terça-feira, junho 29, 2004

O Espelho e a Imortalidade

Nesses confusos dias, em que anônimos se esbarram em tantos lugares, vivem pessoas muito, muito especiais, com pensamentos profundos, complexos e muito pertinentes a respeito da vida. A essas pessoas, resolvi chamar Eternos. Isso mesmo. Não creio que sejam pessoas nascidas no Brejo da Cruz, mas é possível que sejam filhos desses meninos alucinados. Os Eternos têm o dom de ter dons, e sabem lidar com qualquer tipo de situação. São donos de uma sabedoria esplêndida, perspicazes e capazes. Os Eternos parecem ter presenciado toda a História da Humanidade, de tão convincentes que são. Na verdade, não se sabe se esses tais são muito sábios ou muito queridos. É possível que seja um misto dos dois.

Alguns dos Eternos são enviados para escolas especiais, ainda na puberdade. É como a Escola dos Mutantes, mas real e sem professor Xavier. Na verdade, muitas vezes não tem professor algum, uma vez que é escola da rede pública. E também não há aulas, como numa escola normal. Respeitadíssimas, estas escolas mantém a grade curricular convencional apenas como faixada. Seus alunos passam a maior parte do dia divagando sob a fresca sombra das gentis árvores que se erguem para guardar estudantes tão especiais. Eles filosofam, tocam violão, escrevem músicas e recitam poesias, se apaixonam, se alimentam de iguarias inigualáveis - como promoções de joelho + refresco de caju -, promovem jogatinas de Sueca e Buraco para exercitar o raciocínio, usam roupas de todas as cores com seus jalecos azuis mágicos que os deixam mover-se livremente pela cidade e ministram sessões de trotes para iniciar os novos Eternos que são anualmente admitidos.

Muitos Eternos também se interessam por política, e usam um uniforme padrão: a camisa vermelha, com o rosto de Che Guevara estampado na frente. Estes formam a milícia das escolas públicas: em tempos de crise, seguem na linha de frente do exército docente, e usam suas camisas para disfarçar as manchas do próprio sangue, fruto da violência entre as tropas de choque do Império. Costumam se reunir com freqüência na sede do Grêmio. Outros Eternos se interessam por esportes, e participam das famosas equipes de Handebol e Volleybol que viajam pelo país. As Eternas mais lindas costumam fazer parte desses times. Tive a oportunidade de acompanhar Eternos na Comdex, em 99, no Anhembi - São Paulo. Não me lembro de nenhuma Eterna na viagem, uma vez que tinha a ver com computadores.

Muitos Eternos usam alucinógenos ilegais, e isso traz a eles malefícios a longo prazo. É prometido a eles a possibilidade de retornar à sua Dimensão Natal através do uso desses narcóticos. Infelizmente, estes são eternos que que acabam com seu desenvolvimento retardado, e há relatos de que muitos deles vêem Gnomos e Duendes entre os Jardins do Pátio. Alguns poucos conseguem viver normalmente com isso, mas eu pessoalmente repudio o costume.

Alguns Eternos sofrem do Júbilo. Outros viram Terroristas. São casos minoritários, mas chocantes. Mais tarde, acabam passando de Eternos pra Vagabundos mesmo.

Alguns dos novos estudantes destas escolas, porém, não são Eternos. E foi minha felicidade ter sido escolhido pelo próprio Destino para estar ao lado dessas pessoas e aprender com elas. Lá, vivi uma das etapas mais felizes da minha vida. Aprendi com os Eternos tudo o que se deve saber sobre respeito e convivência com o próximo. Aprendi a escrever poesias, a compor canções com o coração, a enxergar através dos olhos de quem me vê. Aprendi também a não usar de artifícios sociais, sendo o mais transparente e humano possível. Tudo isso, entre muitas outras coisas, como sentir amor por alguém. Infelizmente, essa lição não deu certo. Vira a página. :P

(pigarreio) Ahamm... Voltando... Ao se formarem, a grande maioria dos Eternos já está pronta pra vida, mas não sabem disso. Muitos se desviam dos caminhos corretos. A verdade é que a maioria deles são espalhados pelo mundo, e em geral se reúnem em grupos de dois ou três, para celebrar eternamente uma amizade muito, muito fraternal.

Eventualmente, eles se reencontram, como que por acaso, e se surpreendem tanto um com o outro que acabam com um sorriso no rosto e uma alegria no coração que não acaba por no mínimo uma Lua. Toda a natureza se regozija disso, e há então uma semana de paz no mundo, dada pelo próprio Deus, o Eterno dos Eternos.

A maneira de um Eterno reconhecer outro é a parte mais curiosa de toda essa história. Ao olhar com seriedade e olhos com crítica social e humana, um eterno vê a própria imagem no peito do outro Eterno, como um espelho.

E mesmo que em galáxias distantes, os Eternos se regozijam como podem da distante companhia de seu reencontrado irmão.

*** Boituva não tem bancos ou caixas eletrônicos funcionando nos finais de semana.


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segunda-feira, junho 28, 2004

Metades

Meu fim de semana:

Sexta: Em casa. Acabei meu semestre com a apresentação do trabalho de Construção de Sistemas. Os professores gostaram muito do grupo, como disse em posts anteriores.

Sábado: De manhã, fui ao Parque Laje. À tarde, fui ao Parque Guinle, em Laranjeiras, e à noite, Rodízio de Massas pra comemorar o aniversário de um amigão. A madrugada foi recheada de bate papo com Mentel e tentativas de solfejos com Chico Buarque, Tom Jobim e até Elis Regina! Dá pra imaginar, né? Até as 5 da manhã!

Domingo: Arpoador, à noite, depois de passar a manhã e tarde em casa. O ponto baixo foi o Busão cheio com gente indo pro show do Zeca Pagodinho. À noite: uma caminhada por Leblon - Ipanema - Arpoador, escrever coisas sobre filmes e conversar.

Agora, mais na madrugada, escrever e conversar com amigos, trocar umas músicas, e daqui a pouquinho, dormir pra entrar a semana.

Sim, mais um fim de semana bem aproveitado. Estou me dedicando ao máximo a aproveitar melhor meus dias. Acho que será o aprendizado dos próximos meses. No Parque Laje, me inspirei:


Metades

Outro dia, não mais que outro dia,
Como não mais que de repente,
Rezando o Vinícius pra variar

Pensei que pudesse te encontrar
Ou aquela, ou aquela outra,
Ou ainda a que passou,
Ou as que hão de passar
E todas que passaram.

Não mais que outro dia depois
Percebi que quaisquer que fossem
De vocês todas que me encantaram
Acabaria na mesma
Apenas linhas, apenas
Histórias feias e tristes
Haveria eu de contar.

