"Meu" é uma retórica problemática
Nada que temos, temos
Tudo é de ninguém
Nenhum algo vai conosco
Nenhum algo fica conosco
Por tempo indeterminado
"Morrer" é perigosamente desesperador
Eu não morro. Vivo quando parto
E quando parto, não posso ser dor
Se sei que aqui há, mas lá 'inda não sei'
"Ser" é desconhecimento permanente
Não sabemos o que somos
Talvez nunca venha à tona
Apenas pensamos, e isso é constatado
Ou estaria eu enganado?
"Saber" é abstrato
Esse, definitivamente não existe
No sensível mundo do tato
Tomé, tomara que um dia se prove o que sei, que é:
O que sabemos não importa de fato
O passado é o agora que se desfez
O futuro é o agora que a gente inventou
O agora não me interessa explicar
Já que as palavras não vão me dizer muito mais
Do que me diz o presente momento
Palavras devem ser usadas com cuidado
Não transmitem a verdade,
Mas sim a mensagem do acreditado
Tome cuidado, ao usá-las cegamente,
Você pode estar errado, ou estar sendo enganado
Porque o mundo das línguas,
Na nossa cabeça, é um caminho de rato
Um curto circuito neural muito doido
Um teatro mental, isso é o que é esse mundo,
Dentro das nossas fanáticas mentes
Quem julga o que pensamos, dentro de nós mesmos?
Ninguém.
Um comentário:
Muito bom!
Nem preciso dizer que concordo, né?!
hahaha
Te amo e estou com saudades!!!
beijinhos,
Manuzinha
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