grandes, usa óculos e uma camisa do Iron Maiden - o vendedor nada perfeito - chega perto deles e ouve atentamente o assunto:
- Fala, meu compadre! - Henrique.
- Fala, Bro! - Mateus.
- E aí, foi bem de viagem?
- Pô, do Centro pra Santa Cruz é chão.
De repente, o Ricardo, se intrometendo:
- Ahn... Com licença. Você gostaria de viajar? Tenho aqui um pacote inesquecível para você e sua família.
- E sua irmã? - Henrique.
- Ah, está ótima, chegou mortinha de cansaço - Mateus.
- Que tal um relaxante muscular pra vocês? - Ricardo.
- Olha, semana que vem vamos ao show do Paralamas, tá a fim? - Henrique
- Excelente! Vambora! - Mateus
- Olha, tenho ingressos para o show do Paralamas a dez Reais. - Ricardo.
- Ôpa, Ricardo. Como é que é o esquema? - Mateus.
- Toma aqui esse endereço de Internet. É lá. - Ricardo.
- Pô, demorou! Maior adianto, aê... - Mateus.
Mateus sai da lojinha Google, onde fica seu amigo Henrique1, aparentemente falando com as paredes, e Ricardo por perto, sempre a oferecer as coisas mais esdrúxulas. Dirige-se à outra lojinha da Ticketronics, onde compra de William um ingresso a dez Reais para o show do Paralamas:
- Ô, meu velho, tá aqui a tua grana - Mateus.
- Beleza, bro, tá aqui teu ingresso - William.
Com a saída de Mateus, William se vira para Tatiane, sua colega de trabalho:
- Ô Tatiane, leva aqui um Real lá pro Ricardo. Manda ele oferecer pra mais cem pessoas os ingressos pros Paralamas a dez Reais.
O sonho do Zé da padaria é poder atender todos os consumidores com qualquer item que precise. A localização geográfica em si, o ponto onde as pessoas passam para comprar algo é apenas um embuste para a oportunidade do vendedor.
A localização do imóvel comercial não é o negócio. Mas conveniência da localização é o fator chave para que a tal oportunidade de venda aconteça, com a presença do consumidor. Por que tantas padarias e botecos funcionam em frente a um ponto de ônibus? Infelizmente, a padaria não tem todos os itens do mundo, senão seria de interesse de qualquer pessoa entrar lá para comprar algo. Além disso, é limitado o número de pessoas interessadas em entrar em padarias. Pior ainda é a Lei da Impenetrabilidade da Matéria: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Como acomodar todos os itens e todas as pessoas do mundo nas finitíssimas prateleiras e corredores de uma padaria?
Simples assim: o McDonalds compra 10 imóveis em um lugar desabitado, e instala uma única loja. As pessoas começam a freqüentar aquela loja. O McDonalds vê os outros imóveis valorizarem pelo aumento de circulação de pessoas. Daí, aluga todas as outras 9 lojas por um valor abusivamente alto. Os donos dos negócios instalados nas lojas, digamos, de cachorro quente e móveis de escritório, suam a camisa pra pagar o aluguel e tirar seu lucro. O McDonalds está comendo os lucros dos cachorros-quentes e dos móveis de escritório, vendendo-os indiretamente. Para quaisquer outros negócios que venham a se instalar naquela zona de 9 lojas, o McDonalds estará lucrando diretamente com um outro negócio que não é diretamente o dele. Ele pode vender qualquer coisa, mas não tudo ao mesmo tempo (varia de acordo com o tipo de loja instalado ao redor do McDonalds). Ele pode ter qualquer tipo de freqüentador, mas não todos ao mesmo tempo (idem para os tipos de loja que acabam surgindo por ali).
O Google FAZ isso. Vende tudo, pra qualquer tipo de pessoa, ao mesmo tempo. Virtualmente, ele inventa um site de utilidade pública. Mas ao invés de vender o serviço (como o Gmail, vários outros serviços de email são assinados e cobram uma taxa periódica), ele o fornece DE GRAÇA. E-mail com 6 gigabites de espaço (dá pra guardar a narrativa da minha vida iteira lá em formato de texto) é de interesse de qualquer médio internauta.
Com o serviço prestado, qualquer local virtual do Google (o site de busca, ou o Gmail, por exemplo) é bastante conveniente. Ele tem milhões de freqüentadores que verificam aquela telinha a cada 10 minutos, umas 8 horas por dia, sei lá.
Dado que o local é abusivamente conveniente, falta apenas o produto. E o que o Google vende? Resposta: o produto dos outros. Qualquer produto.
O Google subverteu a lógica tradicional das lojas. É como se pessoas do mundo inteiro freqüentassem a "lojinha Google" porque lá estão dando chocolate de graça, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Daí, os agentes do Google ficam ouvindo as conversas de todos os milhões de freqüentadores. Ele tem um vendedor pra cada pessoa que entra nela. Esse vendedor fala a língua da pessoa, entende o assunto, e logo em seguida oferece um produto, intrometendo-se.
