Olhos podem somente ver
O que somente olhos podem ver
A boca por impulso fala
Mas somente quem no momento certo cala
Contribui com a afável convivencia
Você e eu,
Provando o estreito laço da união
Assim, diferentes, tornamo-nos imprevisiveis
Dizendo coisas obvias às vezes
Me entrego, e quero continuar
Como preciso do ócio
Porque o ócio me precisa
Como preciso do amor
Porque o amor me precisa
Como preciso do mundo
Porque o cotidiano me precisa
Como preciso cortar a rotina:
Porque tudo isto me precisa
Como me falta o chão
Como me falta o zelo
Zelo que fala ao mundo
Para que não seja esquecido
Os olhos não vêem isto
Não vemos a intenção dos atos
Mas pressentimos pela intuição ignorada
Que algo pode não estar certo
Estamos surdos
para o que dizemos a nós mesmos
Deixando que a obsolescência nos imprima
Um mesmo quadro
Para todas as estampas do contínuo tempo
Hoje é Quarta-Feira, e minha bateria já está acabando...
quarta-feira, setembro 28, 2005
domingo, setembro 25, 2005
Nokia Trends
São 6 da manhã. Acabo de chegar do Nokia Trends, e o evento foi um barato. Cansado, tranco a porta, chego ao meu computador, me conecto à Internet. Ele devia estar 24 horas online, mas algo acontece no meu Sistema Operacional - a conexão cai depois de algum tempo. Chega desse assunto, só quero escrever um pouco. Ligo o Winamp: Chet Baker, My Ideal. Melancolicamente, inicio uma redação sobre esse momento. Faz tempo que não deixo isso aqui com cara de diário. Ouço a música suave, e depois de todas aquelas batidas eletrônicas, era realmente o que eu precisava. Uma vassoura nos pratos de ataque, um contrabaixo acústico, um vocal sussurrado e, é claro, um trompete. Conheci umas pessoas legais ontem, e encontrei com dois amigos meus já de longa data. Dancei a noite toda, mas fiz a besteira de não ter almoçado, nem jantado. Dá pra imaginar a fome que tou sentindo...
Antes de ir à festa, fui à casa de um outro amigo, que casou há pouco tempo. Reuniãozinha regada a War, Procurando Nemo e O Último Samurai. Havia também os que jogavam poker, com apostas simbólicas de no máximo, 1 Real. Como não sou chegado ao carteado - e a partida de War viria depois - resolvi assistir a um pedaço do filme.
Essa noite não teve moral alguma. Ainda não tirei uma lição de nada que vivi nela. Mas estive com pessoas muito queridas, daquelas que só eventos como festas podem reunir. Passando por Deep In a Dream of You, entre outras músicas do Chet, lembro que não levava nada pra ler durante as viagens de ônibus de um lugar ao outro. Mania pra ocupar o tempo, mas penso ser uma boa mania. Como estava sem mochila, tive que dormir durante as viagens (justamente porque fiquei sem ter o que ler).
Variei de ambiente familiar a um ambiente NADA familiar. É realmente um choque de climas. Essa crônica não teve motivo algum, era só pra escrever um pouco. 6:27 da manhã, e acabo de reparar na camisa que vesti:
"Eu não ando só, só ando em boa companhia." - Vinícius de Moraes, no poema Para Viver Um Grande Amor.
E lembro de outra frase, que já coloquei por aqui:
"Tudo isso não adianta nada
Se nessa selva escura e desvairada
Não se souber achar a grande amada
Para viver um grande amor."
E antes que alguém pergunte novamente: não, eu não estou apaixonado.
quinta-feira, setembro 22, 2005
Ela Passou
domingo, setembro 18, 2005
Mercados BOP
Sabe o que são mercados BOP?
Significa Bottom-Of-the-Piramid. Ou seja, os mercados vigentes nas comunidades pobres. Você não sabia que isso tinha uma terminologia no mundo dos negócios? Eu também não.