Porque percebi
Que há tantas metades por aí
Que podem ser minhas metades
Que aqui fica o registro
De alguma esperança

De que por um dia, apenas um dia,
Como naqueles antigos dias,
Todas vocês fossem apenas uma
Que um dia passaria
E como qualquer outra,
Cedo ou tarde,
Haveria de me machucar.


Mas isso não significa que desisti. Foi apenas pra provar que o Rodrigo pode escrever um pouco à la Chico, se precisar. Sim, um progresso.


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sexta-feira, junho 25, 2004

Que Critérios Usar Pra Escolher As Pessoas?

Bom, como prometi no último post, esse é o meu parecer a respeito da pergunta acima. Talvez não esteja muito claro, e pode ser que meu texto seja óbvio demais. Certamente, hoje estou mais relaxado, porque fiz uma boa apresentação de um trabalho na faculdade, e isso marca o início das minhas curtas férias de 1 mês. Começo agora a procurar um apartamento em Botafogo. Se alguém souber de algum, me dá um toque ;)

A todo momento escolhemos pessoas.

Pra sair, pra amizades, cartas de recomendação do intercâmbio, ficar, namorar, casar, ter filhos (é, tem gente que faz cada uma dessas coisas com pessoas completamente diferentes), ouvir, comprar... O processo de escolhas em nosso mundo sempre envolve a escolha de pessoas. Pra qualquer coisa que vá fazer, muito provavelmente você estará escolhendo uma ou várias pessoas por trás de sua decisão. Desde marcas de iogurte a viagens, o que quer que você decida, tudo tem os traços das pessoas que o fizeram.

Vamos inverter: por que cargas d'água as pessoas nos selecionam?

O que quer que tenha acontecido, na certa há um benefício associado a quem o escolheu. Pode não ser um benefício direto, mas certamente, se você é selecionado, foi porque algo demandou alguma coisa - algo coordenado por pessoas, e o grupo, que pode ser de uma pessoa apenas, é um beneficiado.

Esse papo tá muito frívolo. Até agora não houve nenhum grande propósito prático de tudo o que falei. Então, serei mais sucinto:

Ser escolhido significa que você, de alguma forma, pode resolver algum problema. Ser escolhido significa ter que corresponder às expectativas do propósito.

. Um problema ou demanda é criado
. Há uma quantidade enorme de gente pra resolvê-lo
. Alguém assume o papel - a seleção natural, nesse caso, pode indicar que as outras pessoas inconscientemente o selecionaram por não estarem mais aptas - e assim inventamos uma desculpa que cobre o caso.
. O ambiente aguarda que essa pessoa retorne com a solução. Há um tempo limite, sempre - Afinal, segundo meu amigo Heráclito, tudo muda.

Ok, ok... E tudo se resolve. Ou não. O restante você já sabe.

Em todos os casos, selecionar sempre envolve "ser influenciado por". Acho que falei, falei, e finalmente disse o motivo principal pelo qual eu seleciono as pessoas. Quando escolho um lugar pra morar, estou esperando ser influenciado pelos meus vizinhos. Quando escolho um amigo pra dividir um apê, estou indicando que essa pessoa significa muito pra mim, a ponto de eu inseri-la no meu cotidiano mais pessoal possível sem me importar com o impacto que essa pessoa pode causar. Na verdade, por ter tido boas experiências com ela, sei que só vou ser acrescido pela convivência ;)

Seja bem vindo, meu irmão Mentel! ;D

No caso do Intercâmbio, como prometi responder nesse post, meu motivo foi somente esse: resolvi pedir a indicação aos professores que mais mudaram meu modo de pensar na faculdade. Hoje percebo que não estou lá pra aprender a programar. Estou numa universidade com o intuito de aprender coisas que ainda não conheço. Meus professores selecionados foram pessoas que influenciaram ao extremo meus pensamentos, e espero poder um dia gerar frutos (resultados) que os beneficiem tanto quanto me sinto beneficiado com o que me passaram. Não há nada no mundo que pague o preço de uma pessoa. Nem mesmo a mensalidade.

Agora que você já entendeu o peso que uma escolha tem na sua vida, vê se não vai escolher pessoas que não adicionem nada ao seu espírito. Sim, digo isso com a firmeza de quem já escolheu pessoas ótimas e pessoas péssimas, e sabia desde o início, e viu a teoria se firmar empiricamente.

Quando seleciono alguém, espero também poder contribuir. Sempre.


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quarta-feira, junho 23, 2004

A Entrevista

Este post é extenso, mas conta uma experiência legal.

Pros que ainda não sabem, eu estou concorrendo a uma bolsa pra UAM - Universidade Autónoma de Madrid, pela minha universidade, a PUC-Rio. Resumindo a situação, é uma bolsa com despesas de passagem e custos locais cobertos.

6 vagas
60 candidatos


De acordo com meus primários e pobres cálculos, são 10 candidatos por vaga. Nunca fui estrela em Cálculo, e que por aí, já não começo bem. A proporção não significa que tenho que ser melhor do que 9 deles. Tenho é que ser, no mínimo, mais adequado do que os 54 que ficarão. E o pior: só tem fera competindo, de todas as áreas da graduação.

Ai, ai...

Bom, voltando: hoje foi minha entrevista. Deixa eu tentar realizar a situação pra vocês:

9 da manhã... Meu celular desperta. Por perdas de fatura, preguiça e falta de tempo juntas, no último mês ele só fez papel de despertador e catálogo telefônico mesmo. Lembro que tenho que ligar pra central de intercâmbio pra confirmar o horário de AMANHÃ - dia 24, e aí é outra saraivada de piadas - pra entrevista pra Autónoma de Madrid. Bem lembrado, até porque não tinha tirado isso da cabeça, cheguei ao trabalho às 9:30. O depertador tocou em Botafogo, comigo olhando a enseada. Minha mãe me liga às 10:
- Oi, meu filho! Como você tá?
- Bem, mãe! E você?
- Bem! Te ligaram da PUC...
- Intercâmbio?
- Sim! Sua entrevista é hoje às 18:10
- Brigado, mãe! - e vou encutar o diálogo.