Imagine a cena abaixo:
Henrique entra na lojinha do Google e encontra Mateus, seu amigo de infância. Um terceiro rapaz, empregado da loja, de nome Ricardo, que tem cabelos grandes, usa óculos e uma camisa do Iron Maiden - o vendedor nada perfeito - chega perto deles e ouve atentamente o assunto:
- Fala, meu compadre! - Henrique.
- Fala, Bro! - Mateus.
- E aí, foi bem de viagem?
- Pô, do Centro pra Santa Cruz é chão.
De repente, o Ricardo, se intrometendo:
- Ahn... Com licença. Você gostaria de viajar? Tenho aqui um pacote inesquecível para você e sua família.
- E sua irmã? - Henrique.
- Ah, está ótima, chegou mortinha de cansaço - Mateus.
- Que tal um relaxante muscular pra vocês? - Ricardo.
- Olha, semana que vem vamos ao show do Paralamas, tá a fim? - Henrique
- Excelente! Vambora! - Mateus
- Olha, tenho ingressos para o show do Paralamas a dez Reais. - Ricardo.
- Ôpa, Ricardo. Como é que é o esquema? - Mateus.
- Toma aqui esse endereço de Internet. É lá. - Ricardo.
- Pô, demorou! Maior adianto, aê... - Mateus.
Mateus sai da lojinha Google, onde fica seu amigo Henrique1, aparentemente falando com as paredes, e Ricardo por perto, sempre a oferecer as coisas mais esdrúxulas. Dirige-se à outra lojinha da Ticketronics, onde compra de William um ingresso a dez Reais para o show do Paralamas:
- Ô, meu velho, tá aqui a tua grana - Mateus.
- Beleza, bro, tá aqui teu ingresso - William.
Com a saída de Mateus, William se vira para Tatiane, sua colega de trabalho:
- Ô Tatiane, leva aqui um Real lá pro Ricardo. Manda ele oferecer pra mais cem pessoas os ingressos pros Paralamas a dez Reais.
quinta-feira, março 13, 2008
Anonymous Coward
From Wikipedia
"Anonymous Coward" is a term applied within some online communities to describe users who post without a screen name; it is a dummy name attributed to anonymous posts used by some weblogs that allow posting by people without registering for accounts. The practice, which had its roots in BBS and USENET culture, was made especially popular on Slashdot, where the mildly derogatory term is meant to chide anonymous contributors into logging in. Some weblog engines such as Scoop use the term "Anonymous Hero" instead, perhaps to avoid the name's confrontational nature. Others use stronger varieties, like Plastic.com's "Anonymous Idiot", and SuicideGirls' "Random Fuckbag".Cuidado com eles.
terça-feira, março 11, 2008
Nega Panela
(Rodrigo Santiago e Manu Santos)
Nega Panela batendo canela
No samba crioulo de Dona Sinhá
Traz os quitutes em potes de lata
Fazendo os quindins, os quindins de Iaiá
Nega que canta, balança
Com todos os doces no colo de Sol
Levando cocada na prata, imitando ganzá
Contando da nova iguaria
Que vem confeitada de favos de mel
Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão
Nega que empina a moringa
Na ponta dos dedos e inventa refrão
Não pára, repara
Que eu gosto de ouvir o teu som
De cuias, cumbucas e dos tabuleiros
Batendo na colher de pau
Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão
A gravação em voz e violão está aqui:
Nega Panela (mp3)
Qualidade baixa e sem produção, só pra ficar o registro.
Nega Panela batendo canela
No samba crioulo de Dona Sinhá
Traz os quitutes em potes de lata
Fazendo os quindins, os quindins de Iaiá
Nega que canta, balança
Com todos os doces no colo de Sol
Levando cocada na prata, imitando ganzá
Contando da nova iguaria
Que vem confeitada de favos de mel
Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão
Nega que empina a moringa
Na ponta dos dedos e inventa refrão
Não pára, repara
Que eu gosto de ouvir o teu som
De cuias, cumbucas e dos tabuleiros
Batendo na colher de pau
Fazendo os balagandans, remelexos
E breques-te-breques no chão
A gravação em voz e violão está aqui:
Nega Panela (mp3)
Qualidade baixa e sem produção, só pra ficar o registro.
segunda-feira, março 10, 2008
Performance
sexta-feira, março 07, 2008
Dezessete Bilhões de Anos
Naquele dia, sua casa estava cheia. Estrelas, astros, vias lácteas, todo mundo estava lá. O homem escuro, de barbas brancas, pesadas, das profundezas de seus dezessete bilhões de anos, se recusava a soprar as velinhas. Ele olhava em seu interior, e via na euforia dos pequeninos seres que dentro dele viviam um motivo pra comemorar: era seu aniversário.