Pois então. Leiam abaixo:
Crescimento da receita. Crescer é um desafio importante para qualquer empresa. Hoje, porém, é especialmente vital para as muito grandes, cujos mercados atuais em muitos casos parecem próximos da saturação. Daí mercados BOP (Bottom Of the Piramid) representarem tamanha oportunidade para multinacionais: são, basicamente, novas fontes de crescimento. E uma vez que o desenvolvimento econômico nesses mercados está nos estágios iniciais, o crescimento ali pode ser extremamente exagerado.
Este artigo é considerado um clássico. Foi publicado na Harvard Business Review originalmente em 2002, e republicado em Agosto, numa edição especial sobre Responsabilidade Social.
Também pode ser baixado este artigo correlato , no site do Programa de Desenvolvimento para as Nações Unidas.
65% das pessoas do globo fazem parte do BOP, vivendo com menos de 2000 dólares anuais. Como seria se essas pessoas pudessem comprar mais?
Já havia falado sobre isso antes, mas não sob essa terminologia. Não tenho a autoridade de economistas de formação, tampouco da voz de organizações tão relevantes. É bacana descobrir que não sou o único com essa idéia maluca...
Isso tudo soa poético demais pra você?
Significa Bottom-Of-the-Piramid. Ou seja, os mercados vigentes nas comunidades pobres. Você não sabia que isso tinha uma terminologia no mundo dos negócios? Eu também não.
Pois então. Leiam abaixo:
Crescimento da receita. Crescer é um desafio importante para qualquer empresa. Hoje, porém, é especialmente vital para as muito grandes, cujos mercados atuais em muitos casos parecem próximos da saturação. Daí mercados BOP (Bottom Of the Piramid) representarem tamanha oportunidade para multinacionais: são, basicamente, novas fontes de crescimento. E uma vez que o desenvolvimento econômico nesses mercados está nos estágios iniciais, o crescimento ali pode ser extremamente exagerado.
Este artigo é considerado um clássico. Foi publicado na Harvard Business Review originalmente em 2002, e republicado em Agosto, numa edição especial sobre Responsabilidade Social.
Também pode ser baixado este artigo correlato , no site do Programa de Desenvolvimento para as Nações Unidas.
65% das pessoas do globo fazem parte do BOP, vivendo com menos de 2000 dólares anuais. Como seria se essas pessoas pudessem comprar mais?
Já havia falado sobre isso antes, mas não sob essa terminologia. Não tenho a autoridade de economistas de formação, tampouco da voz de organizações tão relevantes. É bacana descobrir que não sou o único com essa idéia maluca...
Isso tudo soa poético demais pra você?
segunda-feira, setembro 12, 2005
Estatísticas
Sabe aqueles carros que vemos por aí com a porta mal fechada?
Você já viu alguma dessas portas abrirem?
O que deve causar mais acidentes: as portas que se abrem de vez ou as pessoas que se distraem ao tentar avisar sobre o perigo de estas portas abrirem?
Você já viu alguma dessas portas abrirem?
O que deve causar mais acidentes: as portas que se abrem de vez ou as pessoas que se distraem ao tentar avisar sobre o perigo de estas portas abrirem?
quinta-feira, setembro 08, 2005
Sem Vida
As pessoas não acreditam, e por isso não dá certo
Há muita resistência, e por isso não dá certo
A maior barreira é a descrença
Seja insistente, e o mundo vai embarcar na mesma loucura
Pessoas que não aprendem a andar
Pássaros que não aprendem a voar
Peixes que não aprendem a nadar
Plantas que não sabem respirar
Amantes que não amam
Lutadores que não lutam
Reis que não reinam
Servos que não prestam
Os rebanhos de gente são atores sem papéis
Autores sem histórias
Jogados no fundo do cenário, imaginação engavetada
Produzem e elegem eles mesmos seus heróis
Ejetados da consciência coletiva
Erupcionados na acne da adolescência e rebeldia
Seguir causas sem questionar
Praticar sem entender
Lembrar e não saber por quê
Sua biografia: milhões de páginas em branco
Disso é feito o mundo:
Alguns pastores de gente nos dizem o que fazer
Com sua memória milenar e restrita
Por isso amamos
Por isso lutamos
Por isso reinamos sob a insistência dos líderes
E a persistência dos que gritam incessantemente
Condicionar, lobotomizar, censurar
Livre, o pensamento aproveita e foge das cabeças do povo
Povo, um monstro esfomeado, guloso e ganancioso,
Com milhares de olhos e a metade disso em bocas esganadas
E se não fosse ordenhável, minerável, aproveitável,
Seria perfeitamente exterminável.
