Digamos que eu esteja neste estado hoje. Sim, pois ontem eu assisti a um show maravilhoso. Pra mim, até agora, foi o show do ano, sem sombra de dúvidas: Áurea Martins, Hermínio Belo de Carvalho e Ângela Evans, menos conhecida, mas não menos aclamada. Foi no Centro Cultural Carioca, na Rua do Teatro, ao lado do Teatro João Caetano, em plena Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro.
Foi lindo. Toda a concepção do espetáculo merece aplausos de pé. Também, não foi por menos. Os principais envolvidos eram o próprio Hermínio e Cristóvão Bastos. O formato do espetáculo, o palco, as luzes... Tudo era glorioso e, ao mesmo tempo, simples.
A apresentação é introduzida por uns vídeos com divas da música de outrora: Aracy de Almeida de cara, com todo seu palavreado típico. Tudo à la documentário, cujo interlocutor era o próprio Hermínio.
De forma teatral, ele introduz a primeira canção intercalada com textos maravilhosos e poéticos - certamente de seu próprio punho. Irremediavelmente irreverente, ele destoa nas melodias e passa à música falada num piscar de olhos, com toda a autoridade de ser um dos mais reconhecidos artistas brasileiros.
Absolutamente casual foi o Hermínio.
Ângela Evans: deslumbrante em um vestido preto e um sorriso largo, agudos e saltos melódicos controladíssimos. Pecou em alguns pontos, ao meu ver, confesso: seu canto estava um pouco anasalado, e me fez a maior parte das vezes não entender a letra da música, apesar da melodia perfeitamente entoada. Outro ponto contra, talvez por ser a mais inexperiente, era a presença de palco, que foi, em geral, linear. As expressões faciais eram encantadoras, além do fato de ela ter um rosto com um ar infantil, o que dá a sensação da inocência - em alguns momentos até de ingenuidade. Não desmerecida por meus pontos contra, todos os arranjos de seu disco lançado pela Biscoito Fino foram feitos pelo Cristóvão Bastos - como sempre, extremamente elegante, comportado, dosado e cerebral em sua arte. E sua simpatia era óbvia em todos os momentos do show, ela "não tá de bobeira" e ainda vai dar muito o que falar.
Áurea Martins revelou-se pra mim uma das maiores cantoras brasileiras neste momento. Cantando com um jazz trio - baixo, bateria e piano, com algumas participações do violonista chamado Lucas - cujo sobrenome eu não lembro. Foi um espetáculo do tipo Alcione, só que mais moderado, sem o drama exacerbado da Marrom. Ela foi demais. Com esse jeito jazzy, promoveu-nos o momento Blue Note da noite - segundo Gerdal de Paula nobríssimo amigo que dividia o balcão do bar conosco. Pois bem, no que Áurea dependia somente de Áurea - pois se eu mesmo não prestava muita atenção em mais nada, ela podia estar fazendo tudo a capella que eu não ia perceber a diferença - ficamos com a imagem de uma dor grande e contida, um romantismo incomensurável naquela voz negra. Fiquei feliz de saber que o meu Brasil também tem a sua Billie Holliday.
Comentário de Leandro Fregonesi: "Cara, olha toda essa gente aqui... Você pode ver claramente que está todo mundo querendo aprender bebendo diretamente da fonte, o Hermínio não é qualquer um. Ele tem o apelo muito popular, todo mundo adora o trabalho dele."
Muita gente conhecida estava presente. As cantoras Simone e Zélia Duncan, Luis Carlos da Vila, Emílio Santiago, Cláudio Jorge, Luciana Rabelo, Pedro Aragão e tanta gente que nem lembro mais os nomes. O pequeno espaço e a presença de tanta gente "grande" nos mostrou que todo mundo é do mesmo tamanho. Houve também uma homenagem prestada por Hermínio a... Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome da cantora. É uma senhora linda, com uma voz elegante e delicada. Eles mostraram-na durante o show em um vídeo, acompanhada por Rafael Rabello. Sem mais comentários.
Ao final do espetáculo, Áurea Martins chorava como criança, de tanta emoção. De um coração imenso, nos deu grande atenção - a mim e a Manu - dizendo aos mais velhos: viram? Eles são novinhos e gostaram do meu show!