Não preciso dizer que fiquei surpreso, não é? DETESTO ter que reorganizar coisas. Bendito seja Heráclito e mais ainda os voláteis requisitos de software - pra quem não reconheceu, acabo de usar de ironia.
Bom, o que fazer? Tinha que levar uns documentos que não estavam comigo etc etc... O pessoal do trabalho que me perdoe pelo inferno astral que é fim de período junto com processo de intercâmbio. Já perdi a conta, espero que seja o último furo nos próximos 2 meses, pelo menos... Acho que já começo a causar má impressão. Avisei que teria que sair às 15:30.
Correu o dia normalmente. Fiz o que tinha que fazer, fui pra casa 15:40, fiz a barba (OOOOOOOH, que barbão!) e peguei os papéis. Deu tempo de beber uma água de côco aqui na praia e pedir boa sorte pro Neguinho (o vendedor do quiosque) e prum outro camarada que é gente boa, mas sabe o que é? Esqueci o nome dele! rs...
No caminho pra faculdade, o carinha da Kombi me diz que o trânsito estaria ruim. Temi por perder o horário, e apostei que não estaria. Adivinha quem ganhou?
Particularmente, detesto condução alternativa, mas precisava chegar o mais rápido possível. Também detesto o cartel das linhas de ônibus, mas isso é material pra outro post.
Chegando à PUC, esbarro com alguns amigos e outros colegas, e chego à central de intercâmbio precisamente às 17:40. Fui recepcionado por: amigos e colegas de curso concorrentes e novos conhecidos, com exceção do Mário. Raramente perco a chance de me apresentar aos que ainda não conheço. Esperar até as 18:10 pareceu uma eternidade. O único que não me olhava com cara de "vou me dar melhor do que você" era o Mário - não vai querer saber "que Mário", né?

- Boa sorte!
- Boa sorte!
- Boa sorte!
- Boa sorte!
- Boa sorte!
- Boa sorte!

Era esse o mantra dos candidatos. Muitos candidatos, muitos concorrentes. Acho que a grande maioria devia ser bom. E ainda tem o tal do Roberto, CR 9 ponto muito... Gente, a Erica de Engenharia de Produção era muito legalzinha! Conversei com ela, antes de ela sair. Fui o último entrevistado do dia. :)


A Entrevista - O motivo do nome do post
Uma sala com 5 cadeiras. Dois à esquerda, dois à direita. Uma à frente. A coordenadora do intercâmbio. Bom, não posso mentir, senti um calafrio na espinha. Os da direita eu conhecia de vista - trabalhavam na própria CCI. Os da esquerda... Nunca os vi antes. Não preciso dizer que esqueci o nome de TODOs, não é? - Quase todos, na verdade.

Uma papelada em cima da mesa. "O que deve ser isso tudo?" ... FOCO, Santiago!
- Pode sentar. - Daniel, felizardo do qual me lembrei o nome.
- Ah, sim. Obrigado. - Eu, tentando ser o mínimo polido. - Boa noite a todos! - A voz saiu limpa e firme, sem que eu tivesse ensaiado :P
- Boa noite, Rodrigo! - Todos, com as vozes se misturando.
- Conte-nos, finalmente... Por que veio parar na Central de Intercâmbio? - a toda-poderosa e gentilíssima Rosa Meyer perguntou.
Os avaliadores foram ótimos. Não havia nenhuma tensão aparente. Percebia, entretanto, que a cada palavra havia uma reação gestual. Precisava ser eu mesmo, e falar o que tivesse pra falar, da maneira que sempre tentamos não deixar de ser numa entrevista. Infelizmente, a palavra "particularmente" teimava em surgir em cada frase. Estava ficando particularmente patético, até eu mesmo me chamar atenção:
- Nossa, estou falando demais essa palavra... Particularmente.
A mulher gentil à minha esquerda disse, amigavelmente:
- Talvez, mas você não tem muitos vícios de linguagem!

Pronto. Notei que:
  • Ela sabia avaliar o comportamento do candidato.
  • Eu nunca havia duvidado disso.
  • Nossa, até os vícios de linguagem! Quantos detalhes!


E assim segui. Me senti bastante confortável, a despeito da aparente pressão à qual se sentiu o candidato anterior. Perguntas feitas:

- Quais são seus objetivos?
Essa foi prontamente respondida:
- Exatamente o que disse na carta de apresentação...
- Cadê a carta? Cadê a carta? - Interrompendo-me, todos se perguntaram e remexeram os papéis, até achá-la. Eu resumi mais ou menos a carta, e pronto.

- Como veio parar na PUC? - Pra quem conhece, é aquela história do garoto que era curioso e blablabla... Precisei cortar 90% da história, mesmo achando uma das histórias mais excitantes da minha vida, porque sabia que o tempo era curto.

- Por que a Europa? - Ah, essa foi fácil, porque eu mesmo já pensava nisso antes. Tenho bem em mente o porquê das escolhas que faço.

- Por que escolheu esses professores pra te recomendarem? - Apesar de fácil de responder, essa causou um pouco de inquietação, especialmente quando falei sobre a frieza que em geral ocorre nos escalões mais altos do âmbito acadêmico. Notei que todos, sem excessão, se remexeram na cadeira. Felizmente, mantive a tranqüilidade e consegui segurar o ritmo, sem fazer parecer um protesto, mas sim meu parecer sobre o assunto. Em suma: os professores deveriam ser tão humanos quanto técnicos, e o problema é que muitos deles não se deixam aproximar dos alunos. Talvez um mecanismo de defesa contra os alunos mais "interesseiros" do que "interessados". Enfim, não sei mesmo. No fim, escolhi aqueles dos quais mais tive influências - Mauro Oddo, pelo interesse despertado por Economia e Administração, e Maria Tereza Baldas, pelas histórias sobre a Bolsa de Valores e pelo projeto que me rendeu o único 10 da turma, no período em que cursei a matéria Introdução à Modelagem. Coisas de quem curte análise de sistemas, um grande segredo guardado num curso de nerds, mal aproveitado pelos alunos, e que pode ser usado pra qualquer área de nossas vidas.

- Você mencionou que havia escolhas em sua vida que deram certo e outras não, em sua carta. Fale mais sobre isso.
Era a deixa. Prefiro esticar um pouco mais esse assunto, porque considero importante. Será o tema do próximo post ;)


No fim das contas, espero ter me saído bem. Na Central de Intercâmbio, certamente todos tiveram um dia estressante, mas é impressionante como aturaram o último aluno vindo com as mesmas ladainhas sobre esperança e planos futuros com um humor enorme. Parecia que era o primeiro que entrevistavam no dia.

Saí de lá me alongando todo e reclamando de sede (Olha a tensão revelada ae!). Como não podia deixar de ser, o crucial Mário me ofereceu nessa exata hora algo pra beber. Como sou abusado, aceitei sua oferta e bebi Coca-Cola lá na porta da coordenação mesmo, e não duvido que tenha sido da mesma garraga que estava na mesa dos entrevistadores.

Falar sobre as chances de ser escolhido pra ir no primeiro semestre de 2005? Prefiro esperar pra saber se passei pra segunda fase.