Ninguém sabe o porquê
Ninguém busca o porquê
Todos roem seus ossos contentes e rangem seus dentes
E enquanto não terminam, sabe-se
Não haverá o que pensar
O anterior passou, não existe mais
O próximo, quem sabe o que será?
Eu ou você, o próximo a partir
Não nos preocupamos
Nem com a nossa imortalidade
Tampouco com a mortalidade e a mortandade
De quem vive conosco
Enquanto multidões morrem no atacado,
Veja como o mundo é inseguro:
Lutamos todos os dias pra viver
Ataques naturais, gerra, fome, frio, radicalismo
Fundamentalismo e preconceito
Alguns sobrevivem no varejo
De nota em nota, contando o pouco que há pra compartilhar
Cantando o mesmo que há pra cantar
Sem hinos, sem bandeiras, sem governo, sem voto, sem próprio,
Sem vida.
Há muita resistência, e por isso não dá certo
A maior barreira é a descrença
Seja insistente, e o mundo vai embarcar na mesma loucura
Pessoas que não aprendem a andar
Pássaros que não aprendem a voar
Peixes que não aprendem a nadar
Plantas que não sabem respirar
Amantes que não amam
Lutadores que não lutam
Reis que não reinam
Servos que não prestam
Os rebanhos de gente são atores sem papéis
Autores sem histórias
Jogados no fundo do cenário, imaginação engavetada
Produzem e elegem eles mesmos seus heróis
Ejetados da consciência coletiva
Erupcionados na acne da adolescência e rebeldia
Seguir causas sem questionar
Praticar sem entender
Lembrar e não saber por quê
Sua biografia: milhões de páginas em branco
Disso é feito o mundo:
Alguns pastores de gente nos dizem o que fazer
Com sua memória milenar e restrita
Por isso amamos
Por isso lutamos
Por isso reinamos sob a insistência dos líderes
E a persistência dos que gritam incessantemente
Condicionar, lobotomizar, censurar
Livre, o pensamento aproveita e foge das cabeças do povo
Povo, um monstro esfomeado, guloso e ganancioso,
Com milhares de olhos e a metade disso em bocas esganadas
E se não fosse ordenhável, minerável, aproveitável,
Seria perfeitamente exterminável.
Ninguém sabe o porquê
Ninguém busca o porquê
Todos roem seus ossos contentes e rangem seus dentes
E enquanto não terminam, sabe-se
Não haverá o que pensar
O anterior passou, não existe mais
O próximo, quem sabe o que será?
Eu ou você, o próximo a partir
Não nos preocupamos
Nem com a nossa imortalidade
Tampouco com a mortalidade e a mortandade
De quem vive conosco
Enquanto multidões morrem no atacado,
Veja como o mundo é inseguro:
Lutamos todos os dias pra viver
Ataques naturais, gerra, fome, frio, radicalismo
Fundamentalismo e preconceito
Alguns sobrevivem no varejo
De nota em nota, contando o pouco que há pra compartilhar
Cantando o mesmo que há pra cantar
Sem hinos, sem bandeiras, sem governo, sem voto, sem próprio,
Sem vida.
domingo, setembro 04, 2005
Assinar:
Postagens (Atom)