E quem não gostaria de estar sob aquele teto na noite de ontem, Aurinha?
Foi lindo. Toda a concepção do espetáculo merece aplausos de pé. Também, não foi por menos. Os principais envolvidos eram o próprio Hermínio e Cristóvão Bastos. O formato do espetáculo, o palco, as luzes... Tudo era glorioso e, ao mesmo tempo, simples.
A apresentação é introduzida por uns vídeos com divas da música de outrora: Aracy de Almeida de cara, com todo seu palavreado típico. Tudo à la documentário, cujo interlocutor era o próprio Hermínio.
De forma teatral, ele introduz a primeira canção intercalada com textos maravilhosos e poéticos - certamente de seu próprio punho. Irremediavelmente irreverente, ele destoa nas melodias e passa à música falada num piscar de olhos, com toda a autoridade de ser um dos mais reconhecidos artistas brasileiros.
Absolutamente casual foi o Hermínio.
Ângela Evans: deslumbrante em um vestido preto e um sorriso largo, agudos e saltos melódicos controladíssimos. Pecou em alguns pontos, ao meu ver, confesso: seu canto estava um pouco anasalado, e me fez a maior parte das vezes não entender a letra da música, apesar da melodia perfeitamente entoada. Outro ponto contra, talvez por ser a mais inexperiente, era a presença de palco, que foi, em geral, linear. As expressões faciais eram encantadoras, além do fato de ela ter um rosto com um ar infantil, o que dá a sensação da inocência - em alguns momentos até de ingenuidade. Não desmerecida por meus pontos contra, todos os arranjos de seu disco lançado pela Biscoito Fino foram feitos pelo Cristóvão Bastos - como sempre, extremamente elegante, comportado, dosado e cerebral em sua arte. E sua simpatia era óbvia em todos os momentos do show, ela "não tá de bobeira" e ainda vai dar muito o que falar.
Áurea Martins revelou-se pra mim uma das maiores cantoras brasileiras neste momento. Cantando com um jazz trio - baixo, bateria e piano, com algumas participações do violonista chamado Lucas - cujo sobrenome eu não lembro. Foi um espetáculo do tipo Alcione, só que mais moderado, sem o drama exacerbado da Marrom. Ela foi demais. Com esse jeito jazzy, promoveu-nos o momento Blue Note da noite - segundo Gerdal de Paula nobríssimo amigo que dividia o balcão do bar conosco. Pois bem, no que Áurea dependia somente de Áurea - pois se eu mesmo não prestava muita atenção em mais nada, ela podia estar fazendo tudo a capella que eu não ia perceber a diferença - ficamos com a imagem de uma dor grande e contida, um romantismo incomensurável naquela voz negra. Fiquei feliz de saber que o meu Brasil também tem a sua Billie Holliday.
Comentário de Leandro Fregonesi: "Cara, olha toda essa gente aqui... Você pode ver claramente que está todo mundo querendo aprender bebendo diretamente da fonte, o Hermínio não é qualquer um. Ele tem o apelo muito popular, todo mundo adora o trabalho dele."
Muita gente conhecida estava presente. As cantoras Simone e Zélia Duncan, Luis Carlos da Vila, Emílio Santiago, Cláudio Jorge, Luciana Rabelo, Pedro Aragão e tanta gente que nem lembro mais os nomes. O pequeno espaço e a presença de tanta gente "grande" nos mostrou que todo mundo é do mesmo tamanho. Houve também uma homenagem prestada por Hermínio a... Vocês vão me perdoar, mas eu não lembro o nome da cantora. É uma senhora linda, com uma voz elegante e delicada. Eles mostraram-na durante o show em um vídeo, acompanhada por Rafael Rabello. Sem mais comentários.
Ao final do espetáculo, Áurea Martins chorava como criança, de tanta emoção. De um coração imenso, nos deu grande atenção - a mim e a Manu - dizendo aos mais velhos: viram? Eles são novinhos e gostaram do meu show!
E quem não gostaria de estar sob aquele teto na noite de ontem, Aurinha?
2 comentários:
A Áurea é sinistra!!!!
O nome da homenageada é Zezé Gonzaga. Pra ter tanta gente a fim de fazer uma graça pra ela, eu tenho mesmo é que pegar uns discos e ouvir...
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