Ainda assim, sou matematicamente otimista:
60 candidatos.
6 vagas.
Só preciso de uma delas.
Hoje acordei recitando em sonolência uma poesia. Pena que perdi a pobrezinha como uma fada em sonhos. Prefiro acreditar que ela tenha vindo me visitar pra que eu acordasse. Nunca mais vou me lembrar, era uma das mais belas da minha vida.

terça-feira, junho 22, 2004

Ode À Impessoalidade

Você já se sentiu observado?
Já esteve com milhares de pessoas cobrando coisas o tempo todo? Já se sentiu chateado por não ser um milhão de pessoas ao mesmo tempo?
Então, você provavelmente precisa se tornar impessoal. Nos casos extremos, quando a pessoa é muito cobrada por algo, não tem outro jeito: impessoalidade. Ser discreto, passar de fininho, se livrar um pouco do mundo, relaxar e curtir um pouco de paz... Pra depois, pensar nos próximos passos.

RCesar, você mencionou um ponto muito interessante sobre a timidez. Não havia parado pra pensar nisso. Acho que ignoro a timidez justamente por ter sido eu no passado um cara muito, muito tímido. Pros que me conheceram recentemente, lamento. Aquele cara já era. O Rodrigo hoje tenta ser cara-de-pau, extrovertido, brincalhão e de vez em quando até passa dos limites, mas às vezes ainda surta com flashbacks de timidez. Acho que foi em 97 que comecei o processo de saída do casulo - a Nina me conheceu nessa época, mas não tenho a menor idéia de como era meu comportamento neste ano. Nina, plz, deixa um comentário descrevendo um pouquinho do Woody pro pessoal ;)

Há um outro ponto legal na impessoalidade. Talvez quem dê sempre repita o presente; não por ser "igual pra todo mundo", mas pra deixar uma assinatura própria. Daí, quando alguém vê um presente dado pelo fulano sempre fala: "foi ele quem te deu, né?". Isso pra mim é "marcar território".
E tem os outros que se dedicam a procurar o detalhe... Aquilo que vá fazer diferença na vida da pessoa. Nossa, que exercício de percepção... Mas vale a pena tentar, porque geralmente o impacto é grande, quando acertamos. Tenho muitas coisas mais pra falar, mas vou ficar nessas linhas gerais, senão o negócio vai ficar comprido demais!

E no Poeta News:

Notícia de Jornal - (Luis Reis - Haroldo Barbosa)

Tentou contra a existência no humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal João
Depois de medicada, retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão
O lar não mais existe, ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou
Na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal

Ensaio Sobre a Impessoalidade

O que você faz quando um amigo está aniversariando? E quando alguém é promovido? E quando, por qualquer motivo entre o céu e a terra, você se sente compelido a dar os parabéns a alguém, ou ajudar, ou dar um conselho, ou uma bronca? O que você faz?

"Parabéns! Muitos anos de vida!"

"Você precisa prestar mais atenção!"

"Felicidades!"

Nossa... Detesto impessoalidade. Qualquer resposta preparada como receita de bolo merece repúdio. (Cuspo) - REPUDIO!
Se quiser me dizer algo, diga algo pra mim. Detesto frases padrões. Detesto. Pode me chamar de mentiroso - afinal, sou um desenvolvedor de sistemas. Aos olhos de muitos, pode parecer muito quadrado. E muito quadrado é o que sou, então. Repito: frases mortas e sem nenhum significado pessoal são lamentáveis. Extremo mau gosto. Extrema antipatia. Tremenda pobreza. Ai, que quem soubesse se expressar também tivesse sensibilidade! Teríamos muito mais poetas e menos redatores de jornal. Aliás, imagina só uma vida inteira com notícias desse tipo:

Onze Fitas

(Fátima Guedes)

Por engano, vingança ou cortesia
Tava lá morto e posto, um desgarrado
Onze tiros fizeram a avaria
E o morto já "tava" conformado
Onze tiros e não sei porque tantos
Esses tempos não "tão" pra ninharia
Não fosse a vez daquele um outro ia
Deus o livre morrer assassinado
Pro seu santo não era um qualquer um
Três dias num terreno abandonado
Ostentando onze fitas de Ogum
Quantas vezes se leu só nesta semana
Essa história contada assim por cima
A verdade não rima...


Imagina só... Pra você que leu, boa leitura e volte sempre! :P

domingo, junho 20, 2004

Poesia Nova, Pra Inaugurar Nova Cara

Clichê

Algumas pessoas surgem
Nas horas mais oportunas
Nos momentos mais propensos
E impressionam
Mas já me curei

Foi como um susto,
Um avanço, uma sede,
Uma dor secular
Comum, o de sempre
A dança do "fazer parecer"
Apareces no segundo
Precisamente correto
Com jeito de quem vem
Pra ficar. Feliz.

Mas já me curei
O agora é de "oi"
De lhe conhecer
Como a qualquer outra pessoa
Saber como está
De vez em quando sorrir
E como reza o clichê
Nunca mais chorar.



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Processo de Extinção

E agora, um brinde à todas as raras vezes em que meu coração esteve disposto a se apaixonar perdidamente:

Triste.
(Tom Jobim).

Triste é viver na solidão,
Na dor cruel de uma paixão.
Triste é saber que ninguém
Pode viver de ilusão,
Que nunca vai ser,
Nunca vai dar,
O sonhador tem que acordar.
Tua beleza é um avião,
Demais prum pobre coração
Que pára pra te ver passar
Só pra me maltratar,
Triste é viver na solidão.


E graças ao Tom dado, me inspiro:

Aparta-te De Mim, Ilusão!

Meu despertador chama.
E quando eu acordar,
Haverá menos um romântico no mundo.
Platonices fantásticas
Serão tratadas
Como platonices apenas

Serão vistas como tolices
Pra se vender pros outros
Tolos, enganados
Restantes platonados



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E O Final de Semana Continuou...

Sim, e bom ;)
A caminhada foi muito boa... A conselho de uma nova Amiga, resolvi dar um passeio no Jardim Botânico. Terminei lá pelas 13:30, mas não deu pra ver tudo, então volto outro dia. De lá, prova, com muitos elogios dos professores ao grupo - tiraram até fotinho da turma, e atualmente desconfiamos que ele tenha um flog escondido por aí... Jeff, a gente vai te achar!
Fora da PUC, fomos pro Garota da Gávea, comemorar pela segunda vez o fim do semestre. Legal, o clima estava bom, e depois daquilo eu me preparava pra ir à feira de São Cristóvão. Bebemorações rápidas à parte, todos voltaram pra casa porque tinham mais o que fazer. Cheguei, e a solidão estava encolhida ali no canto, como sempre, mas nem liguei. Transformei ela num personagem, então posso arrumar uma companhia, mesmo que não goste. Planejo deixá-la aqui no quarto quando me mudar, em Julho! - Várias Mentelices e aos finais de semana, certamente Cabelices também em Botafogo! ;)
Então, rolou O sono... Dormi até as 20:30 e não tive saco de ir à feira. Tinha um monte de coisa pra fazer, inclusive instalar o micro da minha Prima. Então, resolvi voltar pro Jabour às 21:00.
Chegando ao bairro, conversei com meu pai, que estava no bar com uns amigos. A frase marcante foi:

Morro de saudades de todos vocês...