Será que eles não cansavam? Ficavam a dar voltas em seu Estomacal Sistema Solar, contando uma parametrização de unidades de tempo totalmente harbitrárias. Yugas, anos, nanossegundos, bits, luas. Em cada momento era uma coisa. Eles não se cansavam.
Sentiu frio. Colocou seu casaco de matéria escura. As barbas estavam de molho há incontáveis giros do Sol. Incontáveis mesmo. Isso é coisa de um povo da Terra. Agora, sentia pena.
Havia muitas coisas inexplicáveis aos seres intrínsecos deste ser. E muitas coisas inexplicáveis a este ser sobre os seres intrínsecos. Por mais que fosse onipotente, não os controlava. Por mais que fosse onisciente, haviam segredos indecifráveis. Por mais que fosse onipresente, não era notado.
Entristecia-se. Seus remédios não funcionavam mais. Estava com dezessete bilhões de anos, e nada mais parecia resolver a tendência destes micróbios de se autodestruírem. Parecia muito com aquilo que eles próprios inventaram, que se chamava Câncer.
Cada criação boa correspondia a uma ruim. Viviam segundo as leis do equilíbrio, do Ying e do Yang, que descobriram, mas sobre à qual fechavam os olhos e fingiam nada saber.
"Estes serezinhos que vivem dentro de mim. São uns insanos. Ao taparem os ouvidos à minha voz, criam seu próprio circo de loucura, enxergando vários super-seres que podem governar suas vontades espirituais. Grande necessidade espiritual de merda, estas coisas todas que lhes aparecem não existem. Eles não sabem que estão em mim. Cavam-me buracos, de dentro pra fora. Irrompem em explosões. Desnutrem parte do meu corpo... Eu estou ficando obsoleto."
Olhando no espelho, vê um outro universo: o de sua imaginação.
"Eles foram todos feitos segundo minha vontade, à minha imagem e semelhança. E eu era tão bom, tão íntegro, tão perfeito. Eu era tudo o que eles precisavam. Eu era o centro de tudo. Eu era o mais poderoso. Eles eram tão parecidos comigo. Eu os fiz exatamente assim, como eu. Justo eu, que sou tão belo, tão majestoso, tão divino..."
E, piscando, afasta-se do espelho, abaixando lentamente seu olhar, como que resignado.
"Onde foi que eu errei?"
Será que eles não cansavam? Ficavam a dar voltas em seu Estomacal Sistema Solar, contando uma parametrização de unidades de tempo totalmente harbitrárias. Yugas, anos, nanossegundos, bits, luas. Em cada momento era uma coisa. Eles não se cansavam.
Sentiu frio. Colocou seu casaco de matéria escura. As barbas estavam de molho há incontáveis giros do Sol. Incontáveis mesmo. Isso é coisa de um povo da Terra. Agora, sentia pena.
Havia muitas coisas inexplicáveis aos seres intrínsecos deste ser. E muitas coisas inexplicáveis a este ser sobre os seres intrínsecos. Por mais que fosse onipotente, não os controlava. Por mais que fosse onisciente, haviam segredos indecifráveis. Por mais que fosse onipresente, não era notado.
Entristecia-se. Seus remédios não funcionavam mais. Estava com dezessete bilhões de anos, e nada mais parecia resolver a tendência destes micróbios de se autodestruírem. Parecia muito com aquilo que eles próprios inventaram, que se chamava Câncer.
Cada criação boa correspondia a uma ruim. Viviam segundo as leis do equilíbrio, do Ying e do Yang, que descobriram, mas sobre à qual fechavam os olhos e fingiam nada saber.
"Estes serezinhos que vivem dentro de mim. São uns insanos. Ao taparem os ouvidos à minha voz, criam seu próprio circo de loucura, enxergando vários super-seres que podem governar suas vontades espirituais. Grande necessidade espiritual de merda, estas coisas todas que lhes aparecem não existem. Eles não sabem que estão em mim. Cavam-me buracos, de dentro pra fora. Irrompem em explosões. Desnutrem parte do meu corpo... Eu estou ficando obsoleto."
Olhando no espelho, vê um outro universo: o de sua imaginação.
"Eles foram todos feitos segundo minha vontade, à minha imagem e semelhança. E eu era tão bom, tão íntegro, tão perfeito. Eu era tudo o que eles precisavam. Eu era o centro de tudo. Eu era o mais poderoso. Eles eram tão parecidos comigo. Eu os fiz exatamente assim, como eu. Justo eu, que sou tão belo, tão majestoso, tão divino..."
E, piscando, afasta-se do espelho, abaixando lentamente seu olhar, como que resignado.
"Onde foi que eu errei?"
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