quinta-feira, dezembro 28, 2006

Manhã

O mergulho da Lua adentro
Pra que sereno?
Manhã

O sono sem desespero
Descanso pra que ela chegue
Manhã

O sagrado morrer todo dia
Na letargia da sonolência
Onde vai dar?
Manhã

Espero no litoral
Pra ver o nascer do Sol
Com ou sem boemia
Manhã

Ou despertando pra vida
Despertando tão cedo
Tanto antes pra que não se adiante
Manhã

A tristeza da vida
Quando toma a forma de luta
Empurrando-nos para a labuta triste
Toda manhã

Ou o raiar de mais um ano de vida
Telefones, docinhos, bolo e tortinhas
Naquela manhã

Criança que se dorme cedo
Garotos cujo zelo de seus pais é justo
Para que se descanse, e se mantenha a juventude
Dormindo bastante
Desde o cair da noitinha
Até de manhã

Na madrugada dos bambas
Na roda, como dizia o Noel
Pudera a noite ser infinita,
Pois quem manda as morenas embora?
Manhã.

Sinal do renascer
Bonança depois da tempestade
Tudo muda, havendo uma nova chance
Das seis às dezoito,
Mais doze horas de dia
Manhã.


Um comentário:

Anônimo disse...

E há também aqueles que, cheio de problemas, se deitam pensando: "Cumpri mais um dia... amanhã tento fazer mais.".
Uma manhã seguida de outra, viver um dia de cada vez...
Lembro que um dia, sem desejo nem força prá continuar, considerava cada dia um vitória... Mas pela manhã, a batalha continuaria...
Bom poema, cara... trouxe de volta velhas lembranças... Nas quais o espírito guerreiro me manteve seguindo em frente!