Bom, fazemos nossas escolhas. Também morro de saudades de você, pai. Mas se isso é o melhor que a família conseguiu, então temos que agradecer a Ele.

Chegando em casa, conversei MUITO com minha mãe. Dessa vez, ao vivo e a cores. Ela tá animada com o negócio novo, então dei alguns toques que ela achou bem legais. Mas a frase da noite me entristeceu:
Não quero que se preocupe, meu filho. Nossa família está apenas doente. Vai melhorar.

Espero mesmo que melhore, mãe.

Naveguei, e... Dormi...

Acordando, recebi com tremenda alegria o presente que Papai me deu ;)
Um beeeeeeeeeeeeeeeeelo dia. Almocei (note a distância temporal entre "acordei" e "almocei"), conversei, apertei, abracei, beijei e joguei almofadas nas minhas irmãs, até a Daiane ficar irada. Minha irmã do meio é tão bem humorada!

Passei rapidinho no PIvo e...
Fui pra Barra da Tijuca!

Alvorada - Caminhei até a praia. Mais um dia de caminhadas, dessa vez já tomando gosto pelo costume. Tem tudo pra virar hábito. Do Barril 8000 atéééé o finalzinho do Pepê. Sem grandes histórias, apenas a ressalva da péssima água de côco que vendiam lá - O que alguns chamam caretice, eu chamo saúde.

Hah! Os caras do KyteSurf!
Parei pra bater papo com o Binho. Instrutor. Perguntei, perguntei, olhei os kytes, conversei com a galera, todo mundo gente boa, me achando com cara de playboy... Hahahahahaha!! Seria ÓTIMO se fosse verdade! :P
Bom, aos pouquinhos vou me aproximando desse esporte. R$750,00 pelo curso de 10 horas (caraca, R$75,00 por hora?), e acho que consigo mole mole o kyte pra praticar sem ter que comprá-lo... O tal do Binho falou que 'de repente rola, mas nao eh certo', mas com um pouco de falácia e ofertas interessantes, tudo se resolve ;)
Se eles resolvessem alugar kytes, com certeza o esporte ia ficar mais comum... Dizem não ser comum o aluguel de kyte porque o equipamento é caro.
- Ué, mas é tão frágil assim por um conjunto de US$1000? Porque as pessoas compram, então???
As respostas foram de tremenda visão, do tipo dar de ombros e dizerem:
- Não, não quebra fácil.
Satisfeita minha curiosidade empreendedora, não sou eu que vou tentar abrir esse negócio, porque não tenho a grana nem os contatos. Fica mais uma sugestão, a quem interessar possa.
Satisfeito de ter conversado com os carinhas, voltei pra casa. E aqui estou ;)

Cheers!

Música recomendada => Wind Up - Jethro Tull

By the way, o micro da Layla só vai chegar semana que vem, como disse minha tia.

sábado, junho 19, 2004

"Música à esquerda - Poesia à Direita. Deus me acha um cara legal!"

Ontem fui curtir um pouco de mim mesmo. Saindo do trabalho às 19:00, resolvi dar um passeio pelo centro da cidade, de mochila nas costas. Sempre evito voltar pra casa à noite, porque não tenho nada pra fazer em casa. Não tenho companhias. Morar sozinho é uma m****. Ontem foi um pouco estranho. Tava mas não tava com vontade de sair. Depois de 1 hora de andanças: seguindo a Rio Branco esquina com Buenos Aires até a Cinelândia, descendo a rua do Passeio, parando pra olhar o Cinema Odeon, olho o Café Odeon e penso: corre o risco de ter gente interessante pra conhecer. Parei antes, ainda, naquelas barracas de livros que se instalaram na Cinelândia, olhei pro Amarelinho, pensando: Nada me faria entrar num lugar desses hoje. Sem amigos, não dá. Não sei se eu disse: meu celular tá com a linha fora do ar, mas curiosamente ontem, eu desligaria o celular se ele estivesse bom. Um pouco de isolamento pra conversar comigo mesmo e curtir minha solidão companheira. Pensar um pouco na vida. Mais ainda???
Voltando... Parei em frente à Escola de Música da UFRJ, e olhei os murais de apresentação. Hoje (data em que escrevo o post, manhã do dia seguinte) vai ter Villa Lobos. Vou ter prova no horário da apresentação. Sábado. Paciência. Seguindo um pouco mais, parei próximo aos Arcos da Lapa. Olhei, olhei... Pensei: o que pessoas do mundo inteiro vêm fazer aqui? Qual é a grande curiosidade? Olhar a sombra dos compositores que viviam se embebedando? Não, Lapa hoje não... Vou seguir de volta.
No meio do caminho, penso: não quero voltar pra casa. Estou sem walkman. Quero curtir minha solidão. O que fazer? Seguindo todo o trajeto de volta, passo pela Rua do Passeio, olho o cinema em obra de restauração da faixada: Cazuza? Não, não quero curtir a história dos outros. Quero a minha própria. Sigo a Cinelândia, agora com suas barraquinhas de livros fechadas, páro em um dos pontos. Espero, espero e... Nada. Pego o caminho de volta, na intenção de encontrar algo que possa ter perdido no meio da linha. Talvez minha esperança de uma noite de divertimento. O relógio é impiedoso. Amanhã, vou dar uma bela caminhada de manhã, depois de escrever esse post. Quero algo tranqüilo pra hoje à noite. Sigo pra Rua da Quitanda, passo por um monte de mesa e seus beberrões costumeiros. Não é exatamente o tipo de programa que me agrada, estando sozinho. Direção: 1o de Março. Talvez na Praça XV tenha algo pra fazer. Passo pelos representantes do Direito no nosso Estado, uma rua com várias pessoas de terno e gravata próximo ao Forum. Muitas pessoas bonitas, bem arrumadas. Agumas mulheres exibem suas minissaias. Essas são as Universitárias, ou secretárias, ou amigas do pessoal. Mas ainda tem as interessantes, aquelas que parecem mais independentes, que parecem ter mais atitude. Por essas, me interesso. Mas com um copo de cerveja na mão ficam tão vulgares, que continuo seguindo. Cafés? Nenhum. Todos fechados àquela hora. Sigo até a Praça XV. Nada. Não quero nem me lembrar do post do último Sábado. Sobre o Dito e Feito. Atravesso a rua de volta, sigo a 7 de Setembro, retorno ao ponto de partida. Vamos pensar. Pra onde?

Lagoa!

Durmo um pouco no ônibus, acordo bem próximo à Wiz Technologies, uma empresa com a qual contribui, e que também contribuiu comigo. Mas não intencionava parar lá pra falar com ninguem, não ontem. Rua Jardim Botânico, atravesso o valão, sigo pra Lagoa. "Está linda a Lagoa". Sigo solfejando Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars), lembrando da versão com a Sarah Vaughan, achando o máximo. Combinação mais perfeita, impossível.

Quiet Cords From Your Guitar... Quiet Thoughts In Quiet Dreams...
This is where I want to be

The meaning of existence

Andando, ouço o som que esperava: jazz. Entrei no Arab, sentei em uma das mesas, e instantes depois, o guitarrista anuncia: Canto de Ossanha.

Seguiu a noite, do jeitinho que eu pedi a Deus. E na volta, perto da meia noite, caminhei até a Gávea, pra pegar o tradicional 175. Carro? Melhor não, por enquanto. Conversei com Ele, que sempre me proporciona ótimos dias. Agradeci por tudo, como se estivesse andando ao meu lado, durante todo o caminho. E não é que estava? ;)

Conclusões: a banda não era excelente. O batera impressionou, o saxofonista também, guitarra + ou - ... O baixista até que mandava legalzinho, mas pessoalmente me vi no lugar dele, fazendo mais bonito, em meus bons tempos de músico. Isso me animou! Vou começar a planejar minha volta à ativa. Quem aí quer tocar na noite um bom jazz? Definitivamente, não posso largar esse sonho. Olho agora pro meu baixo caidão, aqui. Tá meio velho, detonado, espelhando o músico que achava que fosse até ontem, antes da Lagoa - com as oportunidades de fazer bem feito no passado. Vou planejar a compra de um instrumento que espelhe o cara criativo que sempre procurei ser, e assim que der, vou tomar aulas particulares com um bom professor - Só umas 10, pra pegar um pouco mais de teoria, que não sei muito.

Afinando a vida.

Chegando em casa, no MSN:

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- Ei, carinha, hoje era aniversário da Debby - uma amiga do CEFET-Rio, que não vejo há uns 4 anos - Na Bunker.

Debby, me desculpa... Ontem iria feliz pro seu aniversário se soubesse. Afinal, sexta na Bunker presta. Mesmo assim, agradeci mais uma vez ao Papai por ter feito o que fez, porque precisava dessa Sexta-Feira pra mim. Vou repeti-la com maior freqüencia. Espero a companhia de vocês em muitas outras!

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- Oi! Não saiu hoje?
- Já, já até voltei!
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- Meu filho, te amo! - Minha mãe, modernizada
- Também te amo, Mãe! Amanhã chego à noite, tenho prova às 15:00
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- Fala, carinha... Leu algo do roteiro?
- Me manda os arquivos que eu vou dar uma lida. Pode pegar qualquer coisa que queira do Blog, como eu já te disse.
- Blz... Vou te explorar!
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- Cara, baixou o WMP9 pra mim?
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- Oi!
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- Olá!
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Ora, o que é isso?? Todo mundo em casa Sexta à noite?

Esqueci de mencionar... Na Lagoa ventava, e frio...

Agora, deixa eu ir pra tal "caminhada", que mais tarde é prova. vou levar uns biscoitos pra matar no caminho, porque pelo visto vai ser difícil almoçar.

E quanto ao estilo?, você me pergunta... Que se dane o estilo.


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terça-feira, junho 15, 2004

Ondas de Choque

Hoje, vamos filosofar um pouco.

Vejamos... Pegue um conceito. Qualquer que deseje. Vamos, tente!
Pegou? Então tá. Agora, imagine em quantas situações você reconheceria isto em prática. Se você reconheceu menos do que 3, significa que está na hora de abrir os olhos pro mundo à sua volta. Tente imaginar pelo menos 5 situações.

Seguem alguns conceitos legais de se pensar:

Sistema - Teoria usada pra relacionar as relações de objetos para um dado objetivo.
Inércia - Todo objeto tende a permanecer em seu estado presente, a não ser que haja uma força externa que o faça alterar seu estado.
Entropia - Todo objeto tende a perder energia para o ambiente.
Osmose - Todo objeto mantém o equilíbrio com o ambiente, através de trocas.

Dexa eu ver...

Feedback positivo - Reação a um estímulo, que amplia a intensidade de uma determinada ação. Ex: bolsa de valores.
Feedback negativo - Reação a um estímulo, que freia uma determinada ação. Ex: ar-condicionado.
Auto-Poiesis: Capacidade de alguns objetos de reunir energia suficiente e se reorganizar para alcançar níveis mais elevados de complexidade.

Caos - Grau de imprevisibilidade no comportamento de um dado objeto.
Teoria - Forma de modelar padrões de comportamento de um determinado objeto.
Perda - Grau de ineficiência de um dado comportamento ao realizar um objetivo.
Tolerância - Grau de perda aceitável para que se cumpra algum objetivo.
Erro - Grau de desvio estimado por imperfeições de um processo assumido para aferir grandezas.
Navalha de Ocam (acho que é assim que se escreve) - Assume que a natureza utiliza o caminho de menor aplicação de energia para alcançar um objetivo.
Conjugado - Aplicação de vários efeitos sobre um mesmo produto. O conjugado dos efeitos gera em si mesmo um conceito novo, composto dos anteriores. Esse novo conceito possuirá todas as qualidades e defeitos de cada um dos seus compostos, podendo ter características adicionadas ou anuladas. O interessante é observar um raio de ação mais abrangente, ao conjugar diferentes conceitos de uma determinada família, que perseguem um mesmo objetivo.

Bom, estes são alguns dos que eu uso. Se as definições estiverem erradas, paciência, todo mundo erra. Tem outros, só que não sei ao certo suas definições, então não vou nem mencionar. Outros ainda que não lembro, então fica aqui a nota mental (que não vou lembrar) de melhorar minha memória assim que puder.

É interessante enxergar o mundo a partir de teorias bem definidas. Elas descrevem comportamentos favoráveis e posições a serem tomadas a partir de uma perspectiva qualquer. É claro que você pode encontrar vários conceitos que se encaixam em uma mesma situação. Escolha o ponto de vista que traz a melhor margem de ganho, e toque sua idéia pra frente. Ou ainda, escolha conjuntos de conceitos e aplique sobre uma situação. Dessa forma, você pode ver várias linhas se sobrepondo, e os pontos cegos de uma passam a ser coberto por outras.

É assim que tento prever o futuro. Tá muito enigmático? Tudo bem, deve ser por isso que eu mesmo não me entenda, às (muitas) vezes.

Ai, ai... Ainda tou com um gostinho ruim na boca, um receio... Sei lá.


Safe Creative #0801100372949

Críticas & Sugestões

Ok, Hoje vamos fazer diferente.

Não adianta ficar recebendo elogios. Descasca ae no comments o que vc acha péssimo sobre meus textos, sobre mim ou sobre qualquer coisa entre o céu e a Terra que te desagrade, e que eu seja um dos responsáveis!

Vou ficar um bom tempo sem postar, soh lendo.... rsrsrsrsrs

Ah, by the way, Graças a Deus o "efeito dia dos namorados" tá passando... Já sinto até meus pés tocarem o chão e a minha cabeça parar de rodar.

segunda-feira, junho 14, 2004

Como Dizia o Poeta

Talvez eu deva adotar uma postura mais discreta. O problema todo é que eu acredito em coisas como isso aqui, ó:
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Quem já passou por esta vida e não viveu
Pode ser mais mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou , pra quem sofreu

Ai quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo amor que não compensa
É melhor que a solidão

Abre os teus braços meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer

Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão

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Só não sei se isso é o certo. Dada a quantidade de vezes que quebrei a cara, ou eu tenho feito errado, ou essa poesia do Vinícius é um equívoco. Dado que Vinícius casou 9 vezes... Não tiro conclusão alguma disso ;)
Sim, sim. Berro, e acredito. E ponto. Pra outras coisas funcionam muito bem. Pra isso também deve servir.

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Não quero fingir

Que não abandonei minha infância.
Quero é voltar a ser criança!

Como era legal brincar de pensar
Em como seriam meus vinte anos
Como é duro chegar a eles
Vendo que alguns sonhos
Foram apenas sonhos.

Justamente os mais queridos.

Compensaram, algumas vezes,
Certos fatos inesperados.
Outros ainda compensariam,
Mas temo por estar me tornando
Um homem menos grato
No dia seguinte
Do que era no dia anterior.

Bonito, isso?
A fase não tá muito boa
Mas as poesias e a prosa
Estão se saindo aceitáveis

Deve ser o frio,
Somado às expectativas minhas,
Das pessoas que me cercam,
Das que eu gostaria que me cercassem,
E da incerteza que, certamente,
Sempre estará à nossa volta,
Observando perplexa.

Não se sinta um satélite
Eu é que me sinto observado.

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Vinicius, vc me paga!!!

Nossa, isso aqui é uma terapia! :D

Cheers!


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sábado, junho 12, 2004

Dito. E feito.

Ontem fui na ditooooooooooooooooo!
Que caído :(
Tou com o ouvido zumbindo até agora. Conheci um pessoal da UFRJ, e alguns amigos destes. Passa completamente percebida uma garota muito interessante. Não, não fiquei com ela, até porque ela não gosta de homem ;)

História um pouco trágica e comovente. Vou chamá-la Bianca.
Bianca amou, e ama até hoje uma pessoa. Um homem, na verdade. Ama tanto, que só de falar nele já chega aquele ar de tristeza nos olhos, e a voz começa a pesar. Lamenta-se o tempo todo ao falar desse tal... Vamos ver... Edu. Pronto. Edu é o nome do figura.
Pois é. Bianca fez de tudo por Edu. Fez tanto que reservou até um espaço muito importante da vida dela só pra ele.
Bianca e Edu já foram namorados. Bianca escreveu Edu no braço, a ferro quente. Pra quem tá atento desde o início do post, já imagina o que aconteceu. Bianca já não vê Edu há dois anos, e algumas de suas frases sobre o tal:

- Cara, incrível eu te contar essa história. Aliás, todo mundo sabe da minha história. Menos ele. Ele é o único que ainda não viu o nome dele no meu braço, o único que não conhece a minha história desde que terminamos.

- Se ele me chamasse hoje pra voltar? Só se for agora! Volto antes de ele perguntar!

Bianca resumiu sua preferência sexual à preferência por um único homem: Edu. Certa de que ele e somente ele poderia fazê-la feliz como mulher, mudou sua sexualidade, e agora só beija garotas. Descobriu novos prazeres, e sonha conhecer o amor de sua vida, do outro lado.

Concluo que, se Bianca encontrar a mulher de sua vida, então um dia correrão o risco de desmanchar, e a história irá ser parecida, mas pior. Boa sorte, garota!

E eu pensei que ter deixado de lado o sonho de encontrar a mulher que me completasse fosse grave...

:-/

Meus últimos posts não trataram de progressos propriamente dito. Mas aprendemos com essas pessoas com quem esbarramos. Novamente, repito: não há no mundo alguém que chegue ao ponto de não se surpreender com a vida.

Abatido, volto a acreditar que não devo desistir, como sempre preguei.

Cadê minha companhia pra ouvir The lady in my life - Stanley Jordan? ;)


Safe Creative #0801100372918

Não sei...

Eu tou confuso. Pergunte-me qualquer coisa. A chance de eu te indicar o caminho pra tua resposta é grande. Mas as minhas perguntas... Essas eu ainda não encontrei quem responda.

Papai do Céu, Você me ouve?
Escute aqui a prece do teu filho,
Que se resume a apenas uma pergunta:
O que será, meu Pai?
(...)
Após alguns segundos sem receber a resposta, reclino minha cabeça pra baixo, me ajeito nessa cadeira sem jeito. Olho pro monitor e digito essas palavras que você lê.
Aqui toca Catch Me If You Can - John Williams, ou Platinum - Mike Oldfield, depende da hora.


Vou acabar enlouquecendo. A resposta pra minha pergunta é: não. Isso não é progresso.


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sexta-feira, junho 11, 2004

Dia 12 bate a porta

Tales of the Black Forrest - tocado por Paco de Lucia, Al Di Meola e John Maclaughlin

E novamente, fico de dedos paralisados... ;)
Bah, sem nada pra postar hoje. É manhã, tá fazendo Sol, eu vou ter que ir pro trabalho mesmo (felizmente posso chegar um pouquinho mais tarde hoje) e tou ouvindo uma série desses três caras que coloquei aí em cima.

Agora toca:
Frevo Rasgado

É um cd muito bom, um tal de Friday Nigth In San Francisco. Sim, um ótimo CD, apesar de não me fazer arrepiar como algumas outras músicas. Parece muito técnico, muito sintético. Algumas músicas são bonitas. Alguns artistas são famosos. Algumas poucas músicas fazem bem à alma. Outras, só pra ouvir mesmo.
De qualquer maneira, esse Sol tá combinando com essas canções. Daqui a 20 minutos meu despertador me derruba da cama. E eu, ainda estou sonhando. Descobri que posso sonhar acordado (ainda). Pois é, o céu parece estar em festa. Tudo azul! (pelo menos um dia assim até que vai me fazer bem, mesmo que eu fique dentro de um escritório).

Bom, espero que as pessoas do mundo inteiro tenham um bom 12 de Junho. O meu, como tem sido o costume, não tem lá motivos pra ser comemorado (a não ser pela felicidade de amigos). Quem foi que inventou essa história de "dia dos"??? Datas comerciais são um saco! Já sei: vou instituir meus próprios "dia dos" todo ano, e assim posso surpreender as pessoas que me cercam. Vou criar também um "dia dos irmãos", porque as minhas irmãs são demais!! :D

Queria até postar alguma coisa engraçadinha, mas sabe quando você tá com aquela paz na alma de quem acordou? Com esses raios batento à minha janela e me convidando pra sair então, não vou perder mais tempo dentro desse quarto não... Hoje, só não fico em casa porque quero fazer um pouco de companhia às pessoas (na verdade, quero também estar acompanhado. Sou um socializador quase que incontrolável).

Ontem fui a um rodízio de Japa IRADO! Lá em Laranjeiras, mas não me peça pra lembrar o nome. É um "Centro do não sei o que Chines/Oriental". Heheheheheh... Estavam lá os mais do que ilustríssimos: Rodrigo(ei, esse sou eu!), Bruno e sua irmã Renata, Leandro e finalmente o... hmm... Marcio?? (foi mal, não lembro o teu nome, cara... Na verdade, só lembrei o da Renata porque ela ficou assinando um guarda-napo).

Hoje esse post tá com cara de diário. Fica então mais um pensamento (uma visão "pós Rodriguiana no Japa" do egocentrismo):

Meus pais me ensinaram a respeitar a todos, acima de tudo.
- Respeite seu corpo, que é o templo de sua alma.
- Respeite as outras pessoas, porque Deus as pôs aqui na tentativa de resolverem o que você é incapaz de resolver
- Respeite suas relações, passadas, presentes e futuras. Respeite mais ainda as relações entre os outros, porque estas não tem nada a ver com você.
- Respeite o seu horário de trabalho, porque um dia vão acabar se irritando se você começar a se atrasar por causa de Blogs.
- Respeite o chão que você pisa. É um planetinha que merece muito carinho, e outro dia pensei em umas coisas sobre desenvolvimento sustentável (na verdade, isso renderia um post, então fica aqui o lembrete - este vai vir depois do conto da Dona Gazela, que também prometi - e não esqueci).

Finalizando, acho que vou criar um ou dois blogs pra editar umas histórias que estou mirabolando aqui com meu zíperes (porque os botões já estão muito requisitados). É, zíper tem uma conotação meio tarada, mas não tem nada a ver com isso ;)

Sabe que estes dias eu até pensei em fazer uma tatoo? Não, não... Não tem a ver comigo. Mas eu mudo... Ah, se mudo!

terça-feira, junho 08, 2004

Erros de Português

Estou me sentindo indefeso quanto aos meus erros de português.


Safe Creative #0801100372888

segunda-feira, junho 07, 2004

Porque Aqui

Porque aqui, sou só mais alguém procurando identidade digital.

Acho que não vai dar certo. Não há RG, CPF, burocracias. Não há vizinhança. Não há experiências (boas). Não há nem o que contar. Então, não vai dar certo. Aqui, não dá pra gritar.


Quem vai me linkar? Desses, quantos vão me ver?

E quanto a você? Já buscou sua identidade digital?


Safe Creative #0801100372871

Se Voltasse Aquele Sentimento


Aí eu chorei
Com a presença da falta de curiosidade
A pesada pedra da secura no coração
A doída mágoa transformada em cera
Que sela toda a vida em seu vão
Em meu vão

Em nossos sentidos o que esclarece é pouco
O entardecer com a lua
A girar, girar.

E a cabeça, a doer
O peito, a temer
O violão, nem me lembro
Da assincronia, sem sentimentos
E assim o vazio novamente preenche
Com umas confissões, me acalmo, e vicio
Ao contar do que sofro, de solidão


A frase de hoje é:


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sábado, junho 05, 2004

Futebol

O jogo do Brasil foi... Como poderia dizer... Bom, vou contar o que eu vi:

Começo do jogo: olho praquela tela verde da tv no hipódromo do Baixo Gávea. Na mesa, 7 pessoas. Cinco engenheiros de petróleo tagarelando sobre os 10 a 30 mil reais que ganha um engenheiro de plataforma (não, eu não sou um engenheiro, muito menos de petróleo), aquela velha história: 15 dias em alto mar e 15 dias em casa. Surpresa: um dos engenheiros na verdade era engenheira... 4 homens, 1 mulher. Proporção muito bondosa pra uma mesa de engenheiros (petróleo tem a ver com química, sabe como é).
Bom, quanto ao jogo... Opa! Placa da Nokia atrás do gol! Hehehehehe... Vamos ver as outras: Mastercard. É, pra quantidade de gente que tá endividada assistindo ao jogo, vale o negócio. Brahma, porque futebol é esporte muito saudável. China in Box?! Não é tão comum, mas enfim. Nenhuma plaquinha do atual cliente. No wonder, já é bem crescidinho.
Voltando à narração dos melhores lances. Minha vizinha de quarto avisa que vai fazer uma festa de despedida, mas que ainda tá indecisa quanto a ir pra Uberlândia morar com os pais novamente. Tá bom, querida! Faz a festa primeiro, e depois você decide se volta ou não! ;D
Pênalty!! (Ops, trocando o fato pela marca!)
"O Ronaldinho é mais feio do que um filhote de cruz credo!", esbraveja uma das meninas na mesa.
Permaneço observando o jogo à minha volta. Depois de pedir uma água mineral e sofrer das críticas costumeiras dos cervejeiros, olhei a cerveja e pensei: será que já houve algum comercial em que comparassem o amarelo da cerveja com o amarelo da camisa da seleção? Não seria uma surpresa se tivessem, mas não me lembro de ter visto. Fica aqui a sugestão.
Quanto ao juiz... Bem...
Muitas mulheres no Baixo Gávea. O Garçon não desgruda os olhos de uma das mulheres na mesa. A que vai pra Uberlândia puxar os erres paulistanos pra lá (ou não).
Penso nesse momento: o que eu estou fazendo aqui? O que será que meus amigos estão fazendo? Minhas irmãs? Meu pai e minha mãe?
Bom, tento novamente olhar o campo: q vontade de ir ao banheiro. "Quando eu voltar a gente parte pra casa, blz?".

É... 3 gols de Penalty (de novo!).
Como eu gosto de futebol...


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